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domingo, 3 de setembro de 2023

TEXTO: POLÍTICA E POLITICALHA - RUI BARBOSA - COM GABARITO

 TEXTO: Política e politicalha

                Rui Barbosa

      A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7i8o-SNt8mj3LzZM43J4LO5-cT6V3xlL2t1E-gVEAdvmsXmQMmg-MM7NiPnJOcPrFYYBKHY9OEYJF0Cr-vyLCpcIwgu9mNSsobQ5Yaim3Hipp70jMo8PSZQdExQKZmYFuVbqwEjtwZtnBC0CwC91zM07UP7-amvkMkyvsxXLXDNBCdcI6yr6wUXgiO7Q/s1600/POLITICA.jpg 


      Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.

      Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente.

      A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.

(Trechos escolhidos de Rui Barbosa, Rui Barbosa.)

Ruy Barbosa de Oliveira foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador.

Entendendo o texto

01.  Segundo o autor qual a palavra adequada para o exercício de uma má política? Por quê?

O autor considera que a palavra adequada para o exercício de uma má política é "politicalha", porque o sufixo pejorativo "queima como um ferrete" e torna o termo mais elucidativo.
02. Você considera essa palavra forte? Justifique.

Sim, a palavra "politicalha" é forte porque carrega uma conotação negativa e pejorativa, descobrindo corrupção, exploração de interesses pessoais e ações políticas de mais qualidade.
03. Você concorda que politicagem rima bem com criadagem, parolagem, afilhadagem e ladroagem? Justifique.

Não, a palavra "politicagem" não rima bem com as palavras mencionadas. O autor está fazendo uma crítica ao termo "politicagem", indicando que ele não expressa todo o desprezo do objeto significado, ao contrário de "politicagem", que, segundo o autor, tem uma consonância mais elucidativa.

04. Para Rui Barbosa qual é a diferença de política e politicalha?

Rui Barbosa diferencia a política como a arte de administrar o Estado de acordo com princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis. Por outro lado, ele descreveu a política como a indústria de exploração de interesses pessoais, caracterizando-a como uma corrupção crônica e prejudicial.   

05.Segundo Rui Barbosa, caracteriza a política:
I- O aperfeiçoamento do espírito humano
II- Certa semelhança com a politicalha
III- O jogo da integra, da inveja e da incapacidade

Responda as questões com base no seguinte código:
a) se apenas um item for correto
b) se apenas I e II forem corretas
c) se apenas I e III forem corretas
d) se apenas II e III forem corretas
e) se todos os itens forem corretos

06. O autor preferiu usar politicalha a politicagem porque:
a) O segundo, embora expresse o desprezo do objeto significado, é muito corriqueiro entre nós.
b) Politicagem é mais suave do que seus consoantes criadagem, perolagem, afilhadagem e ladroagem.
c)  O sufixo pejorativo de politicagem traz ao termo maior precisão semântica.

07. Durante todo o texto, Rui Barbosa vai procurando mostra as oposições entre o verdadeiro sentido da política e o seu falso sentido, ou seja, a politicalha. Em determinados, a força criativa do autor o leva a usar certas conotações, certas metáforas. É o que se registra em:
a)  “A política é a higiene dos países moralmente sadios”.
b)  “ A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada”.
c) “A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais”.

 

sábado, 8 de abril de 2023

TEXTO: A COR DE UM PAÍS PLURAL - PRECONCEITO RACIAL - COM GABARITO

 TEXTO: A COR DE UM PAÍS PLURAL

“E aí, neguinho?”, “Ô, Pelé, pega aquela caixa!”, “Tudo bem, japa?”, “Entra aí, alemão!”, “Me dá uma bala, meu: você parece turco!”. Quem nunca ouviu no dia-a-dia frases como essa? O Brasil se diz um país sem preconceito racial, mas será que essas frases não ocultam algum tipo de preconceito?

A seguir você vai ler um painel de textos, com depoimentos importantes de pessoas que já viveram situações relacionadas com o preconceito racial.

O PRECONCEITO RACIAL

TEXTO I

       No ano passado, eu passeava num shopping de Curitiba com a minha mãe, quando gostei de uma blusa.

      Entrei na loja. Vi o preço. Era caríssima. Mesmo assim, quis experimentar.

      Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo.

      Olhavam e faziam que não me viam. Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi, então, voltar. Entrei e contei até dez. Todos continuavam a me ignorar. Aí explodi. “Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar o cartão de crédito?” Virei as costas e sai. A gerente então correu atrás de mim. Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negra não posso ter dinheiro? O preconceito existe, sim. [...]

Cinthya Rachel, 18 anos, a Biba do Castelo Ra-Tim-Bum.(Veja, 24/6/1998.)

TEXTO II

       Moro num prédio de classe média. Aos nove anos, eu era o único negro. Três amigos meus viviam chamando meus pais de “Café” e “King Kong”. Eu me sentia humilhado. O síndico dizia que lugar de negro era na senzala. Aos onze anos, deixei de frequentar o playground. Ficava em casa. Nunca mais brinquei no prédio. Mas não jeito. Se saio na rua cinco vezes, em pelo menos uma sou insultado. No ano passado, ao voltar do colégio a pé, o motorista de uma Kombi jogou o carro em cima de mim e gritou: “Vai para casa, macaco”. Na época em que me isolei dos garotos do prédio, todos os fins de semana meus pais arrumavam programas fora de casa para mim. Num deles fomos à Hípica e decidi aprender a montar. Comecei a competir. Em seis anos, ganhei 18 medalhas e 2 troféus. O hipismo me ajudou a superar o problema do preconceito.

Augusto Modesto, 16 anos, estudante em São Paulo (Idem)

TEXTO III

        Em 1968, [a atriz Zezé Mota], aos 25 anos, com o Teatro de Arena, estreou uma temporada no Harlem, reduto dos negros pobres de Nova York. O movimento black power ainda não havia eclodido com toda a sua força, mas os negros americanos já procuravam substituir o sentimento de humilhação por um tipo de orgulho barulhento da raça. Zezé apareceu usando uma peruca no estilo Chanel – cabelos lisos, escorridos. “Os americanos perguntaram a Boal (Augusto Boal, diretor do grupo) por que eu usava um cabelo que não era de negro se eu era negra”, lembra a atriz. Zezé arrancou a peruca. Mas seus cabelos de verdade continuavam a não ser os de uma negra. Estavam alisados. “Voltei para o hotel, lavei o cabelo e assumi meu lado negro”, conta. “Foi um batismo.”

Zezé Mota, cantora e atriz (Idem)

Fonte da imagem-https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNEO7IOjTZNfzMNlsU6pVCP9_tcnQZmz4ddXrachqcfBSdV7vCZ_3q34vUrzxJSdYGIMoPah9_MSqBGA0gcFqPIVy479GJlxNQXYpj1wpJHyEtDmo63tVmERfOzbwheyh6WV6CiXum-tPAn37caX-lQnzlctVrVPRAqoOzd0ar6WU5LX6hau5YKfiW/s320/cabelo-crespo-como-cuidar.jpg


TEXTO IV

       Desde os 12 anos, coloquei na minha cabeça que eu poderia me dar bem no futebol. Era um sonho, eu sabia. Então, por segurança, estudava para ser torneiro mecânico. Enquanto eu vendia pastéis em feiras livres, meus dois irmãos capinavam o jardim dos vizinhos. Mamãe oferecia tapetes nas ruas e papai era gari da prefeitura. A vida era difícil. Refrigerante e frango, só aos domingos. Na escola, como eu não tinha dinheiro para comprar doces na hora da merenda, meus amigos diziam: “Também, teu pai é preto e lixeiro”. Até hoje me lembro de um garoto branco, o Marcos. Ele era muito rico para os nossos padrões, mas era o único que não se incomodava com a minha cor. Era meu melhor amigo. Trocávamos as roupas e ele deixava eu usar as dele, muito mais caras e bonitas do que as minhas. Eu nunca ia às festas boas do meu bairro. Tinha medo da discriminação. Sei que os grã-finos me olhavam de maneira diferente, então procurava o povão em bailes funk. Tudo isso era triste para mim, mas a pior decepção foi quando me apaixonei pela filha de um marinheiro. Ele não admitia vê-la ao lado de um negro com cabelo black power. E esse racista arruinou tudo.

Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho Carioca, jogador de futebol (Idem)

TEXTO V

       Nossa raça ficou muito tempo no escuro, mas agora somos uma sensação. A revolução começou pela estética. O negro, hoje, se acha bonito, se veste melhor. Sou um modelo para os meninos que, como eu, foram criados na pobreza das periferias. Zelando pela minha imagem, me cuidando, sei que posso melhorar a autoestima dessa garotada e servir de exemplo para eles. Não bebo, não fumo, não curto drogas. [...] Precisamos crescer com consciência, seguir uma ideologia, promover ações solidárias. Nossos pais eram aplaudidos quando deixavam a escola para trabalhar. Nossos avós pensavam “que bom, meu filho não é vagabundo”. Resultado: ficaram burros. Não tínhamos cultura para nos relacionar com o branco, que por sua vez não sabia como tratar o negro. A minha geração também começou a trabalhar cedo, mas não largou os estudos. Meus pais sempre disseram que eu devia ser melhor que eles. Que eu tinha de trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Por isso, a luta contra o preconceito é mais eficiente.

José de Paula Neto, o Netinho, vocalista do Negritude Júnior(Idem).

TEXTO VI

       Numa das aulas de um curso de pós-graduação, fui incumbida pela professora de observar a apresentação de alguns trabalhos de colegas da sala e fazer um comentário avaliativo.

        Depois de concluída minha exposição, a professora comentou: “O debate foi tão intenso que a “japoronga” até arregalou os olhos!”. Nesse momento, me senti paralisada pela crueldade das palavras. Não consegui fazer nada, a não ser esboçar um sorriso sem graça e sentar-me quieta. Fui embora com um sentimento de tristeza tão grande, pensando que mesmo no meio universitário ainda teria que ouvir comentários pejorativos como esse.

        Entender  que atitudes e palavras como essas, ainda que sutis, são expressões de preconceito foi um processo doloroso para mim, que me acompanhou por toda a vida e em todos os lugares.

Cristina Akisino, brasileira, neta de japoneses, pesquisadora iconográfica em São Paulo

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 6ª Série- William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 2ª.ed – São Paulo: Atual Editora, 2002.p.114-7.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

01. No texto I, Cinthya conta a experiência que teve ao querer comprar uma blusa. Releia a explicação que a gerente deu a Cinthya.

a)   Na sua opinião, os funcionários da loja agiriam da mesma forma com uma pessoa branca, mas vestida com roupas simples?

Provavelmente sim, pois pareceu que o procedimento normal é não atender quem supostamente não tem condições de comprar.

b)   O preconceito manifestado pelas pessoas dessa loja é social, racial ou dos dois tipos?

É primeiramente social, contudo, pode ser também racial, pois a vendedora, pelo fato de a cliente ser negra, achou que ela não tivesse dinheiro para comprar a blusa.

02. No texto II, Augusto sentia-se humilhado por causa do preconceito que sofria. O hipismo, porém, mudou a vida dele. Por que você acha que isso aconteceu?

Resposta pessoal.

Sugestão: Porque o esporte melhorou a autoestima do garoto, isto é, fez com que visse que ele tinha valor.

03. A atriz Zezé Mota conta que o contato com os negros americanos, em 1968, foi para ela uma espécie de batismo. Que sentido tem essa palavra nesse contexto?

A atriz dá a entender que, a partir dessa experiência, ela se assumiu como negra, iniciou uma fase nova em sua vida, agora com uma identidade negra.

04. No depoimento do jogador Marcelinho Carioca, há exemplos de pessoas preconceituosas e exemplos de pessoas sem preconceito.

a)   Quais são os exemplos de pessoas sem preconceito?

O amigo Marcos e a namorada branca.

b)   De acordo com o texto, a ausência de preconceitos pode aproximar as pessoas? Justifique sua resposta.

Sim. A amizade entre Marcelinho e Marcos mostra justamente que, quando não há preconceito, podem acontecer relações verdadeiras entre as pessoas.

c)   Pelo que conta o jogador, o preconceito leva a vítima ao isolamento? Por quê?

Sim, porque a vítima fica com medo de se expor e sofrer agressões, conforme mostra o exemplo das festas de grã-finos do bairro.

05. De acordo com o depoimento do cantor Netinho, a revolução entre os negros começou pela estética. Mas o texto acaba revelando outro tipo de revolução.

a)   O que o cantor quer dizer com a palavra estética?

Ele se refere ao reconhecimento da beleza do negro pelo próprio negro. Antes o negro se depreciava, hoje ele se acha bonito.

b)   Qual é o outro fator importante que acabou dando mais condições aos negros de se destacarem socialmente? Por que ele é importante?

Os estudos, pois, de acordo com o cantor, com cultura o negro fica mais preparado para se relacionar com o branco e combater o preconceito.

06. Na situação vivida por Cristina Akisino em sala de aula:

a)   Você acha que a intenção da professora era magoar a aluna, debochando dela perante a classe?

Resposta pessoal.

b)   O comentário da professora revela preconceito racial ou não? Por quê?

Sim, porque, além de empregar “japoronga” – termo geralmente usado de forma pejorativa -, a professora se referiu a característica raciais da aluna, sem que houvesse nenhuma necessidade naquela situação.

domingo, 11 de dezembro de 2022

TEXTO: TODOS IGUAIS EM NOSSAS DIFERENÇAS - EDSON GABRIEL GARCIA - COM GABARITO

 TEXTO: TODOS IGUAIS EM NOSSAS DIFERENÇAS

               Edson Gabriel Garcia

        Não há nada mais triste para uma pessoa do que se sentir menosprezada.

         Não há como se sentir igual a todos se os olhos de alguns a veem como diferente e de menos valor, uma pessoa de segunda classe, por ela não estar dentro dos padrões.

         Pessoas discriminadas sentem-se diminuídas, abaladas em sua autoestima. Olham no espelho e pensam: “não sou bonita, mas sou importante, não tenho qualidades, os outros não me reconhecem como alguém de valor”.

          Isso leva a algumas consequências e dolorosas: a pessoa perde a autoconfiança em si mesma; a pessoa se entristece; a pessoa passa a pensar que tem menos valor, menos inteligência, menos capacidade; a pessoa acaba por se incomodar, ser infeliz e acostumar-se ao fracasso.

          Coisas assim não podem acontecer. Cada um, do seu jeito, tem o direito de ser diferente e crescer valorizado em sua diferença.

          Somos todos iguais em nossas diferenças.

 Edson Gabriel Garcia. O jeito de cada um: iguais e diferentes. São Paulo:FTD,2001. p.40.

Fonte: Encontros língua portuguesa, 4º ano:componente curricular língua portuguesa:ensino fundamental, anos iniciais/Isabella Pessoa de Melo Carpaneda, Angiolina Domanico Bragança – 1 ed. São Paulo: FTD, 2018, p.114-9.

Entendendo o texto

 01. Qual é o tema tratado no texto?

Preconceito.

02. Em sua opinião, esse tema está ultrapassado ou continua atual?

Resposta pessoal.

Espera-se que os alunos respondam que o tema continua atual, pois o preconceito ainda é presente no dia a dia. Ele aparece muitas vezes disfarçado de brincadeiras ou está escondido em uma falsa atitude de carinho.

03. Alguma pessoa próxima a você já passou por situação difícil, sendo discriminada em razão de algum preconceito? Conte o que aconteceu e qual foi a reação da pessoa.

Resposta pessoal.

04. Você concorda com a ideia de que Todos somos iguais em nossas diferenças?

Resposta pessoal.

05.  Escreva:

a)   o ponto de vista defendido no texto, ou seja, a opinião do autor do texto sobre o assunto.

O ponto de vista defendido no texto é de que a discriminação e o preconceito são inadmissíveis.

b)   dois argumentos usados para defender esse ponto de vista.

O preconceito não deve acontecer, pois ele causa infelicidade e baixa autoestima nas pessoas.

Além disso, cada um tem o seu jeito de ser e o direito de ser diferente e crescer valorizado em sua diferença.

06. Releia o quarto parágrafo, observando a função da palavra isso.

Essa palavra se refere a:

a)   algo que já foi dito no texto.

b)   algo que ainda será dito no texto.

07. Releia o segundo parágrafo.

     Não há como se sentir igual a todos se os olhos de alguns a veem como diferente e de menos valor, uma pessoa da segunda classe, por ela não estar dentro dos padrões.

·        O que você entendeu por:

a)   pessoa de segunda classe?

Espera-se que os alunos concluam que a expressão refere-se a uma pessoa considerada inferior aos olhos de outra.

b)   estar dentro dos padrões?

Espera-se que associem a expressão a estar dentro do que a sociedade convencional como modelo ideal.

 

sábado, 5 de novembro de 2022

TEXTO: A EXPERIÊNCIA COM O GRUPO DE ADOLESCENTES - INGRID DORMIEN KOUDELA - COM GABARITO

 Texto: A experiência com o grupo de adolescentes

           Ingrid Dormien Koudela

        O adolescente é um marginalizado do teatro brasileiro. Raras são as peças dirigidas especialmente a essa faixa etária. Os espetáculos infantis lhes são monótonos e carentes de significado, e o teatro “adulto”, que poderia propiciar uma experiência mais rica, torna-se inacessível, pela presença da censura. A maior parte da população disponível para o teatro está deliberadamente fora de seu alcance.

        Muitos jovens vivem de dez a vinte e cinco horas por semana a relação palco/plateia, seja diante da televisão, ouvindo rádio ou assistindo filmes – mais tempo do que passam na escola, em determinados casos. Perplexos com o impacto da televisão, nos perguntamos como agir diante dessa realidade. Sem formular uma compreensão e análise daquilo que vê, o público identifica no gesto pasteurizado seus modelos. Uma análise da interferência negativa dos conteúdos dos programas para a formação do jovem não esgota ainda o problema, que reside na atitude passiva que a audiência durante horas a fio gera no indivíduo.

        O teatro, enquanto proposta de educação, trabalha com o potencial que todas as pessoas possuem, transformando esse recurso natural em um processo consciente de expressão e comunicação. A representação ativa e integra processos individuais, possibilitando a ampliação do conhecimento da realidade.

        Ao organizar o curso para o grupo de adolescentes, o objetivo que nos colocamos foi o desenvolvimento de uma linguagem, potencialmente inata em todos os indivíduos, mas marginalizada. Nesse contexto, a função da representação era a elaboração da realidade observada e a reflexão sobre o significado da ação de representar.

        O objetivo de observação mais próximo para avaliar a estrutura do gesto era o reconhecimento do próprio corpo. Através do jogo de improvisação, trabalhamos com a resistência característica dessa faixa etária em utilizar o próprio corpo e ocupar o espaço físico.

KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos teatrais. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. p. 78.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 66.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Deliberadamente: decididamente.

·        Pasteurizado: sem originalidade, empobrecido de qualidades artísticas, para agradar ao grande público.

·        Inata: natural, que pertence ao ser desde o seu nascimento.

02 – O que permite ao leitor reconhecer que o texto foi escrito há bastante tempo?

      O texto discute o impacto da televisão sobre o jovem e não menciona o uso de computadores e celulares. Há também referência à censura.

03 – A existência de várias reedições mostra que a obra não está obsoleta, isto é, superada. Relacione as informações ainda válidas para quem deseja refletir sobre a experiência teatral.

      A autora menciona que o teatro proporciona a superação da passividade e da tendência a repetir “gestos pasteurizados”, isto é, de pouco significado; permite conhecer melhor a realidade por meio de processos individuais; e favorece a superação da resistência ao uso corpo, que marca a adolescência.

04 – Considerando as respostas aos itens anteriores, o que você pode concluir sobre como proceder ao usar como fonte de pesquisa estudos acadêmicos mais antigos?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Este texto é destinado a um público específico: estudiosos da área do teatro e professores interessados na técnica dos “jogos teatrais”. Que aspectos revelam esse direcionamento?

      Além da maior complexidade da abordagem, o texto está focado na relação do adolescente com o teatro, considerando o potencial deste na formação daquele, algo que interessa, predominantemente, a educadores e especialistas.

TEXTO: O ATOR E A REPRESENTAÇÃO - (FRAGMENTO SOBRE ARTES CÊNICAS) - COM GABARITO

 Texto: O ator e a representação

            Fragmento sobre Artes Cênicas

        O ator é, antes de tudo, um privilegiado. Pode ser qualquer um, incorporar outra persona de corpo e alma para em seguida voltar a ser ele mesmo. Para isso, vale-se de exercícios de preparação e conscientização corporal de modo que seu eu se torne invisível. Aos olhos encantados da sua audiência, só o personagem existe.

        Ao emprestar seu corpo, o ator torna-se veículo da arte. E tudo acontece ao vivo, diferentemente de outras artes – escultura, pintura, escrita –, cujo fazer não é mostrado ao público no momento em que acontece.

        Por isso o ator necessita tanto do ensaio, porque aos outros artistas basta o livre fazer e desfazer, para só depois apresentar o resultado à sua audiência. Já o ator precisa elaborar seu trabalho tendo em conta que o apresentará por uma quantidade determinada de vezes e nenhuma apresentação será exatamente igual a outra. Sua habilidade está em superar essa contingência sem desfigurar a obra, e isso somente é possível pela construção sólida do personagem e por ensaios exaustivos.

        Ser alguém por um momento e voltar a ser você mesmo em outro, aliar a vida imaginada e a vivida não é tarefa simples, exige técnica, imaginação criadora e livre trânsito pelo espaço cênico. Uma linha tênue, sutil separa o convencimento da incredulidade. Uma atuação convincente alcança certo grau de veracidade que desprende o espectador do real para o lúdico sem que essa transição seja percebida. Por meio de diferentes técnicas, modelos e sistemas, de Stanislavski, passando por Anton Tchekhov (1860-1904), Bertold Brecht (1898-1956). Antonin Artaud (1896-1948), Jerzy Grotowshi (1933-1999), Peter Brook (1925-) e tantos outros, o ator busca abrir a janela para o infinito interior e, a partir de poucos elementos simbólicos, retratar a alma humana.  

Caderno de Artes Cênicas. São Paulo: Sesi-SP, 2012. v. 1, p. 54.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 63-4.

Entendendo o texto:

01 – Releia o primeiro parágrafo.

a)   No contexto da representação, o que significa “se tornar invisível”?

“Tornar-se invisível” significa incorporar integralmente o personagem.

b)   Na sua opinião, a ideia de “invisibilidade” invalida a opção da diretora Duda Maia para a encenação das atrizes de Elza? Justifique.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Ao mostrar certas particularidades da representação diante de outros fazeres artísticos, o produtor do texto afirma: “Sua habilidade está em superar essa contingência sem desfigurar a obra”.

a)   A que ele se refere com o termo contingência?

No contexto, contingência refere-se às particularidades ou eventualidades de cada apresentação.

b)   Qual é a “desfiguração” que o ator precisa evitar?

A desfiguração da obra, já que as representações são diferentes a cada vez, inclusive devido às particularidades de recepção do público.

03 – A peça Romeu e Julieta teve inúmeras montagens, produzidas tanto por profissionais quanto por amadores, em situações despretensiosas. Considere o que foi dito sobre a representação e a relação com o público e responda: quais são os prováveis limites de uma peça não profissional?

      Segundo o texto, a representação pressupõe “exercícios de preparação e conscientização corporal” e muitos ensaios para uma “construção sólida do personagem”. Sem isso, torna-se difícil conseguir uma “atuação convincente”.

04 – A proposta do Caderno de artes cênicas é, segundo os produtores da coleção em que se insere, contribuir para que o público entenda melhor a expressão artística teatral. O trecho lido acrescentou algo ao seu conhecimento sobre a arte da representação?

      Resposta pessoal do aluno.

sábado, 24 de setembro de 2022

TEXTOS: ALIMENTAÇÃO BALANCEADA E BOM SONO - COM GABARITO

 Textos: Alimentação balanceada e Bom sono

Texto 1 – Alimentação balanceada potencializa resultados da prática esportiva

        [...]

        A alimentação pode ser uma aliada e tanto de quem procura obter resultados com atividades esportivas, tais como: perda de gordura corporal, ganho de massa muscular, desempenho superior, dentre outros objetivos.

        Dr. Fábio Pizzini, médico especialista em Nutrologia Esportiva e Avançada da Ápice Medicina Integrada, de Sorocaba (SP), explica que essa área da saúde cuida das necessidades individuais de cada atleta ou esportista, na busca por resultados positivos e no acompanhamento de seu desenvolvimento físico. “Uma dieta balanceada e saudável é importante para todas as pessoas, porém, atletas e esportistas precisam ter atenção redobrada com o que consomem”, comenta.

        O especialista afirma que cada esporte exige uma dieta específica a ser seguida pelo praticante. “Atividades que demandam alto gasto calórico, como a natação, exigem uma alimentação com mais carboidratos. Outros atletas, que necessitam de massa muscular forte, precisam de uma dieta rica em proteínas e, assim, por diante”, exemplifica.

        Outro fator que também influencia diretamente no rendimento físico e na energia demandada é o metabolismo do atleta, que varia muito entre as pessoas. “Alguém com metabolismo acelerado necessita de uma dieta diferente de quem possui esse mecanismo mais lento, mesmo que as duas pessoas pratiquem os mesmos exercícios e com a mesma frequência”, diz Dr. Fábio.

        A intensidade dos exercícios igualmente interfere no ganho de massa muscular, na perda de gordura e, consequentemente, nas necessidades nutricionais. “Quem pratica uma hora de atividade, por dia, possui uma realidade nutricional completamente diferente dos atletas profissionais, que passam praticamente o dia todo se exercitando”, pontua o médico.

        [...]

ALIMENTAÇÃO balanceada potencializa resultados da prática esportiva. Gazeta de Votorantim, 15 fev. 2019. Disponível em: http://www.gazetadevotorantim.com.br/noticia/28414/alimentacao-balanceada-potencializa-resultados-da-pratica-esportiva.html. Acesso em: 13 jul. 2020.

Fonte: Estações e Linguagens – Rotas da Ciência e Tecnologia – Ensino Médio – Editora Ática – 1ª edição, São Paulo, 2020. p. 54.

Texto 2 – Entenda porque o bom sono é quase tão importante quanto o treino para um atleta

11/12/2015 às 10:28 – Atualizada em 11/12/2015 às 10:28

         [...]

        A equação treinos e descanso é algo muito particular a cada atleta, pois depende da rotina diária de cada um. Para muitos técnicos, a principal diferença entre um atleta amador e um atleta profissional é, exatamente, o tempo dedicado à recuperação e ao descanso.

        No que se refere à recuperação, o sono cumpre um papel fundamental, pois é o período quando os tecidos corporais mais se regeneram, especialmente pela síntese do hormônio do crescimento (HGH). Alguém pode imaginar que, quanto mais treino, basta dormir mais, mas o que pesquisadores têm encontrando mostra, na verdade, um dilema na relação sono e exercício. Segundo o famoso fisiologista Asker Jeukendrup, um estudo recente da Universidade de Loughborough e publicado no prestigiado Journal os Sports Science, há algumas evidências de que o bom sono pode melhorar o desempenho no exercício. Há também evidências de que o exercício em si pode melhorar a qualidade do sono, mas isso só acontece até certo ponto. Um dos sintomas do overtraining é, exatamente, a insônia [...]

        O estudo submeteu os participantes, 13 ciclistas bem treinados, a uma carga de 9 dias com o dobro do volume em relação ao que estavam realizando antes do experimento e com intensidade maior [...].

        Além das conclusões sobre o efeito do excesso de treino sobre o sono, a equipe de pesquisadores descobriu que o aumento da ingestão de carboidratos pode reduzir a fadiga e os sinais de overtraining, melhorando a qualidade do sono. A mudança na dieta, no entanto, não pode eliminar completamente os efeitos do overtraining.­   

        Assim, parece haver um ponto ideal para cada indivíduo no que se refere ao equilíbrio entre treinos e sono. Nesse ponto, o atleta usa o exercício para ter uma boa qualidade de sono e, ao mesmo, utiliza o bom sono para se recuperar melhor.

        Há casos emblemáticos do uso do bom sono para recuperação. A maratonista medalhista olímpica Deena Kastor (EUA) sempre foi uma grande defensora de muitas horas de sono. A recordista norte-americana de maratona e meia maratona costumava dormir 10 horas por dia, além de mais 2 horas de soneca após o almoço. Apesar de poucos atletas amadores poderem ter essa rotina, eles podem tentar melhorar a quantidade e a qualidade do sono, evitando interrupções.

        [...]

        Os atletas precisam compreender que treino e sono andam juntos. A ótima performance vem de um equilíbrio sutil entre eles. Não pense que dormir é perda de tempo, se você procura longevidade e qualidade de vida no esporte, esse deve ser um aspecto central de sua rotina.

ENTENDA por que o bom sono é quase tão importante quanto o treino para um atleta. MundoTRI, 24 nov. 2011. Disponível em: http://www.mundotri.com.br/2015/11/entenda-porque-o-sono-e-quase-tao-importante-quanto-o-treino-par-um-atleta/. Acesso em: 13 jul. 2020.

 Fonte: Estações e Linguagens – Rotas da Ciência e Tecnologia – Ensino Médio – Editora Ática – 1ª edição, São Paulo, 2020. p. 55.

Entendendo os textos:

01 – Uma boa alimentação está relacionada a um bom desempenho nos esportes. De acordo com o texto 1, que relações podem ser estabelecidas entre a nutrição e o desempenho de atletas?

      Quanto mais adequada for a alimentação, mais o atleta vai ter condições de melhorar o desempenho para tingir os objetivos. Uma dieta balanceada e individualizada com orientação especializada é a mais adequada para os atletas.

02 – O descanso também é fundamental. De acordo com o texto 2, como a qualidade do sono pode interferir no desempenho do atleta?

      O período de descanso, no qual se inclui o sono. É essencial para o bom desempenho de um atleta. Além de ter treinamento regrado e alimentação saudável, o atleta deve contar com o período de descanso para se recuperar dos desgastes físicos da musculatura durante o treino, evitando assim possíveis lesões. Além disso, o descanso contribui para a melhora no desempenho mental.

03 – Com a leitura dos textos, o que é possível concluir sobre a relação entre treinamento, alimentação saudável e qualidade do sono na vida de um atleta?

      Conclui que o sono e a alimentação são importantes para os atletas, bem como para as pessoas de maneira geral, entretanto, é essencial que eles saibam que o treinamento esportivo, o sono e a alimentação compõem o tripé que determina o desempenho de um atleta, que inclui o repouso para restabelecimento do corpo.

04 – Você já pensou em ser um atleta? Por qual modalidade esportiva você tem interesse?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Aa intenção é levar os estudantes a perceber a supremacia de alguns esportes sobre outros. Acredita-se que boa parte dos jovens, principalmente masculino, ainda tenha como referência esportiva o futebol.

05 – Se você optasse, hoje, por seguir uma vida de atleta, o que mudaria em seu comportamento e em suas atitudes do dia a dia?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É preciso desenvolver hábitos saudáveis, incluindo dieta adequada, treinos e descanso. Reforce a ideia de que não é preciso ser atleta para ter hábitos saudáveis, mas que, para ser atleta profissional, é necessário seguir com mais rigidez as normas para alcançar os resultados desejados. Tudo isso com a orientação de profissionais.