domingo, 14 de abril de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): AS CANTIGAS DE AMOR - D.DINIS - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): As cantigas de amor

             D. Dinis

Que prazer havedes, senhor,

de mi fazerdes mal por ben

que vos quis' e quer' e por en

peç'eu tant'a Nostro Senhor

que vos mud'esse coraçon.

que mi havedes tan sen razon.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqs9kFh6e1SmJdIB7DZSBSYgavwg5dtT6qc-325hQ9euZHyBxTF0sEbYseBQfH-ETo1skC0E3AXtP9M0cdZImQgrAhnXJRsGQkLnz0cuv-ugv7JN82eG-LRkdsySjeYrKEK6JC1rVAv02eFJzNO27-o8yaEmcIvigSp5oj-pT-dRTCnZYbGN488aEtCkk/s1600/CANTIGA.jpg

Prazer havedes do meu mal,

pero vos amo mais ca mi;

e poren peç'a Deus assi,

que sabe quant'é o meu mal,

que vos mud'esse coraçon

que mi havedes tan sen razon.

 

Muito vos praz do mal que hei,

lume d'aquestes olhos meus:

e por esto peç'eu a Deus,

que sab'a coita que eu hei.

que vos mud'esse coraçon,

que m'havedes tan sen razon.

 

E, se vo-lo mudar, enton

poss'eu viver, (e) senon, non. 

D. DINID. In: SPINA, Segismundo. Era medieval. 11. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2006. v. 1, p. 59. (Coleção Presença da literatura portuguesa).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 50.

Entendendo a música:

01 – Ainda que a cantiga tenha sido registrada numa escrita bastante diferente da nossa, é possível compreendê-la com uma leitura atenta.

a)   A quem se dirige o eu lírico?

Ele se dirige a sua senhora (“senhor”).

b)   Do que ele se queixa?

O eu lírico se queixa do fato de a amada ter prazer em fazê-lo sofrer.

c)   A quem o eu lírico apela?

Ele apela a Deus (“Nostro Senhor”).

d)   Que pedido faz o eu lírico?

Ele pede a Deus que mude o coração da amada (sua postura).

02 – No dístico (estrofe composta de dois versos) que fecha a cantiga, o eu lírico chega a uma sofrida conclusão. Que conclusão é essa?

      Ele conclui que, se a amada não mudar sua postura, ele não mais poderá viver.

03 – Que canções você conhece que apresentam temática semelhante à da cantiga de amor em estudo?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Para ampliar o repertório, temos: “Mentiras”, de Adriana Calcanhotto; “Vento do litoral”, Legião Urbana; “Apenas mais um amor”, de Lulu Santos; etc.

MÚSICA(ATIVIDADES): FEZ-SE MAR - MARCELO CAMELO - COM GABARITO

 Música (Atividades): Fez-se Mar

                                 Marcelo Camelo

Fez-se mar,
Senhora, o meu penar
demora não, demora não.

Vai ver, o acaso entregou
alguém pra lhe dizer
o que qualquer dirá.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCktTrLDKMskWsftws9YaTrus05_t6yY-ie-jX8On5NJblSgbDjmtn6lRDY3J89TjGMfrZcvaU6MXKy4bBgTPhihc2suddbUUG7qd074jkVCqHU3-K-_2XokM5MJF1JUkiddFYFNyyYE3fs3DPRG4gz4ACsd8KTdbDgU9X1_u8y22Ycjly2CoAkxmjpAA/s1600/mARCELO.jpg


Parece que o amor chegou aí
parece que o amor chegou aí.

Eu não estava lá, mas eu vi
eu não estava lá, mas eu vi

Clareira no tempo
cadeia das horas
eu meço no vento
o passo de agora.

E o próximo instante, eu sei, é quase lá
peço não saber até você voltar.

Composição: Marcelo Camelo. Fez-se mar. Intérprete: Los Hermanos. In: Los Hermanos. 4. São Paulo: Sony/BMG. 2005. 1 CD. Faixa 3. Disponível em: http://www2.uol.com.br/loshermanos/ventura/letras/quatro1.htm. Acesso em: 4 fev. 2016.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 47.

Entendendo a música:

01 – A letra da música “Fez-se mar” estrutura-se com base em uma metáfora principal, proposta logo no primeiro verso. Em que consiste essa metáfora?

      Consiste na comparação feita pelo eu lírico entre a intensidade de seu sofrimento (“penar”) e a imensidão e profundidade do “Mar”.

02 – O eu lírico fala diretamente à sua musa já no primeiro verso da canção.

a)   Que pronome de tratamento ele utiliza?

Ele utiliza o pronome de tratamento “senhora”.

b)   Em sua opinião, por que ele se dirige à amada dessa forma?

Para manter com ela uma relação de respeito e distanciamento.

c)   Você se imagina dirigindo-se assim à pessoa amada?

Resposta pessoal do aluno.

03 – Em relação à primeira estrofe.

a)   Qual é o apelo feito pelo eu lírico?

O eu lírico pede à amada que não demore.

b)   Explique a hipótese levantada por ele.

O eu lírico levanta a hipótese de uma outra pessoa ter surgido na vida da amada.

04 – Releia o trecho a seguir.

        E o próximo instante, eu sei, é quase lá
         peço não saber até você voltar.”

        Por que o eu lírico prefere não saber se a amada voltará ou não?

      Porque prefere viver na ilusão de que ela, talvez, volte a vê-lo.

 

 

POEMA: UM MOVER DE OLHOS, BRANDO E PIEDOSO - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poema: Um Mover de Olhos, Brando e Piedoso

             Luís de Camões

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOVM4RlVhICpM3Wf2zNYZX2IqS2TYGWQiGdxWjX2ZBz2SBpSiUllD913wdiPTno_o0FMzW-WCalZObt3O61HEdMUrvufimg7c4x01B0TawqJ-WQ-f5GJ-XlbxQUaYSyOMzcFahOwnxpBOZOf3SIqLlCG_T511K-OvDHgfS8-L3YMboiSNaYDnIf00S8ko/s1600/CALMA.jpg


Um despejo quieto e vergonhoso;

Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

CAMÕES, Luís de. In: Salgado Júnior, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008, p. 301.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 56.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, qual o significado das palavras abaixo.

·        Gesto: rosto, face.

·        Despejo: ausência de pejo (vergonha); desinibição, descontração.

·        Brandura: ternura.

·        Circe: divindade da mitologia grega que atraía com seu canto os marinheiros e dava-lhes poções que os transformavam em porcos.

02 – Como é a mulher caracterizada no poema?

      No poema, a mulher tem olhar “brando e piedoso”, seu riso é “brando e honesto”, seus gestos são doces e humildes, sua postura é serena e recatada, sua alma é cheia de bondade, além de ser firme e constante – características mais interiores que exteriores.

03 – Que elemento descritivo faz referência direta à beleza da mulher citada no poema? Onde ele aparece?

      O elemento descritivo que faz referência direta à beleza da moça aparece somente no final (“fermosura”).

04 – Com base nas análises que você fez nos itens 2 e 3, o que é possível concluir: no poema predomina a caracterização interior ou exterior da mulher?

      Camões segue os ideais petrarquistas nesse poema (primazia da caracterização interior da mulher amada sobre a exterior.

05 – A poesia trovadoresca e a palaciana utilizaram com frequência os redondilhos (versos de 5 ou 7 sílabas poéticas), típicos da poesia popular. No classicismo, introduziu-se em Portugal a chamada “medida nova”, versos decassílabos de tradição italiana. Camões utilizou em sua lírica tanta a medida nova quanto a medida velha, da tradição medieval. Agora, releia o poema.

a)   Que medida o poeta português adota?

Camões utiliza versos decassílabos.

b)   Arrisque uma hipótese: que efeito tem o uso dessa métrica no poema?

Os decassílabos do poema, em comparação com a popular métrica do redondilho, evidenciam a sofisticação proposta pelo classicismo.

POESIA: VOSSA GRANDE CRUELDADE - FRANCISCO DA SILVEIRA - COM GABARITO

 Poesia: Vossa grande crueldade

             Francisco da Silveira 

Vossa grande crueldade, 

Minha gram desaventura, 

vossa pouca piadade, 

com minha gram lealdade, 

de mestura, 

fezaram minha trestura. 

 

A qual já dentro em mim jaz 

tanto nos bofes metida, 

que m’entristece, e me faz 

que me pese co’a vida. 

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4LsfMUpvL73e19pPla7kOO5QMJ7JY9j6JehJwSMpmPs-WSdBJ-zDKHTrrq2J2mMxLxN1WKPNo9yYOHIp9K-y7_V7h7H4QFujkDW_uHsCnuEbeY25bjHCKgOujq-HZGyEZg_vwhFsGZ_HhsXHosaY7Wf9TpXPGew_RGxkdRpeSoarWIGYvSSQa6dsoKsc/s320/POESIA.jpg

Cesse vossa crueldade, 

Mude-se minha ventura, 

que, pois tendes fermosura, 

tende também piadade 

de mestura, 

nam me mate esta tristura. 

Garcia de Resende e o Cancioneiro geral. In: ROCHA, André e Crabbé. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, Presidência do Conselho de Ministros, Secretaria de Estado da Cultura, 1979. v. 31, p. 29 (Biblioteca Breve).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 53-54.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com a poesia, qual o significado das palavras abaixo.

·        Desaventura: desventura, falta de sorte.

·        Piadade: piedade.

·        De mestura: misturada, junta.

·        Trestura: tristeza.

·        Jaz: está sepultado.

·        Bofes: (sentido figurado) coração.

·        Tristura: tristeza.

02 – A primeira estrofe da poesia é marcada pela presença dos pronomes vossa e minha. A quem eles se referem?

      “Vossa” refere-se à amada; “Minha” refere-se ao eu lírico sofredor.

03 – Na alternância entre minha e vossa constrói-se na poesia uma relação de causa e consequência. Explique essa afirmação.

      A crueldade da amante (causa) provoca no eu lírico “desaventura” (consequência) e a “pouca piadade” dela (causa) tem como consequência a “trestura” do sujeito lírico. Finalmente, o cessar da crueldade da amada (causa) fará a “ventura” do eu lírico mudar (consequência).

04 – A poesia apresenta uma organização temporal bem definida.

a)   Que tempo verbal predomina em cada uma das estrofes?

O tempo que predomina na primeira estrofe é o passado; na segunda estrofe, predomina o presente; na terceira estrofe, sugere-se o futuro.

b)   Explique de que forma essa diferenciação dos tempos verbais se relaciona com os sentimentos do eu lírico.

Na primeira estrofe, encontram-se as causas do sofrimento do eu lírico; na segunda estrofe, estão as consequências do sofrimento; na terceira estrofe, o eu lírico faz um pedido à amada.

05 – Ao longo dos versos, o eu lírico acusa a amada de ser cruel e de ter pouca piedade diante de sua “desaventura”.

a)   Que substantivo quebra essa caracterização negativa da mulher?

O substantivo “fermosura”.

b)   O que essa ruptura representa no contexto da poesia?

Representa que o eu lírico não resiste à “fermosura” de sua amada, por isso submete-se à sua crueldade e pouca piedade.

domingo, 7 de abril de 2024

POEMA: CORREIO ELEGANTE - HENRIQUE FÉLIX - COM GABARITO

 Poema: Correio elegante

              Henrique Félix

No correio elegante,

toda carta é bem vestida

de envelope extravagante,

dobradinho na medida.

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8njY59vhdAS9eRTeWnus2Gk8j4C8lGu-jmIInPTXfS0tR3Rh0q8RTUgF3UKuIhwmwUWIM4GUnbDAqZTY62O6EmzoxDnKyc4mYxmJJuA546tnIShRjZeqydA404xMR1_bcXIsOncm5bs67bRHCQRyU79vz3e7Oki8rhbwHc9UW7maY58iYfqpfk2HJFTM/s1600/CORREIO.jpg


O papel é perfumado.

A mensagem, colorida.

O carteiro é saltitante

porque está feliz da vida.

leva as cartas num instante,

leve, solto e despenteado.

Nada é longe o bastante.

Ninguém fica sem recado.

Pois o correio é elegante,

e o carteiro... apaixonado.

Henrique Félix. Quermesse maluca. Belo Horizonte: Formato, 2001. p. 13.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 6ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 2ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2002. p. 225.

Entendendo o poema:

01 – O que caracteriza uma carta no "correio elegante" de Henrique Félix?

      Uma carta no correio elegante é bem vestida, em um envelope extravagante, com papel perfumado e mensagem colorida.

02 – Qual é a atitude do carteiro no poema "Correio elegante"?

      O carteiro está saltitante e feliz da vida.

03 – Como o carteiro se comporta ao entregar as cartas no poema?

      O carteiro entrega as cartas de forma leve, solta e despenteada.

04 – Como o poema descreve a eficiência do "correio elegante"?

      No poema, o correio elegante é descrito como eficiente, pois nada é longe o bastante e ninguém fica sem recado.

05 – O que torna o "correio elegante" diferente do serviço postal tradicional?

      O correio elegante se diferencia pelo envelope extravagante, papel perfumado e mensagem colorida, criando uma experiência mais especial.

06 – O que simboliza o comportamento do carteiro apaixonado no poema?

      O comportamento apaixonado do carteiro simboliza o entusiasmo e a dedicação em transmitir mensagens especiais e afetuosas.

07 – Quais são os elementos que contribuem para a atmosfera encantadora do "correio elegante" descrita por Henrique Félix?

      Os elementos como envelope extravagante, papel perfumado, mensagem colorida e a atitude apaixonada do carteiro contribuem para a atmosfera encantadora do correio elegante no poema.

 

POEMA: GUARDAR - ANTÔNIO CÍCERO - COM GABARITO

 Poema: GUARDAR

             Antônio Cicero

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em cofre não se guarda coisa alguma.

Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por

admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília

por ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,

isto é, estar por ela ou ser por ela.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZeXt8-MKofBouml5HqqUqj-rtHVTTQMz4V-yaueCbk6WDqnUDVIDW3VNEH8vJCuWXz4DP3hehCblzAWGyUuPhx5BFK9dBmaaAYScfG-4dD4e8UPbgl7G7oH6REqkttTQrqkzP6seiT9IqeWdEk3OJN3T0hjCnrmthXwVoxIzS5FCrB73REtvcdCGItIo/s1600/POEMA.png


Por isso, melhor se guarda o voo de um pássaro

do que de um pássaro sem voos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,

por isso se declara e declama um poema:

Para guardá-lo:

Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:

Guarde o que quer que guarda um poema:

Por isso o lance do poema:

Por guardar-se o que se quer guardar.

CICERO, Antônio. In: MORICONI, Ítalo (Org). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 337.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 18.

Entendendo o poema:

01 – O que significa "guardar uma coisa" de acordo com o poema "Guardar" de Antônio Cícero?

      Segundo o poema, guardar uma coisa não se resume a escondê-la ou trancá-la, mas sim a observá-la com admiração e iluminá-la com nossa atenção.

02 – Qual é a diferença entre guardar algo em um cofre e guardar conforme descrito no poema?

      Enquanto guardar algo em um cofre implica em perdê-lo de vista, guardar conforme descrito no poema envolve observação, vigilância e admiração constante.

03 – Por que é mais significativo guardar o voo de um pássaro do que um pássaro sem voos, de acordo com o poema?

      Guardar o voo de um pássaro representa apreciar sua liberdade e beleza em movimento, em contraste com um pássaro incapaz de voar, que não oferece a mesma inspiração.

04 – Qual é a relação entre escrever, declarar ou declamar um poema e o ato de guardar algo?

      Escrever, declarar ou declamar um poema é uma forma de guardar a sua essência e significado, permitindo que o poema também guarde aquilo que ele expressa.

05 – O que significa "fazer vigília por algo" de acordo com o poema?

      Fazer vigília por algo implica em estar acordado e atento por aquilo que se guarda, demonstrando um cuidado e uma dedicação constante.

06 – Como um poema pode "guardar o que guarda", como mencionado no poema?

      Um poema pode "guardar o que guarda" ao preservar e transmitir as emoções, ideias e beleza contidas nele, permitindo que esses elementos sejam apreciados e preservados ao longo do tempo.

07 – Qual é a principal mensagem do poema "Guardar" de Antônio Cícero em relação ao ato de guardar algo?

      A mensagem principal é que guardar algo vai além de simplesmente mantê-lo fisicamente; envolve uma contemplação ativa e um vínculo emocional que permite que aquilo que é guardado permaneça vivo e significativo.

 

 

TEXTO: ODISSEIA (FRAGMENTO) - HOMERO - TRAD. CARLOS ALBERTO NUNES - COM GABARITO

 Texto: Odisseia (Fragmento)

           Homero – trad. Carlos Alberto Nunes

        [...]

        À ilha, entrementes, a nau bem construída chegara depressa, onde as Sereias demoram, que um vento propício a impelia.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuY6JEowHnGyHAXcfTrFIkF0CB_-PEpz8UpdNrQqCuDELwUUPuw2nafe704HkRPvmYx9cEtqAGTGdpWQEyZ30VO4EDurbk56AvAgFlmf7hJrYJCxdPyc65Dd8cQ70tb1CFCv9MFioUppYFoskUfC4eBVC2TAzPI8S6JVMIIyvZFMgaurasGxYXIrZXLEU/s320/a-odisseia-edicao-ilustrada.jpg


        [...]

        Uma rodela de cera cortei com meu bronze afiado, em pedacinhos, e pus-me a amassá-los nos dedos possantes.

        [...]

        Sem exceção, depois disso, tapei os ouvidos dos sócios; as mãos e os pés, por sua vez, me amarraram na célere nave, em torno ao mastro, de pé, com possantes calabres seguro. Sentam-se logo, batendo com o remo nas ondas grisalhas. Mas, ao chegar à distância somente de grito da praia, com toda a força a remar, não passou nosso barco ligeiro despercebido às Sereias, de perto, que entoam sonoras: “Vem para perto, famoso Odisseu, dos Aquivos orgulho, traz para cá teu navio, que possas o canto escutar-nos”.

        [...]

        Dessa maneira cantavam, belíssima. Mui desejoso de as escutar, fiz sinal com os olhos aos sócios que as cordas me relaxassem; mas eles remaram bem mais ardorosos. Alçam-se, então, Perimedes e Euríloco e deitam-me logo novos calabres, e os laços e as voltas mais firmes apertam.

        Mas, quando essa ilha, na viagem, deixamos ficar bem distante, sem mais ouvirmos a voz das Sereias e o canto mavioso, meus companheiros queridos tiraram depressa do ouvido a cera ali por mim posta e dos laços, por fim, me livraram.

        [...]

HOMERO. Odisseia. Trad. Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Hedra, 2011. p. 207-208 (fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 27-28.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo?

·        Entrementes: enquanto isso.

·        Nau: embarcação.

·        Impelia: empurrava.

·        Célere nave: rápida nau.

·        Calabres: cordas grossas.

·        Odisseu: do grego, Ulisses.

·        Aquivos: gregos da Tessália ou do Peloponeso.

·        Alçam-se: levantam-se.

·        Mavioso: melodioso.

02 – Além da voz de Ulisses, que outras vozes estão presentes no texto?

      As outras vozes presentes no texto são as vozes das Sereias que cantam para atrair os navegantes.

03 – Quem são as Sereias no fragmento da Odisseia e qual é o perigo que representam para Odisseu e seus companheiros?

      As Sereias são criaturas míticas que habitam uma ilha próxima. Elas seduzem os marinheiros com seu canto encantador, levando-os à perdição e à morte. Odisseu e seus companheiros correm o risco de sucumbir ao feitiço das Sereias e serem levados à sua ilha, onde encontrariam um fim trágico.

04 – Um autor pode alterar a ordem mais comum de uma frase, como se vê a seguir.

        “À ilha, entrementes, a nau bem construída chegara depressa, onde as Sereias demoram, que um vento propício a impelia.”

a)   Reescreva o trecho no caderno, iniciando por: “Entrementes, a nau bem construída...”.

“Entrementes, a nau bem construída onde as Sereias demoram, que um vento propício a impelia, chegara depressa”.

b)   Arrisque uma hipótese: Por que o autor optou pela ordem “indireta”?

O autor pode ter criado uma ordem indireta a fim de criar um suspense, tensão, expectativa do leitor e para enfatizar o momento da chegada da nau bem construída à ilha onde as Sereias demoram.

05 – Ulisses elabora uma estratégia para poder ouvir o canto das sereias de forma segura.

a)   Descreva o que ele faz para conseguir seu objetivo.

Ulisses corta uma rodela de cera com um objeto afiado e a amassa em pedaços, e então molda nos dedos, criando tampões para seus ouvidos. Ulisses também ordena que seus companheiros o amarrem ao mastro do navio para que ele não possa se libertar e se dirigir em direção às Sereias.

b)   O que essa estratégia revela sobre a personalidade de Ulisses?

Essa estratégia revela que Ulisses é um homem esperto, inteligente e prudente.

06 – O que Odisseu faz quando deseja ouvir o canto das Sereias apesar do perigo?

      Odisseu faz sinais aos seus companheiros para que o libertem brevemente das amarras, demonstrando seu desejo de ouvir o canto das Sereias. No entanto, seus homens, seguindo suas ordens, reforçam as amarras para garantir sua segurança.

07 – Como os companheiros de Odisseu reagem após passarem a ilha das Sereias?

      Após deixarem para trás a ilha das Sereias e não ouvirem mais seu canto sedutor, os companheiros de Odisseu removem rapidamente a cera dos ouvidos do herói e o libertam das amarras, permitindo-lhe voltar ao controle total de seus sentidos.

08 – Qual é a importância simbólica da experiência com as Sereias na jornada de Odisseu?

      A experiência com as Sereias representa um momento de tentação e resistência para Odisseu. Ele enfrenta um perigo que pode levá-lo à ruína, mas suas habilidades estratégicas e a lealdade de seus companheiros o ajudam a superar esse desafio. Este episódio ressalta a astúcia e a determinação de Odisseu na busca de seu retorno para casa, além de ilustrar as consequências da desobediência às ordens dadas.