quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

PARÁBOLA: A PARÁBOLA DO SEMEADOR - TRAD.JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA - COM GABARITO

 Parábola: A parábola do semeador

               Trad. João Ferreira de Almeida

        Naquele mesmo dia Jesus saiu de casa e se sentou à beira do lago. Uma grande multidão se juntou ao seu redor. Havia tanta gente que Jesus entrou num barco e se sentou; e toda a multidão permanecia de pé na praia. Jesus lhes ensinou muitas coisas por meio de parábolas. Ele dizia:

        — Certo semeador saiu a semear. 

        E, quando semeava, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 

        Outra parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque a terra não era funda.

        Mas, saindo o sol, queimou-se e secou-se porque não tinha raiz.

        Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram. 

        Outra caiu em boa terra, e deu frutos: uma semente produzindo a cem, outra a sessenta e ainda outra a trinta por um.

        Quem tem ouvido para ouvir, ouça.

BÍBLIA. Português. A parábola do semeador. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Editora Vida, 1996.

Fonte: Língua Portuguesa – Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 4 – 1ª edição – 1ª impressão – ABDR – 2019 – São Paulo. p. 18-9.

Entendendo a parábola:

01 – Qual é o fato narrado no texto?

      O fato narrado transmite uma lição ética por meio de uma linguagem simbólica, metafórica.

02 – Quem é o personagem?

      O semeador.

03 – De acordo com o texto, qual é o seu enredo?

      Dos diferentes tipos de solo em que as sementes caíram ao terem sido semeadas, apenas a que caiu em boa terra deu boa colheita.

04 – Qual é a lição de moral dessa parábola?

      Somente aqueles com bom coração ouvem e guardam os ensinamentos.

 

 

PROPAGANDA: ESQUADRÃO DENGUE NÃO - GAZETA DO POVO - COM GABARITO

 Propaganda: Esquadrão Dengue Não

      Ler e pensar Gazeta do povo – Instituto grpcom

        O “Esquadrão Dengue Não” foi às ruas e casas da região, divulgando as formas de combater o mosquito transmissor e evitar a doença. Você também pode usar as notícias do dia para fazer um futuro melhor.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 42-3.

Entendendo a propaganda:

01 – Vimos que a estrutura da propaganda é parecida com a do anúncio publicitário, que centra sua mensagem no produto. Ela é composta de linguagem verbal (geralmente o título, um slogan e a assinatura) e de linguagem não verbal (imagem e cores). Aponte as partes que compõem esse anúncio de propaganda.

a)   Linguagem não verbal:

Imagem 3 crianças vestindo camisetas imitando camuflagem, 2 com capacetes, 1 com uma faixa na cabeça, também imitando camuflagem. Rostos pintados e sorrindo.

b)   Título:

Esquadrão Dengue Não.

c)   Slogan:

Ler e pensar.

d)   Assinatura:

Gazeta do Povo.

02 – Ao olhar para esse anúncio, o que primeiramente chama sua atenção: a linguagem verbal ou a não verbal?

      É a linguagem não verbal.

03 – O texto abaixo do título indica quem são as crianças que aparecem no anúncio.

      As crianças são alunos de uma escola.

04 – Faça uma interpretação do anúncio, associando a linguagem verbal e a não verbal.

      As crianças estão vestidas como se fossem soldados em uma guerra contra o mosquito transmissor da dengue.

 

 

PROPAGANDA: UNIMED BLUMENAU - COM GABARITO

 Propaganda: Unimed Blumenau


        Tire um tempinho para não fazer nada. Mude seus hábitos. Viva mais.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 40.

Entendendo a propaganda:

01 – Aponte as partes que compõem essa peça publicitária.

a)   Linguagem não verbal: Foto de uma família na praia.

b)   Título: Tire um tempinho para não fazer nada.

c)   Slogan: Mude seus hábitos. Viva mais.

d)   Assinatura: Unimed Blumenau.

02 – Descreva a imagem que ilustra essa propaganda.

      Retrata pessoas, pelas características, uma família caminhando em uma praia de maneira descontraída.

03 – O que está sendo aconselhado ao público nessa propaganda?

      Que se tire um momento para relaxar junto com a família.

04 – Sabendo que se trata de uma empresa ligada à área da saúde, de que forma esse conselho ajuda a criar uma imagem positiva para a instituição?

      Relaxar é uma atitude que gera saúde; a empresa demonstra preocupado como público-alvo.

     

CAMPANHA: ABANDONO DE ANIMAIS É CRIME! DEPARTAMENTO DE HIGIENE E SAÚDE - COM GABARITO

 Campanha: Abandono de animais é crime!


        A pena prevista pelo Art. 164 do Código Penal é de detenção de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses ou multa. A pena prevista pelo art. 32 da lei de Crime Ambientais é de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.

        DEPARTAMENTO de Higiene e Saúde (DHS) – Pompeia. Portal NC – Nossa Cidade. Disponível em: www.portalnc.com.br/noticia/461/dhs-inicia-campanha-de-conscientizacao-sobre-cuidados-com-animais-de-estimacao.html. Acesso em: 18 jul. 2018.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 35-6.

Entendendo a campanha:

01 – Identifique no anúncio:

a)   O título.

Eles sentem fome, frio e medo.

b)   O texto.

Abandono de animais é crime! Denuncie.

c)   O slogan.

Não somos descartáveis!

d)   A assinatura.

DHS.

02 – Esse texto é um exemplo de anúncio publicitário ou de propaganda? Justifique sua resposta.

      Esse texto é um exemplo de anúncio de propaganda, pois centra a mensagem no lado positivo.

03 – Sobre a oração “Não somos descartáveis”, responda ao que se pede.

a)   Qual o sujeito do verbo somos? Como esse sujeito se classifica?

Sujeito = nós / sujeito indeterminado.

b)   Nessa oração, o verbo é:

(X) de ligação.                     (  ) significativo.

c)   Nessa oração, o sujeito:

(  ) Pratica uma ação.

(X) É o ser ao qual se atribui uma característica.

d)   Assim, a função do termo descartáveis é:

(  ) Completar o sentido do verbo.

(X) Atribuir uma característica ao sujeito.

NOTÍCIA: DOIS PROJETOS INCLUEM LIBRAS NOS CURRÍCULOS ESCOLARES - AGÊNCIA SENADO - COM GABARITO

 Notícia: Dois projetos incluem Libras nos currículos escolares

Da Redação | 22/01/2020, 10h23

        Duas propostas em tramitação no Senado incluem a língua brasileira de sinais (Libras) nos currículos escolares. Um dos projetos, o PL 6.284/2019, determina que o idioma seja a primeira língua de comunicação na escola para estudantes surdos. A outra proposta (PL 5.961/2019) quer incluir conteúdos relativos à Libras para todos os alunos indistintamente, surdos ou não.

        O PL 6.284/2019 é de autoria do senador Romário (Podemos-RJ). O texto tramita na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e aguarda designação de relator. O projeto deverá passar ainda pela Comissão de Educação (CE).

        A proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB — Lei 9.394/1996) para acrescentar um artigo que obrigue os sistemas de ensino a ofertarem a Libras como língua de comunicação a todos os estudantes surdos.

        De acordo com o projeto, regulamentos dos sistemas de ensino definirão as condições de oferta do ensino de Libras e deverão dispor sobre a necessidade de professores bilíngues, tradutores, intérpretes e tecnologias de comunicação em Libras. Além disso, deverão tratar do acesso da comunidade estudantil ouvinte e dos pais de alunos com deficiência auditiva ou responsáveis ao aprendizado de Libras.

        Segundo Romário, embora já haja normas que determinem a inclusão da Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores (Decreto 5.626/2005) e a criação de sistemas educacionais inclusivos (Lei 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão), é preciso avançar na efetiva inclusão social das pessoas com deficiência auditiva.

        “De nossa parte, isso só será possível quando qualquer cidadão ouvinte também for capaz de se comunicar com as pessoas surdas por meio da Libras”, afirmou Romário em sua justificativa.

        O PL 5.961/2019, da senadora Zenaide Maia (Pros-RN), determina que os currículos do ensino fundamental e do ensino médio incluam, para todos os alunos, conteúdos relativos à Libras. A modificação também é feita na LDB e o projeto está mais avançado na tramitação, pois aguarda relatório do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) na CE, em que terá sua votação final.

        Para a autora, o objetivo é que também os alunos ouvintes desenvolvam competências relacionadas ao respeito à diferença, ao cuidado com o outro e à compreensão da multiplicidade das formas de comunicação.

        “Vale acrescentar que a ideia é ainda mais relevante quando se considera a necessidade premente de que as novas gerações aprendam valores de respeito à pluralidade e às diferenças”, justificou Zenaide.

 Agência Senado. Dois projetos incluem Libras nos currículos escolares. Senado Notícias, 22 jan. 2020.Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materiais/2020/01/22/dois-projetos-incluem-a-libras-nos-curriculos-escolares. Acesso em: 28 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 30-1.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o objetivo principal desse texto? Para responder, tenha em vista o que você já sabe sobre o gênero notícia.

      O objetivo principal é relatar um acontecimento recente: a tramitação de dois projetos de lei sobre Libras no Senado Federal.

02 – Pela notícia, os autores dos projetos de lei em questão expõem algumas justificativas para a inclusão da Língua de Sinais Brasileira nos currículos escolares. Comente com os colegas essas justificativas e opine sobre elas.

      A principal justificativa do PL 6.284/2019 é promover a inclusão social dos deficientes auditivos, ao permitir que todos os cidadãos tenham alguma noção da Língua de Sinais Brasileira e possam se comunicar minimamente com pessoas com deficiência auditiva.

03 – Quem são os leitores supostos desse texto?

      Leitores em geral, interessados em conhecer os projetos de lei que tramitam no Senado Federal.

04 – A notícia foi publicada no site do Senado Notícias e é um texto de responsabilidade da Agência Senado. Qual é a importância da publicação de notícias como essa, em um suporte desse tipo, no contexto social brasileiro? Socialize a resposta com os colegas e, depois, registre-a no caderno.

      É divulgar as ações dos senadores. Esse tipo de divulgação auxilia os cidadãos a acompanhar os trabalhos dos senadores que elegeram, e é um instrumento de controle democrático e de divulgação de informações de interesse público.

 

CARTAZ: BETIM SEM BULLYING: APRENDER SEM MEDO - COM GABARITO

 Cartaz: Betim sem Bullying: aprender sem medo



Participe do Seminário Municipal “Betim sem Bullying: aprender sem medo” 13 de novembro de 2013 / 13h. Auditório da Prefeitura de Betim.

Disponível em: https:// www.pebcomunicacao.com.br/campanhas_detalhes.php?campanha=12. Acesso em: 13 ago. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 33.

Entendendo o cartaz:

01 – Ao observar a expressão facial do jovem retratado, que sentido ela parece traduzir? De que maneira esse sentido se relacionada com o tema da campanha?

      A expressão facial do jovem traduz reprovação, reserva, contrariedade e se relaciona com a campanha ao indicar reprovação ao bullying.

02 – O gesto do polegar para baixo reforça ou acrescenta o sentido que o jovem deseja expressar?

      O gesto feito pelo jovem com uma das mãos reforça a atitude de reprovação dele com relação ao bullying.

03 – Em algumas redes sociais, a indicação do polegar para cima ou para baixo está relacionada a duas ações. Socialize as respostas a seguir com os colegas e, depois, faça o registro no caderno.

a)   Que ações são essas?

Polegar para cima representa a ação de curtir (manifestar acordo), e polegar para baixo indica a ação de não curtir (manifestar desacordo).

b)   De que modo o slogan da campanha, “A gente não curte quem curte bullying”, reproduzido no cartaz, retoma e ressignifica essas ações? Explique.

Tanto a imagem como o slogan se associam, uma vez que o texto presente no slogan, especialmente o verbo curtir, reafirma o gesto do adolescente no cartaz, e vice-versa, ambas manifestando desacordo com o bullying.

c)   Um dos modos de divulgação do cartaz foi a circulação em meios digitais. Como esse modo de divulgação está associado ao slogan?

A relação entre o slogan e a circulação do cartaz em meios digitais está justamente no uso do verbo curtir, ação bastante comum em algumas redes sociais.

04 – O cartaz foi empregado na divulgação de um seminário municipal promovido pela Câmara Municipal de Betim. A que público o cartaz se destina? Explique.

      Destina a população da cidade de Betim, porque foi nesse município que o seminário ocorreu.

 



FÁBULA: O CORVO E O JARRO - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: O Corvo e o jarro

             ESOPO

        Um corvo, quase morto de sede, foi a um jarro, onde pensou encontrar água. Quando meteu o bico pela borda do jarro, verificou que só havia um restinho no fundo. Era difícil alcança-la com o bico, pois o jarro era muito alto.

        Depois de várias tentativas, precisou desistir, desesperado. Surgiu, então, uma ideia em seu cérebro. Apanhou um seixo e jogou-o no fundo do jarro. Jogou mais um e muitos outros.

        Com alegria verificou que a água vinha, aos poucos, se aproximando da borda. Jogou mais alguns seixos e conseguiu matar a sede, salvando a vida.

        Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura.

ESOPO. O Corvo e o jarro. In: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. p. 99. Disponível em: <goo.gl/kdZaSW>.  Acesso em: 4 maio 2018.

Fonte: Língua Portuguesa – Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 4 – 1ª edição – 1ª impressão – ABDR – 2019 – São Paulo. p. 25-6.

Entendendo a fábula:

01 – O texto lido é uma narrativa? Justifique sua resposta.

      Sim, pois é narrado um fato, que ocorreu em determinado tempo e lugar, envolvendo um personagem.

02 – O texto lido pode ser considerado um apólogo? Justifique sua resposta.

      Não, embora o desfecho transmita um ensinamento, assim como o apólogo, o personagem principal da narrativa não é um objeto ou um ser inanimado que ganhou vida, mas sim um animal, o que faz o texto ser considerado uma fábula.

03 – O personagem retratado na fábula trata-se:

(X) Do corvo.

(  ) Do jarro.

(  ) Da água.

(  ) Da pedra.

04 – Podemos identificar características do comportamento humano quando o corvo teve:

(  ) Que desistir de tomar água.

(X) Uma ideia em seu cérebro.

(  ) Que jogar pedras no jarro.

(  ) Uma tremenda sede.

05 – Copie dois períodos do texto em que aparecem conjunções que expressam valor semântico de adição entre as orações.

      “Apanhou um seixo e jogou-o no fundo do jarro” e “Jogou mais alguns seixos e conseguiu matar a sede”.

 

 

CONTO FANTÁSTICO: A MOÇA TECELÃ (FRAGMENTO) - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

 Conto fantástico: A MOÇA TECELÃ (Fragmento)

           Marina Colasanti

        Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava-se ao tear.

        [...]

        Nada lhe faltava. Na hora da fome, tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.

        Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.

        Não esperou o dia seguinte. Com o capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. [...]

        [...]

        Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

        E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

        -- Uma casa melhor é necessária, – disse para a mulher. [...].

        Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – [...].

        [...]

        Afinal o palácio ficou pronto. [...]

        Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia.

        Tecer era tudo o que queria fazer.

        [...] E pela primeira vez, pensou como seria bom estar sozinha de novo.

        [...] Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins.

        Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

        A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. [...].

        Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

Marina Colasanti. A moça tecelã. In: ___. Doze reis e a moça no labirinto do vento. São Paulo: Global, 2006.

Fonte: Língua Portuguesa – Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 4 – 1ª edição – 1ª impressão – ABDR – 2019 – São Paulo. p. 99-103.

Entendendo o conto:

01 – Agora, vamos verificar como foram trabalhados os elementos da narrativa no conto “A moça tecelã”.

a)   Por qual tipo de narrador esse conto é narrado? Comprove sua resposta com um trecho do texto.

O conto é narrado por um narrador-observador. “Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara”.

b)   Informe quem é o protagonista da narrativa e quem é o antagonista.

A protagonista é a moça, e o antagonista é o marido.

c)   No conto “A moça tecelã”, protagonista e antagonista não têm nomes próprios; eles são identificados por suas características. De acordo com a leitura que você fez do texto, descreva-os com suas palavras.

A moça tinha hábitos simples e precisava de pouco para viver bem; o homem era elegante e tinha o rosto barbado, além de ser dominador e ganancioso.

d)   Em relação ao tempo da narrativa, responda às perguntas:

·        É possível precisar a época em que a história ocorreu? Justifique sua resposta.

Não é possível precisar a época em que a história ocorreu, pois não há nenhum elemento que faça referência a isso.

·        Quanto à duração da história, é possível saber quanto tempo se passou desde o início dos acontecimentos até o fim? Justifique sua resposta.

Não é possível saber, apenas supor que tenha se passado o tempo suficiente para que a moça pudesse tecer o marido e alguns de seus desejos, como o palácio, cansar-se da solidão em que novamente estava vivendo e desfazer todo o trabalho.

e)   Em uma narrativa, é comum o uso de algumas expressões que marcam a passagem do tempo e a sucessão dos acontecimentos, tais como: logo, depois, em breve, durante muito dias, assim. Volte ao texto, localize e sublinhe algumas dessas expressões.

Resposta pessoal do aluno.

f)     Nos contos fantásticos, embora o espaço em que se passa a história seja, geralmente, surreal, fantástico, ele representa um ambiente real. Esse aspecto colabora com a intencionalidade presente no texto: falar de coisas reais a partir do simbólico, do figurado. Explique de que modo essa oposição entre o real e o fantástico se estabelece na história “A moça tecelã” por meio do espaço.

A casa pequena, onde a história começa, transforma-se em uma casa melhor; depois, em um palácio e, novamente, na casa pequena, onde a história termina.

g)   Identifique as partes do enredo que compõem a narrativa do conto “A moça tecelã”.

·        Situação inicialA moça vivia seus dias tecendo as cores do dia e o pouco que precisava para viver.

·        Complicação ou desenvolvimentoSentindo-se sozinha, a moça tece um marido para lhe fazer companhia, mas este, ao saber do poder do tear, pensava apenas nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

·        ClímaxA moça, que sem descanso tecia os caprichos do marido, pensou como seria bom estar sozinha de novo. Assim, decidiu desfazer seu tecido, destecendo o marido, o palácio e todas suas maravilhas.

·        Desfecho A moça, novamente, vê-se em sua pequena casa, tecendo a manhã no horizonte.

02 – O conto inicia descrevendo a protagonista (personagem principal) em sua ação de tear. Os elementos que ela tecia no começo da história mostram que:

(  ) O que ela tecia a tornava uma moça rica e bem dotada.

(  ) O que ela tecia deixava sua casa mais bonita e aconchegante.

(X) O que ela tecia eram elementos da natureza e aqueles essenciais a sua sobrevivência apenas.

03 – “E feliz foi, durante algum tempo”. Por que a felicidade da moça foi momentânea?

      Porque tecer era tudo o que ela queria e tecia os caprichos do marido até ela se dar conta de que estava triste, pois percebeu que os desejos do marido não correspondiam aos seus, além de se perceber “presa” a esses caprichos, o que lhe ocasionou uma tristeza “maior que o palácio com todos os seus tesouros”.

04 – Nos contos fantásticos, uma das características principais é a presença de elementos mágicos, que fogem aos da vida real. Nesse conto de Marina Colasanti, quais são os elementos mágicos que podem caracterizá-lo como um conto fantástico?

      O elemento mágico do conto é o teor da moça, por meio do qual ela tecia seus dias; o alimento, quando sentia fome; um marido, quando se sentiu sozinha, e todos os caprichos dele, até desmanchá-los e voltar a viver sozinha.

05 – O conto “A moça tecelã” pode ser considerado um conto de fadas moderno. Sendo assim, que contraponto podemos fazer em relação ao desfecho (a parte final da narrativa) desse conto e os contos de fadas tradicionais?

      Nos contos de fadas tradicionais, o final feliz acontece quando a protagonista se casa com o príncipe que a salvou do antagonista. No conto lido, a protagonista encontra a felicidade quando volta a viver sozinha, pois seu “príncipe” era, ao mesmo tempo, o antagonista, que a prejudicava.

 

APÓLOGO: AS ÁRVORES E O MACHADO - ESOPO - COM GABARITO

 Apólogo: As árvores e o machado

              ESOPO

        Havia uma vez um machado que não tinha cabo. As árvores então resolveram que uma delas lhe daria a madeira para fazer um cabo. Um lenhador, encontrando o machado de cabo novo, começou a derrubar a mata. Uma árvore disse a outra:

        -- Nós mesmas é que temos culpa do que está acontecendo. Se não tivéssemos dado um cabo ao machado, estaríamos agora livres dele.

ESOPO. As árvores e o machado. In: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. p. 105. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf. Acesso em: 1° maio 2018.

Fonte: Língua Portuguesa – Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 4 – 1ª edição – 1ª impressão – ABDR – 2019 – São Paulo. p. 23-4.

Entendendo o apólogo:

01 – Esse texto pode ser considerado:

(  ) Uma fábula.

(  ) Uma parábola.

(X) Um apólogo.

02 – Justifique a resposta da questão anterior, apresentando elementos do texto relacionados aos do gênero que você apontou.

      A presença de personagens representados por seres inanimados (árvores) que ganham vida a fim de transmitir um ensinamento: precisamos avaliar as consequências de nossos atos para que eles sejam benéficos para os outros e para nós mesmos. A narrativa também ilustra um defeito e uma virtude humana: as árvores representam a virtude, pois ajudam o machado; o lenhador e o machado representam o defeito ao destruírem a mata.

03 – Observe a relação semântica entre aas orações coordenadas a seguir e una-as em um único período, empregando as conjunções coordenativas e ou mas.

a)   O lenhador precisava do machado. Ele não tinha cabo.

O lenhador precisava do machado, mas ele não tinha cabo.

b)   As árvores conversaram. Uma delas daria a madeira ao cabo do machado.

As árvores conversaram, e uma delas daria a madeira ao cabo do machado.

c)   As árvores ajudaram o machado. As árvores não pensaram nas consequências de seu ato.

As árvores ajudaram o machado, mas não pensaram nas consequências de seu ato.

d)   O lenhador derrubou a mata. O machado o ajudou.

O lenhador derrubou a mata, e o machado o ajudou.

e)   Devemos ajudar os outros. Não devemos nos prejudicar.

Devemos ajudar os outros, mas não devemos nos prejudicar.

 

 

CRÔNICA: BAIXINHO - GREGORIO DUVIVIER - COM GABARITO

 Crônica: Baixinho

              GREGORIO DUVIVIER

        Quando era pequeno, não imaginava que continuaria pequeno o resto da vida. "Come bastante pra crescer e ficar bem alto", diziam. Comia com a voracidade de quem quer ter um metro e noventa. Perguntava: "Já estou crescendo?". Ainda não estava.

        Era o mais baixo dos meus amigos, mas estava comendo tanto que um dia ultrapassaria todos. Minha mãe, talvez percebendo que a única coisa que esse mito estava gerando era obesidade, confessou: "Gregório, não importa o que aconteça, você nunca vai passar de um metro e setenta".

        Não importa o que aconteça. Eu estava amaldiçoado. Carregava nas costas o peso do futuro. Chorei por horas, talvez dias, embora possam ter sido só alguns minutos. Queria ser goleiro da Holanda ou detetive da Scotland Yard, profissões de gente alta.

        "Talvez eu tenha que me contentar com a ginástica olímpica." E chorei mais um pouquinho.

        Quando via um baixinho, batia uma tristeza profunda de lembrar do futuro. Era como aquelas propagandas que diziam: não percam, domingo, no Faustão'... Não! O domingo vai chegar! E o "Faustão" também! A vida é melhor sem saber disso.

        Até que cresci – não muito, mas cresci. Estacionei no 1,69 m, com sensação térmica de 1,70 m – o cabelo despenteado ajuda a chegar lá e até hoje checo se a maturidade não me rendeu algum centímetro a mais.

        Os amigos desfavorecidos verticalmente me ajudam a superar. Antônio Prata tem, na ponta da língua, uma lista de baixinhos ilustres, que vão de Millôr Fernandes a Bono Vox, passando por Woody Allen, Al Pacino e, claro, Romário, antena da raça baixinha.

        Isso conforta. Os baixinhos engrandecem a causa. A não ser pelo Bono Vox, que envergonha a classe e usa salto embutido. Tudo tem limites. Às vezes gosto de alguém sem saber por que, e depois percebo: é baixinho. Quando vejo um de nós, aceno com a cabeça como quem diz: estamos juntos.

        Odiamos shows em pé. Ainda comemos como quem um dia quis crescer. Nunca vamos ser goleiros ou detetives da Scotland Yard. Mas nos resta a simplicidade de quem olha o mundo de baixo pra cima, além do conforto em cadeiras da classe econômica – e da propensão para a ginástica olímpica.

GREGÓRIO DUVIVIER. Baixinho. Folha de São Paulo. 4 ago. 2014. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2014/08/1495321-baixinho.shtml. Acesso em: 28 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 21-2.

Entendendo a crônica:

01 – Na crônica, Gregório Duvivier apresenta o fato de ser “baixinho” como uma característica mais positiva ou mais negativa? Explique.

      Positiva. Para o cronista, a altura torna-se um traço que reflete a própria personalidade, e ele identifica personalidades bem-sucedidas e ilustres caracterizadas pela baixa estatura. Em todas as personalidades identificadas, percebe-se a assunção da baixa estatura como algo que não interfere no êxito delas – o contraexemplo, do cantor Bono Vox, dá destaque para essa disponibilidade em aceitar-se como se é.

02 – No texto, Gregório Duvivier menciona que, quando criança, acreditava que a estatura baixa o impediria de realizar o desejo de se tornar goleiro da Holanda ou detetive da Scotland Yard. Pode-se afirmar que a menção a esses desejos da infância tem efeito humorístico. Por quê?

      Por meio da leitura do texto, se pode inferir o fato de Gregório Duvivier, na fase adulta, ser capaz de reconhecer que não foi a baixa estatura que o impediu de se tornar goleiro da Holanda ou detetive da Scotland Yard: é possível que ele não tenha escolhido seguir nenhuma dessas duas profissões porque eram sonhos apenas da época da infância.

03 – No trecho “Quando vejo um de nós, aceno com a cabeça como quem diz: estamos juntos”, a quem o pronome nós se refere? Como você chegou a essa conclusão?

      O pronome se refere aos baixinhos, como o próprio cronista. O emprego de nós, por oposição à expressão “os outros”, cria uma identidade de grupo, uma cumplicidade.

04 – O texto se encerra de forma irônica. Localize esse trecho e explique por que ele contribui para que a visão sobre a baixa estatura do escritor seja entendida de maneira positiva.

      A ironia está no período final do texto: “Nunca vamos ser goleiro ou detetives da Scotland Yard. Mas nos resta a simplicidade de quem olha o mundo de baixo pra cima, além do conforto em cadeiras da classe econômica – e da propensão para a ginástica olímpica”.