segunda-feira, 30 de abril de 2018

POEMA: MÃOS DADAS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: MÃOS DADAS
               Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei cantor de uma mulher, de uma história
Não darei os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes a vida presente.
                                                    Carlos Drummond de Andrade

Entendendo o poema:
01 – Indique os versos em que o poeta expressa:
a)   Sua recusa em cantar um mundo que não existe;
     1º e 2º versos.

     b) A justificativa para essa recusa;
     3º verso.

     c) Seu desejo de solidariedade.
     6º verso.

02 – Quanto ao aspecto formal, que características modernistas o texto apresenta?
       O uso do verso livre.

03 – Em que sentido o poema anterior confirma uma das temáticas fundamentais da segunda geração modernista?
       A partir da tematização do tempo, o momento presente, bem como a preocupação com a vida.


04 – Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico:
a) Considera que em sua época o mais importante é a independência dos indivíduos.
b) Desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
c) Reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
d) Escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria poética.
e) Critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.

05 – Marque a melhor resposta, justificando sua escolha: O título do poema:
a) Se justifica pela solidariedade que o poeta presta aos demais homens.
b) Representa a união entre os poetas em prol de um melhor mundo futuro.
c) Está ligado à mensagem política, à união do povo contra a exploração do homem pelo homem.
d) Contém a mesma ideia do verso um, que se repete ao longo do poema.
e) Significa o desejo do poeta ver unidos todos os homens em torno de uma vida mais justa e humana.

Justificativa: O poeta defende o tempo presente e a união entre os homens.

06 – Marque a melhor resposta, justificando sua escolha: “Não serei o poeta de um mundo caduco...”. O significado mais apropriado para o termo sublinhado é:
a) Antigo.
b) Ultrapassado.
c) Louco.
d) Idealizado.
e) Injusto.

Justificativa: Um mundo caduco no sentido de um mundo que não acompanha a evolução.

07 – O único termo ou expressão que não repete a ideia de caduco é:
a) Entorpecentes.
b) Serafins.
c) Mulher.
d) Suspiros ao anoitecer.
e) Mundo futuro.

Justificativa: “Mundo futuro” sugere evolução, desenvolvimento.

08 – Dentro da poética defendida pelo autor, o poeta condena vários pontos. Assinale a exceção:
a) A volta ao passado.
b) A fantasia alienada.
c) Os temas individuais.
d) A falta de participação.
e) O uso de entorpecentes.

Justificativa: O poeta defende a união das pessoas, o caminhar “de mãos dadas”.

09 – A ideia contida no verso: “Estou preso a vida e olho meus companheiros.” Se repete em:
a) “O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.”
b) “Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.”
c) “Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela.”
d) “Não nos afastaremos muito, vamos de mãos dadas.”
e) “Também não contarei o mundo futuro.”

Justificativa: O poeta considera a vida no presente, os amigos que têm.

10 – Complete as orações, formando um período composto, obedecendo à classificação pedida:
a) “Não serei um poeta de um mundo caduco mas também não contarei o mundo futuro.” (2ª oração: coordenada sindética adversativa).

b) “O presente é tão grande portanto não nos afastemos.” (2ª oração: coordenada sindética conclusiva).

11 – Classifique as orações abaixo:
a) “Estou preso à vida e olho meus companheiros.”
- 1ª Oração: Estou preso à vida.
- Classificação: Oração coordenada assindética.
- 2ª Oração: E olho meus companheiros.
- Classificação: Oração coordenada sindética aditiva.

b) “Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por Serafins.”
- 1ª Oração: Não fugirei para as ilhas.
- Classificação: Oração coordenada assindética.
- 2ª Oração: Nem serei raptado por Serafins.
- Classificação: Oração coordenada sindética aditiva.


12 – Qual é o objetivo do eu lírico, ou seja, a que ele se propõe e por quê?
      O eu lírico quer ater-se à realidade presente e sente-se comprometido com o seu tempo; por isso ele deseja unir-se a seus companheiros, que se nutrem de esperanças. Não lhe interessa o passado com seu romantismo, ou o futuro, tão distante. 

13 – Identifique os adjetivos do texto e as palavras que eles caracterizam.
      Caduco (mundo), futuro (mundo), preso (eu), taciturnos (eles), grandes (esperanças); enorme (realidade), grande (presente), dadas (mãos); vista (paisagem), presente (tempo), presentes (homens), presente (vida).

14 – Explique o sentido do adjetivo no primeiro verso: “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
      O eu lírico refere-se ao passado.

15 – Comente o emprego da palavra em destaque, nos versos a seguir:
        “O presente é tão grande, não nos afastemos.”
        “O tempo é minha matéria, o tempo presente...”
      No primeiro verso, a palavra presente é um substantivo, já que está regida de artigo. No segundo verso, ela caracteriza ou determina o substantivo tempo, funcionando como adjetivo.

16 – Classifique os adjetivos da primeira estrofe.
      Caduco, futuro e preso – adjetivos simples, primitivos, masculinos, singular.
      Taciturnos – adjetivo simples, derivado, masculino, plural.
      Grandes – adjetivo simples, primitivo, uniforme, plural.

17 – Cite dois adjetivos uniformes desse texto e flexione-os em frases criadas por você.
      Adjetivos: enorme e presente. Sugestões: As botas enormes saíam-lhe dos pés. Os convidados presentes dançaram até tarde.

18 – Em que verso ocorre uma locução adjetiva? Copie-o.
      “Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida” (suicidas).









POESIA - VERSOS ÍNTIMOS - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

Poesia: VERSOS ÍNTIMOS
             AUGUSTO DOS ANJOS


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão – essa pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo! Acende teu cigarro!
O beijo amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

                           Augusto dos Anjos. In: Toda a poesia. 2º vol. Rio de Janeiro:
                                                                                             Paz e Terra, p. 125.

Entendendo a poesia:

01 – Assinale a característica que o texto NÃO contém:
     a) O título denuncia a tendência subjetiva do poema.
     b) O eu lírico se projeta pelo sentimento de desprezo em relação à ingratidão dos homens.
     c) A comunicação do texto encerra o alto grau de pessimismo que toma conta do poeta, o que se constata pela seleção vocabular.
     d) Pelas ideias apresentadas, o homem tem seu comportamento determinado pelo meio em que vive.
     e) Conclui-se pelo texto que o espírito de fraternidade existia a despeito das atitudes falsas do ser humano.

02 – Os vocábulos “pantera” e “fera” e a sua utilização semântica aproximam o texto da literatura naturalista. Comente a afirmação.
       A literatura naturalista vê o homem como animal social e registra seu comportamento avaliado segundo a óptica patológica e fisiológica.

03 – Do ponto de vista formal, o texto se caracteriza como um soneto clássico. Justifique esta afirmação, considerando o esquema métrico e o esquema rímico nele presentes.
      Os versos são decassílabos e as rimas são regulares (ABBA; BAAB; CCD; DDC).

04 – Desde a primeira estrofe, percebe-se que o sujeito lírico relaciona a vida social do homem à vida dos animais selvagens, por meio de imagens que lembram o estilo naturalista, em que determinismo cientificista e em seu materialismo. Que palavras da segunda estrofe melhor confirmam esta afirmação?
      Lama, terra miserável e fera.

05 – Os versos que iniciam a segunda e a terceira estrofes possuem um tom de conselho ou ordem, que é reiterado no desfecho do poema.
a)   Que característica permite associar o conselho ou ordem da segunda estrofe ao Naturalismo?
O determinismo.

b)   Repare que o conselho ou ordem da terceira estrofe introduz no poema, de forma inesperada, um tom prosaico, de conversa cotidiana. O verso surpreende o leitor de forma irônica e provocativa, fazendo lembrar o Realismo psicológico de Machado de Assis. Releia as duas estrofes finais e, a partir delas, explique o sentido da utilização desses recursos no referido verso.
Por meio da surpresa, da ironia e da provocação, o sujeito lírico procura quebrar a expectativa do leitor, como se aconselhasse a se preparar para ler a afirmação cruel sobre o ser humano que vem a seguir.

06 – O vocabulário do poema escandaliza o leitor acostumado com a poesia parnasiana, incluindo expressões que, do seu ponto de vista, podem ser consideradas “não poéticas”. Identifique expressões desse tipo na terceira e quarta estrofes e explique por que não poderiam ser consideradas poéticas, no contexto do Parnasianismo dominante na época?
      “... véspera do escarro”; “Apedreja essa mão vil”; “Escarra nessa boca” – tais expressões não poderiam ser consideradas poéticas no contexto do Parnasianismo, pois esse estilo literário se caracteriza pelo uso de um vocabulário erudito, com palavras elegantes e amenas.

07 – Observe que, no poema, homem, vida social, amizade, solidariedade, afeto (beijo, mão que afaga) transformam-se em ingratidão, terra miserável, fera, desafeto (escarro, mão que apedreja). Nessa perspectiva, tente interpretar a sua estrofe final.
a)   Que ações o sujeito lírico recomenda ao leitor?
O sujeito lírico recomenda apedrejar a mão vil de quem se recebeu um afago, escarrar na boca de quem se recebeu um beijo.

b)   Numa leitura mais profunda, poderíamos pensar que o sujeito lírico estaria nos advertindo, precavendo-nos contra aquilo que parece nos ordenar, aconselhar a fazer. Que recurso estilístico presente em todo o texto permite essa interpretação? Por quê?
O recurso estilístico é a ironia, que permite essa interpretação justamente porque consiste em afirmar o contrário do que se pensa.



 "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei." Allan Kardec

DITADOS POPULARES - COM INTERPRETAÇÃO E GABARITO

DITADOS POPULARES


        Ainda no âmbito dos gêneros literários, é interessante notar que tanto o romance quanto o conto são gêneros que contam, ou narram, acontecimentos. Mas, mesmo tendo a narração como objetivo principal, podemos notar que sequências descritivas têm características e importâncias diferentes em cada um. Resumidamente, podemos dizer que o plano composicional desses gêneros faz combinações diferentes dessas sequências tipológicas.
        Devemos também considerar as preferências de cada autor, seja por temas, seja por escolhas linguísticas para expressar suas ideias. Ao conjunto dessas preferências – que servem para identifica-lo – chamamos estilo. Mesmo dentro de uma mesma escola literária, encontramos particularidades nos diversos autores. Ou seja, reconhecemos neles seus estilos...
        Nós mesmos, no dia-a-dia desenvolvemos hábitos linguísticos que nos caracterizam. Nem só na literatura aparecem os estilos: também a linguagem do dia-a-dia pode ser marcada por estilos diferentes... As gírias, os regionalismos, os estilos de linguagens ligados a certas profissões são exemplos disso.
        Vamos “sair” um pouco da literatura e observar como a escolha de diferentes sequências tipológicas para organizar gêneros também acontece na comunicação cotidiana.
        Já vimos que ditados populares podem servir de aconselhamento, de advertência ou de argumento para direcionar um determinado comportamento. Sabendo que esses objetivos são critérios definidores dos tipos prescritivo e argumentativo – como já vimos na unidade anterior –, seriamos levados a pensar que encontraremos esses tipos realizando o gênero provérbio ou ditado. Mas nem sempre isso é verdade. Muitos ditados se realizam por tipos textuais diferentes.
        Essa “flexibilidade” mostra como os tipos textuais funcionam na articulação com os gêneros, mas não mantêm com eles uma relação fixa, previsível.
        Vamos analisar alguns ditados e provérbios quanto ao tipo textual predominante.

                                        
                                         TP3 – Gêneros e Tipos Textuais – Parte I.

Entendendo o texto:
01 – As palavras são anões; os exemplos são gigantes.
          a) Mas algo como os exemplos, as atitudes, são mais importantes que as palavras.
          b) Descritivo, porque predominam os verbos de estado e qualificativos.

02 – A curiosidade matou o gato.
          a) Correspondendo a ideia de que, se você for muito curioso, poderia ser punido.
          b) Tipo narrativo.

03 – Falar é prata; calar é ouro.
         a) Com a ideia de que silenciar pode ser melhor do que falar.
         b) Tipo descritivo.

04 – Deus ajuda quem cedo madruga.
         a) Com a ideia de que não basta apenas esperar a ajuda de Deus; de que é necessário também cada um procurar fazer e que é necessário.
         b) Tipo expositivo.

05 – Não faça aos outros o que não queres que te façam.
         a) Algo como cada um deve tratar os outros como gostaria que os outros o tratassem.
         b) Tipo prescritivo ou injuntivo.



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domingo, 29 de abril de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): MAMÃE, MAMÃE, MAMÃE - TONICO E TINOCO - COM GABARITO

Música(Atividades): Mamãe, Mamãe, Mamãe
                                     Tonico e Tinoco

                  Compositores: Tonico e Eduardo Llorente

O heme que eu trago guardado
Na palma da minha mão.
É o nome de mãe gravado.
No fundo do coração.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.

Eu quero beijar tua mão
A bênção oh mãe querida.
Pedindo a Deus proteção
E muitos anos de vida.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.

Em meus passo teu cuidado
Em meu viver seu amor.
Em minha alegria canta
E chora com a minha dor.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.

Entendendo a canção:

01 – Esta canção de Tonico e Tinoco, é uma homenagem a quem?
      É uma homenagem a Mamãe.

02 – Por que o compositor diz que o heme que traz na palma da mão é muito especial?
      Porque é a letra da palavra Mãe e que mora dentro do coração.

03 – No refrão da canção, qual a mensagem que o compositor nos transmite?
      O grande amor pela Mãe, e a falta que ela faz em sua vida diária.

04 – Qual é o verso que simboliza o respeito do filho pela Mãe?
      “A bênção oh Mãe querida.”

05 – De acordo com a letra da canção, qual é o pedido feito a Deus, copie o verso?
      “Pedindo a Deus proteção
       E muitos anos de vida.”

06 – O que o compositor quer dizer no verso: “Em meus passo teu cuidado”?
      Ele afirma a total atenção da Mãe em ensinar o filho seus primeiros passos.

07 – No verso: “Em meu viver seu amor”, que mensagem nos traz?
      Que a Mãe cuida com todo amor e carinho.

08 – Qual é a atitude da Mãe, quando o filho está alegre?
      Ela canta pela sua felicidade.

09 – E quando a Mãe chora, retire o verso da canção?
      “E chora com a minha dor.”

10 – Quem são os compositores, desta linda mensagem de amor a Mamãe?
      Foi composta por Tonico e Eduardo Llorente.
     

     


CONTO: OS GNOMOS E O SAPATEIRO - CONTOS DE GRIMM: JACOB E WILHELM GRIMM - COM GABARITO

Conto: OS GNOMOS E O SAPATEIRO

       Era uma vez um sapateiro tão pobre, tão pobre, que só lhe restava couro para um único par de sapatos. Certa noite, quando ia começar a fazê-lo, sentiu-se cansado. Apenas recortou uma tira de couro e deixou para terminar o serviço no dia seguinte.
        De manhã, quando voltou para a mesa de sua oficina, encontrou o par de sapatos prontinho. Apanhou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia confeccionado, mas não conseguiu: era um verdadeiro mistério. Intrigava-o ainda mais o fato de que aquele par de sapatos era o mais perfeito que ele já tinha visto.
         O sapateiro ainda estava parado, pensando, com o par de sapatos na mão, quando um freguês entrou em sua oficina. O homem apaixonou-se pelos sapatos e fez questão de comprá-los imediatamente. Peter, o sapateiro, não desejava vende-los; queria primeiro descobrir como haviam aparecido em sua mesa. Mas o freguês lhe ofereceu tanto dinheiro pelos sapatos que ele terminou concordando em vendê-los.
        Peter usou o dinheiro para comprar mais couro. À noite, cortou o material e foi se deitar.
       No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa: os sapatos apareceram prontos e em seguida veio um freguês que os comprou por um preço altíssimo.
       E, assim, os dias se passavam e o sapateiro se tornava cada vez mais rico. Até que Heidi, sua mulher, sugeriu:
        ─ Precisamos descobrir o que está acontecendo! Em vez de ir dormir, vamos nos esconder atrás da porta e espiar.
        À meia-noite em ponto surgiram dois graciosos gnomos, completamente nus. Sentaram-se na mesa de Peter com tanta rapidez que ele e sua mulher não conseguiam enxergar os movimentos de suas mãos.
        Heidi ficou encantada com os gnomos:
        ─ Eles nos ajudaram, agora estamos ricos! ─ disse. ─ Mas os dois homenzinhos estão com frio! Isso não é justo! Vou costurar roupinhas lindas para eles.
        E assim o fizeram. Naquela noite colocaram as roupinhas ao lado do couro, e se esconderam. Os homenzinhos adoraram o presente.
        Desse dia em diante, os dois gnomos nunca mais voltaram, mas mesmo assim Peter, Heidi e os filhos viveram felizes para sempre.

                                       Contos de Grimm: Jacob e Wilhelm Grimm.

Entendendo o conto:
01 – Depois da leitura responda qual é o assunto do texto.
      O conto trata-se de seres fantásticos.

02 – No texto aparecem fatos que fogem a realidade e nos levam ao mundo do fantástico. Que elementos são esses?
     A existência de homenzinhos que aparecem à noite para ajudar os humanos.

03 – O gênero conto se caracteriza por narrar fatos mágicos, indique quais das características abaixo estão presentes no texto.
a) Apresenta vilões e heróis em luta.
b) Geralmente apresenta final feliz.
c) Inicia-se com “Era uma vez”.
d) Narra fatos que acontecem no mundo da fantasia, envolvendo personagens dotadas de poderes mágicos.

04 – Que fato, acontece no conto que modifica o rumo da história?
      A mulher do sapateiro resolve descobrir o que se passa e acaba revelando que sabe da presença dos gnomos.

05 – Quais elementos da narrativa aparecem no texto?
      Sequência de fatos, personagens, narrador em terceira pessoa, tempo (indefinido, mas marcado por meio de expressões como “certa noite”, “na manhã seguinte”, “alguns dias depois” ...) e espaço.

06 – Qual é o título do texto?
      O título do texto é “Os gnomos e o sapateiro”.

07 – Quais são os personagens principais da história?
      Os personagens principais são Peter, Heidi e os gnomos.

08 – O que aconteceu na noite em que o sapateiro cansado cortou uma tira do couro e em seguida foi dormir?
      No dia seguinte o sapateiro encontrou um lindo par de sapatos prontinhos.

09 – Qual foi a reação do sapateiro quando viu o sapato pronto?
      O sapateiro ficou intrigado, pegou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia confeccionado mais não conseguiu.

10 – O que aconteceu com o primeiro par de sapatos?
      Um freguês fez questão de compra-los imediatamente, por uma grande quantia de dinheiro.

11 – O que o sapateiro fez com o dinheiro da venda dos sapatos?
      Ele comprou mais couro, para confeccionar sapatos.

12 – O que o sapateiro fez para descobrir quem estava confeccionado os sapatos?
      Ele fez o mesmo da noite anterior, ele cortou a tira de couro e se escondeu para descobrir quem estava fazendo os sapatos.

13 – Qual foi a reação da mulher quando viu os gnomos?
      Ela ficou com pena dos gnomos e decidiu costurar roupinhas para eles.

14 – O que aconteceu depois que os gnomos receberam as roupinhas?
      Eles adoraram as roupas, mas desse dia em diante não apareceram mais.  


POEMA: PRIMEIRA SOMBRA - MARIETA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

Poema: PRIMEIRA SOMBRA
              Castro Alves      

                                           Marieta
Como o gênio da noite, que desata
O véu de rendas sobre a espádua nua,
Ela solta os cabelos... Bate a lua
Nas alvas dobras de um lençol de prata.

O seio virginal, que a mão recata,
Embalde o prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a moça ao relento... Além na rua

Preludia um violão na serenata! ...
... Furtivos passos morrem no lajedo...
Resvala a escada do balcão discreta...
Matam lábios os beijos em segredo...

Afoga-me os suspiros, Marieta!
Ó surpresa! Ó palor! Ó pranto! Ó medo!
Ai! Noites de Romeu e Julieta! ...
                                                                                                      
                                                                      CASTRO ALVES. 

ESPÁDUA: ombro.
ALVO: branco, claro.
RECATAR: encobrir, ocultar.
EMBALDE: em vão, inutilmente, debalde.
PRELUDIR: iniciar, ensaiar antes de começar a cantar ou a tocar.
FURTIVO: oculto, disfarçado, escondido.
PALOR: palidez.

Entendendo o poema:
01 – A linguagem figurada é recurso estilístico que caracteriza um texto literário.
      A alternativa em que se nomeou INDEVIDAMENTE a figura semântica, partindo-se de passagens do texto I, é:
     a)  “Como o gênio da noite... Ela solta os cabelos...” (comparação)
     b)  “Sonha a moça ao relento...” (metáfora)
     c)  “Afoga-me os suspiros, Marieta!” (hipérbole).
     d)  “... Furtivos passos morrem no lajedo...” (personificação).

02 – Analisando o conteúdo do texto I, é possível observar que o eu lírico:
     a)  Pratica a poética mórbida e doentia da morte.
     b)  Nega a concepção da mais conhecida história de amor de todos os tempos.
     c)  Projeta a figura da mulher impossível de ser atingida amorosamente;
     d) Põe em destaque a mulher sensual, erótica.