domingo, 1 de outubro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): VOCÊ PARTIU MEU CORAÇÃO - NEGO DO BOREL, WESLEY SAFADÃO E ANITTA - COM GABARITO

Música(Atividades): Você Partiu Meu Coração
                                            Nego do Borel, Wesley Safadão e Anitta
[Nego do Borel]
Você partiu meu coração, ai
Mas meu amor, não tem problema, não, não
Agora vai sobrar então (o quê? O quê? Ai)
Um pedacim pra cada esquema
Só um pedacim

[Wesley Safadão]
Você partiu meu coração
Ai, meu coração
Mas meu amor, não sinta pena, não, não
Que agora vai sobrar então
Um pedacim pra cada esquema
Só um pedacim

[Nego do Borel]
Se eu não guardo nem dinheiro
Que dirá guardar rancor
Você vacilou primeiro
Nosso caso acabou

[Wesley Safadão]
E se na fossa eu fui caseiro
Quando passa, eu sou terror
Tô na vida de solteiro
Preparado pro caô

[Nego do Borel e Wesley Safadão]
Você partiu meu coração
Ai, meu coração
Mas meu amor, não tem problema, não, não
Que agora vai sobrar então (o que, Safadão? O que, Safadão?)
Um pedacim pra cada esquema
Só um pedacim

[Anitta]
Eu nunca quis seu coração
Amor demais só dá problema, não, não
Mas você pode ser, então (adivinha, o quê? Vai)
Um pedacim do meu esquema
Só um pedacim

Já passou, tá resolvido
Segue em frente e desapega
Mas se eu rebolar, duvido
Que você não desespera

[Wesley Safadão]
Te esquecer não foi problema
O problema é resolver
Essa chuva de esquema
Que eu tenho que atender

[Nego do Borel]
Segunda eu encontro a vizinha de cima
Na terça eu encontro a vizinha do lado
Quarta é o dia daquela menina
Que mora na esquina da rua de baixo

Quinta eu começo já de manhã cedo
Porque tem mais duas, não dá pra negar
Fim de semana, tá tudo embolado
É tanto esquema, nem dá pra contar

[Wesley Safadão, Nego do Borel e Anitta]
Você partiu meu coração
(Ai, meu coração)
Mas meu amor, não tem problema, não, não
Mas você pode ser então (o quê? O quê?)
Um pedacim do meu esquema
Só um pedacim

Você partiu meu coração (eu?!)
Ai, meu coração!
Mas meu amor, não sinta pena, não, não
Agora vai sobrar então (o que, Safadão? O que, Safadão?)
Um pedacim pra cada esquema

Só um pedacim
Interpretação:
1 – Qual é o tema proposto na música? Explique.
      O texto traz a temática sobre uma pessoa que sofreu uma desilusão amorosa.

2 – Quais são os dias da semana em que o eu lírico tem esquema?
      Todos os dias da semana.

3 – Explique o que o eu lírico diz nos versos: “Tô na vida de solteiro / Preparado pro caô...”.
      Está solteiro preparado para viver outros romances, porém sem compromisso.
4 – De acordo com o texto o eu lírico ficou magoado(a) com o ex-amor? Justifique com elementos presentes na música.
      Não houve mágoa de acordo com o trecho: “Se eu não guardo nem dinheiro / Que dirá guardar rancor...”

5 – Alguém já partiu seu coração? Você sofreu por muito tempo? O que fez para recuperar-se? Comente.
      Resposta pessoal do aluno.

6 – Você gosta desse estilo de música? Comente.
      Resposta pessoal do aluno.

7 – No verso: “Você partiu meu coração...”. Quantos períodos temos?
      1 período simples.

8 – Na estrofe: “Se eu não guardo nem dinheiro / Que dirá guardar rancor. Você vacilou primeiro / Nosso caso acabou...” temos:
Assinale as alternativas corretas.
a)   (X) 05 verbos. (Guardo, dirá, guardar, vacilou, acabou).
b)   (X) 03 pronomes. (Eu / você / nosso).
c)   (   ) 04 verbos.
d)   (X) um advérbio de negação. (Não).
e)   (   ) Um período simples em “Que dirá guardar rancor...”
f)    (X) As conjunções (Nem/que).
g)   (   ) Dois substantivos.
h)   (   ) Um período composto em “Nosso caso acabou”.

9 – Transcreva da letra da canção quatro orações com período simples e três orações com período composto.
      Período simples: Você vacilou primeiro.
                                  Nosso caso acabou.
                                  Você partiu meu coração.
                                  E se na fossa eu fui caseiro.
      Período composto: Que dirá guardar rancor – locução verbal. então -
                                     Agora vai sobrar então – locução verbal
                                      É tanto esquema nem pra contar.

   10 – As orações abaixo formam períodos simples, sua função  será transformá-los em períodos compostos.
 Resposta Pessoal    
a)   “ Segunda eu encontro a vizinha de cima.”
______________________________________________                            
b)   “Na terça eu encontro a vizinha  do lado...”
______________________________________________
c)   “Quarta é o dia daquela menina...”
______________________________________________
d)   “Que mora na esquina da rua de baixo...”
______________________________________________
e)   “Quinta eu começo já de manhã cedo...”
______________________________________________
f)    “Que você não desespera...”
______________________________________________
g)   “Tô na vida de solteiro...”
______________________________________________
h)   “Preparado pro caô...”
______________________________________________

Professor(a) lembre seu aluno que para formar um período composto ele deverá acrescentar outras ações, ou seja, outros verbos.






sábado, 30 de setembro de 2017

TEXTO: SE QUEIMAR, QUEIMOU... LÉO CUNHA - COM GABARITO


SE QUEIMAR, QUEIMOU...

"Não faço diário:
 Rabisco poemas,  
 Desenho janelas
 E vivo levado
 Em versos e vento.”

        Durante os lentos anos de minha infância, senti no garoto a frustração de habitar um mundo muito transparente. Os dias da minha casa não me encantavam com mistérios e segredos, as noites não me seduziam com absurdos e esquisitices.
        Não era por falta de “cadê?”. Eu bem que vasculhava por todos os cantos, mas não encontrava nunca uma passagem secreta, no quarto dos meus pais, em meus pais, em mim.
        Lembro que, de vez em quando, eu chegava a sonhar com portas falsas, um fundo falso de gaveta, uma história mal contada, qualquer coisa inexplicável pra me empolgar. Nada. A vida em minha casa deslizava cristalina, no jardim de rosas evidentes, na elegância fria do primeiro andar, nos corredores do segundo, tão eficazes e à-toa. Até mesmo o sótão, que eu tomava por companheiro de rebeldia e insatisfação, nada me revelou de extraordinário.
        Só quando fiz nove anos é que fui atinar: os mistérios e absurdos que eu tanto não encontrava no dia-a-dia da minha casa estavam me esperando, aquele tempo todo, nos livros da sala de estar.
        Naquelas páginas empoeiradas, eu passei no sítio do Pica-pau Amarelo, viajei nos istos ou aquilos, enfrentei o gênio do crime, faturei o caneco de prata, fiquei maravilhado de encantações e doideiras.
        Eu tinha descoberto: a verdadeira passagem secreta estava escondida ali. Uma passagem discreta, encaixada entre versos e letras. Logo, logo, virei uma traça, devorei toda a literatura da casa.
        Mas o melhor foi quando descobri que as páginas em branco dos cadernos não serviam só pra dever de casa. Elas me convidavam a enchê-las de histórias, segredos e imaginação. Eu aprendi a ser aprendiz de poeta.
        Hoje, eu, com dezesseis anos, perdi até a conta do tanto de poemas que escrevi. Uma porção ou mais, como diria meu avô. Alguns alegres, outros tristes, uns bem simplesinhos, outros metidos a complicados... Pra falar a verdade, a maioria nem do rascunho passou.
        Mas nunca joguei nenhum fora, nem o primeiríssimo, sobre a professora de Português que não parava de piscar pra mim. Acabou que era só um tique nervoso da coitada.
        É, esses poemas contam mais a minha infância e adolescência do que qualquer diário, que eu não fiz. Ninguém no mundo poderia imaginar que algum dia eu fosse botar fogo em todos eles.
        Mas aqui estou, sentado no chão do meu quarto, com esta caixa de fósforos na mão.
        São duas da manhã. Desde a tardinha eu estou crescendo em coragem, os poemas empilhados à minha frente. Já resolvi: Vou queimar um por um e depois nunca mais escrevo. Nem uma estrofe.
        Meu avô acha que é uma loucura sem volta. Se queimar, queimou, era uma vez. Eu sei que é muito radical, mas não tenho outro remédio. Só de olhar para os poemas eu penso em Helena e, juro por Deus, não quero nunca mais pensar em Helena, lembrar que era ela a musa de tantos sonhos e versos. Lembrar... eu esperando feito um bobo no meio da zoeira de um shopping center lotado.
                                             
                                               Leo Cunha. As pilhas fracas do tempo.
                                                            São Paulo: Atual, 1994. p. 1-3.

1 – Por que o sótão de uma casa seria companheiro de rebeldia?
      Talvez por guardar segredos ou objetos a que ninguém dava importância ou atenção. Provavelmente era o local onde a personagem se isolava nos momentos de conflito.

2 – A personagem detém-se em fatos de sua infância. Qual a importância de:
a)   Afirmar que nada havia de misterioso em sua casa?
A infância é mostrada como algo desinteressante para contrastar com a vida da personagem após a descoberta da literatura. A vida da personagem passa a ser povoada de aventuras.

b)   Contar sua trajetória como escritor?
A trajetória da personagem primeiro como leitor e depois como escritor nos permite avaliar a importância de sua decisão de queimar todos os seus poemas.

3 – Na sua opinião, para onde levaria uma passagem secreta dentro da personagem?
      Poderia levar a uma parte de seu ser que lhe era desconhecida, que guardava segredos não revelados a ninguém, nem a ele próprio. Esses segredos e mistérios que dormiam dentro dele foram despertados pela literatura.

4 – É possível dizer que a personagem é dada a atitudes radicais? Por quê?
      Ele afirma que vai queimar os poemas, mas, depois de pensar muito, ainda tem dúvidas. Na verdade, é a raiva que sente por Helena que move a isso.

5 – Qual o significado simbólico de queimar todos os seus versos?
      Queimar os versos pode significar romper com a infância, com a adolescência, com um mundo do qual a personagem está saindo ao entrar na vida adulta. Pode ter, também, um dos outros significados do fogo: o de renascer após uma purificação: a personagem quer destruir as provas de seu amor por Helena, que está retratado nos poemas, e partir para uma nova vida. Depois da desilusão amorosa, escrever versos perdeu o sentido. Ele “nunca mais” será romântico.

6 – Verifique o recurso utilizado neste trecho:
      “Elas [as páginas em branco] me convidavam a enchê-las de histórias [...]”.
      É o recurso da personificação.
Transcreva as frases seguintes e use o mesmo recurso para completa-las.
a)   A velha gaveta da cômoda. Resposta pessoal.
b)   Aquela máquina fotográfica. Resposta pessoal.
c)   Uma britadeira. Resposta pessoal.
d)   Seu retrato na parede. Resposta pessoal.

7 – Aponte outros recursos expressivos no texto.
      Resposta pessoal do aluno. Observar:
      --- As adjetivações inéditas: rosas evidentes, corredores eficazes e à-toa, vida cristalina;
      --- Neologismo e metáforas: encantações; “a vida deslizava cristalina”; “virei uma traça”;
      --- Construções sintáticas inusuais e frases nominais: “os mistérios e absurdos que eu tanto não encontrava...”; “nada”; “nem uma estrofe”;
      --- Efeitos sonoros: passagem secreta / passagem discreta;
      --- Relação da vida da personagem com a literatura: “... enfrentei o gênio do crime...”; “Se queimar, queimou, era uma vez.”

8 – Releia este parágrafo:
      “Naquelas páginas empoeiradas, eu passei no sítio do Pica-pau Amarelo, viajei nos istos ou aquilos, enfrentei o gênio do crime, faturei o caneco de prata, fiquei maravilhado de encantações e doideiras.”
a)   Qual o processo de construção usado no período: coordenação ou subordinação? Por que o autor optou por esse processo?
O processo utilizado é o da coordenação. O autor optou por coordenar ações para mostrar a sequência de leituras realizadas por ele, quando menino.

b)   Que títulos de obras são citados? Por que aparecem com letra minúscula?
Sítio do Pica-pau Amarelo, como referências às obras de Monteiro Lobato; ou isto ou aquilo, poema de Cecília Meireles; o gênio do crime e Caneco de prata, livros infanto-juvenis de João Carlos Marinho. Os títulos aparecem com letra minúscula porque a personagem se apropria deles e os cita não mais como títulos de obras, mas como parte de sua experiência.

c)   O que é possível concluir sobre a relação da personagem com a literatura?
A personagem de tal forma incorpora a literatura à sua vida que se identifica com as personagens da história que leu. Na verdade, é a turma do Gordo que enfrenta o gênio do crime e não ele. Essa simbiose fica patente quando ele usa a expressão “era uma vez” para falar de sua própria vida.

9 – Reescreva as passagens a seguir, com suas palavras. Em seguida, faça um comentário sobre a escolha do autor.
a)   “[...] os mistérios e absurdos que eu tanto não encontrava no dia-a-dia [...]”.
Resposta pessoal do aluno.

b)   “[...] fiquei maravilhado de encantações e doideiras”.
Resposta pessoal do aluno.

10 – Considerando as características do texto, que público-alvo o autor quer atingir?
      O autor quer atingir o público adolescente porque retrata as experiências de um rapaz de dezesseis anos que enfrenta uma desilusão amorosa.





LITERATURA - FIM DE CASO (SENHORA-JOSÉ DE ALENCAR) - COM GABARITO


LITERATURA : FIM DE CASO 
                              José de Alencar

        Aurélia passava agora as noites solitárias.
        Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que não pensava em interroga-lo, também não contestava esses fúteis eventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
        Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez do coração não lhe consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor ideias singulares, talvez inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
        Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas e pois a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia.  
        Quando se lembrara que esse amor a poupara à degradação de um casamento de convivência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
        Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heroica dedicação, que entretanto assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixava abandonar, sem preferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que foge.
        [...]
        Em princípio a menina cuidou que Seixas lhe voltara, e encheu-se de júbilo; mas não durou a ilusão. Logo percebeu que não era o desejo de vê-la e estar com ela, o que levava o moço à sua casa; pois os poucos instantes de demora passava-os inteiramente distraído e como perplexo.
        --- O senhor quer dizer-me alguma coisa, mas receia afligir-me, observou a menina uma noite com angélica resignação.
        Fernando aproveitou a ocasião para resolver a crise.
        --- Meu voto mais ardente, Aurélia, sonho dourado de minha única mulher que amei neste mundo. Mas a fatalidade que pesa sobre mim, aniquilou todas as minhas esperanças; e eu seria um egoísta, se prevalecendo-me de sua afeição, a associasse a uma existência obscura e atribulada. A santidade de meu amor deu-me a força para resistir a seus próprios impulsos. Disse uma vez à sua mãe, pressentindo essa cruel situação: sou menos infeliz renunciando à sua mão, do que seria aceitando-a para fazê-la desgraçada, e condená-la às humilhações da pobreza.
        --- Essas já as conheço, respondeu Aurélia com tênue ironia, e não me aterram; nasci com elas, e têm sido as companheiras de minha vida.
        --- Não me compreendeu, Aurélia; referia-se a um partido vantajoso que decerto aparecerá, logo que esteja livre.
        --- Pensa então que basta uma palavra sua para restituir-me a liberdade? perguntou a moça com um sorriso.
        --- Sei que a fatalidade que nos separa não pode romper o elo que prende nossas almas, e que há de reuni-las em um mundo melhor. Mas Deus nos deu uma missão neste mundo, e temos de cumpri-la.
        --- A minha é amá-lo. A promessa que o aflige, o senhor pode retirá-la tão espontaneamente como a fez. Nunca lhe pedi, nem mesmo simples indulgência, para esta afeição; não lhe pedirei neste momento em que ela o importuna.
        --- Atenda, Aurélia! Lembre-se de sua reputação. Que não diriam se recebesse a corte de um homem, sem esperança de ligar-se a ele pelo casamento?
        --- Diriam talvez que eu sacrificava a uma amor desdenhado, um partido brilhante, o que é uma...
        A moça cortou a ironia, retraindo-se.
        --- Mas não; faltariam à verdade. Não sacrifiquei nenhum partido; o sacrifício é a renúncia de um bem; o que eu fiz foi defender a minha afeição. Sejamos francos: o senhor já não me ama; não o culpo, e nem me queixo.
        Seixas balbuciou umas desculpas e despediu-se.
        Aurélia demorou-se um instante na rótula, como costumava, para acompanhar ao amante com a vista até o fim da rua. Se Fernando não estivesse tão entregue à satisfação de haver readquirido sua liberdade, teria ouvido no dobrar da esquina o eco de um soluço.
        [...]
                                                José de Alencar. Senhora. São Paulo:
                                                                      Scipione, 1994. p.. 76-7.

1 – O autor afirma que Aurélia tinha ideias singulares sobre o amor. Que atitude da personagem vem confirmar essa afirmação? (Considere que Senhora, romance do qual foi retirado o texto, foi publicado em 1875.)
      Aurélia aceita o afastamento de Fernando com resignação, facilitando-lhe, inclusive, o rompimento do compromisso.

2 – Caracterize psicologicamente as duas personagens.
      Aurélia: jovem sensível, altiva. Tem por Fernando um amor que chega à veneração.
      Fernando Seixas: jovem egoísta e covarde que busca pretextos para justificar sua falta de caráter.

3 – Aurélia diz adorar Seixas como seu Deus e redentor. De que ele a estaria redimindo?
      De um casamento de conveniência, do qual ele a poupara.

4 – Analise o procedimento de Seixas: seria correto afirmar que Aurélia estava idealizando a figura do amado?
      Sim. Ela fazia dele um deus. Não queria admitir que era humano e cheio de defeitos.

5 – Releia o sexto parágrafo. Observe o emprego das palavras Heroica e impassível. Com que intenção o autor as usou?
      Com a intensão de mostrar uma heroína impassível, que não deixa transparecer seus verdadeiros sentimentos.

6 – Releia a argumentação usada por Seixas, para justificar o rompimento do compromisso. Por que ela não convence?
      Existe na fala de Seixas uma sinceridade exagerada, que nos faz desconfiar dele. Além disso, ele exagera também na descrição de sua situação econômica, sem explicar mais detalhadamente por que iria “condená-la às humilhações da pobreza”.

7 – Observe a frase:
      “--- Pensa então que basta uma palavra sua para restituir-me a liberdade?”
a)   A que liberdade se refere a moça?
À liberdade que seu coração conseguiria caso deixasse de amar Seixas.

b)   O que seria necessário para conseguir essa liberdade, além da palavra de Seixas?
A decisão dela de esquecê-lo para sempre.

8 – O que levou Aurélia a se resignar diante da decisão de Seixas?
      Aurélia sabia de sua posição social inferior, talvez se achasse indigna do rapaz; além disso, a grandeza de seu caráter a impediria de obrigar Seixas a ficar com ela sem que ele a amasse o suficiente. Seu amor não é egoísta. Considerar, também, a situação da mulher na sociedade da época, em geral.

9 – Localize os adjetivos usados pelo autor para caracterizar os seguintes substantivos: sonho, posição, existência, ironia, partido, voto. O que você nota? Releia o texto, observando o emprego dos adjetivos, de modo geral, e faça um comentário.
      Sonho dourado; posição brilhante; existência obscura; ironia tênue; partido brilhante; voto ardente. O aluno deverá notar que os adjetivos estão ligados a luz, cor ou luminosidade. No conjunto, conferem ao texto a impressão de um jogo de luzes: claro/escuro.

10 – “Conhecia a moça que Seixas retira-lhe seu amor”; “Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas”. O que você observa quanto à estruturação desses períodos? Qual seria a razão dessa construção?
      O aluno deverá observar que há inversão (hipérbole) dos termos: a oração começa pelo verbo, deslocando-se o sujeito para depois do verbo. Considerar que o texto é do Século XIX; pelo que podemos perceber em outros textos da mesma época, o hipérbato era um recurso usual.

11 – Há no texto o emprego frequente de orações subordinadas substantivas. Observe em que passagens isso ocorre e dê uma justificativa para essa opção do autor.
      O autor usa frequentemente o discurso indireto (“Conhecia a moça que...”; “Pensava ela que...”); consequentemente, recorre às orações subordinadas.

12 – Refletindo sobre as características do texto que você leu, procure traçar:
a)   O perfil do leitor a que ele se destina.
Centrando-se no ponto de vista da heroína, percebe-se que o texto está dirigido a um público feminino.

b)   A condição da mulher na sociedade da época.
A mulher, principalmente as pertencentes às classes menos ricas, tinha pouco poder de decisão sobre sua vida sentimental, ficando sujeita à decisão dos homens. No caso específico de Aurélia, essa situação irá mudar a partir do momento em que ela herdará uma fortuna.