CRÔNICA: A menina corajosa
Esta história
aconteceu com a minha bisavó paterna, e foi contada pela filha dela, que é
minha avó. Quando criança, minha bisavó morava num sítio. Seu pai sustentava a
família na roça. Todos os dias, ela ia levar comida para o pai no roçado, um
lugar longe de casa. Sua cachorrinha sempre ia com ela.
Um dia, quando
levava a marmita para o pai, andando bem tranquila pela trilheira, num lugar
onde a mata era fechada, viu que a cachorrinha começou a choramingar e a se
enrolar nas próprias pernas. A menina percebeu que alguma coisa estranha estava
acontecendo. Olhou para os lados e viu uma onça bem grande, com o bote armado,
a ponto de pular do capinzeiro em cima dela. No que viu a onça, a menina ficou
encarando a danada. Pouco a pouco, sempre olhando para o bicho, ela foi se
afastando para trás sem se virar. Quando pegou uma boa distância, a menina
correu em disparada até se sentir segura.
Quando chegou
em casa, estava sem voz. Depois de muito tempo é que conseguiu falar. Os homens
da fazenda pegaram as armas e foram procurar a onça. Mas não a encontraram.
Minha bisavó foi muito corajosa, porque, na hora em que ela viu a onça,
conseguiu lembrar do que o povo dizia: “Onça não ataca de frente, porque tem
medo do rosto da pessoa. Quem quiser se ver livre dela, basta encarar a danada
e não lhe dar as costas.”
TOMAZ, Cristina
Macedo. “De boca em boca”.
São Paulo: Salesiana,
2002.
Entendendo o texto:
01 – A finalidade do texto
é:
a) refletir sobre um fato do
cotidiano.
b) relatar uma
experiência na mata fechada.
c) alertar quanto aos
perigos da mata.
d) expor uma opinião acerca
de um ato de coragem.
02 – Identifique o fato que
levou a menina a perceber que algo estranho estava acontecendo na mata:
A menina percebeu
que a sua cachorrinha “começou a choramingar e a se enrolar nas próprias
pernas”.
03 – Registra-se o clímax da
história no trecho:
a) “[...] andando bem
tranquila pela trilheira, num lugar onde a mata era fechada [...]”
b) “[...] viu que a
cachorrinha começou a choramingar e a se enrolar nas próprias pernas.”
c) “[...] viu uma
onça ... com o bote armado, a ponto de pular do capinzeiro em cima dela.”
d) “Os homens da fazenda
pegaram as armas e foram procurar a onça.”
04 – Qual foi a atitude da
menina diante da situação problemática?
A menina ficou encarando a onça e foi se afastando sem olhar
para trás. Quando atingiu uma certa distância, correu em disparada até um ponto
seguro.
05 – Por que a menina tomou
a atitude identificada na questão anterior?
A menina tomou a
atitude, identificada na questão anterior, porque se lembrou da sabedoria
popular sobre o que a pessoa deve fazer quando se deparar com uma onça: encarar
o felino e não dar as costas a ele.
06 – Transcreva a parte do
texto em que o narrador expõe a sua opinião sobre a história contada:
“Minha bisavó foi
muito corajosa, porque, na hora em que ela viu a onça, conseguiu lembrar do que
o povo dizia [...]”
07 – Em todas as
alternativas, o termo em destaque refere-se à protagonista da história, exceto
em:
a) “Seu pai sustentava a família na roça.”
b) “Todos os dias, ela ia levar comida para o pai no
roçado [...]”
c) “[...] ela foi se afastando para trás
sem se virar.”
d) “Mas não a encontraram.”
08 – Na passagem “Seu pai
sustentava a família na roça.”, o verbo sublinhado aponta para um fato:
a) contínuo no
passado.
b) hipoteticamente ocorrido.
c) concluído totalmente.
d) situado em um passado
longínquo.
09 – Justifique o emprego
das aspas ao final do texto:
As aspas foram utilizadas para sinalizar
a fala de autoria popular, diferenciando-a daquilo que foi dito pela autora do
texto.