quinta-feira, 24 de maio de 2018

RELATO: SUA PRESENÇA EM MINHA VIDA FOI FUNDAMENTAL - ZIRALDO - COM GABARITO


RELATO: Sua presença em minha vida foi fundamental
      Ziraldo     
                       
    Engraçado, eu não tenho um professor inesquecível. Tenho muitos professores inesquecíveis. A primeira professora que minha memória grava não tinha carinho comigo. Botava todos os meninos branquinhos no colo, mas a mim não. Um dia, sentei no colo dela por minha conta e ela me botou no chão. Era uma escola particular, papai não tinha como pagar as mensalidades, era o patrão dele quem pagava. Vai ver, daí vinha minha falta de prestígio com a professora. Devia ter esquecido o nome dela, mas não esqueci. Ela se chamava Dulce, mas não era nada doce.
    Felizmente, não fiquei muito tempo nessa escola, mas por cauda dela, vim vindo pela vida curtindo uma enorme carência afetiva. Que consegui transformar em desenhos, livros, peça de teatro, logotipos, cartazes, ilustrações – tudo a preços baixos. (Pelo menos no início. Agora, depois da fama, a preços mais condizentes com a fama…)
    Minha segunda professora marcante foi dona Glorinha d’Ávila, mãe do poeta e escritor mineiro João Ettiene Filho. Ela era discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico de Minas na década de 40. Dona Helena percebeu logo que não dava pra mudar a cabeça das professoras mineiras, que tinham ainda penduradas na parede da sala de aula as assustadoras palmatórias. Então, formou 150 jovens idealistas e as espalhou por Minas Gerais, com a missão de mudar a escola por dentro. Uma dessas jovens era a dona Glorinha, que, entre outras coisas e contra a vontade das velhas professoras do Grupo Escolar e de sua rabugenta diretora, retirou a palmatória furadinha da parede de minha classe. Só mais tarde foi que percebi a luta de dona Glorinha. Que ela venceu. Descobrindo – bem mais tarde – que sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não a perdesse por aí. A vida, digo. Um domingo fiz a primeira comunhão e não ganhei santinho. Na segunda-feira, ela mandou me chamar na secretaria. “Você fez a primeira comunhão ontem, não fez?” Como é, meu Deus, que uma pessoa adulta, tão importante, pôde prestar atenção num menininho pardo fazendo primeira comunhão naquela catedral tão grande? (Pois minha cidadezinha tinha catedral…) Ela aí perguntou: “Você ganhou um santinho de recordação?” Não havia ganho, não. Aí ela abriu a gaveta, tirou um santinho lindo e escreveu uma dedicatória onde li as palavras “brilhante” e “futuro” que, na hora, não fizeram o menor sentido para mim. Somente um pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha vida, vinha me observando no meio de centenas de alunos do velho Grupo e até já havia mandado chamar meu pai para conversar…
    Engraçado, agora, remoendo essas lembranças, descubro que tive uma professora maluquinha, sim. Foi dona Glorinha d’Ávila, tão pequenininha, tão frágil, tão bonitinha…
                                        Fonte: “Revista Nova Escola”, set/98, p.58.

Entendendo o texto:
01 – A quem o escritor Ziraldo se refere quando afirma “Sua presença em minha vida foi fundamental”? Por que ele faz a referida afirmação?
      Ziraldo se refere à professora Glorinha. Ela exerceu fundamental importância na vida do escritor, pois o tratava com carinho e acreditava em seu potencial, vindo a escrever “futuro” e “brilhante” em um santinho de primeira comunhão com o qual o presenteou.

02 – Coloque V para as afirmações verdadeiras e F para as afirmações falsas:
(V) Helena Antipoff revolucionou o ensino básico de Minas na década de 40.
(F) A professora Dulce era carinhosa com Ziraldo.
(V) A professora Glorinha é mãe do poeta e escritor mineiro João Ettiene Filho.
(F) Ziraldo não teve nenhum professor inesquecível em sua vida.
A sequência CORRETA é:
a) V, V, F, F.      
b) F, F, V, V.     
c) V, F, V, F.     
d) F, V, F, V.

03 – Dulce e Dona Glorinha tinham em comum o fato de serem professoras. Mas, ao compará-las, percebemos que elas eram bastante diferentes. Por quê?
      A professora Dulce era preconceituosa, no que tange à cor da pele e à condição financeira do Ziraldo, então seu aluno. Já a professora Glorinha era carinhosa, tratando os alunos sem qualquer distinção.

04 – Na frase “Somente um pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha vida...”, a palavra destacada refere-se à:
a) Glorinha                     
b) Dulce                     
c) Helena Antipof       
d) diretora do Grupo Escolar.

05 - Como você deve ter percebido, o relato foi organizado em ordem linear, ou seja, Ziraldo relatou os fatos na mesma ordem em que eles aconteceram. Reescreva os itens a seguir, que resumem o relato do escritor, ordenando-os de acordo com a sequência em que são mencionados no texto.
a) O desenhista informa que ficou pouco tempo na escola em que trabalhava a professora Dulce, porém deve ao lugar uma enorme carência afetiva, que foi positivamente transformada em obras.
b) Dona Glória foi responsável por tirar a palmatória furadinha da sala de aula do escritor.
c) Ziraldo relata que a primeira professora de quem se lembra foi negativamente marcante. Ele achava não ter muito prestígio com ela, provavelmente porque era o patrão de seu pai quem pagava a mensalidade da escola.
d) Ao remoer as lembranças, o desenhista afirma ter descoberto que dona Glorinha foi sua professora maluquinha.
e) Ziraldo conta que, na igreja, após sua primeira comunhão, ao contrário dos outros meninos, ele não recebeu um santinho de recordação.
f) A segunda professora marcante na vida do escritor foi discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico mineiro por se opor às palmatórias.
g) Em seu relato, Ziraldo diz ter descoberto que a presença de dona Glorinha em sua vida foi fundamental.
h) Dona Glorinha viu o descaso com Ziraldo na igreja e, no outro dia, deu-lhe um lindo santinho com uma dedicatória.
Resposta: c,a,f,b,g,e,h,d
06- Por que a primeira professora do narrador é inesquecível para ele?
      Porque ela deixou marcas negativas(impressões negativas) na vida dele.
07 - A professora Helena Antipoff revolucionou o ensino básico de Minas Gerais na década de 1940.
    a) Com que objetivo ela provocou essa revolução?
         Com o objetivo  de mudar a forma de ensinar em Minas, que ainda estava no tempo da palmatória.
     b) Como ela conseguiu atingir seu objetivo?
          Ela percebeu que não podia mudar nem a mentalidade nem o modo de ação dos educadores com experiência, então formou 150 jovens idealistas, que ficaram encarregadas de promover essas transformações nas escolas mineiras por dentro.
   08 - Compare: em que aspectos as professoras Dulce e Glorinha se diferenciam?
          Dulce, como o próprio narrador diz, não era nada doce. O texto relata fatos que permitem percebê-la como uma pessoa preconceituosa e pouca atenciosa com ele. Já Glorinha é descrita como uma pessoa inovadora, atenciosa, sensível e afetiva.
09 - O narrador, ao contar com detalhes os fatos relacionados às professoras Dulce e Glorinha, também as descreve? Justifique sua resposta.
Sim, por meio da narração dos fatos, Ziraldo também caracteriza as professoras.
10 - Qual é a contribuição dos trechos descritivos ao relato das experiências escolares do narrador?
Os trechos descritivos contribuem para que o leitor visualize mentalmente as professoras consideradas inesquecíveis para o narrador, tanto pelo lado negativo como pelo positivo.
11 - O texto lido é um relato de memória. Responda:
      a) Em que foco narrativo ele foi escrito?
          Foco narrativo em primeira pessoa.
      b) Qual é a importância de o narrador adotar esse foco no relato de memórias?
          Ao adotar a perspectiva de primeira pessoa, o narrador reforça sua participação nos acontecimentos, ou seja, passa a ideia de que, de fato, é um personagem do relato.







TEXTO: CONHEÇA UMA ESPÉCIE DE LIBÉLULA AMEAÇADA - COM GABARITO


Texto: Conheça uma espécie de libélula ameaçada

      Elas voam depressa e de um jeito que sempre chama atenção. Para quem gosta de observá-las, sentar à beira de um laguinho ou de um riacho e fixar os olhos no espelho d’água é uma dica e tanto: pode apostar que as libélulas virão!
        As libélulas apresentam cores e tamanhos variados, têm o hábito de fazer voos rasantes sobre a água. Será que fazem isso para se refrescar? Que nada! Esse é um costume das fêmeas, que batem com o final do corpo – o abdome – na água.
       Pois bem, as larvas das libélulas são exclusivamente aquáticas, então, quando a fêmea encosta o abdome na água, ela está liberando seus ovos, que depois de algum tempo vão eclodir, liberando as larvas.
    Alguns grupos de libélulas colocam os ovos em locais diferenciados, como a Leptagrion acutum, cujas larvas se desenvolvem na água acumulada em bromélias da Mata Atlântica. Essa espécie tem um abdome considerado longo, de aproximadamente 4,5 centímetros.
    Há muito tempo a Leptagrion acutum não era encontrada. Imagine você que, por 40 anos, não houve registro de sua observação por um pesquisador.
    Mas, em 2005, ela foi reencontrada na Reserva Biológica de Córrego Grande, no Norte do Espírito Santo, onde os pesquisadores observaram apenas dois machos e 16 fêmeas. Essa reserva fica em Conceição da Barra, mesma cidade da primeira observação.
                                    Disponível em: <http://www.otempo.com.br>

01 - Releia:
        Conheça uma espécie de libélula ameaçada”
Agora, identifique a ideia expressa pela palavra destacada, bem como o objetivo da notícia:
      A palavra “Conheça” expressa a ideia de pedido, mais precisamente, funciona como um convite para que o (a) leitor (a) conheça as características e os hábitos da espécie de libélula ameaçada de extinção.

02 – Leia o que se afirma sobre a libélula:
I. As larvas, oriundas dos ovos das libélulas, são predominantemente aquáticas.
II. Leptagrion acutum é o nome científico para alguns grupos específicos de libélulas.
III. A presença da Leptagrion acutum, no Norte do Espírito Santo, é um sinal de que a espécie não se encontra mais tão ameaçada de extinção.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I
b) II
c) I e II
d) II e III.

03 – Identifique o trecho que evidencia a fala direta do autor com o (a) leitor (a):
a) “Elas voam depressa e de um jeito que sempre chama atenção.”.
b) “As libélulas apresentam cores e tamanhos variados [...]”.
c) “Imagine você que, por 40 anos, não houve registro de sua observação por um pesquisador.”.
d) “Essa espécie tem um abdome considerado longo, de aproximadamente 4,5 centímetros.”.

04 – Observe esta passagem do texto:

“As libélulas apresentam cores e tamanhos variados, têm o hábito de fazer voos rasantes sobre a água.”
a) Identifique a que se refere o verbo destacado.

      O verbo destacado refere-se às libélulas.
b) Explique o porquê do acento circunflexo no verbo destacado.

      O verbo “tem” deve ser acentuado quando se referir a um sujeito no plural.

05 – Analise a palavra-chave do texto, isto é, a palavra principal, “libélula”. Em seguida, assinale a alternativa que contém palavras que são acentuadas pela mesma razão que ela:
a) água e hábito.
b) Atlântica e fêmea.
c) bromélias e Espírito.
d) aquáticas e Córrego. (Todas as proparoxítonas são acentuadas).


CONTO: A CIDADE DOS POÇOS - JORGE BUCAY - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

CONTO: A CIDADE DOS POÇOS

        Aquela cidade não era habitada por pessoas, como todas as outras cidades do planeta.
      Aquela cidade era habitada por poços. Poços vivos… mas afinal poços.
      Os poços distinguiam-se entre si não somente pelo lugar onde estavam escavados, mas também pelo parapeito (a abertura que os ligava ao exterior).
      Havia poços ricos e ostensivos com parapeitos de mármore e metais preciosos; poços humildes de tijolo e madeira, e outros mais pobres, simples buracos rasos que se abriam na terra.
     A comunicação entre os habitantes da cidade fazia-se de parapeito em parapeito, e as notícias corriam rapidamente de ponta a ponta do povoado.
      Um dia, chegou à cidade uma «moda» que certamente tinha nascido em algum pequeno povoado humano.
      A nova ideia era que qualquer um que se prezasse deveria cuidar muito mais do interior do que do exterior. O importante não era o superficial, mas o conteúdo.
      Foi assim que os poços começaram a encher-se de coisas. Alguns enchiam-se de joias, moedas de ouro e pedras preciosas. Outros, mais práticos, encheram-se de eletrodomésticos e aparelhos mecânicos. Outros ainda optaram pela arte, e foram-se enchendo de pinturas, pianos de cauda e sofisticadas esculturas pós-modernas. Finalmente, os intelectuais encheram-se de livros, de manifestos ideológicos e de revistas especializadas.
      O tempo passou. A maioria dos poços encheu-se a tal ponto que já não podia conter mais nada.
      Os poços não eram todos iguais, por isso, embora alguns se tenham conformado, outros pensaram no que teriam de fazer para continuar a meter coisas no seu interior…
     Um deles foi o primeiro. Em vez de apertar o conteúdo, lembrou-se de aumentar a sua capacidade alargando-se.
     Não passou muito tempo até que a ideia começasse a ser imitada. Todos os poços utilizavam grande parte das suas energias a alargar-se para criarem mais espaço no seu interior. Um poço, pequeno e afastado do centro da cidade, começou a ver os seus colegas que se alargavam desmedidamente. Ele pensou que se continuassem a alargar-se daquela maneira, dentro em pouco confundir-se-iam os parapeitos dos vários poços e cada um perderia a sua identidade…
     Talvez a partir dessa ideia, ocorreu-lhe que outra maneira de aumentar a sua capacidade seria crescer, mas não em largura, antes em profundidade. Fazer-se mais fundo em vez de mais largo. Depressa se deu conta de que tudo o que tinha dentro dele lhe impedia a tarefa de aprofundar. Se quisesse ser mais profundo, seria necessário esvaziar-se de todo o conteúdo…
      A princípio teve medo do vazio. Mas, quando viu que não havia outra possibilidade, depressa meteu mãos à obra. Vazio de posses, o poço começou a tornar-se profundo, enquanto os outros se apoderavam das coisas das quais ele se tinha despojado…
    Um dia, algo surpreendeu o poço que crescia para dentro. Dentro, muito no interior e muito no fundo… encontrou água!
      Nunca antes nenhum outro poço tinha encontrado água. O poço venceu a sua surpresa e começou a brincar com a água do fundo, umedecendo as suas paredes, salpicando o seu parapeito e, por último, atirando a água para fora.
      A cidade nunca tinha sido regada a não ser pela chuva, que na verdade era bastante escassa. Por isso, a terra que estava à volta do poço, revitalizada pela água, começou a despertar. As sementes das suas entranhas brotaram em forma de erva, de trevos, de flores e de hastezinhas delicadas que depois se transformaram em árvores…
     A vida explodiu em cores à volta do poço afastado, ao qual começaram a chamar «o Vergel».
      Todos lhe perguntavam como tinha conseguido aquele milagre.
    — Não é nenhum milagre — respondeu o Vergel. — Deve procurar-se no interior, até ao fundo.
      Muitos quiseram seguir o exemplo do Vergel, mas aborreceram-se da ideia quando se deram conta de que para serem mais profundos, se tinham de esvaziar. Continuaram a encher-se cada vez mais de coisas…
      No outro extremo da cidade, outro poço decidiu correr também o risco de se esvaziar…
      E também começou a escavar…
      E também chegou à água…
    E também salpicou até ao exterior criando um segundo oásis verde no povoado…
      — Que vais fazer quando a água acabar? — perguntavam-lhe.
     — Não sei o que se passará — respondia ele. — Mas, por agora, quanto mais água tiro, mais água há.
      Passaram-se uns meses antes da grande descoberta.
     Um dia, quase por acaso, os dois poços deram-se conta de que a água que tinham encontrado no fundo de si próprios era a mesma…
     Que o mesmo rio subterrâneo que passava por um inundava a profundidade do outro
      Deram-se conta de que se abria para eles uma vida nova.
     Não somente podiam comunicar um com o outro de parapeito em parapeito, superficialmente, como todos os outros, mas a busca também os tinha feito descobrir um novo e secreto ponto de contato.
    Tinham descoberto a comunicação profunda que somente conseguem aqueles que têm a coragem de se esvaziar de conteúdos e procurar no fundo do seu ser o que têm para dar…
 Jorge Bucay

                                                                  
Entendendo o texto:

01 – Qual o título do texto?
      O título do texto é “A cidade dos poços”

02 – Quem eram os habitantes desta cidade?
      Os habitantes desta cidade eram os poços.

03 – Todos os poços eram iguais? Justifique sua resposta.
      Os poços eram diferentes, haviam poços ricos com parapeitos de mármore ou metais preciosos; os mais humildes feitos de tijolos e madeira; e outros muitos pobres que eram buracos rasos que se abriam na terra.

04 – Que moda chegou à cidade dos poços? De onde veio essa moda?
      Era a moda de que alguém que se prezasse devia cuidar muito mais do interior do que do exterior. Essa moda deve ter vindo de algum povoado humano.

05 – Como ocorria a comunicação na cidade dos poços?
      A comunicação era feita de parapeito em parapeito.

06 – O que aconteceu com o passar do tempo?
      Com o passar do tempo os poços encheram-se tanto ao ponto que já não podiam conter mais nada.

07 – Qual foi a solução encontrada pela maioria dos poços?
      A maioria dos poços resolveram aumentar sua capacidade para os lados.

08 – Qual foi a ideia do pequeno poço afastado da cidade? O que ele teve que fazer para alcançar esse objetivo?
      Ele resolveu ao invés de alargar-se, ele resolveu aprofundar-se. Mas para isso ele teve que se desfazer do que ele guardava em seu interior.

09 – Qual foi a reação dos outros poços?
      Ele até acharam que eram uma boa ideia, mas não quiseram se desfazer das suas coisas. Mas um poço no outro extremo da cidade resolveu se aventurar e cavar para baixo.

10 – O que o poço que cavou para baixo encontrou?
      Ele encontrou água.

 11 – Que nome deram para o poço fundo? Justifique sua resposta.
      Começaram a chama-lo de Vergel, pois quando ele começou a jogar água para fora a terra começou a brotar.



quarta-feira, 23 de maio de 2018

FILME(ATIVIDADES): GERMINAL - CLAUDE BERRI - COM GABARITO

Filme(ATIVIDADES): GERMINAL

Data de lançamento: desconhecida (2h 40min)
Direção: Claude Berri
Gêneros: DramaHistórico
Nacionalidades: FrançaItáliaBélgica

SINOPSE E DETALHES
        Durante o Século XIX, os trabalhadores franceses eram explorados pela aristocracia burguesa, que dava condições miseráveis para seus empregados. Em uma cidade francesa, os mineradores de uma grande mineradora, decidem realizar uma greve e se rebelam contra seus chefes, causando o caos.

Entendendo o filme:
01 – De que trata o filme?
      Trata de relações de trabalho, que ocorriam de maneira exploratória, isto é, tirando a força de trabalho do operário, de maneira desumana e não retribuía remuneração justa, especialmente conversão de direitos. Era praticamente um trabalho escravo, onde os operários viam-se submetidos em nome do sustento familiar e pessoal.

02 – Como se dá a relação entre capital e trabalho? Quais as consequências imediatas (aparentes) dessa relação?
      Dava-se de maneira exploratória, pois o capitalismo (proprietário das minas) tendo em mãos o monopólio, comprava a força de trabalho (mão-de-obra) bastante barata e só visava ao lucro (o maior possível). Além disso, contava com o apoio do Estado e da burguesia como um todo.

03 – Como a burguesia se comporta diante da situação dos trabalhadores?
      De maneira fria e desumana, pois não enxerga a possibilidade de favorecer ou conceder melhores condições de trabalho e direitos básicos. Encara como natural o trabalho exacerbado em que a remuneração sequer garante o sustento. Por outro lado a burguesia se esbalda em requintes, recursos e luxuosos banquetes.

04 – Qual o resultado da greve?
      A greve gera um caos econômico e social, o que faz com que os burgueses recorram ao Estado e dele se sirvam. Porém, serve também para demonstrar que o povo organizado é capaz de modificar a sociedade. Entretanto, isso não ocorreu naquele contexto, também porque o capitalismo tem a seu favor a legislação.

05 – Através do filme, é possível observar o fenômeno da confrontação entre patrões e empregados. Em que condições estas lutas eram desenvolvidas?
      O filme faz relatos sobre os trabalhadores de uma mina onde mulheres, crianças, idosos e homens trabalhavam sem equipamentos de segurança, com pouca comida e água e um salário que dava somente para o sustento da família. Percebendo esta situação Etienne começa a influenciar os outros trabalhadores para que façam greves, entretanto os patrões não concedeu a greve, o que fez com que os mineradores travassem uma luta contra eles. Então os patrões contrataram os belgas para trabalhar fazendo com que os mineradores voltassem a trabalhar nas mesmas condições.

06 – Em análise ao filme, temos que o personagem de Gerard Depardieu representava a estagnação no contexto social, enquanto o personagem “Etienne” representava uma mudança no processo da eclosão de movimentos sindicais. Por quê? Explique/justifique.
      Gerard Depardieu: Era o funcionário mais antigo e respeitado, não faz nada quanto a situação sua é de sua família.
      Etienne: Homem que recém havia chegado e estava desempregado, possuía um espírito contestador e revolucionário, ao ver a situação precária que todos ali viviam decide influenciar os outros trabalhadores para que fizessem uma greve em busca de melhores condições de trabalho e decide lutar junto a eles, entretanto eles não obtiveram êxito.

07 – Faça um comentário sobre o que entendeu.
      O filme mostra relações de trabalho em que predominam situações de alienação ferrenha, exploração e submissão. Trata-se de um trabalho precário, onde os burgueses monopolistas compram a força de trabalho de maneira desvalorizada, onde o este mesmo capitalista exige o máximo de dispêndio de força de trabalho humano e pouco oferece em troca, sequer direitos essenciais.
      Mostra também os primórdios das lutas contra a exploração e a busca constante e incessante por melhores condições de emprego.



MÚSICA(ATIVIDADES): TREM DAS CORES - CAETANO VELOSO - COM GABARITO

Música(Atividades): Trem Das Cores

                                              Caetano Veloso
A franja na encosta cor de laranja, capim rosa chá
O mel desses olhos luz, mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra, a prata do trem
A lua e a estrela, anel de turquesa

Os átomos todos dançam, madruga, reluz neblina
Crianças cor de romã entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo ficando pra trás da manhã
E a seda azul do papel que envolve a maçã

As casas tão verde e rosa que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar

Teu cabelo preto, explícito objeto, castanhos lábios
Ou pra ser exato, lábios cor de açaí
E aqui, trem das cores, sábios projetos: Tocar na central
E o céu de um azul celeste celestial.

Entendendo a canção:

01 – Ditado das cores e sentimentos.

Escrever a cor que associam à palavra.
a)   Amor:________________________
b)   Dor:__________________________
c)   Pureza:_______________________
d)   Perigo:________________________
e)   Tranquilidade:__________________
f)    Sujeira:________________________
g)   Esperança:_____________________
h)   Solidão:_______________________
i)     Energia:_______________________
j)     Tristeza:_______________________
k)   Maldade:______________________
l)     Intuição:_______________________
m)  Saúde:_______________________
n)   Feminino:______________________
o)   Fome:_________________________
p)   Morte:_________________________
q)   Natureza:______________________
r)    Atenção:_______________________
s)   Masculino:______________________
t)     Sabedoria:______________________

Após o ditado, confira com os alunos as cores que eles associaram às palavras. Discuta com eles por que eles associam certas cores a certas ideias, sentimentos e coisas.
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Colocar no quadro o objeto e sua cor correspondente:
Objeto ......................... Cor.
Encosta ......................  Laranja.
Capim ........................   Rosa chá.
Olhos luz .....................  Mel.
Serra ...........................  Ouro/verde.
Trem ..........................   Prata.
Anel ...........................   Turquesa.
Nuvem chumbo .........   Oliva.
Papel de seda ...........   Azul.
Casa .........................   Verde.
Casa .........................   Rosa.
Cabelo ......................   Preto.
Lábios .......................   Castanhos.
Lábios .......................   Cor de açaí.
Céu ...........................   Azul celeste.

03 – Verifique-se:
        As cores dos objetos citados no poema correspondem as cores desse objetos na vida real.
        Responda as seguintes questões:
a)   A encosta laranja, é laranja mesmo?
Sim.

b)   E o capim rosa chá?
Ele é rosa.

c)   Como vocês entendem o verso: “E a seda azul do papel que envolve a maçã”?
Fala de quando as maçãs argentinas vinham embrulhadas no papel azul de seda.

d)   O que seria um “Azul quase inexistente”?
Azul transparente.

e)   Como você imagina os “Castanhos lábios, ou pra ser exato, lábios cor de açaí”?
Resposta pessoal do aluno.

04 – Marque V, se a proposição é verdadeira. E F, se a proposição é falsa:
Trem das cores
A franja na encosta
Cor de laranja,
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz,
O ouro ainda não bem verde da serra,
A prata do trem
A lua e a estrela,
Anel de turquesa (Veloso, 2013).
        A análise sintática do trecho da música Trem das cores, de Caetano Veloso, indica que se está diante de oito orações e, consequentemente, de oito frases verbais.
      Falsa.



FÁBULA: JUPITER E A ABELHA - FERNANDO KITZINGER DANNEMANN - COM GABARITO


Fábula: JUPITER E A ABELHA


        Houve um dia em que a rainha das abelhas entendeu ser necessário agradecer ao deus Júpiter por tudo quanto ele havia lhes dado, principalmente os campos, as flores e o néctar em abundância. E decidiu presenteá-lo com o que de melhor elas possuíam para oferecer-lhe, que era o mel produzido por cada uma graças à fartura da matéria prima que a divindade colocara à disposição de todas. Então ela procurou as melhores colmeias, recolheu a quantidade de mel que julgou ser suficiente e voou com ele para o Monte Olimpo, onde morava o maior dos deuses.
        Júpiter ficou tão satisfeito com o presente recebido que desejou retribuí-lo, e para isso prometeu dar à abelha qualquer coisa que ela desejasse. Ao ouvir tal oferecimento, a rainha não se conteve e pediu:
         -- Oh, Júpiter, dê-nos um ferrão com o qual possamos nos defender. Mas que seja tão forte e resistente que com ele sejamos capazes de ferir e matar aqueles que se aproximarem de nossa casa com intenção de nos roubar o mel.
         O deus maior não gostou do espírito vingativo facilmente perceptível no pedido feito pela abelha, mas como não podia voltar atrás na palavra empenhada, ele declarou:
         -- Vou lhes dar o ferrão que me está sendo pedido, mas com a condição de que se vocês o usarem para atacar qualquer coisa viva, a picada poderá ser mortal.
         Ao ouvir essas palavras a rainha das abelhas bateu palmas de contentamento, mas tão logo fez menção de agradecer à benesse recebida, Júpiter completou sua fala: 
        -- Mas devo avisá-la de que a picada será mortal também para vocês, porque como o ferrão se quebrará no momento em que for usado, a abelha que tiver feito isso morrerá logo em seguida.
        Moral da história: Quem pratica o mal, recebe o mal como recompensa.

                                                       Fernando Kitzinger Dannemann
Entendendo a fábula:

01 – Qual é o título do texto? Quem é o autor?
      Júpiter e a Abelha. Fernando Kitzinger Dannemann.

02 – Quais os personagens do texto?
      Júpiter e a Abelha.

03 – A que gênero pertence o texto?
      Pertence a fábula.
04 – Você concorda com a moral que o autor escreveu? Que outra moral você daria?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Em sua opinião, para que público o autor escreveu essa fábula?
      Foi escrito para o público adolescente.

06 – Com que intenção você acha que ele escreveu?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Para você que tipo de narrador essa fábula apresenta?  Transcreva um trecho que comprove sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Reconte essa fábula com suas palavras, dando assim uma nova versão.
     Resposta pessoal do aluno.