sábado, 17 de março de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PESCADOR DE ILUSÕES - O RAPPA - COM GABARITO

Música(Atividades): Pescador de Ilusões

                                                             O Rappa
Se meus joelhos não doessem mais
Diante de um bom motivo
Que me traga fé, que me traga fé

Se por alguns segundos eu observar
E só observar
A isca e o anzol, a isca e o anzol
A isca e o anzol, a isca e o anzol
Ainda assim estarei pronto pra comemorar
Se eu me tornar menos faminto
Que curioso, curioso
O mar escuro, é, trará o medo lado a lado
Com os corais mais coloridos

Valeu a pena, ê ê
Valeu a pena, ê ê
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões (bis)

Se eu ousar catar
Na superfície de qualquer manhã
As palavras de um livro sem final
Sem final, sem final, sem final, final

Valeu a pena, ê ê
Valeu a pena, ê ê
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões (bis)

Se eu ousar catar
Na superfície de qualquer manhã
As palavras de um livro sem final
Sem final, sem final, sem final, final

Valeu a pena, ê ê
Valeu a pena, ê ê
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões (bis).

Entendendo a canção:

01 – Embora há uma riqueza de metáforas, permitindo várias possibilidades de interpretação nesta canção, qual é a temática? Cite os versos que confirmem sua resposta.
      Temática é religião. Verso: “Se meus joelhos não doessem mais / Diante de um bom motivo / Que me traga fé.”

02 – Se pensarmos no cenário religioso de nosso país, o que seria a “Isca e o Anzol”?
      Uma das possibilidades de resposta seria a maneira como muitos líderes religiosos conduzem suas igrejas, utilizando artifícios para “pescar” novos adeptos.

03 – Que outra interpretação o verso: “A isca e o anzol” nos desperta?
      Que a isca e o anzol são nossas ações, acompanhadas de uma profunda contemplação da realidade. Refletindo mais, reagindo menos.

04 – Analise os versos abaixo e identifique as figuras de linguagem que possuem.
a)   “Sou pescador de ilusões.”
Metáfora.

b)   “Sem final, sem final, sem final, final.”
Anáfora.

05 – No refrão: “Valeu a pena, sou pescador de ilusões.” Dentro do contexto religioso como analisar?
      Os pescadores são os apóstolos que acompanhavam Jesus Cristo. Quanto às ilusões, elas representam acreditar em alguma coisa que não existe (ou seja, a Fé).

06 – Que mensagem o eu lírico nos transmite nesta canção?
      Ter paciência e fé para conquistarmos um sonho, sem desistir e sem medo de arriscar e ir um pouco mais fundo no mar escuro, para ver os corais mais coloridos... vale a pena!



FILME(ATIVIDADES): COMO ESTRELAS NA TERRA - TODA CRIANÇA É ESPECIAL - COM GABARITO

Filme(Atividades): "Como Estrelas na Terra" 

 Data de lançamento: 2007 (2h 55min)
Direção: Aamir Khan
Gênero: Drama
Nacionalidade: Índia

SINOPSE E DETALHES
Livre
        O jovem Ishaan tem muita dificuldade para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as tarefas por falta de compromisso, decide levá-lo a um internato, o que leva o menino a entrar em depressão. Mas, um professor substituto de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver.


        O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade. 
        Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria. 
        Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava. Ele ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante. 
        Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme "Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador. 
        O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os professores não estão preparados para essa mudança. 
        Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências.


Entendendo o filme:
01 – Como era o papel família de Ishaan antes de descobrir se ele tinha dislexia? Será que a família já desconfiava ou foi uma surpresa quando descobriram?
      A família era bastante exigente em relação aos resultados dos filhos. Pelo fato do irmão de Ishaa conseguir boas notas na escola a cobrança era ainda maior. Os pais não entendiam o porquê das dificuldades enfrentadas por Ishaa e o tratavam como uma criança "normal". Por isso a surpresa foi tão grande quando seu professor revelou que ele era dislexo, pois eles na verdade achavam que era enrolação e bagunça.

02 – O Professor é antes de tudo um ser humano com sentimentos e na sua atuação precisa ter sensibilidade para procurar entender as especificidades dos seus alunos. Como o Professor percebeu a dificuldade/necessidade de Ishaan?
      Como os antigos professores de Ishaa não perceberam que era dislexo, e não compreendiam que ela tinha dificuldade fez com que ele perdesse completamente o interesse pelos estudos e isso iria ficar assim até o final do semestre onde ele novamente repetiria o ano. Com a chegada de Ram na escola ele percebeu o desinteresse que Ishaa demonstrava pelos estudos em relação aos outros alunos, foi quando ele resolveu correr atrás do porquê.

03 – Discorra sobre cada professor que passou pela vida escolar de Ishaan, antes do professor Ram que foi sensível a situação dele.
      Os professores da escola regular o achavam levado e displicente, não tinham paciência e não compreendiam quando ele não conseguia ler nem resolver problemas por achar que não passava de brincadeiras. Ao chegar na nova escola que mantinham o padrão de tradicional.

04 – O filme aborda as diferentes formas de aprender se assemelhando as Inteligências Múltiplas de Howard Gardner. Cada um aprende de forma diferente, porque cada pessoa é diferente com talentos diferentes. Qual o momento do filme que você considera mais latente o fato de que todos somos estrelas e que só precisa de um espaço para brilhar?
      Quando no dia que o professor Ram resolveu fazer um evento diferente na escola e o Ishaa sai cedo e vai sozinho para um lugar lindo e isolado, onde ele buscou inspiração para fazer sua pintura.

05 – O Professor Ram usa a frase “Nessa corrida desesperada, alimentam cavalos de corrida, não crianças”. O que ele queria dizer com isso?
      Ao chegar à escola o professor percebeu que além de tudo os alunos eram crianças e precisavam de atenção. O método tradicionalista buscava criar máquinas e não alunos que pudessem desenvolver suas habilidades.

06 – O filme destaca muitos aspectos importantes referentes ao processo ensino-aprendizagem. Aponte três que sejam mais significativos, na sua opinião.
  • No filme, o personagem Ishaan, um menino de nove anos, com dislexia e outras problemáticas que a acompanham devido a incompreensão de sua escola, pais e professores. Estes problemas que vão desde a negação do “eu não consigo” para a teimosia, rebeldia, mentiras e fuga de situações conflitantes, até dificuldades nos relacionamento com pares, adultos e traumas emocionais;

  •  A falta de conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem que permeia as ações propostas pelo sistema educacional;
  •  A questão da maturidade ou desenvolvimento não são as mais importantes para a aprendizagem, mesmo assim não nega a sua influência.
07 – Qual foi a cena do filme que mais tocou você? Justifique.
      Resposta Pessoal

08 – A história do filme nos leva a refletir sobre muitas questões desde a gestão escolar até a prática pedagógica do professor. Qual a lição que você, como futuro professor absorveu para sua vida Profissional e pessoal?
      Resposta Pessoal.


GINCANA CULTURAL - OBJETIVOS - REGULAMENTO

Gincana Cultural

        A Gincana Cultural será realizada e contará com a participação de todos os professores e presença maciça dos alunos.
        Os objetivos para esta realização será:

·        Promover o entrosamento entre os alunos.
·        Despertar o espírito esportivo e competitivo.
·        Estimular a criatividade e o trabalho em equipe.
·        Elaborar cartazes informativos.

--- Formação das equipes:
        As turmas formarão equipes e duplas para se inscreverem em cada prova.

--- Regulamento:
        Cada professor ficará responsável por uma turma.
     Cada turma elegerá um representante para fazer as inscrições de sua turma para a coordenadora ou professor conselheiro.
        Cada participante só poderá participar de no máximo 3 provas.
    Professores e pais só poderão participar das provas em que foram solicitados.
       Cada equipe deverá terminar a prova que está executando para garantir a sua colocação na mesma.
     Deverá haver participação de todos os alunos durante a realização da gincana.
      A equipe não poderá faltar com respeito (vaiar, xingar, etc.) com as equipes adversárias, pois isso implicará em perda de pontos (10 pontos por advertência).

--- Provas: das roupas = cada turma deverá ser representada por um(a) aluno(a). Esse(a) aluno(a) terá 01 minuto para vestir o maior número de roupas possíveis. As roupas que tiverem zíper e botões deverão estar devidamente fechados. Não valerá meias, sutiã, calcinhas, lenços. As roupas deverão ser trazidas pela equipe participante.

--- Apresentação de teatro:

1ª TURMA = Tema: Violência – abrangem a violência entre casais (marido, mulher, namorado, namorada) assédio do patrão com sua empregada e o estrupo.

2ª TURMA = Drogas: Contou sobre a vida de um homem que foi destruída pela cocaína e que o fez morrer, na cama de um hospital, abandonado por todos.

3ª TURMA = Racismo: Contou a história de pagodeiros que só porque eram pobres e negros, foram acuados injustamente de roubo.

4ª TURMA = Gravidez na adolescência: Contou a história de 03 moças que transaram sem usar camisinha e acabaram grávidas.

5ª TURMA = Discriminação: Contou a história de um cantor que quando estava bem vestido, as fãs tratavam o muito bem, um dia resolveu fazer um teste. Se vestiu de mendigo e a reação dos fãs foi de desprezo.

·        Acontecerá também algumas provas de entretenimento, prova do balão, todas as salas participarão.

·        Prova de conhecimento gerais: Serão feitas 23 perguntas distribuídas nos seguintes conhecimentos. Ciências, geografia, história e conhecimento gerais. A sala que obtiver maior número de acertos ganhará 10 pontos.

SONETO: A UM POETA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 SONETO: A um poeta
                   Olavo Bilac



Soneto
O fazer poético é o tema deste soneto de Olavo Bilac.

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!



Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a beleza, gêmea da verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

                             Olavo, Bilac. Poesias. São Paulo: Martins Fontes,
                                           1996. p. 336. (Coleção Poetas do Brasil).

Beneditino: membro da ordem religiosa dos beneditinos. Por extensão, passou a designar alguém que se devota incansavelmente a um trabalho muito meticuloso.
Claustro: Local de recolhimento, de meditação.

Entendendo o soneto:
01 – O que os versos de Bilac sugerem sobre o trabalho do poeta para produzir um texto?
      O trabalho do poeta, segundo Bilac, deve ser árduo. Isso fica claro no verso “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”.

     a)   Esse trabalho se baseia na razão ou na emoção? Justifique.
      O esforço para atingir a “perfeição” do verso não deve transparecer no poema. Por isso, o trabalho do poeta é intelectualizado e distanciado da realidade que o cerca. Para conseguir a perfeição do poema, o poeta deve realizar um trabalho que privilegia as ações racionais e não a emoção.

     b)   Quais são as condições necessárias, segundo o eu lírico, para que se possa escrever um bom poema?
      O poeta deve se afastar da vida mundana, cotidiana, e trabalhar com afinco e de forma meticulosa (como um beneditino).

     c)   De que maneira essas condições contribuem para obter a forma perfeita no poema?
      Como se trata de alcançar, no poema, a perfeição da forma, o ideal de beleza, nada pode atrapalhar o poeta. Por isso, ele deve isolar-se do mundo em seu claustro e “lapidar” incansavelmente o verso até que ele fique impecável.

02 – Na segunda estrofe, o eu lírico compara o resultado a ser alcançado pelo poeta a um tempo grego.
     a)   Que qualidades comuns haveria entre o poema ideal e um templo grego?
      A riqueza e a sobriedade, ou seja, a linguagem rica, mas enxuta.

     b)   Copie no caderno outros trechos do texto em que a mesma ideia é reforçada.
      Possibilidade: na última estrofe, as referências à arte pura, inimiga do artifício, com força e graça na simplicidade reforçam a ideia de riqueza e sobriedade.

03 – Na terceira estrofe, é utilizada a metáfora do andaime e do edifício para representar o poema. Explique como esses elementos se associam à criação de um poema.
      O edifício seria o poema pronto, e os andaimes representariam o poema ainda em construção. O leitor do poema desconhece quanto foi necessário ao poeta suar e trabalhar até produzir sua obra, assim como aqueles que observam o edifício pronto não presenciam o esforço dos trabalhadores que o constroem.



CRÔNICA: PAI E FILHA NO ZOO - LEDO IVO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: PAI E FILHA NO ZOO

     Passa um pavão, e o pai pergunta à menina:
 --- O que é isto?
 --- É uma galinha.
      (Jamais uma galinha foi tão bela).
 Os dois aproximam-se de uma jaula. 
No cárcere municipal há um lobo andando surdamente de um lado para o outro, como se esperasse um milagre que, de súbito, o devolvesse aos desfiladeiros de sua infância.
        O pai pergunta à criança:
        --- O que é isto, minha filha?
        --- É um cachorro.
        Vão ambos passeando, subindo ou descendo degraus, entre folhagens e pedras dispersas. Na manhã domingueira as coisas se ordenam tranquilamente. Perto do museu há famílias que trouxeram sanduiches e garrafas e comemoram o domingo.
        Em todos os muros para onde se vá, cardumes de pessoas se voltam para a contemplação dos bichos. Há criaturas que sonham ter, em suas casas suburbanas, uma gaiola com um tié-sangue.
        Dir-se-ia que o mundo, na manhã gloriosa, está em férias, festejando a reunião das pessoas e dos bichos numa comunhão geral de contemplados e contempladores.
        Jacarés dormem ao sol, com os dorsos enfeitados de folhas; outros ainda estão escondidos em suas alcovas de lama. Longe, as girafas espreitam o azul.
        Pai e filha param diante de uma população de macacos.
        --- O que é isto?
        A criança, peremptória:
        --- É um homem feio.
        O passeio continua, e vão os dois misturados ao desfile geral, seguindo outros pais que vieram de todos os lugares da cidade para oferecer à curiosidade das gentes de calças curtas ou de pequenas saias uma aula de História Natural.
        No campo faiscante, algumas zebras parecem confabular, os focinhos voltados para o chão.
        --- Que é isto?
        --- É um cavalo.
        A mão da filha segura a mão do pai, e os dois prosseguem, admirando plumagens e crinas, jubas e patas. Não há temor nos olhos da criança quando ela fita o leão, o jaguar ou o urso polar que olha com ressentimento e desprezo alguns quilos de gelo jogados em sua jaula, num humilde simulacro de chão de pólo.
        --- Me dá para mim esse leão!
        Depois estão ambos passeando pelo aquário, contemplando os peixes que transitam, serenos, nas galerias que imitam o fundo do mar.
        Já viram tudo, vieram de manhãzinha e agora o sol está a pino, entre as palmeiras e o morro.
        E os dois caminham silenciosamente pela alameda, vendo a montanha-russa parada, os barcos infantis numa piscina redonda, as árvores que protegem bicicletas e automóveis.
        Seguem tão penetrados do esplendor de domingo que a brisa cessa por um momento de soprar, a fim de que eles transponham o grande portão aberto e se percam para sempre no abismo da cidade.

                                 Ledo Ivo. Rio, a Cidade e os Dias, págs. 80-82.
                                                 Edições Tempo Brasileiro, Rio, 1965.

Entendendo o texto:
01 – As respostas da menina são:
      (X) Engraçadas.                    (   ) Bobas.
      (   ) Absurdas.                        (   ) Certas.

02 – As respostas da menina   SÃO -  NÃO SÃO completamente erradas, porque:
      (   ) Ela trocava os nomes dos animais.
      (   ) Todos os animais se parecem.
      (X)  Há alguma semelhança entre os animais apontados pelo pai e os que ela designava.

03 – O autor refere-se mais de uma vez à beleza daquele domingo, principalmente, nas duas expressões:
      Manhã gloriosa.
      Esplendor de domingo.

04 – Destaque do texto a frase em que o autor mostra o interesse, a admiração das pessoas diante dos animais de zoo.
      Cardumes de pessoas se voltam para a contemplação dos bichos.

05 – Referindo-se ao lobo, o autor quis dizer que o animal estava:
      (   ) Agitado e nervoso com a presença dos visitantes.
      (   ) Faminto.
      (X) Desejoso de liberdade, saudoso da terra onde nasceu.

06 – Explique a frase: “As girafas espreitam o azul.”
      As girafas olham para o alto, para o céu.

07 – Interprete: “Pais vieram para oferecer à curiosidade das gentes de calças curtas ou de pequenas saias uma aula de História Natural.”
      Os pais trouxeram as crianças ao zoo para que elas, vendo as animais, pudessem satisfazer sua curiosidade e aprender muitas coisas a respeito de bichos.

08 – Que significa, no último parágrafo do texto, “perder-se no abismo da cidade”?
      Desaparecer no tumulto da cidade.

09 – No texto, o autor usou os verbos no tempo PRESENTE PRETÉRITO, para nos dar uma impressão de:
      (   ) Fato já passado.
      (X) Uma cena ao vivo, que acontece durante a leitura.
     


TEXTO: A SUCURI - PEREGRINO JÚNIOR - COM GABARITO

Texto: A SUCURI


    Quando fui ao barracão para a quinzena, seu João Antônio ficou satisfeito com a minha produção.
     - Inverno está chegando! Vamos aproveitar o dia de sol pra uma caçada?
  Concordei. Munimos as cartucheiras. Botamos o terçado no quarto e o rifle nas costas; pulamos pra montaria e subimos o rio – remando os dois com talento – em busca do furo que levava à bocaina do Igapó Água Preta.
        --- Caboclos andam assustados... e seringueiros da beira deixaram de pescar.
        --- Por quê?
        --- Coisa de cobra-grande.
        --- O senhor acredita, seu João Antônio?
        --- Por que não? No território de Guaporé foi morta a metralhadora uma sucuriju de trinta metros de comprimentos.
        --- Já ouvi falar.
        --- E no lago Macuricana, no Alto Amazonas, no lago Grande do Sol, no Distrito de Óbitos, também foram vistas cobras-grandes de mais de trinta metros de tamanho!
        --- Mas a maior parte desses casos são lendas. Conheço meia dúzia de variedades de lendas da cobra-grande.
        --- Ver, o senhor nunca viu?
        --- Não vi não.
        --- Pois ainda há de ver.
        A montaria, a certa altura, bateu num grosso tronco de árvore, e quase vira e alaga... Seu João Antônio mergulha, ágil, a mão no rio, para ver que tronco era aquele – e o tronco se mexeu embaixo da montaria, lento pesado, indiferente.
        Ele não teve dúvida: pulou na água e montou no tronco mole, frio e pegajoso, que deslizava lerdo entre suas pernas. De repente, a sucuri alçou o lombo, levantou a cabeça, procurou envolve-lo com a cauda. João Antônio tratou de sacar o terçado, para defender-se, mas com os movimentos do bicho perdeu o equilíbrio e caiu dentro da água.
        A sucuri enrolou-se nele com força e lhe tolheu a ação dos braços. Homem frio, que igual à força só tinha a coragem, seu João Antônio tentou dominar a cobra com as pernas. A água não lhe permitia firmeza para a manobra. Vi o homem morto, e a sucuri enrolada nele, apertando-o, como quem queria quebrar-lhe os ossos.
        Corri a bala na agulha do rifle – eu sempre tive boa pontaria – e atirei bem na cabeça da cobra. Se errasse, matava seu João Antônio. Mas não errei: acertei no olho da bicha. E foi como se eu não tivesse atirado: ela não deu confiança. Dei-lhe mais cinco tiros. E, depois, para arrematar, remei para peto, e de terçado, fustiguei-a com vontade, até ela soltar o homem.
        Seu João Antônio, desvencilhando-se da cobra-grande, nadou tranquilamente para a montaria como se nada tivesse sucedido com ele.
        --- Se você não tivesse aqui, eu dava conta dela sozinho, disse ele. Já estava com o terçado na mão esquerda pra corta-la pelo meio.
        Rebocamos a sucuri para a beira do lago: tinha doze metros de comprimento!
                                        Peregrino Júnior. A Mata Submersa Outras
                                               Histórias da Amazônia. págs. 314-315.
                                                        Editora José Olympio, Rio, 1960.

Entendendo o texto:
01 – Em que lugar do Brasil aconteceu o episódio narrado no texto?
      Na Amazônia.

02 – As duas palavras que melhor caracterizam esse lugar são:
      (   ) Barracão.           (   ) Rio.           (X) Seringueiro.
      (X) Igapó.                 (   ) Cabolo.

03 – O personagem narrador da história é:
      (   ) João Antônio.
      (X)  O companheiro de João Antônio.
      (   ) Peregrino Júnior.

04 – O companheiro de João Antônio:
      (   ) Acreditava na cobra-grande.
      (   ) Não acreditava na existência da cobra-grande.
      (X)  Duvidava se existia a cobra-grande.

05 – Que “tronco de árvore” era aquele de que se fala na linha 25?
      Era a sucuri.

06 – Assinale o que o narrador quis dizer com a frase:
      “Vi o homem morto”
      (   ) Notei que João Antônio tinha morrido.
      (   ) O homem não se mexia mais,, parecia morto.
      (X)  Eu já o considerava morto, tão certo estava de que a cobra o mataria.

07 – Na luta com a sucuri, João Antônio demonstrou ser um homem:
      (   ) Fraco e mole.
      (   ) Afobado e nervoso.
      (X)  Calmo, frio e corajoso.
      (   ) Desajeitado e desprevenido.

08 – Na linha 41, os travessões foram usados para:
      (X)  Isolar uma explicação estranha ao período, uma observação à parte.
      (   ) Indicar mudança de interlocutor, no diálogo.
      (   ) Indicar início da fala do personagem.