quarta-feira, 29 de agosto de 2018

CONTO: OS TRÊS PORQUINHOS - CHRISTIANE ANGELOTTI - COM GABARITO

Conto: Os Três Porquinhos

(Christiane Angelotti baseado na obra de Joseph Jacobs)

        Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
        Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: 
        -- Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos. 
        A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.
        Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: 
        -- Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe.

        Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. 
        Cada porquinho queria usar um material diferente. 
        O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: 
        -- Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. 
        O porquinho mais sábio advertiu:
        -- Uma casa de palha não é nada segura. 
        O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite: 
        -- Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar.
        -- Uma casa toda de madeira também não é segura – comentou o mais velho – Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger? 
        -- Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! – respondeu o irmão do meio – E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa? 
        Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. 
        O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. 
        Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. 
        -- Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. – Disse um dos preguiçosos.
        Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas.
        O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. 
        Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. 
        Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. 
        O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem para as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! 
        Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. 
        Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo. 
        O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: 
        -- Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão! – mentiu o porquinho cheio de medo. 
        -- Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. 
        O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. 
        -- Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu vou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar. 
        O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou uma vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão. 
        O lobo correu atrás. 
        Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. 
        Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo.
        Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. 
        Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
        -- Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! -- De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz. – disseram os porquinhos. 
        -- Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não aguentou e caiu. 
        Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. 
        Chegando lá pediram ajuda ao mesmo. 
        -- Entrem, deixem esse lobo comigo! – disse confiante o porquinho mais velho. 
        Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: 
        -- Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! 
        -- Pode esperar sentado seu lobo mentiroso. – respondeu o porquinho mais velho. 
        -- Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. 
        Soprou novamente mais forte e nada.
        Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la.
        Mas nada abalava a sólida casa. 
        O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. 
        Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. 
        -- Calma, não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição. – Advertiu o porquinho mais velho. 
        No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos.
        Disfarçado de vendedor de frutas. 
        -- Quem quer comprar frutas fresquinhas? – gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos. 
        Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: - __ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? 
        Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. 
        O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: 
        -- Frutas fresquinhas, quem vai querer? 
        Os porquinhos responderam: 
        -- Não, obrigado. 
        O lobo insistiu: 
        Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. 
        -- Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. 
        O lobo furioso se revelou: 
        -- Abram logo, poupo um de vocês! 
        Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. 
        De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado. 
        Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. 
        O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo. 
        -- AUUUUUUU! – Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. 
        Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. 
        Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não aguentando as saudades, foi morar com os filhos.
        Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.

Entendendo o conto:

01 – Quem disse a frase: “Cuidem-se! Sejam sempre unidos!”, por quê?
      A mãe. Porque ela disse que eles já estavam bem crescidos e tinham que ter responsabilidades, e passar a morar sozinhos.

       02 – Quais foram os materiais usados pelos porquinhos?
           Usaram palhas, madeira e tijolos.

     03 – Por que o porquinho mais velho construiu a casa de tijolos?
           Porque ele pensava na segurança e no conforto do novo lar.

     04 – Os porquinhos construíram as casas todas juntas?
           Não. Cada porquinhos escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas.

     05 – Na casa de qual, o lobo chegou primeiro? O que aconteceu?
           Ele chegou primeiro na casa do mais novo, o lobo assoprou e derrubou a casa de palha.

     06 – Onde o irmão mais novo foi para? E o que aconteceu?
           Foi parar na casa do irmão do meio, como era de madeira o lobo conseguiu derrubar com o sopro.

     07 – O que o porquinho mais velho fez para ficar livre do lobo?
           Como o lobo não conseguiu derrubar com o sopro, ele tentou entrar pela chaminé. E o porquinho aumentou o fogo da lareira e o lobo caiu dentro do caldeirão fervendo. Fugiu em disparada.

     08 – Ao ler a história “os três porquinhos”, você deve ter percebido que ela começa e termina como outras histórias que você já conhece.
a)   Como ela começa:
Era uma vez.

b)   Como ela termina:
Todos viveram felizes.

c)   Que tipo de história começa e termina desse jeito:
Os contos infantis.

09 – Qual o título da história:
      Os três porquinhos.

10 – Quais os personagens da história?
      A mãe, os três porquinhos e o lobo.

11 – Sobre o que esta história fala?
      Fala da vida de três porquinhos, que foram viver sozinho.

12 – Os três porquinhos após construírem suas casas passaram por qual dificuldade?
      Tiveram que enfrentar um lobo faminto.

13 – Como você agiria se estivesse no lugar do porquinho caçula?
      Resposta pessoal do aluno.

14 – Por que o lobo não conseguiu derrubar a casa do porquinho mais velho?
      Porque ele construiu uma casa de tijolos.

15 – Como você imagina que foi a vida dos porquinhos depois que se livraram do lobo mau, o que eles faziam, como se divertiam, etc.
      Resposta pessoal do aluno.

16 – Separe as silabas:
Palavras              Separação silábica          Número de sílabas
Porquinhos:         por-qui-nhos                       Trissílabos.         
Trabalhador:        tra-ba-lha-dor                     Polissílabo.
Lobo:                    lo-bo                                   Dissílabo. 
Tijolos:                 ti-jo-los                                Trissílabo. 
Fôlego:                fô-le-go                                Trissílabo. 
Derrubar:             der-ru-bar                            Trissílabo.



terça-feira, 28 de agosto de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): ADMIRÁVEL GADO NOVO - ZÉ RAMALHO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(ATIVIDADES): Admirável Gado Novo

                                                        Zé Ramalho
Ôôô, boi

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer

Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!

Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!

Ôôô, boi

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela

Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar

Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar

Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!

Ôôô, boi
                                Composição: Alçeu Valença / Zé Ramalho
Entendendo a música:
01 – Em sua opinião, a que é comparado o título da canção?
      No título existe uma referência clara ao livro “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley. Na troca de “mundo” por “gado” acontece não só uma redução social, mas faz o foco cair sobre nós humanos modernos através de uma metáfora Nietzschiana.

02 – Qual a ideia que se tem da palavra “Vocês”, na frase: “Vocês que fazem parte dessa massa.”
      Tem umas ideias dissecadas do título. “Vocês” é usado para distanciar o narrador da “massa”, palavra essa que toma o sentido de rebanho.

03 – Qual o sentido da frase: “Dar muito mais do que receber”?
      Ela pode ser interpretada como o famoso problema social da produtividade.

04 – Nos versos: “E ter que demonstrar sua coragem
                             À margem do que possa parecer
                             E ver que toda essa engrenagem
                             Já sente a ferrugem lhe comer.”

        O que podemos notar?
      Nos versos é possível notar uma afirmação, quase um manifesto, alertando sobre a autodestruição do sistema social-político em que vivemos.

05 – No refrão, o que nós podemos entender?
      Que essa felicidade pode ser relacionada com o conceito de felicidade moderna do povo.

06 – Na frase: “Lá fora faz um tempo confortável”, qual o sentido dela, com relação a canção?
      Tem o sentido de uma forma sarcástica mudando o foco para um mundo em que o próprio narrador não se inclui mais.

07 – Em que frases, invertem o modo de visão humanista tratando como mero propagador objetivo do que se para em um mundo mecanizado.
      “Os automóveis ouvem a notícia
       Os homens a publicam no jornal.”

08 – No texto a frase: “A única velhice que chegou”, qual o significado dela para o autor?
      Para o autor ela é o amadurecimento que chegou na vida dos jovens.

09 – Em qual versos podemos ver uma crítica à segregação? Copie do texto.
      “O povo foge da ignorância
       Apesar de viver tão perto dela”.

10 – O que quer dizer “E sonham com melhores tempos idos.”?
      Deixa claro o conformismo em que a situação está a lhe proporcionar.

11 – Nos versos abaixo o que podemos entender sobre eles:
        “Esperam nova possibilidade
         De verem esse mundo se acabar
         A arca de Noé, o dirigível
         Não voam, nem se pode flutuar.”

      É uma crítica clara à religião e a dependência causada por ela. Sem catástrofe, sem a inundação a arca não se move, além de não existir alguém capaz de dirigi-la, dependemos de Noé. Dependemos de um avatar, e isso se mostra em todas as religiões.











LENDA: JOÃO-DE-BARRO -COM GABARITO

Lenda: João-de-barro

          Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
      Segundo a lenda, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.
        O pai dela então perguntou: 
        -- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
        -- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé. 
        O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse: 
        -- O último pretendente de minha filha falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia. 
        -- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
        Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
        -- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
        E o velho respondeu: 
        -- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
        Esperou então até a última hora do nono dia, então ordenou: 
        -- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
        Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
        E foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
        Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

              https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/joaodebarro
Entendendo a lenda:
01 – Em sua opinião, que ideia o texto da lenda expressa?
      Expressa o grande amor que pode haver entre duas pessoas.

02 – Que tipo de texto você leu?
      Uma lenda.

03 – Quem criou essa história?
      Foi criada por uma tribo indígenas.

04 – Onde a história se passa?
      No sul do Brasil.

05 – Quem são as personagens da história?
      Jaebé, a moça e o pai da moça.

06 – Que prova de força o jovem resolveu dar ao pai da moça para casar com ela?
      Ficar em jejum, durante 09 dias.

07 – O que aconteceu ao jovem após terminar o tempo da prova?
      Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica, sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas.
      Ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro, enquanto, seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!

08 – Os dois ficaram juntos? Por que?
      Sim. Porque a moça também se transformou em pássaro.

09 – Este texto também pode ser considerado um romance? Por quê?
      Sim. Porque conta uma história de amor.

10 – Quantos parágrafos o texto possui?
      Possui 17 parágrafos.

11 – Para que os índios criaram essa história?
      Para contar a lenda do pássaro João-de-Barro.
        



TEXTO: HORÁRIO DE VERÃO - IVAN CARLQUIST - COM GABARITO

Texto: Horário de verão

        Aí vem novamente o horário de verão, desta vez depois das eleições, talvez para evitar que o distúrbio no ritmo espontâneo interfira na escolha do nosso candidato. É espantoso ninguém perceber que no verão o consumo de energia elétrica é menor, simplesmente porque os dias são mais longos e mais quentes, não por causa dessa idiotice de horário de verão. Além dos sistemas automáticos, cujas células fotoelétricas e termostatos não sabem que estamos no horário de verão, ninguém olha o relógio para acender lâmpadas ou desligar aquecedores. Se adiantar uma hora no verão economiza energia elétrica, a recíproca deve ser verdadeira. Por que não atrasar uma hora no inverno? E que tal bagunçar de vez nosso relógio biológico adiantando meia hora na primavera e atrasando meia hora no outono? Bolas!
(CARLQUIST, Ivan. Horário de verão. O Estado de São Paulo,
São Paulo, 5 out. 2004. Carta aos Leitores, p. A2.)
Entendendo o texto:

01 – O autor da carta dirige-se aos destinatários em uma linguagem espontânea e informal, que pode ser observada, por exemplo, no trecho:
(A) “células fotoelétricas não sabem que estamos no verão”.
(B) “ninguém olha o relógio para acender lâmpadas”.
(C) “no verão o consumo de energia elétrica é menor.”
(D) “que tal bagunçar de vez nosso relógio biológico”.

02 – Nessa carta, o autor pretende convencer o leitor de que o horário de verão:
(A) equivale a uma estratégia enganosa.
(B) favorece o ritmo biológico.
(C) diminui muito o consumo de energia.
(D) resulta em enormes benefícios.

03 – Para apoiar seu ponto de vista sobre a inutilidade do horário de verão, o remetente usa argumentos como:
(A) a economia de energia durante esse período é insignificante.
(B) o relógio biológico obedece naturalmente ao horário de verão.
(C) os sistemas automáticos acompanham o horário de verão.
(D) as pessoas consultam o relógio para desligar aquecedores.

04 – Ao usar a expressão "Bolas!" para concluir a carta, o remetente quis demonstrar sua:
(A) concordância com o horário de verão.
(B) desaprovação ao horário de verão.
(C) indiferença ao horário de verão.
(D) satisfação com o horário de verão.

CRÔNICA: OSARTA - LYGIA BOJUNGA NUNES - COM GABARITO

CRÔNICA: Osarta
                Lygia Bojunga Nunes
  

     A escola pra onde levaram o Pavão se chamava Escola Osarta do Pensamento. Bolaram o nome da escola pra não dar muito na vista. Mas quem estava interessado no assunto percebia logo: era só ler Osarta de trás pra frente.
     A Osarta tinha três cursos: o Curso Papo, o Curso Linha e o Curso Filtro.
    O Curso Papo era isso mesmo: papo. Batiam papo que só vendo. O Pavão até que gostou; naquele tempo o pensamento dele era normal, ele gostava de conversar, de ficar sabendo o que é que os outros achavam, de achar também uma porção de coisas. Só que tinha um problema: ele não podia achar nada; tinha que ficar quieto escutando o pessoal falar. Se abria o bico ia de castigo; se pedia pra ir lá fora ia de castigo; se cochilava (o pessoal falava tanto que dava sono), acordavam ele correndo pra ele ir pro castigo.
        O Pavão então resolveu toda a hora abrir o bico, ir lá fora, cochilar - só pra ficar de castigo e não ouvir mais o pessoal falar. Não adiantou nada, deram pra falar na hora do castigo também. E ainda por cima falavam dobrado.
        O Pavão era um bicho calmo, tranquilo. Mas com aquele papo todo dia, o dia todo a todo instante, deu pra ir ficando apavorado. Se assustava à-toa, qualquer barulhinho e já pulava pra um lado, o coração pra outro. Pegou tique nervoso: suspirava tremidinho, a toda hora sacudia a última pena do lado esquerdo, cada três quartos de hora sacudia a penúltima do lado direito.
        O Curso Papo era pra isso mesmo: pro aluno ficar com medo de tudo. O pessoal da Osarta sabia que quanto mais apavorado o aluno ia ficando, mais o pensamento dele ia atrasando. E então eles martelavam o dia inteiro no ouvido do Pavão:
        – Não sai aqui do Curso. Você saindo, você escorrega, você cai, cuidado, hem?
        Cuidado. Olha, olha, você tá escorregando, tá caindo, não disse?! Você vai ficar a vida toda pertinho dos teus donos, viu? Não fica nunca sozinho. Ficar sozinho é perigoso: você pensa que tá sozinho mas não está: tem fantasma em volta. Olha o bicho-papão.
Cuidado com a noite. A noite é preta, cuidado.
        Inventavam coisas horríveis pra contar da noite. E diziam que se o Pavão não fizesse tudo que os donos dele queriam, ele ia ter brotoeja, dores de barriga horrorosas, era até capaz de morrer assado numa fogueira bem grande.
        O Pavão cada vez se apavorava mais. Lá pro meio do curso ele pegou um jeito esquisito de andar: experimentava cada passo que dava, pra ver se não escorregava, se não caía, se não tinha brotoeja, se não acabava na fogueira. E na hora de falar também
achava que a fala ia cair, escorregar, trancava o bico, o melhor era nem falar. E então as notas dele começaram a melhorar.
        No princípio do curso o Pavão só tirava zero, um, dois no máximo. Mas com o medo aumentando, as notas foram melhorando: três, quatro, cinco; e teve um dia que o Pavão teve tanto medo de tanta coisa que acabou ganhando até um sete. (Nota dez era só pra quando o aluno ficava com medo de pensar. Aí o curso estava completo, davam diploma e tudo.) No dia que o Pavão ganhou nota sete, de noite ele sonhou. Um sonho muito bem sonhado, todo em tom amarelo, azul e verde alface. Sonhou que o
pessoal do Curso Papo falava, falava, falava e ele não escutava mais nada: tinha ficado surdo. Acordou e pensou: tai, o jeito é esse. Foi pra aula. Estavam encerando o corredor da escola. Pegou um punhado de cera e, com um jeito bem disfarçado, tapou o ouvido. Daí pra frente o Pavão ficava muito sério olhando o pessoal do Curso falando, falando, e ele - que bom! - sem poder escutar.
        Fizeram tudo. Falaram tanto que ficaram roucos. Um deles chegou até a perder a voz. Mas não adiantava: o medo do Pavão não aumentava; não se espalhava; tinha empacado na nota sete e pronto. Resolveram então levar o Pavão pro Curso Linha.
        E o Pavão foi. Com um medo danado de cair. Examinando a perna a toda hora, pra ver se uma coceirinha que ele estava sentindo já era a tal brotoeja.
        Suspirando tremidinho. Sacudindo a última pena e a penúltima também. Mas fora disso – normal.
NUNES, Lygia Bojunga. A casa da madrinha.
Rio de Janeiro: Agir, 1985. p.24-26.
Entendendo o texto:
01 – Segundo a narração, o que caracteriza um pensamento atrasado?
      Segundo o texto, pensamento atrasado é essencialmente marcado pela dependência e pelo medo.

02 – Como os “donos” garantem a submissão dos alunos?
      Os donos disseminavam a crença nos mais diferentes tipos e níveis de perigo da vida longe deles.

03 – Você conhece escolas parecidas com a Osarta? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O texto de Lygia traz uma metáfora de uma forma de “educar”: educar para o conformismo, para o pensamento igual, sem crítica nem originalidade, para o comportamento domesticado.

04 – Você percebe no texto um registro formal ou informal? Apresente exemplos que provem sua resposta.
      A linguagem do texto é marcadamente coloquial, tanto na escolha do vocabulário como na sintaxe. A autora usa expressões como “o pessoal”, “medo danado”, “empacar”, “não dar na vista”. Usa “ter” no lugar de “haver” (“tinha um problema”), começa frase com pronome átono (“se assustou”), usa formas reduzidas “pra”, “pro”, suprime preposição: o dia (em) que...

05 – Há professores que pedem aos alunos que “corrijam” textos de Lygia Bojunga, como este, marcados pelo coloquialismo. Como você analisa esta atividade de correção?
      A opinião é pessoal. Sugestão de resposta:
      Primeira: o coloquial pode aparecer na escrita, conforme o grau de formalidade da situação.
      Segunda: no caso desse texto, o próprio narrador busca uma aproximação com o leitor e, assim, o tom coloquial e a informalidade são adequados.