segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

TEXTO: RIO 450 - NA TELA: A FORMAÇÃO DA CIDADE - COM GABARITO

TEXTO : RIO 450 – NA TELA: A FORMAÇÃO DA CIDADE.


     Fundada oficialmente numa faixa de terra entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão pelo jovem Estácio de Sá, ao longo dos últimos 450 anos, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro expandiu-se muito além dos limites daquele pedaço da Zona Sul. Sofreu aterros, perdeu morros, ganhou vias e passou por uma série de transformações urbanísticas que dariam um belo roteiro de filme. 
        E quem não perdeu a chance de contar esta história nas telas foi a mineira Juliana de Carvalho, da Bang Filmes & Produções. Com lançamento previsto para o segundo semestre, o documentário “São Sebastião do Rio de Janeiro – A formação de uma cidade” vai mostrar, por meio de depoimentos de personalidades, simulações em 3D, imagens antigas e outras feitas nos dias atuais, como o povoado surgiu e foi crescendo até se tornar a cidade partida – por muitos maciços – e de contrastes sociais dos dias de hoje. 
        — É uma viagem no tempo. Em uma hora e meia, o público passeia pelos 450 anos e vê, através das imagens e dos depoimentos, como esta cidade se expande e evolui. Como na história do Rio há episódios riquíssimos, é muito fácil você se desviar do foco. Então, optamos pelo viés urbano – explica Juliana. 
       Este viés conduz o público por um passeio pelas ruas, com paradas estratégicas diante de prédios, monumentos, construções históricas e jardins públicos que marcaram o passado e ainda hoje compõem o cenário urbano.
       — Existem mil maneiras de fazer este documentário, mas resolvemos contar as histórias das ruas, dos trens, dos bondes, das raízes do samba e dos marcos da arquitetura – enfatiza. 
        O ritmo do filme e o movimento das câmeras sugerem o ponto de vista de alguém que procura a alma encantadora da cidade. 
     — Usamos helicópteros, câmeras sobre carros e drones. Em alguns momentos, mostramos detalhes e tem- -se a impressão de alguém contemplando, olhando por uma janela – diz Juliana, acrescentando que boa parte das filmagens foi feita ano passado, antes da Copa do Mundo. 
       Contemplação que é embalada por uma trilha sonora bem carioca, que inclui “Estácio, Holly Estácio”, de Luiz Melodia, “Favela”, interpretada por Francisco Alves, e “Sebastião”, com Gilberto Gil e Milton Nascimento, entre outras composições.
                               (Jornal O Globo – 10/5/2015 – Simone Cândida).

Após a leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

1ª QUESTÃO: Marque a opção em que a palavra destacada não é acentuada pela mesma regra da palavra viés:
       A – ( ) “... expandiu-se muito além...”
       B – (X) “...e passou por uma série...”
       C – ( ) “...e vê, através das imagens...”
       D – ( ) “...surgiu e foi crescendo até se tornar a cidade...”
       E – ( ) “...é muito fácil você se desviar...”

2ª QUESTÃO O que sugere o ritmo do filme e a movimentação das câmeras? 
       A – ( ) Que as imagens passarão muito rapidamente.
       B – ( ) Que o tempo do filme é curto.
       C – ( ) O ponto de vista de uma pessoa olhando do mar para a cidade.
       D – ( ) Alguém que procura a realidade dos morros da cidade.

       E – (X) O olhar de quem procura a beleza da cidade.

TEXTO: O CORSÁRIO FRANCÊS ENCONTRA BOTAFOGO - COM GABARITO

TEXTO: O CORSÁRIO FRANCÊS ENCONTRA BOTAFOGO


     Não temos o hábito, nas cidades velhas brasileiras, de falar muito das famílias fundadoras. A exceção é São Paulo, que trata seus quatrocentões como nobreza da terra. Mas seja em Olinda ou Salvador, Vila Velha ou Rio de Janeiro, seus descendentes dissolveram-se na multidão. É justo, talvez. Ainda assim, algumas destas famílias têm histórias que, geração após geração, deixam marcas. Um destes casos cariocas é o dos Amaral Gurgel. 
       Em princípios da década de 1590, João Pereira de Sousa prendeu em batalha, no Cabo Frio, um jovem corsário francês chamado Tousaint Gurgel. Sousa, que por ser artilheiro era chamado de Botafogo, deve ter se afeiçoado ao rapaz. Porque Gurgel não viveu, no Rio, uma vida de prisioneiro. Filho de pai alemão e mãe francesa, natural da Alsácia, estudara nas melhores escolas europeias. Uma raridade. E um partidaço. Em 1598, casou-se com uma moça misteriosa: Francisca de Arão Amaral. Ela vivia em casa boa, ao pé do Castelo, de frente para a Santa Casa. Não há qualquer documento que identifique seu pai ou mãe, mas deviam ser gente com algum dinheiro.
         Casamento no Rio: coisa rara. Boa parte dos moradores eram índios que, mesmo convertidos, seguiam apenas mais ou menos os ritos católicos. Dentre os quinhentos e poucos europeus ou descendentes, as jovens solteiras eram poucas. Os homens, em geral, formavam famílias informais com moças tupis. 
           Tousaint e Francisca tiveram oito filhos, dentre os quais sete mulheres e o único homem fez-se padre. Ainda assim, mesmo que por linhagem materna, o nome Amaral Gurgel ou Gurgel do Amaral consolidou-se e se estabeleceu. 
           Quase um século depois, um de seus netos, Claudio do Amaral Gurgel, deixou para o Rio um de seus ícones mais longevos. Foi ele quem doou para a igreja o cume do morro da Glória, com já lá em cima a estrutura original do Outeiro. Quase dois séculos após o casamento, um tetraneto, Salvador do Amaral Gurgel, achou por bem mudar-se para Vila Rica, em Minas, onde tomou emprestado de certo alferes dos Dragões um dicionário francês. Arrolado entre os inconfidentes, terminou a vida no exílio em Moçambique (África), como braço direito do poeta desembargador Tomás Antônio Gonzaga. Na década de 1970, o engenheiro Augusto do Amaral Gurgel tentou emplacar a ideia de um automóvel inteiramente nacional. 
          E tudo começou no encontro de um corsário francês com o homem que batizou Botafogo.
                              (Jornal O Globo de 10/5/2015 – Pedro Doria).

Vocabulário:
 longevos – mais antigo

 Após a leitura atenta do Texto, realize as questões propostas.

1ª QUESTÃO: “Os homens, em geral, formavam famílias informais com moças tupis.” Assinale a opção que apresenta a causa para o fato acima:
          A – (  ) Os homens preferiam não se casarem formalmente.
       B – (  ) As índias eram mais bonitas que as outras moças e por isso os homens se encantavam com elas.
       C – (X) Entre os estrangeiros ou descendentes que moravam aqui, as jovens solteiras eram poucas.
        D – (  ) As moças solteiras preferiam casar com os índios que viviam aqui.
       E – ( ) As moças estrangeiras ou descendentes não queriam formar família.

2ª QUESTÃO: Qual foi a contribuição da família Amaral Gurgel para o patrimônio do Rio de Janeiro?
       A – ( ) Um dicionário da língua francesa.
       B – ( ) A tradição dos casamentos na cidade.
       C – ( ) O filho de Francisca e Tousaint ter se tornado padre.
       D – (X) A doação do cume do morro da Glória para a igreja.
       E – ( ) Doação da casa que Francisca viveu quando era solteira para a Santa Casa.


TEXTO: O CHAPÉU - CHARLES KIEFFER - COM GABARITO

Texto: O chapéu


     Planejei meticulosamente o assassinato de Manuel Soares. Podia fazê-lo com as próprias mãos; preferi, porém, contratar um pistoleiro.
          Para que Isabel não sofra, ou não sofra tanto, é imprescindível tirá-lo do caminho. Se eu próprio o matasse, o complexo de culpa iria atormentá-la, tornando impossível o grande e mais intenso amor de sua vida, fogo em que se tem consumido lentamente (emagrece e chora em silêncio, tem os olhos ardidos e o corpo trêmulo) e entre um gemido e outro de prazer eles haveriam de ouvir seu riso sarcástico e maldoso.
          Mas para eliminá-lo da face da Terra, arrancá-lo da cidade como se fosse uma       erva maldita, foi preciso antes que eu o odiasse. Por isso, dia após dia (somos colegas   de repartição), procurei descobrir nele atitudes dissimuladas, falsidades, orgulho, mesquinharias que me dessem motivação para levar adiante o meu intento. O ódio       foi alimentando-se do conhecimento. Hoje pela manhã atingiu o limite máximo, quando entreguei ao pistoleiro a quantia estipulada para o crime.
           - Exatamente às 20 horas, todas as noites, ele sai de seu apartamento na Rua G, prédio 203. Hoje é segunda-feira, portanto estará vestido de calça de linho branco, camisa azul-marinho e chapéu de feltro. Preste atenção ao chapéu. É um dos últimos homens a usá-lo nesta cidade. Atire assim que atravessar a porta de vidro do edifício.
           O pistoleiro recuou e, sem dizer sequer uma palavra, saiu da sala.
           Os longos anos de convívio e o plano longamente arquitetado me possibilitaram       conhecer todos os hábitos de Manuel Soares. Sim, não há possibilidade de engano.
           Exatamente às 20 horas estará na calçada, tirará o chapéu e baterá com a mão sobre       o feltro (para retirar o pó), olhará indeciso para ambos os lados e enfim optará pelo       direito, caminhará durante 45 minutos, ora fumando, ora assobiando uma velha cação       portuguesa, e depois retornará ao apartamento. Suponho que antes de dormir mergulhe a dentadura postiça num copo d´agua, displicentemente.
          Hoje, durante o expediente, surpreendi-o agitado em diversas circunstâncias, esfregando as mãos com impaciência. Duas ou três vezes foi ao banheiro, atitude totalmente inabitual. Pressente alguma coisa? E se na hora H resolver não fazer o seu passeio? E se estiver com cólicas? Um medo inconsciente? E se no exato momento passar pela rua um sujeito qualquer vestido de forma semelhante e o meu contratado       disparar sobre um inocente?
          Não. Absolutamente não é hora de pensar em tais possibilidades. Manuel Soares será assassinado dentro de cinco minutos. O relógio da sala avança para o instante fatal.
          Vou apanhar o chapéu e descer de encontro à bala que me espera.

                          KIEFFER, Charles. Antologia pessoal. Porto Alegre:
                                                                        Mercado Aberto, 1998.
Entendendo o texto:
01 – Leia os dois primeiros parágrafos do texto. De que tipo é o narrador do conto?
        Trata-se de um narrador-personagem.

02 – Qual é a intenção do narrador, isto é, qual é o seu objetivo principal, ao planejar a morte de Manuel Soares?
        A intensão do narrador é não deixar Isabel sofrer.

03 – O narrador conhecia bem a vítima? Como? Explique.
        Sim, ele conhecia muito bem Manuel Soares, porque trabalhavam juntos, na mesma repartição, e ele o observou durante muito tempo.

04 – Segundo o narrador, embora ele pudesse matar Manuel Soares com as   próprias mãos, preferia não fazê-lo. Por quê?
        Porque, se ele mesmo matasse Manuel Soares, Isabel sentiria culpa e não poderia ser feliz com o grande amor de sua vida.

05 – Qual foi o primeiro obstáculo que o narrador enfrentou, ao decidir que   Manuel Soares deveria ser eliminado? Como ele resolveu isso? Explique.
        Ele não tinha motivos para matar Manuel Soares. Então ele precisou se concentrar em conhecer seus defeitos, suas características negativas, para ter motivos suficientes que alimentassem o ódio que o levaria ao assassinato.

06 – Qual foi a solução encontrada pelo narrador para levar a cabo seu intento, uma vez que não poderia usar as próprias mãos?
         Ele contratou um pistoleiro, um matador profissional.

07 – Reescreva a frase: “Para que Isabel não sofra, [...] é imprescindível tirá-lo   do caminho”, usando uma linguagem coloquial e deixando claro o que o    narrador quis dizer.
          “Para Isabel não sofrer, é realmente necessário tirar Manuel Soares do Caminho dela.”; ou seja, ela só será feliz se ele não existir mais, porque ele atrapalha a vida dela, impede que ela viva seu grande amor.


TEXTO: TRATADO DA TERRA DO BRASIL - PERO DE MAGALHÃES GÂNDAVO - COM GABARITO

Texto: Tratado da terra do Brasil - 
 Prólogo ao leitor
Pero de Magalhães Gândavo

         Minha tenção não foi outra neste sumário (discreto e curioso leitor) senão denunciar em breves palavras a fertilidade e abundância da terra do Brasil, para que esta fama venha a notícia de muitas pessoas que nestes Reinos vivem com pobreza, e não duvidem escolhê-la para seu remédio; porque a mesma terra é tão natural e favorável aos estranhos, que a todos agasalha e convida com remédio por pobres e desamparados que sejam. E assim cada vez se vai fazendo mais próspera, e depois que as terras viçosas se forem povoando (que agora  estão desertas por falta de gente), hão se de fazer nelas grossas fazendas como já estão feitas nas que possuem os moradores da terra, e também se espera desta província que por tempo floresça tanto na riqueza como as Antilhas de  Castela, porque é certo ser em si a terra muito rica e haver nela muitos metais, os quais até agora se não descobrem ou por não haver gente na terra para  cometer esta empresa, ou também por negligência dos moradores que se não querem dispor a esse trabalho: qual seja a causa por que o deixam de fazer não sei. Mas permitirá nosso Senhor que ainda em nossos dias se descubram nela grandes tesouros, assim para serviço e aumento de S. A., como para proveito de seus Vassalos que o desejam servir.

                 GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Portal Domínio Público.
                                                                                    Disponível em:
              Select_action=&co_obra=2175>. Acesso em: 16 out. 2010.
Entendendo o texto:

01 – No prólogo de seu relatório, Pero de Magalhães Gândavo dirige-se a um   leitor comum e deixa claro seu objetivo com seu tratado do Brasil. Que objetivo é esse?
        Ele pretende divulgar a fertilidade e a abundância daquela terra para que   as pessoas muito pobres do reino português não tenham dúvida de que aquele é um lugar excelente para que se atinja a prosperidade.

02 – No momento que ele escreve o relatório, já existe a exploração de ouro   e prata no Brasil? Justifique sua resposta destacando um trecho do texto.
        Não havia ainda a exploração de minérios no Brasil. “[...] e também se   espera desta província que por tempo floresça tanto na riqueza como as Antilhas de Castela, porque é certo ser em si a terra muito rica e haver nela muitos metais, os quais até agora se não descobrem [...]”.

03 – Segundo o autor, o que os impedia de encontrar e começar a explorar esses “metais”?
       O não haver naquela terra pessoas que pudessem empreender tal busca ou, então, o fato de as pessoas que ali moravam não querer se dispor àquele trabalho.

04 – Pensando nas respostas dadas nas atividades 2 e 3, responda: qual pode ter   sido o motivo de Pero de Magalhães Gândavo incentivar os portugueses   pobres a virem para as novas terras? Copie um trecho do texto que comprove sua resposta.
       Havia um desejo de trazer mão de obra para explorar minérios, assim como    para cultivar as terras e gerar riquezas – “E assim cada vez se vai fazendo mais   próspera, e depois que as terras viçosas se forem povoando (que agora estão desertas por falta de gente) [...]”.



domingo, 14 de janeiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): EQUALIZE - PITTY - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Música(Atividades): Equalize
                                          Pitty
Às vezes, se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito

Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho
Tão de perto

Me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado

E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais

Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar

E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta

E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim.

Entendendo a canção:

01 – De que se trata esta canção?
      Trata de uma história de amor próprio, pois primeiro devemos nos amar para depois amar outra pessoa.

02 – O que quer dizer “Eu vou equalizar você?
      Equalizar vem dos aparelhos de som profissional, significa ajustar os timbres da música, no caso o que ela quer dizer é eu vou harmonizar você, ou ajustar melhor.

03 – Na letra da canção podemos perceber várias palavras referente a Física – ondas sonoras – quais são?
      Fluxo – Balanço – Ritmo – Equalizar – Transporto – Frequência – Timbre.

04 – Nos versos: “Às vezes, se eu me distraio / se eu não me vigio um instante”, em que tempo verbal e qual a conjunção usada estes versos?
      Tempo Verbal: Presente.
      Conjunção: Condicional (se).

05 – Analisando os versos: “Até parece que você já tinha / O meu manual de instruções”, o que o eu poético quis dizer?
      Quis dizer que a conhecia, a tal ponto de poder descrevê-la.

06 – Segundo o eu poético, nesta canção ele conseguiu equalizar sua amada. É possível usar um manual de instrução num relacionamento?
      Não. Relacionamentos não seguem regras.

07. Que linguagem o autor usou nesta canção. Formal ou informal? Cite um verso para afirmar sua resposta.
     Informal. “Pra poder te gravar em mim.”

08.  No verso: “Me balanço devagar”, de acordo com a língua portuguesa o que está errado neste verso?
      Não se inicia frase com o pronome oblíquo.


REPORTAGEM: TRABALHE NO QUE VOCÊ GOSTA... E SEJA MAIS FELIZ E BEM-SUCEDIDO - COM GABARITO

Reportagem: Trabalhe no que você gosta... e seja mais feliz e bem-sucedido
      
    Você gosta do que faz? De verdade? Seus olhos brilham quando você chega em casa e vai contar para a família como foi seu dia, os projetos que realizou, as metas que atingiu? Se este não é teu caso, saiba que você não é o único. São poucas as pessoas que encontram realmente paixão naquilo que fazem, mas são justamente elas exemplos de profissionais bem-sucedidos, tanto no campo pessoal quanto no profissional. [...]
        A possibilidade de fazer o que se gosta e unir prazer ao trabalho diário pode trazer, além de muita felicidade, entusiasmo e qualidade de vida, ganhos expressivos também financeiramente. É o que afirma Mark Albion, autor do livro Making a life, Making a living, ainda sem tradução para o português. [...]
        O fato é que esse conceito de trabalhar fazendo o que gosta é relativamente novo. Até o meados da década de 80, o trabalho era visto como uma forma de ganhar dinheiro – e só. “As pessoas escolhiam que carreira seguir pensando nas possibilidades de ganhar mais, sem saber que na verdade o dinheiro é só uma consequência de um trabalho bem feito, principalmente quando é feito com prazer”, analisa a psicóloga Rosângela Casseano. Somente nos últimos anos as pessoas começaram a ter uma preocupação maior com as suas carreiras e verdadeiros interesses profissionais, o que levou a uma procura por testes vocacionais e terapeutas que trabalhem com orientação profissional. “Hoje já existe uma infinidade de serviços para orientar os recém-formados e quem quiser informações sobre carreiras e profissões: são sites, universidades, pesquisas e estudos, terapeutas. Você tem menos chances de errar e fazer aquilo que não gosta.”, diz Rosângela.

                                                  Camila Micheletti. Disponível em:
                                                 http://carreiras.empregos.com.br.

                             Acesso em: 9 jan. 2012.

Entendendo o texto:
     01 – De acordo com a reportagem, qual é a consequência em desenvolver atividades que sejam prazerosas?
       É a de ser um profissional bem-sucedido, tanto no campo pessoal como no profissional.

     02 – A união entre profissão e fazer o que gosta é realidade para a
     maior parte dos profissionais? Justifique.
      Não, pois o conceito de trabalhar fazendo o que se gosta é relativamente novo; muitos escolhiam e escolhem a careira pensando, prioritariamente, no retorno financeiro.

03 – Consulte o quadro explicativo presente na página 189 e responda.
            a) Como o verbo gostar se classifica quanto à transitividade, de acordo com a Norma-padrão?
       Verbo transitivo indireto.

            b) Dê um exemplo de frase em que o verbo gostar siga essa regência.
       Os meus amigos gostam de futebol. Eles gostam de chocolate.     As crianças gostam de cachorros.

            c) Destaque a preposição que une o verbo ao termo regido.
       A preposição de.

04 – Releia a primeira frase da reportagem.
       “Você gosta do que faz”?
            a) Qual é a regência do verbo gostar na frase?
        Verbo transitivo indireto.

            b) Agora releia a última fala da psicóloga Rosângela Cassano.
       “Hoje já existe uma infinidade de serviços para orientar os recém-formados e quem quiser informações sobre carreiras e profissões: são sites, universidades, pesquisas e estudos, terapeutas. Você têm menos chances de errar e fazer aquilo que não gosta”.
        Qual é a regência do verbo gostar nessa frase?
        Verbo transitivo direto.

05 – Em quais das frases a seguir o verbo gostar foi usado com a regência correspondente à forma-padrão?
        - A menina que eu gosto acabou de entrar na classe.
        - Não pratique os esportes que você não gosta.
        - Pratique os esportes de que você realmente gosta.

06 – Pense no assunto tratado e no objetivo da reportagem.
             a) A quem essa reportagem se destina?
        É destinada a pessoas jovens ou adultas, com interesse em assuntos relacionados à vida profissional e à qualidade de vida.

             b) Por que será que em uma das falas o verbo gostar foi utilizado como transitivo direto?
        Em situações de comunicação, é comum haver uma tentativa de aproximação com o leitor. Mesmo sendo a fala de uma psicóloga, a ser publicada em uma reportagem, pode-se supor que tenho havido a intenção de se aproximar do leitor, por meio de uma fala mais informal.




CONTO: COM CERTEZA TENHO AMOR - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

CONTO:COM CERTEZA TENHO AMOR
                 MARINA COLASANTI

   Moça tão resguardada por seus pais não deveria ter ido à feira. Nem foi, embora muito o desejasse. Mas porque o desejava, convenceu a ama que a acompanhava a tomar uma rua em vez de outra para ir à igreja, e a rua que tomaram passava tão perto da feira que seus sons a percorriam como água e as cores todas da feira pareciam espelhar-se nas paredes claras.
     Foi dessa rua, olhando através do véu que lhe cobria metade do rosto, que a moça viu os saltimbancos em suas acrobacias. E foi nessa rua, recortada como uma silhueta em suas roupas escuras, o rosto meio coberto por véu, que o mais jovem dos saltimbancos, atrasado a caminho da feira, a viu.
        Era o mais jovem era o mais forte era o mais valente entre os onze irmãos. A partir daquele encontro porém, uma fraqueza que não conhecia deslizou para dentro do seu peito. À noite suspirava como se doente.
         - Que tens?  -  perguntaram-lhe os irmãos.
         - Não sei -  respondeu. E era verdade. Sabia apenas que a moça velada aparecia nos seus sonhos, e que parecia sonhar mesmo acordado porque mesmo acordado a tinha diante dos olhos.
         Àquela rua a moça não voltou mais. Mas ele a procurou em todas as outras ruas da cidade até vê-la passar, esperou diante da igreja até vê-la entrar, acompanhou-a ao longe até vê-la chegar em casa.
         Agora sorria, cantava, embora de repente largasse a comida no prato porque não nada mais lhe passava na garganta.
         - Que tens? – perguntaram-lhe os irmãos.
         - Acho, não sei... – respondeu ele abaixando a cabeça sobre o seu rubor – creio... que tenho amor.
         Na sua casa, a moça também sorria e cantava, largava de repente a comida no prato e se punha a chorar.
         - Tenho... sim... com certeza tenho amor – respondeu à ama que lhe perguntou o que tinha.
         Mas nem a ama se alegrou, nem se alegraram os dez irmãos. Pois como alegrar-se com um amor que não podia ser?
         De fato, tanto riso tanto choro acabaram chamando a atenção do pai da moça que, vigilante e sem precisar perguntar, trancou-a no quarto mais alto da sua casa. Não era com um saltimbanco que havia de casar a filha criada com tanto esmero.
         Mas era com o saltimbanco que ela queria se casar.
         E o saltimbanco, ajudado por seus dez irmãos, começou a se preparar para chegar até ela.
          Afinal uma noite, lua nenhuma que os denunciasse, encaminharam-se os onze para a casa da moça. Seus pés calçados de feltro calavam-se sobre as pedras.
          O mais jovem era o mais forte, teria ele que sustentar os demais. Pernas abertas e firmes, cravou-se no chão bem debaixo da janela dela. O segundo irmão subiu para os seus ombros, estendeu a mão e o terceiro subiu. O quarto escalou os outros até subir nos ombros do terceiro. E, um por cima dos outros, foram se construindo como uma torre. Até que o último chegou ao topo.
          O último chegou ao topo, e o topo não chegou à altura da janela da moça. De cima a baixo os irmãos passaram-se a palavra. Os onze pareceram ondejar por um instante. Então o mais jovem e mais forte saiu de debaixo dos pés do seu irmão deixando-o suspenso no ar, e tomando a mão que este lhe estendeu subiu rapidamente por ele, galgando seus irmãos um a um.
           No alto, a janela se abriu.

                                  Marina Colasanti, 23 histórias de um viajante.  
                                                   São Paulo: Global, 2005. P. 51-55.

Entendendo o texto:
01 – Um conto de amor pode abordar diferentes aspectos desse tema. Qual é, resumidamente, o assunto desse conto?
      O amor proibido entre uma jovem dama e um saltimbanco.

02 – Releia o início do conto.
           a) Tendo em mente que a moça era muito resguardada, por que, em sua opinião, ela desejava tanto ir à feira?
      Pode-se pensar que, justamente por ser muito resguardada, a moça queria ir à feira para ter algum contato com um ambiente que não fosse a casa ou a igreja.

           b) Na sua opinião, apesar de não ter ido à feira, ela encontrou o que desejava?
      Resposta Pessoal.

03 – O narrador apresenta primeiro as reações do saltimbanco no encontro com a moça. Quando passa a falar das reações dela, o estado da moça é semelhante ao do ovem. Que estado é esse?
      A moça estava muito emocionada e sem apetite.

04 – Pelas informações contidas no texto, parece que as personagens já haviam se apaixonado antes? Explique sua resposta.
      Pela incompreensão das personagens sobre seu sentimento, conclui-se que nunca antes haviam experimentado o amor.

05 – O pai da moça não aceitou o amor dos jovens: não queria que a filha se casasse com um saltimbanco.
a)   Que razões ele poderia ter para proibir esse casamento?
       Provavelmente ele queria que a filha se casasse com um homem rico, bem posicionado socialmente.

           b) Nas histórias de amor, os amantes precisam vencer obstáculos para ficarem juntos. Que obstáculos a jovem e o saltimbanco enfrentam?
      A proibição do pai da moça, (o primeiro obstáculo); o fato de a torre feita pelo saltimbanco e por seus irmãos não ter alcançado a janela da jovem.

06 – Releia o final do conto.
           a) Na sua opinião, seria possível acontecer algo assim na vida real? Explique.
      Resposta Pessoal.

           b) No conto, o que tornou possível a solução adotada pelo irmão mais novo?
      O elemento mágico que permite que a torre humana se sustente.



TEXTO: INUNDAÇÃO - MIA COUTO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: INUNDAÇÃO

     Há um rio que atravessa a casa. Esse rio, dizem, é o tempo. E as lembranças são peixes nadando ao invés da corrente. Acredito, sim, por educação. Mas não creio. Minhas lembranças são aves. A haver inundação é de céu, repleção de nuvem. Vos guio por essa nuvem, minha lembrança.

           A casa, aquela casa nossa, era morada mais da noite do que dia. Estranho, dirão. Noite e dia não são metades, folha e versos? Como podiam o claro e o escuro repartir-se em desigual? Explico. Bastava que a voz de minha mãe em canto se escutasse para que, no mais lúcido meio-dia, se fechasse a noite. Lá fora, a chuva sonhava, tamborileira. E nós éramos meninos para sempre.
           Certa vez, porém, de nossa mãe escutámos o pranto. Era um choro delgadinho, um fio de água, um chilrear de morcego. Mão em mão, ficámos à porta do quarto dela. Nossos olhos boquiabertos. Ela só suspirou:
           --- Vosso pai já não é meu. [...]

            COUTO, Mia. O fio das missangas: contos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2009. P 25. (Fragmento).

Entendendo o texto:

01 – Que tipo de linguagem se observa no texto? Justifique sua resposta.
        A linguagem é subjetiva ou figurada, carregada de lirismo. Há o emprego da 1ª pessoa, de metáforas, antíteses e personificação de elementos como “a chuva sonhava, tamborileira”.

02 – Segundo o narrador, ele “acredita” por educação, mas não “crê”.
       Explique a diferença de sentido entre esses verbos no contexto.
       Crer expressa uma ação mais firme e tem, no texto, conotação religiosa:  exige maior convicção do que simplesmente a de acreditar.

03 – As lembranças eram aves para o narrador, e não peixes, como afirmavam alguns. Por quê? O que representavam as nuvens?
        Suas lembranças não eram barradas por nenhuma corrente, nem   desapareciam com a inundação de um rio. Eram livres como as aves, podiam voar pelo céu, onde cada nuvem representava uma lembrança.

04 – A partir do segundo parágrafo, o que se pode concluir quanto ao relacionamento entre mãe e filhos? Esclareça sua resposta.
       A mãe deveria ser muito severa, pois os filhos a obedeciam de imediato, quando apenas ouviam sua voz. Por isso, o dia parecia tornar-se noite, o   que acontecia com frequência. Restava-lhes, escutar o barulho da chuva e, levados pela imaginação, ser crianças de novo.

05 – No último parágrafo, em vez da “voz em canto”, os filhos ouviram o choro da mãe Explique a reação deles diante desse fato.
       A mãe representava para eles, até então, a imagem de uma mulher forte, autoritária, a quem não se podia refutar. O choro dela mostrou-lhes seu lado humano, frágil, e isso os assustou.

06 – No terceiro parágrafo, observe o acento gráfico na 1ª pessoa do plural do pretérito prefeito do indicativo das formas verbais: escutámos e ficámos.
       Nesse caso, de que maneira elas são pronunciadas?
       Pronunciam-se as vogais acentuadas de forma aberta.

07 – Copie no caderno o sentido dos adjetivos nestas frases:
       - “Era um choro delgadinho”.     
       - “Nossos olhos boquiabertos”.
       Na 1ª frase, um choro manso, baixo; na 2ª, olhos arregalados.

08 – Explique por que foram empregadas as palavras destacadas nas frases a seguir e que sentido elas expressam.
       - “...a voz de minha mãe”.            - “Mão em mão ...”
       - Vivo num rio sem fundo.            - ...me preparo para ir...
       Essas palavras têm a função de ligar uma palavra a outra. De determina de quem é a voz. Em indica o modo como as mãos estavam. Sem expressa falta de um fundo. Para indica a finalidade da preparação.

09 – Às vezes, esse tipo de palavras pode ter outra função. Explique qual é essa função e que sentido essas palavras apresentam nestas frases.
        - “Vos guio por essa nuvem, minha lembrança”.
        - “Como podiam o claro e o escuro repartir-se em desigual?”.
        As palavras por e em ligam termos que completam o sentido das formas    verbais guio e repartir-se, respectivamente. Por expressa direção ou lugar; em, o modo.