sexta-feira, 7 de julho de 2017

SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA-TEXTOS LITERÁRIOS-POEMAS- COM GABARITO

SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA


 As questões 01 a 04 referem-se ao texto abaixo, que apareceu como legenda de uma foto no Jornal de Londrina.

         Rua de Londrina, provavelmente final dos 30 ou começo dos 40, decerto a atual Avenida Paraná. Um lamaçal com enxurrada e, claro, lá no fundo dois moleques andando na enxurrada. Um homem limpa o barro dos pés num chora-paulista. Outro homem de roupa clara (usar roupa clara parecia até um protesto elegante contra o barro e a poeira) está na porta olhando para fora, talvez tomando coragem de enfrentar o terror daqueles tempos, a rua embarreada cheia de armadilhas. Podia-se atolar os sapatos ou perder as galochas sugadas pelo barro. Podia-se levar tombo, que a terra-vermelha é escorregadia, e sujar a roupa lavada em tanque e secada em varal quando a poeira deixava. Em todos os relatos de pioneiros, é impressionante como falam enfaticamente do barro e da poeira como flagelos diários. A mesma terra que dava a riqueza, dava o castigo. A História de Londrina pode ser poeticamente dividida em tempo da clareira (o povoado), tempo do barro, tempo do paralelepípedo e tempo do asfalto, correspondendo aos ranchos de palmito, casas de madeira, de alvenaria e finalmente concreto ou pré-moldados. Quatro estrelas na bandeira, quatro tempos na História.
 (Domingos Pellegrini Junior. Jornal de Londrina, 13/5/2001, p. 3C.).

 01 - A que se refere o autor com a expressão "terror daqueles tempos"?
     a) À violência que começava a aparecer na cidade.
     b) À situação política, pois a Segunda Guerra Mundial era iminente.
     c) Ao lamaçal em que se transformava a cidade quando chovia.
     d) À obrigação de as pessoas se vestirem com roupa clara num lugar de       terra vermelha.
     e) Às obras que modernizariam a cidade logo em seguida.

02 - “A História de Londrina pode ser poeticamente dividida em tempo da clareira (o povoado), tempo do barro, tempo do paralelepípedo e tempo do asfalto...” Neste trecho, o autor expressa:
     a) Relação entre o tempo e a matéria que o representa.
     b) Analogia entre o espaço urbano e o rural.
     c) Comparações entre as causas e consequências do desenvolvimento urbano.
     d) Relação entre o material usado e as características dos habitantes.
     e) Oposição entre ruas e casas no mesmo contexto histórico.

03 - A descrição do autor está repleta de expressões que revelam uma avaliação ou opinião, o que torna o texto bastante subjetivo. Assinale a alternativa que NÃO contém essas expressões de subjetividade.
     a) Um lamaçal com enxurrada e, claro, lá no fundo dois moleques...
     b) ... usar roupa clara parecia até um protesto elegante contra o barro e a poeira...
     c) Em todos os relatos de pioneiros, é impressionante como falam...
     d) A História de Londrina pode ser poeticamente dividida em...
     e) Um homem limpa o barro dos pés num chora-paulista.

04 - “Podia-se levar tombo, que a terra-vermelha é escorregadia, e sujar a roupa lavada em tanque e secada em varal quando a poeira deixava.” No período acima, estabelecem-se relações de:
     a) explicação e proporcionalidade
     b) concessão e temporalidade
     c) conclusão e causalidade
     d) explicação e temporalidade
     e) concessão e condicionalidade.


05 - Em relação aos quadrinhos, considere as seguintes afirmativas:
     I - Brincar e explorar o lado lúdico são expressões apresentadas como formas variantes do mesmo significado.
     II - Lúcio não aceita o convite para brincar de astronauta porque se considera um intelectual.
     III - Nas falas de Lúcio, há, implícito, um conceito de intelectual: aquele que fala difícil ou complica o que é simples. É correto afirmar:

     a) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
     b) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
     c) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
     d) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
     e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

As questões 06 e 07 referem-se ao texto abaixo.

        Não faz tanto tempo assim, a noção de risco, como hoje a conhecemos, não existia. Doenças e mortes eram consideradas inevitáveis consequências de um destino divinamente planejado, sobre o qual não possuíamos controle. As pessoas não pesavam as consequências da escolha de sua carreira, do uso de tecnologias ou das políticas sociais simplesmente porque essas opções não existiam. O risco era uma província povoada por jogadores de dados e cartas, aliás os primeiros a medi-lo e a manipulá-lo. A emergência do capitalismo globalizado, junto com a ciência e a tecnologia, trouxe benefícios inegáveis à agricultura, aos transportes e à saúde. Mas também nos transformou em jogadores numa escala jamais vista. Durante o século XX, contemplamos o lado negativo de avanços tecnológicos que foram instrumento de guerras e atrocidades. Aprendemos a temer acidentes, poluição, extinção de espécies, desmatamento, lixo atômico, além da contaminação da água e dos alimentos com agrotóxicos. Agora, na medida em que entramos no século XXI, deparamos com estonteantes possibilidades tecnológicas: clonagem, membros cibernéticos para repor componentes humanos, alimentos geneticamente modificados. Naturalmente questionamos se esse contínuo avanço tecnológico implicará riscos imprevisíveis.

(Andrea Kauffmann-Zeh. A miopia científica, Revista Época, 30/4/2001, p. 114.)

06 - As expressões os primeiros e esse contínuo avanço tecnológico referem-se, respectivamente, a:
       a) jogadores – componentes humanos
       b) dados e cartas – clonagem
       c) riscos de manipulação – membros cibernéticos
       d) usos das tecnologias – alimentos geneticamente modificados
      e) jogadores de dados e cartas – estonteantes possibilidades tecnológicas.

07 - No texto acima, o autor:
       a) Estabelece uma comparação entre o século XX, cujos avanços tecnológicos foram usados como instrumentos de guerra, e o século XXI, no qual a tecnologia transformará o homem num ser cibernético.
       b) Compara os riscos do século XX, que já podemos avaliar, aos riscos certos que se originarão do avanço tecnológico do século XXI.
      c) Mostra que, apesar das atrocidades do século XX, os avanços do século XXI trarão consequências ainda piores.
       d) Alega que os séculos XX e XXI se igualam em perigos provenientes do avanço tecnológico principalmente nas áreas da saúde e da agricultura.                                
       e) Compara três momentos: o primeiro, em que não se conhecia a noção de risco; o segundo, que começa com os avanços tecnológicos cujos riscos sabemos avaliar; o terceiro, cujos avanços poderão trazer riscos ainda desconhecidos.

08 - Assinale a alternativa que NÃO segue as normas cultas de concordância.
       a) Desconheciam-se as noções de risco que se conhecem hoje.
       b) Não se pesavam as consequências da escolha de uma carreira.
       c) Contemplou-se o lado negativo dos avanços tecnológicos.
       d) Aprendeu-se a temer acidentes, poluição, extinção de espécies.
 e) Questionou-se os avanços tecnológicos com consequências desconhecidas.

        As questões 09 e 10 referem-se ao texto abaixo.

        Dinheiro aos cachos Uma dinamarquesa de 83 anos deixou tudo que tinha – 60 000 dólares – de herança para seis chimpanzés. Os macacos vivem no zoológico de Copenhague. O zoo vai utilizar o dinheiro para fazer uma megarreforma na jaula dos chimpanzés.
             (Revista Terra, outubro de 2000.).

09 - Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas com o uso de um prefixo com sentido contrário ao prefixo da palavra megarreforma.

       a) hipermercado – hipersensível – hipertensão – hipertermia
       b) megalópole – megalomaníaco – megashow – megascópio
       c) microbiologia – microscópio – microrregião – microfone d) uníssono – unilateral – unipolar – uninominal
       e) semicírculo – semiconsciência – semideus – semidiâmetro.

10 - Quanto ao título do texto, é INCORRETO afirmar:

       a) O dinheiro foi entregue ao zoo em fardos.
       b) O título manifesta a ironia do autor em relação ao episódio.
       c) A expressão aos cachos faz referência ao volume de dinheiro doado aos chimpanzés.
       d) A expressão aos cachos foi utilizada por permitir alusão cômica a bananas, alimento normalmente associado a macacos.
       e) A expressão aos cachos poderia ser substituída por às pencas sem prejuízo do efeito cômico sugerido pelo título.

       As questões 11 a 14 referem-se ao texto a seguir.


       Mais onze planetas Ainda não somos capazes de responder à questão crucial — se há ou não vida fora da Terra. A existência de planetas fora do sistema solar, contudo, já deixou o plano teórico. Na semana passada, onze novos planetas foram acrescentados aos 52 identificados nos últimos seis anos. São planetões do tamanho de Júpiter, o maior do sistema solar. Entre as descobertas há dois sistemas planetários, cada um com dois astros girando em torno da estrela central. Há também um planeta que mantém uma órbita muito semelhante à da Terra em torno do Sol. O mais fascinante é que ele está, em relação a sua estrela, dentro da chamada zona habitável, ou seja, aquela que teoricamente reúne as condições de temperatura e luminosidade compatíveis com a existência de vida. (...). Há outra novidade no ramo dos planetas: astrônomos ingleses anunciaram ter encontrado evidências de pelo menos uma dúzia deles vagando pela nebulosa de Órion. Eles os chamaram de “planetas errantes”, cuja característica principal é não estarem presos ao campo gravitacional de uma estrela. A maioria dos astrônomos prefere classificá-los como estrelas anãs marrons, categoria intermediária entre as definições de estrelas e de planetas. Eles têm o aval da União Astronômica Internacional, que se mantém fiel à definição clássica de que um planeta é um objeto que percorre órbita fixa em torno de uma estrela. Até a contenda ser esclarecida os errantes estão fora da lista oficial de planetas.
                                                                    (Veja, 11/04/2001.).

11 - Os chamados “planetas errantes” trazem dificuldades para a sua classificação porque
       a) não percorrem órbita fixa em torno de uma estrela.
       b) estão vagando na nebulosa de Órion, no campo gravitacional de uma estrela.
       c) a União Astronômica Internacional ainda não tem um conceito definido de estrela.
       d) pertencem a sistemas planetários diferentes.
       e) não apresentam temperatura e luminosidade compatíveis com a existência de vida.

12 - Observe:
       I - Eles têm o aval da União Astronômica Internacional... (apoio).
       II - Até a contenda ser esclarecida... (controvérsia).
       III - ... reúne as condições de temperatura e luminosidade compatíveis com a existência de vida. (Adequados à) As palavras entre parênteses poderiam substituir as grifadas, sem alterar o sentido da frase, em:
       a) I somente.
       b) I e II somente.
       c) I e III somente.
       d) II e III somente.
       e) I, II e III. 

13 - Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
       a) Há duas novas descobertas no campo da astronomia: a primeira diz respeito a novos sistemas planetários que foram descobertos recentemente; a segunda se refere a astros que ora são classificados como planetas, por possuírem órbita fixa, ora como estrelas.
       b) Há duas novas descobertas no campo da astronomia. A primeira diz respeito a novos sistemas planetários, que foram descobertos recentemente; a segunda, se refere a astros que ora são classificados como planetas por possuírem órbita fixa, ora como estrelas.
       c) Há duas novas descobertas no campo da astronomia: a primeira, diz respeito a novos sistemas planetários que foram descobertos recentemente. A segunda se refere a astros, que ora são classificados como planetas por possuírem órbita fixa, ora como estrelas.
       d) Há duas novas descobertas no campo da astronomia. A primeira diz respeito a novos sistemas planetários que foram descobertos recentemente. A segunda, se refere a astros que ora são classificados, como planetas por possuírem órbita fixa, ora, como estrelas.
       e) Há duas novas descobertas no campo da astronomia: a primeira diz respeito a novos sistemas planetários que foram descobertos recentemente; a segunda se refere a astros que ora são classificados como planetas, por possuírem órbita fixa ora como estrelas.

14 - “Eles os chamaram de 'planetas errantes', cuja característica principal...” O uso de cujo está se restringindo quase que exclusivamente à língua escrita. Por isso, os falantes apresentam, cada vez mais, desconhecimento no emprego dessa forma. Todas as sentenças abaixo estão em desacordo com a norma culta. Assinale a única em que, segundo essa norma, deveria haver o uso de cujo.
       a) Os alunos que as matrículas foram indeferidas entraram com novo requerimento.
       b) Ganhei vários livros os quais não gostei.
       c) Recebi uma proposta que não concordei.
       d) Relatei o processo que todos se referiram na última reunião.
       e) O guarda se irritou com a turma que ele discutiu.

       As questões 15 e 16 referem-se aos textos que seguem.

      

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. (...) Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do Itabirano. In: Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 101.) CHE GUEVARA (1967).

      Que boina, que belo, que barba... Que sonho, que sanha, que santo... O olhar que, na foto célebre, escruta ao longe, e espreita, e espia, confirma-o como inigualável sentinela da utopia. (...) CHE GUEVARA (2001) É apenas um pôster na parede. Mas como dói.
    (TOLEDO, Renato Pompeu de. Epigramário dos náufragos dos anos 60, Veja, 21/2/2001, p. 150.)
15 - O final do texto de Toledo
       a) faz um plágio do texto de Drummond, o que é um sinal de desonestidade e incapacidade criativa do autor.
       b) coincide acidentalmente com o texto de Drummond: como ambos retratam situações semelhantes, usam também textos análogos.
       c) evoca intencionalmente o conhecido poema de Drummond, para marcar a semelhança de sentimentos.
       d) faz uma paródia do poema de Drummond, imitando-o em um texto que se caracteriza pelo sentimentalismo.
       e) apresenta uma paráfrase do poema de Drummond, com o propósito de divulgá-lo entre os leitores da revista em que está publicado.

  16 - Comparando-se o início dos textos dos dois autores, observa-se que:
       a) Embora com algumas diferenças nos elementos selecionados, ambos fazem referência a um passado marcado pela luta por um ideal político.
       b) Para Drummond, lembrar Itabira dói, devido à saudade de sua juventude; para Toledo, lembrar Che Guevara dói, devido à descrença atual nos ideais dos anos 60.
       c) Ambos gostariam de voltar ao passado, representado, no poema de Drummond, pela foto de sua cidade natal e, no texto de Toledo, pelo pôster de um herói de sua juventude.
       d) Há uma semelhança no início dos dois textos, pois os autores retratam o mesmo período da história do Brasil.
       e) Ambos têm como tema principal a tristeza pela perda da juventude.

17 - Em painéis colocados estrategicamente nas saídas de Londrina, uma propaganda em que se destaca a logomarca de uma empresa de telecomunicações apresenta o seguinte texto: Agora você já sabe por que todo mundo fala bem de Londrina. A respeito da ambiguidade desse texto publicitário, considere as seguintes afirmações:
       I - A ambiguidade da sentença decorre do fato de todas as expressões usadas terem sentido genérico.
       II - Os locais onde foram afixados os painéis e o fato de se tratar de anúncios de uma empresa de telecomunicações constituem o contexto que facilita a percepção de diferentes leituras.
       III - Existe uma interpretação mais ligada ao serviço de telefonia. Nessa, a expressão de Londrina deve ser entendida como lugar de procedência da chamada telefônica. Sobre as afirmativas acima, é correto afirmar:
       a) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
       b) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
       c) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
      d) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
      e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

18 - A palavra bem pode assumir diferentes significados de acordo com o contexto. Assinale a alternativa em que bem expressa uma circunstância de modo.
       a) Quem se cuida vive bem.
       b) A educação é o maior bem da humanidade.
       c) Era uma tarde quente, bem quente para os dias outonais.
       d) Bem! De agora em diante falaremos de outro assunto.
       e) Não diga isso do rapaz, ele é gente bem.

19 - A forma pronominal onde é usada segundo as normas do português padrão na alternativa:
       a) Parte da população brasileira vive na indigência, sem família, sem documentos, onde se submete a serviços desumanos para ganhar um salário.
       b) Um levantamento foi feito onde diz que cerca de 20% da população brasileira vive na indigência.
       c) O desemprego é um grave problema social, onde os pais de classe baixa não têm oportunidade de conseguir um trabalho.
       d) No Brasil, onde a política só favorece a elite, há uma grande exclusão social.
       e) A tecnologia hoje está bem avançada onde se deve a vários meios de comunicação.

20 - Observe:
       I - A Austrália é a sensação do momento. Se você gosta de natureza e esporte, a terra dos cangurus é o passeio indicado.
       II - Se você se encaixa no segundo caso, há opções de cursos variados em universidades com excelente padrão de ensino.
       III - Esta simpática ilha do tamanho de um continente é habitada por um povo caloroso que recebe bem quem chega lá para passear ou estudar.
       IV- Os preços dos cursos de inglês, especialmente, são muito atraentes nesta época. De qualquer forma, você pode aproveitar tudo a que tiver direito. A Austrália é o que você imagina e muito mais. A sequência que organiza os trechos acima num texto coerente é:
       a) III – II – I – IV
       b) I – IV – II – III
       c) IV – I – III – II
       d) I – III – II – IV
       e) III – I – IV – II.

 21 - Leia os poemas abaixo.



O engenheiro
A luz, o sol, o ar livre
Envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
Superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;
O desenho, o projeto, o número:
O engenheiro pensa o mundo justo,
Mundo que nenhum véu encobre.

(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro). 

A água, o vento, a claridade, De um lado o rio, no alto as nuvens, Situavam na natureza o edifício Crescendo de suas forças simples.

   (MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1995. p. 69-70.)


Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

      (ANDRADE, Oswald de. Poesias reunidas. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, [s.d.]. p. 177.)
Sobre os poemas, é INCORRETO afirmar:

       a) O primeiro poema contém um rigor formal e semântico, em que se percebem versos com a enumeração de substantivos, sem o acompanhamento de adjetivos, o que é próprio do estilo de João Cabral de Melo Neto.
       b) Predomina no segundo poema uma forma de expressão irônica, o que é um traço marcante na produção poética de Oswald de Andrade, a exemplo de outros poemas do autor como “Erro de português” e "O capoeira”.
       c) Ao falar do sonho do engenheiro, João Cabral revela também a sua concepção sobre a criação poética, que se traduz pelo afastamento do sentimentalismo e da emotividade. Essa tendência à objetividade acentua-se em seu livro Psicologia da composição, escrito em 1947.
       d) “O engenheiro” pertence à 3a fase do Modernismo, e “Pronominais”, à 1a fase. Evidência disso é o fato de o primeiro poema ser escrito em versos de métrica regular, típicos da Geração de 45, enquanto o segundo é composto de versos livres, comuns no período da Semana de Arte Moderna.
       e) No poema “Pronominais”, ao estabelecer a distinção entre a fala culta e a fala popular, o poeta pôs em destaque uma das principais lutas dos modernistas: a valorização da oralidade e do coloquialismo na produção literária, em oposição à linguagem empolada dos parnasianos e academicistas.

22 - Leia a estrofe inicial, transcrita abaixo, do soneto “Braços”, do poeta simbolista Cruz e Sousa, e assinale a alternativa correta: Braços nervosos, brancas opulências, Brumais brancuras, fúlgidas brancuras, Alvuras castas, virginais alvuras, Lactescências das raras lactescências.
       a) O elemento descrito, os braços, torna-se fluido, na medida em que a descrição do mesmo ocorre através de um processo de justaposição de imagens e de reiteração de adjetivos, que tenta fundir o concreto e o abstrato.
       b) Cruz e Sousa, neste poema, ainda não conseguiu se afastar das influências do Romantismo, estética literária que antecede o Simbolismo, haja vista a descrição minuciosa e objetiva que faz dos braços femininos.
       c) A predominância do branco na descrição dos braços deixa entrever a valorização do homem branco e o preconceito contra o negro, traço marcante da poesia de Cruz e Sousa.
       d) Há uma gratuidade musical e imagística nesta estrofe do poema, pois a repetição de palavras sinônimas como “brancas”, “brancuras”, “alvuras” e “lactescências” e de sons como os das letras “b” e “s” não apresenta propriamente um sentido, mas se transforma em mero jogo linguístico.
       e) Há a tentativa de descrição precisa e clara dos braços, o que pode ser observado na enumeração sucessiva de adjetivos usados para caracterizá-los.  

23 - Os textos abaixo fazem parte de duas obras clássicas do Romantismo brasileiro: o texto 1 é o início do romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865; o texto 2 é uma estrofe do canto VIII do poema "I-Juca-Pirama", de Gonçalves Dias, do livro Últimos cantos, de 1851.

       
Texto 1: "Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira..."
        Texto 2: "Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés."

        Assinale a alternativa INCORRETA.

       a) O romance Iracema, de José de Alencar, ficou conhecido como "lenda da formação do estado do Ceará", que se deu pela união do homem branco português com a mulher indígena brasileira. O poema "I-Juca-Pirama", de Gonçalves Dias, é considerado um "hino" em louvor à tradição guerreira da civilização indígena brasileira.
       b) A forma como o narrador localiza a história e descreve a personagem feminina, no primeiro texto, revela uma leveza de estilo que é própria da poesia; no segundo texto, ao contrário, há uma força dramática nos versos que se constrói pela fala exaltada do pai ao filho.
        c) As duas obras idealizaram o índio enquanto uma raça forte que contribuiu para a formação da nação brasileira, num momento que se definia pela defesa do nacionalismo e pelo culto à natureza. Neste sentido, pode-se dizer que elas representaram autonomia estética no âmbito literário e autonomia política no âmbito social para um país em formação, como se apresentava o Brasil naquele momento histórico.
       d) No primeiro texto o discurso narrativo é pleno de metáforas e alegorias, a mostrar uma mulher meiga e cheia de encantos, pela comparação com elementos da natureza. No segundo texto as sílabas fortes dos versos marcam a cadência do discurso poético, de forma a revelar a ira do pai contra o filho, o que mostra a bravura da raça indígena, em que é preciso ser guerreiro e vencer a luta contra o inimigo.
       e) A mesma concepção idealizada e significação política atribuídas à raça indígena no Romantismo foi retomada pelos escritores modernistas e contemporâneos, que exaltaram a beleza e a força indígena em obras como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Maíra, de Darcy Ribeiro.


24 - O texto abaixo apresenta uma passagem do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, em que Fabiano é focalizado em um momento de preocupação com sua situação econômica. Escrito em 1938, esta obra insere-se num momento em que a literatura brasileira centrava seus temas em questões de natureza social.
       "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco."

(In: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 55. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991.)

 Sobre este trecho do romance, somente está INCORRETO o que se afirma na alternativa:
       a) Este trecho resume a situação de permanente pobreza de Fabiano e revela-se como uma crítica à economia brasileira e às relações de trabalho que vigoravam no sertão nordestino no momento em que a obra foi criada. Isso pode ser confirmado pelas orações: "... Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes..."
       b) A oração: "Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça" tanto pode ser o discurso do narrador que revela o pensamento de Fabiano, quanto pode ser o próprio pensamento dessa personagem. Esse modo de narrar também ocorre com as demais personagens do romance.
       c) A oração: "... Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco" indica a voz do narrador em terceira pessoa, ao mostrar o estado de agonia em que se encontra a personagem.
       d) A expressão “Forjara planos”, típica da linguagem culta, é seguida no texto por um provérbio popular: “quem é do chão não se trepa”. Essa mudança de registro linguístico é reveladora do método narrativo de Vidas secas, que subordina a voz das classes populares à da elite.
       e) O texto tem início com a esperança de Fabiano de mudanças em sua situação econômica; a seguir, passa a focalizar a realidade de pobreza em que a personagem se encontra, e finaliza com sua revolta e angústia diante da condição de empregado, sempre em dívida com o patrão.


25 - O trecho transcrito abaixo pertence à obra Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, escrito em 1936, e se constitui em uma análise histórico-sociológica da organização da sociedade brasileira.
       “À frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e Brasil. Os elementos anárquicos sempre frutificaram aqui facilmente, com a cumplicidade ou a indolência displicente das instituições e costumes.”
   (HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. p. 5.).

       Com base nas afirmações de Holanda, assinale a alternativa que estabelece a melhor correspondência com o romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, escrito em 1853.
       a) Escrito no momento em que movimentos em prol da República cresciam no Brasil, o romance faz uma crítica à estrutura social monárquica e desorganizada e vê no regime republicano um modelo ideal a ser adotado no país.
       b) Juntamente com a obra As minas de prata, de José de Alencar, também um autor romântico, o romance de Manuel Antônio de Almeida pode ser considerado um romance histórico, na medida em que faz um traçado da história do Brasil imperial, cuja desorganização social mostrava-se um reflexo da incapacidade político-administrativa da época.
       c) Embora escrito durante o Romantismo, marcado pelas idealizações e pela visão eufórica da pátria, o romance de Manuel Antônio de Almeida apresenta um retrato fiel da elite dirigente brasileira do século XIX, cuja falta de estratégia na administração pública levava à anarquia social e de valores, aspecto que o romance retrata com clareza na descrição das festas e no comportamento imoral das personagens.
       d) Sendo uma obra de engajamento social, o romance critica a sociedade escravocrata brasileira do século XIX, ao mostrar o autoritarismo e a crueldade da personagem D. Maria no tratamento rigoroso que dispensava às suas escravas.
       e) Ao narrar as peripécias do jovem Leonardo, o romance apresenta, com olhar crítico e bem humorado, os costumes da sociedade brasileira da época de D. João VI, marcada por uma certa lassidão de valores, o que permitia às personagens transitar pelo universo da ordem e da desordem, de acordo com as conveniências, o que reflete a falta de estruturação social do Brasil no século XIX.


26 - Sobre Contos novos, de Mário de Andrade, é correto afirmar que esse livro:
   a) representa obra da fase madura do autor, desligando-se dos ideais estéticos modernistas de 22 e retomando atitudes românticas.
  b) representa uma evolução da prosa de ficção realista e crítica, assemelhando-se ao regionalismo do romance de 30, inclusive no âmbito temático.
    c) reúne intimismo e crítica social, firmando-se como uma obra de caráter reflexivo do modernismo e discutindo diversos preconceitos, como o homossexualismo e o tabu da morte no âmbito familiar.
       d) recorre, em diversos textos, à personagem Juca, que, ora como narrador, ora como personagem, se constitui na defesa do presente e no desprezo pelo passado.
       e) contraria um traço expressivo da obra poética do autor, ao repudiar a oralidade valorizada nos poemas da primeira geração modernista.


27 - O poema que segue faz parte do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia, publicado em 1930, e tem como título "Cidadezinha qualquer". Leia o poema e assinale a alternativa correta.

   Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.

       a) O poema denuncia de forma irônica e com uma linguagem sintética a monotonia e o tédio que predominam em pequenas cidades do interior.
       b) O poema mostra com sentimento piedoso o desajuste existencial do homem diante da vida.
       c) O poema retrata de modo triste e melancólico a desventura amorosa do poeta na cidade de Itabira, onde nasceu.
       d) Predomina no poema um sentimento de nostalgia do passado, por meio de uma linguagem muito simples e pouco elaborada esteticamente.
       e) Há no poema uma preocupação de ordem social e política que sintetiza o "sentimento do mundo" do eu lírico.


28 - Leia o poema abaixo, de Gregório de Matos Guerra, que faz parte da poesia lírica barroca, com temática religiosa.

       A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido; Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na nossa ovelha a vossa glória.

       Sobre o poema, é INCORRETO afirmar:

       a) O poema apresenta-se em forma de soneto, com uma linguagem plena de artifícios de versificação, o que faz ressaltar o conteúdo temático, que é o arrependimento do eu lírico de seus pecados, em busca do perdão de Jesus Cristo.
       b) A forma de expressão poética do eu lírico, neste poema, é marcada pela tensão e reflete os conflitos do homem do período barroco, que vivia as contradições entre o teocentrismo medieval e o antropocentrismo clássico.
       c) Percebe-se neste poema a preocupação com a forma característica ao período barroco, em que o poeta faz uso de muitos processos técnicos e expressivos, dentre eles a rima bem marcada dos versos e o uso frequente de antíteses e inversões sintáticas.
       d) O poema apresenta ideais divergentes entre o humano e o divino em decorrência da oposição que havia, na época, entre a mentalidade pagã da burguesia portuguesa e a religiosidade católica da sociedade brasileira.
       e) O poema todo estrutura-se como uma evocação lírico-religiosa, em que o eu lírico confessa ser um pecador, no início do poema, para a seguir estabelecer um confronto de ideias entre a culpa do pecador e a clemência de Jesus, e somente no final, como último apelo, nomear-se uma "ovelha desgarrada", evocando o perdão divino.

29 - Indique a alternativa em que a afirmação sobre a obra O Barão, de Branquinho da Fonseca, NÃO encontra correspondência no trecho literário transcrito imediatamente a seguir.

       a) O Barão representa o passado, o autoritarismo e a decomposição do poder: "Era um senhor medieval, sobrevivendo à época, completamente inadaptado, como um animal de outro clima."
       b) A narrativa enfatiza mais a atmosfera nebulosa e a vida interior das personagens e menos a ação exterior: "Fui de comboio até à cidade mais próxima, onde depois tomei uma camioneta de carreira que me deixou, já de noite, numa aldeia cujo nome não me lembra."
       c) Nesta obra é possível perceber uma forte contradição entre Deus e o Diabo, o que mostra a tensão e a insegurança vividas pelas personagens: "Quantas pessoas, porém, tenho encontrado que são como eu, quase como eu: negadas a si próprias, paradas no encontro das forças contrárias, afinal sem a decisão de quem simplesmente caminha para algum sítio onde pensou chegar."  
       d) Grande parte da narrativa é marcada pelo intimismo e pelo psicologismo, principalmente pela reflexão da personagem que representa o inspetor das escolas de instrução primária: "Além de que estes momentos de espontânea revelação em que abrimos quanto podemos todas as portas e alçapões de nós próprios, estes momentos são tão difíceis de atingir, por cobardia e por orgulho e pela incompreensão que nos rodeia, que..."
       e) Uma característica muito marcante neste romance é a fusão do simbólico com o real: "[O Barão] levantou-se lentamente, viu subir, pareceu-me que crescia, que aumentava de altura e largura. A cadeira caiu para trás. Ficara com o olhar distante e fixo."


30 - Leia o seguinte trecho do conto "Amor", de Clarice Lispector.
       “O mundo se tornara de novo um mal-estar. Vários anos ruíam, as gemas amarelas escorriam. Expulsa de seus próprios dias, parecia-lhe que as pessoas da rua eram periclitantes, que se mantinham por um mínimo equilíbrio à tona da escuridão – e por um momento a falta de sentido deixava-as tão livres que elas não sabiam para onde ir. Perceber uma ausência de lei foi tão súbito que Ana se agarrou ao banco da frente, como se pudesse cair do bonde, como se as coisas pudessem ser revertidas com a mesma calma com que não o eram.”

     (LISPECTOR, Clarice. Laços de família. 11. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 21-2.)
Com base nesta leitura, é correto afirmar:
        a) No trecho "a falta de sentido deixava-as tão livres que elas não sabiam para onde ir", emerge a força do fantástico, traço tão significativo neste conto como em todos os demais contos de Laços de família.
        b) No trecho "como se as coisas pudessem ser revertidas com a mesma calma com que não o eram", percebe-se uma referência à súbita paixão que invade a protagonista, provocando o desequilíbrio familiar e o desejo de viver ao lado do amante.
       c) No trecho "Expulsa de seus próprios dias", revela-se o conflito da protagonista ao se defrontar, no espaço urbano, com uma cena comum que desencadeia uma reavaliação de sua vida íntima e doméstica.
       d) No trecho "parecia-lhe que as pessoas da rua eram periclitantes", destaca-se a atmosfera de mistério que provoca a aproximação entre esse conto e as histórias policiais com sua ambientação urbana.
       e) No trecho "Vários anos ruíam", sobressai uma marca destacada dos contos da autora: apresentar narrativas cuja ação se estende por uma longa duração de tempo.



MÚSICA : VOZES DA SECA - LUIZ GONZAGA - COM GABARITO

VOZES DA SECA - Luiz Gonzaga
 Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão

É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage

Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
  
INTERPRETAÇÃO DA MÚSICA E DO CARTUM


1)Qual o tema abordado na música de Luiz Gonzaga?
Resposta: A seca no Nordeste brasileiro. 

2) O que o cartum retrata?
 Resposta:  Famílias nordestinas enfrentando a seca no Nordeste brasileiro.

 3) O que há em comum entre a letra da música e o cartum?
Resposta:  Ambos abordam as dificuldades enfrentadas pelo povo nordestino devido à seca.
4) O que é solicitado na música? Há uma crítica nessa solicitação?
Resposta: Na música, há uma crítica ao governo brasileiro que ao invés de ajudar o povo, dando-lhes “esmolas”, deveria dar maiores oportunidades de emprego, para que assim todos pudessem ter dignidade. 

5) Observe o trecho da música “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. De acordo com seus conhecimentos, o que o compositor quis dizer com essa frase?
Resposta: O compositor quer dizer que quando o governo oferece ajuda financeira para os necessitados, que têm saúde para trabalhar, isso é uma esmola, o que não dignifica o homem, pelo contrário, lhe dá vergonha, ou o acostuma a receber ajuda e não trabalhar.