quinta-feira, 4 de outubro de 2018

TEXTO: UM CEGO EM PARIS (CRIATIVIDADE) ESTRATÉGIAS - COM GABARITO


Texto: Um cego em Paris (criatividade)
         ESTRATÉGIAS

     Dizem que havia um cego sentado na calçada, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia: 
    -- "Por favor, ajude-me, sou Cego".
    Um publicitário da área de criação que passava em frente a ele parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora. 
        Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia colocado.
        O publicitário respondeu:
        -- "Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras". Sorriu e continuou seu caminho.
        O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
        -- "Hoje é primavera e não posso vê-la". 
        Mudemos a estratégia quando não nos acontece alguma coisa.

                                                                                    Marco Fabossi.
Entendendo o texto:
01 – Qual é o nome do texto?
      “Um cego em Paris”.

02 – Quem são as personagens do texto?
      O cego e o publicitário.

03 – Quantos parágrafos possui o texto?
      Possui 09 parágrafos.

04 – O que você entendeu por “Estratégias”, que aparece no subtítulo?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – O publicitário viu que se muda-se o anúncio do cartaz daria mais certo. Qual foi a frase que ele escreveu?
      “Hoje é primavera e não posso vê-la”.

06 – Você concorda com o que está escrito no último parágrafo? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – O texto encerra com uma mensagem, cujo aprendizado é:
(a) Para alguma coisa dar certa, é necessário que coloquemos as palavras precisas.
(b) Na vida, tudo pode dar certo, desde que você saiba empregar as formas corretas.
(c) Os resultados sobre as coisa vão depender apenas da forma como você pode concebê-las.
(d) A visão maior não depende só da vista, mas do ponto de vista inteligente que garantam resultados.
(e) Todos estão certas.


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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

FILME: E SEU NOME É JONAS - RICHARD MICHAELS - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS


Filme: E seu nome é Jonas

Título no Brasil:  E Seu Nome é Jonas
Título Original:  And Your Name Is Jonah
País de Origem:  EUA
Gênero:  Drama
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento:  1979
Direção:  Richard Michaels 

Sinopse do filme:
        Jonah é um jovem surdo que recebe um diagnóstico errado de retardo mental e leva uma vida repleta de frustrações, até que seus talentos são reconhecidos.

Entendendo o filme:
01 – Por que os pais de Jonas deixam levar o filho para o hospital?
      A partir de diagnóstico errado, os pais entenderam que o filho era retardado e não surdo.

02 – Por que os amigos, vizinhos e parentes acham que ele é deficiente mental e incapaz?
      Porque ele não consegue ouvir, logo não consegue se comunicar. E as pessoas entendem isso como um retardo mental.

03 – O Jonas não pode participar da sociedade por causa da discriminação. Eles não conseguem compreender o comportamento e a educação. Que compreensão falta?
      O surdo pode ter uma vida normal, desde que, receba a ajuda certa.

04 – Onde a mãe de Jonas percebeu e aprendeu a Língua de Sinais?
      Na terapia da palavra e no clube de surdos.

05 – E onde o pai do Jonas estava e como era a relação com o filho surdo?
      O pai foi embora. Era impaciente e incompreensível com a situação do filho.

06 – Jonas conseguiu entender e compreender os sinais e significados com a visualização? Como compreendeu?
      Sim. Através de um surdo que o colocou ao alcance de alguns objetos fazendo sinais para que ele entendesse o significado.

07 – Vocês acham que os surdos têm oportunidades na sociedade? Alguns surdos adultos são modelos para as crianças surdas. Por que isso é muito importante para os surdos?
      Sim. Pois um aprende com o outro.
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POEMA: O VENTO - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: O VENTO
          Manoel de Barros

        Queria transformar o vento.
     Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
      Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física do vento: uma costela, o olho...
     Mas a forma do vento me fugia que nem as formas de uma voz.
     Quando se disse que o vento empurrava a canoa do índio para o barranco.
        Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.
        Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
       Estava quase a desistir quando me lembrei do menino montado no cavalo do vento – que lera em Shakespeare.
        Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos prados com o menino.
        Fotografei aquele vento de crinas soltas.

BARROS, Manoel de. Ensaios Fotográficos.
Rio de Janeiro: Record, 2000.
Entendendo o poema:
01 – O eu poético expressa um desejo que tinha em relação ao vento. Que desejo era esse?
      Transformar o vento dando a ele uma forma concreta e apta a foto.

02 – Que função têm as reticências, no verso 4?
      Significa que tinha mais palavras para escrever.

03 – Que comparação o eu poético faz nos versos 5/6? Destaque o termo que estabelece essa comparação.
      Fugia e empurrava.

04 – Que relação o eu poético estabelece ao imaginar “um vento pintado de urucum” (verso 9)?
      Imagina um índio a empurrar a canoa.

05 – Transcreva do poema o verso que expressa uma opinião do eu poético sobre algo que ele imaginou.
      “Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.”

06 – Os três verso finais do poema permitem entender que o eu poético realizou poeticamente seu desejo de transformar o vento.
a)   A partir de que lembrança ele conseguiu isso?
Através da lembrança do menino montado no cavalo do vento, que leu em Shakespeare.

b)   Em sua imaginação, o eu poético transformou o vento em quê?
Em um cavalo.

c)   Com que sentido foi usada a forma verbal “Fotografei”, no verso final?
No sentido de que “guardei na memória”.


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CONTO: UM LOBO INSTRUÍDO - PASCAL BIET - COM GABARITO

Conto: UM LOBO INSTRUÍDO
                                          Pascal Biet

         O lobo espiou por cima da cerca da fazenda e viu um porco, um pato e uma vaca, lendo e tomando sol.
         Era a primeira vez que ele via bicho ler. Então, tomou impulso, respirou fundo e... avançou para cima dos animais com um urro:
         — Aaaa-OOO-ooo!
         Galinhas e coelhos saíram correndo para todo lado, mas o pato, o porco e a vaca nem se mexeram.
         — Que barulho foi esse? — a vaca indagou. — Desse jeito não posso me concentrar no meu livro.
         — É só não dar bola — disse o pato. — Ignore!
         O lobo não gostava de ser ignorado.
         — O que foi que deu em vocês? — ele perguntou. — Não estão vendo que sou um lobo enorme e perigoso?
         — Claro que é — respondeu o porco. — Mas será que não daria para ser enorme e perigoso num outro lugar? Nós queremos ler. Esta é uma fazenda de animais cultos. Agora seja bonzinho e vá embora — o porco pediu e foi empurrando o lobo.
         O lobo nunca tinha sido tratado daquele jeito.
         — Animais cultos... Animais cultos! — o lobo foi repetindo baixinho. — Pois bem, também vou aprender a ler!
         E lá se foi ele para a escola.
         As crianças acharam estranho ter um lobo na classe, mas, como ele não tentou devorar ninguém, logo elas se acostumaram. O lobo era sério e estudioso, e depois de muito esforço aprendeu a ler e a escrever. Logo se tornou o primeiro aluno da classe.
         Ele estudou muito, leu um monte de livros velhos e poeirentos, treinou, até conseguir ler sem interrupção.
         ´Agora acho que estou no ponto de falar com eles de novo´, o lobo imaginou.
         O lobo andou até a fazenda, bateu e entrou pela porteira.
         ´Com certeza isso vai impressioná-los´, ele pensou.
         O lobo abriu a História dos três porquinhos e começou a ler:
         ´Era uma vez três porquinhos...´
                                                                                     Pascal Biet
Entendendo o conto:

01 – Ao ler essa história, logo lembramos de outra história infantil muito conhecida por adultos e crianças. Que história é essa?
      Chapeuzinho Vermelho.

02 – Quem é o narrador da história?
      O autor do texto – Pascal Biet.

03 – O que significa ser um lobo instruído?
      Significa que ele aprendeu a ler e escrever.

04 – Escreva, algumas características do lobo que aparecem na história.
      Enorme – perigoso – sério – estudioso.

05 – Releia este trecho:
        “O lobo andou até a fazenda, bateu e entrou pela porteira. ´Com certeza isso vai impressioná-los´, ele pensou.”
a) A quem o lobo pretendia impressionar?
      Queria impressionar o porco, o pato e a vaca.

b) O que vai impressioná-los?
      Ele ler a história dos três porquinhos.

06 – Leia:
a) O lobo atrapalhou a leitura da pata, do porco e da vaca. “— Será que o senhor poderia ir embora e parar com esse barulho?”
        Reescreva o trecho acima alterando as palavras grifadas em gênero:
      A loba atrapalhou a leitura do pato, da porca e do boi. “— Será que a senhora poderia ir embora e parar com esse barulho?
b) O lobo espiou por cima da cerca da fazenda e viu um porco, um pato e uma vaca, lendo e tomando sol.
        Reescreva o trecho acima alterando as palavras grifadas para o grau diminutivo:
      O lobinho espiou por cima da cerquinha da fazendinha e viu um porquinho, um patinho e uma vaquinha, lendo e tomando solzinho.

07 – Reescreva a piadinha abaixo, organizando corretamente o diálogo e acrescentando pontuações:
Batem na porta de Dona Maria Dona Maria abre Diante dela está o Juquinha
Dona Maria, eu posso entrar lá no seu quintal
Não Deixa que eu vou pra você Que é que foi que caiu lá desta vez
Minha flecha
E onde é que ela está
Espetada no seu gato
      Batem na porta de Dona Maria. Dona Maria abre. Diante dela está o Juquinha.
      -- Dona Maria, eu posso entrar lá no seu quintal?
      -- Não. Deixa que eu vou pra você. Que é que foi que caiu lá desta vez?
      -- Minha flecha.
      -- E onde é que ela está?
      -- Espetada no seu gato.

08 – Releia algumas palavras retiradas do texto e descubra onde colocar algumas delas, seguindo as dicas abaixo:
Porteira... – Perigoso – lobo – porquinhos – classe – bicho.
a) Tenho 4 vogais e 6 consoantes. Também sou trissílabo e não tenho acento: Porquinhos.
b) Sou formada por 4 vogais e 4 consoantes. Também sou polissílaba e paroxítona: Porteira.
c) Sou dissílaba e paroxítona. Tenho 4 consoantes: Classe.
d) Tenho 4 letras e duas sílabas. Minha sílaba tônica é a penúltima: Lobo.
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MENSAGENS ESPÍRITAS - PRECE DE CÁRITAS - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS - PARA REFLEXÃO

Prece de Cáritas
         
E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o receberás
                                                                   Jesus (Mateus, 21:22)

        DEUS, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
        DEUS! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente repouso.
   PAI! Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
        SENHOR! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes.
        Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem; esperança par aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
        DEUS! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, ó Poder! ó Bondade! ó Beleza! ó Perfeição! e queremos, de alguma sorte, alcançar vossa misericórdia.
        DEUS! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós; Dai-nos a caridade pura; Dai-nos a fé e a razão; Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se deve refletir Vossa Imagem.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas

FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS

43 – Quando a Terra começou a ser povoada?
      No início, tudo era caos; os elementos estavam misturados. Pouco a pouco, cada coisa tomou o seu lugar; então apareceram os seres vivos apropriados ao estado do globo.

44 – De onde vieram os seres vivos que estão na Terra?
      A Terra continha os germes que esperavam o momento adequado para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se agruparam, assim que cessou a força que os mantinha afastados, e ele formaram os germes de todos os seres vivos. Os germes permaneceram em estado latente e inerte, como a crisálida e as sementes das plantas, até o momento propício à eclosão de cada espécie. Então, os seres de cada espécie se agruparam e se multiplicaram.

45 – Onde estavam os elementos orgânicos antes da formação da Terra?
      Encontravam-se, por assim dizer, no estado de fluido no espaço, em meio a Espíritos, ou em outros planetas, esperando a criação da Terra para começar uma nova existência sobre um novo globo.
      A Química nos mostra as moléculas dos corpos inorgânicos unindo-se para formar cristais de uma regularidade constante, de acordo com cada espécie, tão logo eles se encontrem nas condições necessárias. A menor alteração nessas condições é suficiente para impedir a reunião de elementos ou, pelo menos, a disposição regular que constitui o cristal. Por que não ocorreria o mesmo com os elementos orgânicos? Conservamos durante anos sementes de plantas e animais, que se desenvolvem somente a uma temperatura determinada e em um meio propício; vimos grãos de trigo germinarem depois de vários séculos.
      Há, portanto, nessas sementes, um princípio latente de vitalidade, que só espera uma circunstância favorável para desenvolver-se. O que se passa diariamente diante de nossos olhos não pode ter ocorrido desde a origem do globo? Por ter surgido do caos, pela própria força da Natureza, essa formação dos seres vivos diminui em alguma coisa a grandeza de Deus? Longe disso, ela corresponde melhor à ideia que fazíamos do poder exercido por Deus sobre os mundos infinitos através de leis eternas. É verdade que essa teoria não resolve a questão da origem dos elementos vitais; mas Deus tem seus mistérios e estabeleceu limites às nossas investigações.

46 – Ainda há seres que nascem espontaneamente?
      Sim, mas a germe primitivo já existia no estado latente. Todos os dias, sois testemunhas desse fenômeno. Os tecidos do homem e dos animais não contêm os germes de uma multidão de vermes que, para eclodir, aguardam a fermentação pútrida necessária à sua existência? É um pequeno mundo que dormia e que se cria.

47 – A espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos contidos no globo terrestre?
      Sim, e ela veio a seu tempo; foi isso que levou a dizer-se que o homem havia sido formado do barro da terra.

48 – Podemos saber a época da aparição do homem e dos outros seres vivos na Terra?
      Não, todos os vossos cálculos são quimeras.

49 – Se o germe da espécie humana estava entre os elementos orgânicos do globo terrestre, por que os seres humanos não se formam espontaneamente, como em sua origem?
      O princípio das coisas é um dos segredos de Deus. No entanto, pode-se dizer que os homens, uma vez espalhados sobre a Terra, absorvem em si os elementos necessários para a sua formação, para transmiti-los de acordo com as leis da reprodução. Ocorre o mesmo com as diferentes espécies de seres vivos.

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CRÔNICA: VOCÊ É UM NÚMERO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

Crônica: Você é um número
             Clarice Lispector

      
        Se você não tomar cuidado vira número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce classificam-no com um número. Sua identidade no Félix Pacheco é um número. O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista tem carteira com número, e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento -- tudo é número. 
        Se é dos que abrem crediário, para eles você é um número. Se tem propriedade, também. Se é sócio de um clube tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras tem o número da cadeira. 
        É por isso que vou tomar aulas particulares de Matemática. Preciso saber coisas. Ou aulas de Física. Não estou brincando: vou mesmo tomar aulas de Matemática, preciso saber alguma coisa sobre cálculo integral. 
        Se você é comerciante, seu alvará de localização o classifica também.
        Se é contribuinte de qualquer obra de beneficência também é solicitado por um número. Se faz viagem de passeio ou de turismo ou de negócio também recebe um número. Para tomar um avião, dão-lhe um número. Se possui ações também recebe um, como acionista de uma companhia. É claro que você é um número de recenseamento. Se é católico recebe número de batismo. No registro civil ou religioso você é numerado. Se possui personalidade jurídica tem. E quando morre, no jazigo, tem um número. E a certidão de óbito também. 
        Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás, é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número.
        Uma amiga minha contou que no Alto Sertão de Pernambuco uma mulher estava com o filho doente, desidratado, foi ao Posto de Saúde. E recebeu a ficha número 10. Mas dentro do horário previsto pelo médico a criança não pôde ser atendida porque só atenderam até o número 9. A criança morreu por causa de um número. Nós somos culpados. 
        Se há uma guerra, você é classificado por um número. Numa pulseira com placa metálica, se não me engano. Ou numa corrente de pescoço, metálica. 
        Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo. 
        E Deus não é número. 
        Vamos ser gente, por favor. Nossa sociedade está nos deixando secos como um número sexo, como um osso branco seco exposto ao sol. Meu número íntimo é 9. Só. 8. Só. 7. Só. Sem somá-los nem transformá-los em novecentos e oitenta e sete. Estou me classificando como um número? Não, a intimidade não deixa. Veja, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem? 

                                                                                Clarice Lispector.
Entendendo o texto:
01 – Podemos afirmar que o texto acima é uma crônica? Justifique sua resposta:
      Sim. Porque ela é uma narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por isso, é uma leitura agradável.

02 – Qual o assunto do texto abordado?
      O assunto abordado é a frieza e a desumanização das pessoas quando são trocadas por números.

03 – A autora já começa com uma advertência. Qual?
      Se não tomarmos cuidado, vamos virar um número até para nós mesmos.

04 – Qual a importância dessa advertência para o texto de um modo geral?
      Devemos ser mais humanos, para não nos transformarmos em números.

05 – O texto todo gira em torno de uma enorme crítica ao ser humano em sociedade, mas em um dos parágrafos há uma crítica bem mais acentuada. Qual é esta crítica e a quem é dirigida?
      Encontra-se no nono parágrafo, onde a autora pede para nós lutarmos contra isso. Que cada um é um, sem número. É dirigida a todos nós.

06 – Na sua opinião sincera, o protesto da autora é inútil?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Há diferença entre ser tratado pelo nome ou por um número? Explique seu ponto de vista:
      Sim. Existe uma grande diferença, nos sentimos valorizado, respeitados. Já como número há uma frieza; apenas um número.

08 – Durante toda a exposição de seus pensamentos acerca dos números que rodeiam nossa vida, a autora confirma a todo instante que tudo é numerado. Apenas o que escapa de ser numerado, segundo ela? Ela tem certeza disso?
      Somente Deus. Sim, ela tem certeza. 
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TEXTO: NUM ENCONTRO PELA LIBERDADE DE OPINIÃO -ALBERT EINSTEIN - COM GABARITO


Texto: Num encontro pela liberdade de opinião

        Vimos aqui hoje para defender a liberdade de opinião assegurada pela Constituição dos Estados Unidos e também em defesa da liberdade de ensino.
        Por isso mesmo, queremos chamar a atenção dos trabalhadores intelectuais para o grande perigo que ameaça essa liberdade.
        Como é possível uma coisa dessas? Por que o perigo é mais ameaçador que em anos passados? A centralização da produção acarretou uma concentração do capital produtivo nas mãos de um número relativamente pequeno de cidadãos do país. Esse pequeno grupo exerce um domínio esmagador sobre as instituições dedicadas à educação de nossa juventude, bem como sobre os grandes jornais dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, goza de enorme influência sobre o governo. Por si só, isso já é suficiente para constituir uma séria ameaça à liberdade intelectual da nação.
        Mas ainda há o fato de que esse processo de concentração econômica deu origem a um problema anteriormente desconhecido – o desemprego de parte dos que estão aptos a trabalhar.
        O governo federal está empenhado em resolver esse problema, mediante o controle sistemático dos processos econômicos – isto é, por uma limitação da chamada livre interação das forças econômicas fundamentais da oferta e da procura. Mas as circunstâncias são mais fortes que o homem.
        A minoria econômica dominante, até hoje autônoma e desobrigada de prestar contas a quem quer que seja, colocou-se em oposição a essa limitação de sua liberdade de agir, exigida para o bem de todo o povo. Para se defender, essa minoria está recorrendo a todos os métodos legais conhecidos a seu dispor. Não deve nos surpreender, pois, que ela esteja usando sua influência preponderante nas escolas e na imprensa para impedir que a juventude seja esclarecida sobre esse problema, tão vital para o desenvolvimento da vida neste país.
        Não preciso insistir no argumento de que a liberdade de ensino e de opinião, nos livros ou na imprensa, é a base do desenvolvimento estável e natural de qualquer povo. Possamos todos nós, portanto, somar as nossas forças. Vamos mantermos intelectualmente em guarda, para que um dia não se diga da elite intelectual deste país: timidamente e sem nenhuma resistência, eles abriram mão da herança que lhes fora transmitida por seus antepassados – uma herança de que não foram merecedores.

       Albert Einstein, Escritos da maturidade.
Conferência pronunciada em 1936.
Entendendo o texto:
01 – Albert Einstein, além de ser o notabilíssimo físico, preocupava-se também, como fica evidente no texto, com a:
(A) ameaça que representa a intervenção do poder estatal, seja para o sistema econômico, seja para o sistema de ensino.
(B) concentração do poder econômico, quando este passa a ter influência sobre o debate e a livre circulação de ideias.
(C) situação de alto índice de desemprego, que desequilibra não apenas as regras do mercado como também o sistema educacional.
(D) centralização da produção, quando ela passa a subordinar- se a circunstâncias que fomentam debates pela imprensa.
(E) influência do poder econômico sobre o governo, quando este deseja fazer valer as leis do livre comércio.

02 – Para se defender, essa minoria está recorrendo a todos os métodos legais conhecidos a seu dispor. (3º parágrafo) Contextualizada a frase acima Einstein está:
(A) alertando para a fragilidade de um sistema econômico à mercê de debates e críticas permanentes.
(B) admitindo que a concentração do poder econômico põe em risco os parâmetros constitucionais.
(C) reconhecendo o poder institucional de que se vale a minoria econômica dominante para impor seus interesses.
(D) recusando a legitimidade dos métodos legais de que as minorias se valem para se oporem às leis do mercado.
(E) considerando o direito que têm as minorias de se defenderem dos abusos do poder econômico.

03 – Considere as seguintes afirmações:
I. A frase do texto que resume o fato problematizado por Einstein é: O governo federal está empenhado em resolver esse problema, mediante o controle sistemático dos processos econômicos (...).
II. Na frase as circunstâncias são mais fortes que o homem, o termo sublinhado refere-se ao movimento de reação em que se estão empenhando os intelectuais.
III. No contexto do último parágrafo, a afirmação de que eles abriram mão da herança denota a quebra de uma tradição histórica de defesa dos ideais de liberdade.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) II e III, somente.
(D) I, somente.
(E) III, somente.

04 – A expressão limitação de sua liberdade de agir, no terceiro parágrafo, refere-se aos limites em que se deve circunscrever:
(A) a intervenção do poder estatal sobre a economia.
(B) a ação da imprensa e da elite intelectual.
(C) o sistema jurídico em processo de institucionalização.
(D) o funcionamento básico das leis do mercado.
(E) a reação dos trabalhadores intelectuais.

05 – Representa-se um encadeamento progressivo de fatos na sequência:
(A) centralização da produção - concentração do capital - influência preponderante nas escolas e na imprensa.
(B) centralização da produção - domínio esmagador - concentração do capital.
(C) defesa da liberdade de ensino - interação das forças econômicas - influência preponderante nas escolas.
(D) grande perigo que ameaça a liberdade – controle sistemático das forças econômicas - processo de concentração econômica.
(E) defesa da liberdade de ensino - desemprego de parte dos que estão aptos a trabalhar – desenvolvimento da vida no país.

06 – A centralização da produção acarretou uma concentração do capital produtivo nas mãos de um número relativamente pequeno de cidadãos do país.
        As expressões sublinhadas podem ser substituídas, respectivamente, sem prejuízo para a correção e o sentido da frase acima, por:
(A) estribou-se numa – comparavelmente
(B) incluiu-se em uma – um tanto quanto
(C) implicou-se numa – mais ou menos
(D) deveu-se a uma – moderadamente
(E) originou uma – em certa medida.



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