Mostrando postagens com marcador VARIEDADE LINGUÍSTICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador VARIEDADE LINGUÍSTICA. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de abril de 2022

POEMA: À MODA CAIPIRA - ELIAS JOSÉ - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM GABARITO

 Poema: À moda caipira

             Elias José

Para a Sonia Junqueira, pela parceria e amizade.


U musquitu ca mutuca
num cumbina.
U musquitu pula
i a mutuca impina.

U patu ca pata
num afina.
U patu comi grama
i a pata qué coisa fina.

U gatu cum u ratu
vivi numa eterna luita.
U ratu vai cumê queiju,
vem um gatu i insurta.

U galu ca galinha
num pareci casadu.
A galinha vai atrais deli
i u galu sarta di ladu.

U pavão ca pavoa
mais pareci muléqui.
A pavoa passa réiva
e eli só abri u léqui.

U macacu ca macaca
num pareci qui si ama:
ela pedi um abraçu,
ele dá uma banana…

Eu mais ocê cumbina
qui dá gostu di vê:
eu iscrevu essas poesia
i ocê cuida di lê…

Cantos de encantamento. Belo Horizonte: Formato, 1996. p. 22.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 51-2.

Entendendo o poema:

01 – Ao escrever esse poema, o autor não obedeceu às regras ortográficas da língua portuguesa.

a)   Leia o nome do poema e tire uma conclusão: Por que, na sua opinião, o autor escreveu o texto desse modo?

Porque ele procurou imitar o jeito de falar de um caipira.

b)   Qual é o dialeto que o autor usou para escrever o poema?

O dialeto caipira.

02 – Compare as palavras abaixo. As da coluna da esquerda estão escritas de acordo com as regras ortográficas, e as da coluna da direita estão escritas conforme aparecem no poema.

Mosquito           musquitu

Pato                  patu

Rato                  ratu

a)   Quais dessas palavras lembram mais o nosso jeito de falar?

As palavras do lado direito.

b)   Conclua: Nosso jeito de falar sempre corresponde ao modo como as palavras são escritas?

Não, a correspondência não é exata.

03 – Compare em cada par de palavras abaixo as da esquerda com as da direita e tire conclusões sobre as diferenças entre oralidade e escrita.
Mosquito—musquitu           Parece—pareci           Insulta—insurta


Combina—cumbina             Come—comi              Salta—sarta


Comer—cumê                      Dele— deli

a)   O que acontece com a vogal o de sílabas átonas (fracas), como em mosquito, quando a palavra é falada?

Transforma-se em u.

b)   O que acontece com a vogal e da sílaba final das palavras, como em parece, quando ela é falada?

Transforma-se em i.

c)   O que acontece com a letra l anterior à última sílaba, como em insulta, quando ela é falada?

Transforma-se em r.

d)   Dessas mudanças, quais são as típicas do dialeto caipira?

Insurta, sarta.

e)   Por que existem essas diferenças entre oralidade e escrita, na sua opinião?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A grafia da língua portuguesa no Brasil está ligada às origens históricas da língua e da influência de imigrantes mis recentes: japoneses, italianos, libaneses, etc.

04 – Observe este trecho do poema:

“Eu iscrevu essas poesia”

a)   Além da grafia da palavra iscrevu, esse trecho apresenta outra variação em relação à norma-padrão. Qual é ela?

A falta de concordância.

b)   Apesar dessa variação, podemos entender que o trecho se refere a uma única poesia ou a mais de uma? Como é possível saber isso?

A noção de plural é dada por essas; logo, o plural de poesia seria só um reforço. Como as variedades populares buscam a economia, poesia fica no singular.

05 – Na última estrofe do poema, o eu lírico se dirige a outra pessoa e compara seu relacionamento com ela ao relacionamento de vários animais.

a)   Quem é essa pessoa?

A namorada ou a mulher amada do eu lírico.

b)   O que o eu lírico pretende provar com essas comparações?  

Que eles podem se dar bem, melhor do que os animais.                                                                                                  

RECEITA MINEIRA: MÔI DE REPÔI NU ÁI I ÓI - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM GABARITO

 Receita mineira: Môi de repôi nu ái i ói

Ingridienti

5 denti di ái.

3 cuié di ói.

1 cabêsss di repôi.

1 cuié di mastumati

Sá agosto.

Modi fazê

        Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá. Quenta o ói na caçarola i foga o ái socado no ói quentim. Pica o repôi beeemmm finim. Foga o repôi no ói quentim junto cum o ái fogado. Põim a mastumati i méxi cum a cuié pra fazê o môi. Sirva cum rôis i meléti. Isso é bom dimais da conta sô.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 44-6.

Entendendo a receita mineira:

01 – Existem muitas brincadeiras a respeito do modo como falam certos grupos de pessoas de vários estados brasileiros. A receita lida é um exemplo, pois imita com certo exagero a fala de mineiros de certas regiões e, deixa de seguir as regras da língua escrita. Reescreva a receita de acordo com as normas dessa variedade linguística.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Na receita foram usados os verbos picar, socar, pôr. Que outros verbos ou expressões poderíamos usar no lugar desses, sem modificar o sentido das frases?

      Pode ser: cortar, amassar, colocar.

03 – No trecho “Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá. Quenta o ói na caçarola i foga o ái socado no ói quentim.”, há repetição de duas palavras.

a)   Identifique-as.

Alho e óleo.

b)   A repetição de palavras é muito comum na língua falada. Como você reescreveria o trecho a fim de evitar ou amenizar as repetições?

Descasque e pique o alho e soque-o com sal. Esquente o óleo na caçarola e refogue o alho.

04 – Na receita lida, o locutor emite sua opinião a respeito do prato, embora esse procedimento não seja comum nas receitas. Identifique o trecho em que isso ocorre.

      Isso é bom dimais da conta sô.

05 – No trecho “beeemmm finim”, observe a forma como a palavra bem foi escrita.

a)   O que essa grafia sugere quanto ao modo de pronunciar a palavra?

Sugere que a vogal da sílaba foi pronunciada de modo prolongado.

b)   Que sentido esse modo de pronunciar a palavra cria no contexto?

Esse modo de pronunciar a palavra dá a entender que o repolho deve ser cortado muito fino.

06 – Embora a receita seja uma brincadeira, você acha que esses ingredientes e as indicações do modo de fazer podem resultar num prato saboroso?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, a receita em si, pode resultar num prato saboroso.

07 – A língua empregada na receita lida é diferente daquela utilizada pelos jornais, revistas e livros. Apesar disso, é possível compreender a receita?

      Sim, é possível compreendê-la perfeitamente.

08 – Se sua família veio de uma região do país diferente daquela em que você mora, comente com os colegas: Que diferenças é possível observar entre o português falado naquela região e o falado na cidade em que você vive hoje? Cite alguns casos.

      Resposta pessoal do aluno.

 

sexta-feira, 18 de março de 2022

ANEDOTA: LULINHA - REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM GABARITO

 Anedota: Lulinha

       A professora pede ao aluno:

        -- Dê um exemplo de um verbo.

        Ele pensa e responde indeciso:

        -- Bicicleta!

        -- Bicicleta não é verbo!

        Pede, em seguida, exemplo de verbo a outro estudante. Ele também pensa, pensa e arrisca.

        -- Plástico!

        Ela se irrita.

        -- Pelo amor de Deus, plástico não é verbo.

        Pergunta então a um terceiro:

        -- Diga um verbo.

        Lulinha nem pensa e, prontamente, diz o que ela entende de forma nítida como “hospedar”.

        -- Muito bem, até que enfim. “Hospedar” é um verbo. Agora diga uma frase com o verbo que você escolheu.

        -- Os pedar da bicicleta é de prástico.

Revista Língua Portuguesa, n° 4.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 48-9.

Entendendo a anedota:

01 – Os alunos apresentam dificuldade na aula de gramática. Observe a última frase do texto.

a)   Essa frase está de acordo com a variedade padrão da língua?

Não.

b)   Caso não, como ela ficaria se quiséssemos reescrevê-la nessa variedade?

Os pedais da bicicleta são de plástico.

02 – No dialeto caipira, é comum haver a troca, em final de sílaba, da letra l pela letra r. Por exemplo: varal-varar; talco-tarco; coronel-coroner.

a)   Há, na anedota, alguma palavra que se enquadra nesse caso? Se sim, qual?

Sim, a palavra pedar (pedal).

b)   Conclua: Que variedades linguísticas estão sendo utilizadas nessa aula de gramática?

A variedade padrão, representa principalmente pela fala da professora, e uma variedade não padrão, o dialeto caipira, representada pela fala do terceiro aluno que responde à pergunta.

03 – Em variedades não padrão da língua, é comum não haver concordância em algumas situações. Observe e compare:

Variedade padrão: o pedal – os pedais.

Variedade não padrão: o pedar – os pedar.

        A exemplo os pedar foge às convenções da língua padrão, mas há uma razão lógica que poderia justificar a falta de concordância. Qual é ela? Troque ideias com os colegas.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Como a palavra os está no plural, já é suficiente para indicar a noção de plural, ou seja, que se trata de dois ou mais pedais. Isso explica expressões da língua não padrão como os home, as criança, etc.

04 – O humor da anedota encontra-se na última frase. Você acha que a frase dita pelo aluno vai satisfazer a expectativa da professora? Por quê? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, pois pedal também é substantivo.

 

terça-feira, 21 de setembro de 2021

CAUSO: NUM RANCHO ÀS MARGENS DO RIO PARDO - EQUIPE XICO DA KAFUA

 Causo: Num rancho às margens do Rio Pardo

             Equipe Xico da Kafua

        Era um matuto dos bons e vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru. Seu Ico era o apelido dele. Acreditava em tudo que via e ouvia. E tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas. Adorava contar casos de assombração e outros bichos: 

        — Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração! Arma penada do otro mundo. E os cachorro disparô. Foro tudo pro corgo pra modi fugi da bicha... Veado que é bão nem nu pensamento, pruque eis tamém pressintiru a penuria passanu ali pertu! 

        — Mas era assombração mesmo, seu Ico? 

        — Pois u que havera di sê? Esse mundo é surtido! 

        Pois no mundo sortido do seu Ico também tinha saci! 

        — Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? 

        — Ara! Vi a famia toda, num foi um saci só... Tinha o saci, a sacia gravi (ele queria dizer grávida), e os sacizim em riba da mãe, tudo pulano numa perna... 

        — E o que eles fizeram ou disseram pro senhor?

        — Nada... O saci cachaço inda ofereceu brasa pro meu paiero (tradução: o saci-pai acendeu o cigarro de palha dele). Gardicido!, eu disse... e entrei pa dentro modi num vê mais as tranquera... 

        E mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe: 

        — Essa eu nunca vi, mas ouvi o rinchado dela umas par de veis... E otro que eu tamém vi foi o tar de lobisome! Ê bicho fei! Mai num feis nada... desvirô num cachorro preto e sumiu presse mundão de meu Deus. Agora, em dia de pescaria, aparece muito é caboco-d'água. Um caboquim pretim e jeitado que mora dentro do rio... Ah, e tem que vê tamém o caapora. Grandão qui nem ele só, com um corpo peludo. Bichu fei! E o curupira! Vichi Maria, é fei dimais, tem pé virado pa trais... 

        — E com tudo isso o senhor ainda se arrisca a ir pro meio do mato, seu Ico? 

        — Pois vô sem medo! Qué sabê? – Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto. – Qual! Tenho muito, mais muito mais medo é de gente vivo! 

EQUIPE Xico da Kafua, 24 nov. 2007. Disponível em: https://www.xicodakafua.com.br/causos_detalje.php?cod=9. Acesso em: 8 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 159-161.

Entendendo o causo:

01 – Complete a alternativa a seguir com as informações corretas sobre o texto. 

        Nesse texto. Um narrador fala sobre seu Ico, um homem do interior que diz ter visto diferentes tipos de assombrações. Para descrever o matuto, o narrador apresenta sua conversa com ele. 

      Ico, interior e assombrações.

02 – Releia as perguntas ou comentários que o narrador dirige a seu Ico. 

        — Mas era assombração mesmo, seu Ico? [...] 

        — Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? [...] 

        — E o que eles fizeram ou disseram pro senhor? 

·        Qual é a intenção do narrador ao fazer essas perguntas?

Ele faz perguntas a seu Ico para direcionar a conversa, estimular o contador a falar sobre diferentes assuntos ou aprofundar a descrição do que ele já está contando. 

03 – O narrador, além de mostrar ao leitor os causos de seu Ico, retrata-o como uma personagem bem interiorana. Destaque palavras, expressões ou frases que identifiquem seu Ico como tal. 

      “Um matuto dos bons”; “Vivia num rancho”; “acreditava em tudo que via e ouvia”; “tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas”; “adorava contar casos de assombração e outros bichos”.

04 – É possível dizer que há dois narradores no texto que você leu: um que conta a história de seu Ico e outro que é o próprio Ico – personagem que também narra suas histórias ao longo do texto. 

·        Considerando essas informações, responda: Qual dos dois narradores pode ser considerado um "contador de causos"?

Seu Ico, pois é ele quem narra histórias que envolvem assombrações e personagens lendários.

05 – Quais são os seres sobrenaturais citados por seu Ico? 

      Assombração (alma penada), família de sacis, mula sem cabeça, lobisomem, caboclo-d'água, caipora e curupira.

06 – Releia o trecho a seguir e responda às próximas questões. 

        “— Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração!”

a)   Seu Ico faz referência a uma crendice popular relacionada a um fato religioso. Qual é ela?

Atividades que não podem ser realizadas durante a quaresma (quarenta dias que antecedem a Páscoa cristã), como caçar. 

b)   As crendices populares estão presentes no cotidiano. Cite algumas que você conhece. 

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: acreditar que atitudes como passar embaixo de escada, ver gato preto em noite de sexta-feira, quebrar espelho trazem azar.

07 – Você já viu um contador de causo pessoalmente ou pela TV? Conte para seus colegas. 

      Resposta pessoal do aluno. Professor, incentive a socialização das vivências.

08 – Copie das frases a seguir as palavras cujo significado você desconheça. Primeiro, tente descobrir o sentido dos termos, observando a relação que estabelecem com outras palavras. Depois, pesquise as palavras no dicionário e anote o significado que seja mais adequado ao contexto.

a)   "Era um matuto dos bons [...]".

Era um caipira dos mais típicos, dos mais autênticos, original.

b)   "Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto."

Dá uma gargalhada rouca e faz um ar de esperto, brejeiro. 

 

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

CARTA: A MARIA JÚLIA - MARCOS BAGNO - COM GABARITO

Carta: A Maria Júlia

           José Romildo

        Recife, 7 de maio de 1990

        Prezada Maria Júlia,

        Bem que gostaria de ver a cara de surpresa que você deve estar fazendo enquanto lê este meu bilhetinho. Será que você ainda se lembra de mim? Vou ajudar: eu sou aquele pernambucano que falou com você nas férias, lá no Rio de Janeiro, junto da estátua do Cristo Redentor. E então, já se lembrou? A gente conversou durante mais de duas horas. Falamos de muitas coisas, mas, principalmente, de livros. Pois é exatamente por causa de livro que resolvi escrever para você. Hoje de manhã eu decidir dar um pouco d ordem à minha estante, para ver se achava nela algum espaço para uns livros novos que andei comprando. Não sou organizado, sabe, e tenho muita preguiça de colocar os livros em ordem alfabética ou separados por assunto. O resultado é uma confusão dos diabos: história com romance policial, matemática com inglês, álbum de retratos misturado com revista de esportes.

        Pois foi no meio dessa anarquia (como diz minha mãe) que encontrei as Histórias extraordinárias, de Edgar Allan Poe. Ao ver o livro, lembrei logo de você. Quer saber por quê? Você me disse, lá no Rio, que nunca tinha lido uma história policial, e que não tinha o menor interesse por esse tipo de livro. Confesso que, na hora, fiquei muito espantado e pensei assim comigo: “Oxente, como é que alguém diz que gosta de ler e nunca se interessou por histórias policiais?” Eu adoro, simplesmente adoro, uma boa trama (sabe o que é?), um mistério bem misterioso, um segredo bem guardado. Esse livro do Poe (eu acho que a pronúncia é “pôu”) é muito bom, Maria Júlia, mas muito bom mesmo. Como já li e reli mais de dez vezes, achei que podia passar um tempo sem ele. É por isso que estou te mandando o livro. Se você ler e gostar, pode ficar com ele, é um presente. Se ler e não gostar tanto quanto eu, não se aperreie, pode me devolver, foi um empréstimo.

        Na hora de escrever no envelope, pintou a dúvida: eu só sei o teu nome, mas não tenho o teu endereço. Foi aí que me lembrei que você disse que sua mãe trabalha na agência dos Correios de Dores do Indaiá. Espero que minha ideia de escrever para lá tenha funcionado...

        Fico por aqui. Um abraço. Até qualquer dia.

        José Romildo.

BAGNO, M.; RESENDE, S. M. Os nomes do amor. São Paulo: Moderna, 1993, p. 5-6.

       Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 33-4.

Entendendo a carta:

01 – Quem escreveu a carta? De onde ela foi escrita?

      José Romildo, de Recife. Pernambuco.

02 – Para quem é a carta? Onde mora esse destinatário?

      Para Maria Júlia, da cidade de Dores do Indaiá.

03 – Eles já se conheciam? Explique.

      Sim, encontraram-se uma vez, quando estavam de férias no Rio de Janeiro.

04 – O que levou José Romildo a escrever para ela?

      O fato de ela ter dito que não gostava de histórias policiais. Ele resolveu lhe mandar um livro.

05 – Há palavras ou expressões que você não conhece na carta de José Romildo? Quais?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Que idade você supõe que eles tinham?

      A idade dos dois está, aproximadamente, entre 12 e 18 anos. Isso pode ser comprovado através da linguagem usada (confusão dos diabos, pintou uma dúvida), das referências à escola e aos pais.

07 – Em alguns trechos, José Romildo faz perguntas para Maria Júlia como se ela estivesse conversando diretamente com ele. Em que trechos isso acontece? Copie-os em seu caderno.

      “E então, já se lembrou?”; “Quer saber por quê?”; “Sabe o que é?”

      

 


quarta-feira, 20 de maio de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): CUITELINHO - RENATO TEIXEIRA - VARIEDADE LINGUÍSTICA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Cuitelinho

              Renato Teixeira

Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espáia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai

Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentáia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaias
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia, ai, ai

A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai...

Eu vou pegar seu retratinho
E colocar numa medalha
Com seu vestidinho branco
E um laço de cambraia
Coloca-la no meu peito
Onde o coração trabalha, ai, ai.

                                 Composição: Antônio Carlos Xando / Paulo Emílio Vanzolini / Milton Silva Campos do Nascimento / Wagner Tiso Veiga.
Entendendo a canção:

01 – O verso que faz uso de linguagem formal é:
a)   “Que até a vista se atrapáia”.
b)   “Cheguei na beira do porto”.
c)   “O coração fica aflito”.
d)   “Ai quando eu vim”.

02 – A letra da canção apresenta uma linguagem:
(   ) Formal.
(X) Informal.

03 – Usando a linguagem formal:
a)   Faça a concordância nominal, onde for necessário, da 1ª estrofe.
         “Cheguei na beira do porto
         Onde as onda se espalham
         As garças dão meia volta
         E sentam na beira da praia
         E o cuitelinho não gosta
         Que o botão de rosa caia, ai, ai”.

b)   Transcreva a última estrofe.
“Eu vou pegar seu retratinho
E colocar numa medalha
Com seu vestidinho branco
E um laço de cambraia
Coloca-la no meu peito
Onde o coração trabalha, ai, ai.”

04 – Retire da canção todas as palavras que rimam com espáia.
      Espáia – parentáia – bataia – navaia – atrapaia – faia – caia.

05 – Esta escrita favoreceu a rima. Quais palavras, se escrita na língua culta, não estariam neste grupo de palavras?
      Parentada – cair.

06 – Mesmo o texto sendo escrito numa linguagem informal, foi possível compreendê-lo? Faça um resumo do texto.
      Sim. Conta a história de um soldado que despede dos parentes, entra no Mato Grosso e vai para o Paraguai enfrentar uma guerra. Sente saudade e chora.

07 – Em que sentido foi usado os seguintes versos: “A saudade corta / Feito aço de navaia”.
      (X) Conotativo.
      (   ) Denotativo.

08 – Nos seus primeiros versos da canção, o eu poético diz que chegou em um determinado lugar. Nesse lugar, ele narra alguns acontecimentos. Explique seu entendimento sobre essa narração.
      O eu poético chega à beira do porto, observa as ondas da praia, vê as garças voando por sobre as ondas e percebe que o cuitelinho não gosta de que os botões da rosa caiam no chão.

09 – O que é o cuitelinho?
      Nome dado ao beija-flor na região centro-oeste.

10 – Quando é o provável conflito a que refere o poema?
      A Guerra do Paraguai.

11 – Transmitida por gerações, a canção “Cuitelinho”, manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma nação consiste no fato de que produções como a canção Cuitelinho evidenciam a:
a)   Recriação da realidade brasileira de forma ficcional.
b)   Criação neológica na língua portuguesa.
c)   Formação da identidade nacional por meio da tradição oral.
d)   Incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil.
e)   Padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado.


domingo, 4 de agosto de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): VACA ESTRELA E BOI FUBÁ - PATATIVA DO ASSARÉ - FAGNER - COM GABARITO

Música(Atividades): Vaca Estrela E Boi Fubá

Patativa do Assaré                              

Seu doutó me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha e é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bão, gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do currá.

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

Eu sou fio do Nordeste , não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,

Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha eu começava a aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.
Aquela seca medonha fez tudo se trapaiar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, se acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos óio, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

 Patativa do Assaré. Vaca Estrela e Boi Fubá. Em: A Terra é naturá. Epic/CBS,1980.

Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 9º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.61.
Entendendo a canção

1)   Na primeira estrofe da canção, é revelada uma transformação na vida do boiadeiro.
Que transformação é essa? Quais versos comprovam sua resposta?
O boiadeiro teve de sair do local em que morava e perdeu seu gado. Os versos que comprovam essa resposta são o segundo e o terceiro.

2)   Qual o termo dessa estrofe está em desacordo com a norma-padrão? Como essa palavra é registrada na norma-padrão?
O termo é “naturá”. Natural.

3)   Qual é o efeito de sentido produzido ao usar esse termo dessa maneira?
O efeito é o de reproduzir o modo de falar do boiadeiro.

4)   Procure no dicionário significado das palavras: medonha, tangeu e aboiar que estão no texto.
Medonha = que produz muito medo.
Tangeu = tocar os animais, fazendo-os caminhar.
Aboiar = trabalhar cuidando de bois.

5)   Na letra, o eu lírico retrata um espaço. Que espaço é esse?
O sertão do Nordeste brasileiro.

6)   É possível estabelecer relação entre o uso das palavras (questão 4) e o espaço retratado na canção? Justifique.
Sim, pois é provável que as palavras sejam comuns na fala da população, ou ao menos de parte da população, dessa região do Brasil.