quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

CRÔNICA: BILHETE AO FUTURO - AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA - COM GABARITO

Bilhete ao futuro

                                                     Affonso Romano de Sant’Anna

  Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.
        Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (…)

Interpretação do texto:

1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque:
a)   defende um tema.
b)   tenta ludibriar o leitor.
c)   faz o registro do dia-a-dia.
d)   conta uma história antiga.
e)   exalta as belezas do país amado. 

2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado:
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília.
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília.
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília.
d)   à liquidação dos problemas do século XX.
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros. 

3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro:
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”.
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro.
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI.
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão.
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais. 

4) Segundo o cronista:
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais.
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados.
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece.
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década.
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro. 

5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é:
a) “O futuro e o presente só interessam ao passado.”
b) “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.”
c) “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.”
d) “Pensar o futuro é um exercício de vida.”
e) “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 

6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras:
a) belezas e possibilidades
b) esperanças e perplexidades
c) angústias e esperanças
d) realizações e lembranças
e) frustrações e melancolias 

7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é:
a) Ilustríssimo Senhor
b) Vossa Magnificência
c) Excelentíssimo Senhor
d) Vossa Senhoria
e) Vossa Excelência 

8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:
a) explicação
b) contrariedade
c) adversidade
d) enumeração
e) oposição 

9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por:
a) apresentar obesidade descontrolada
b) possuir seríssimos problemas de saúde
c) ser extremamente romântico
d) isolar-se socialmente
e) ser dependente de medicamentos 

10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra:
a) mensagem
b) hipocondria
c) esperança
d) intenção
e) ideia




CONTO: O VELHO E O SÍTIO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

CONTO: O velho e o sítio
                  Chico Buarque

   Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba… Penso nos portões dos condomínios, e por um instante aquela cancela escancarada é mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse o mundo e eu agora entrasse num lado de fora. Após a besta hesitação, percebo que é esse mesmo o meu desejo. Piso o chão do sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir decido fechar a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada e integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há cinco anos, devo ter largado a cancela aberta e nunca mais ninguém a veio fechar.

(…) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer a cabeça, e é o tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo caseiro. Deixou crescer os cabelos que, à parte as raízes brancas, parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do seu rosto resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem sou eu. Penso em lhe dar um tapa nas costas e dizer “há quantos anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa. Meu pai entraria soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta daí, sacana!”. Meu pai tinha talento para gritar com os empregados; xingava, botava na rua, chamava de volta, despedia de novo, e no seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos, meu tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma. Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da cozinha, apontando para mim. Usa o calção amarrado com barbante abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas ainda são musculosas, as canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas com o tórax cavado e os braços caídos, papeira, a boca de lábios grossos aberta com três dentes, os olhos azuis já encharcados. E abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que procurando minha aura. “Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz. Depois pergunta “que é de Osbênio? Que é de Clair?” e entendo que ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que passei o dia a chá e bolacha. Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela à mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente. Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a mulher morreu há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos sumiram no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta que com ele só restaram as crianças. Que os outros, os de fora, foram chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa de caseiro, a casa dos hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria e comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando ele morrer para tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na despensa, e os netos espalhados na sala e pelos quartos. Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.

(BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p 24-27)

1. Qual das alternativas abaixo apresenta um objeto não escrito no texto?
a) tigela         b) geladeira        c) panela           d) mesa    
e) fogão

2. Assinala a alternativa correta, que corresponde ao primeiro parágrafo do texto:
a) A cancela que se encontra aberta, está agarrada no chão, incrustada e integrada ao barro seco…
b) A cancela do sítio perturba o narrador, porque ela representa o limite entre o que está dentro e o que está fora do mundo.
c) A cancela escancarada ficou assim por menos de cinco anos.
d) Cancela e portões de condomínio são similares, isto é, custam a fechar.
e) A cancela aberta é impenetrável, conforme desejo expresso do narrador.

3. Assinala a alternativa correta, que corresponde à descrição física do velho:
a) Seus cabelos têm cor igual à cor dos olhos.
b) Suas pernas, que já foram musculosas, agora são finas.
c) O seu tórax é cavado, tem papeira, e a sua boca de lábios grossos permitem ver três dentes.
d) Usa barbante para amarrar seus cabelos brancos.
e) A pele de seu rosto é morena, e os braços estão caídos.

4. Com relação ao vocabulário empregado no texto, assinala a alternativa correta:
a) A palavra incrustada significa fragmentada.
b) O adjetivo atarracado equivale a encurvado.
c) O emprego da palavra velho tem sentido conotativo, figurado.
d) A expressão “pulo de sapo” equivale à expressão “pulo de gato”.
e) Na frase: “…por isso ele dorme ali na despensa“, o termo destacado significa dependência da casa onde se guardam mantimentos.

5. Com relação ao último parágrafo, assinala a alternativa que demonstra a apreensão do antigo caseiro com o futuro do sítio:
a) “Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda.”
b) “O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio…”
c) “Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas.”
d) “…e conta que com ele só restaram as crianças.”
e) “Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.”


TEXTO: WHAT? - COM GABARITO

What?

 Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana, embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem (ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por rato e já deixei de simpatizar com a ideia. Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa “carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.

1.   O texto se classifica em:
a) Narrativo
b) Descritivo
c) Lírico
d) Argumentativo
e) Informativo

2.   O fato que motivou o autor a escrever o texto foi:
a) O projeto do deputado Carrion, que visava restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul.
b) Uma viagem a Nova Iorque.
c) A forma como algumas pessoas se expressam.
d) O uso de termos técnicos desnecessários usados por algumas pessoas em seu ambiente de trabalho.
e) A Reforma Ortográfica.

3.   Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:
a) É totalmente a favor da ideia do deputado.
b) Sempre foi contra a ideia do deputado.
c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do deputado, passou a ser a favor.
d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar estrangeirismos muito comuns, que já faziam parte da língua portuguesa.
e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos quaisquer estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua Portuguesa.

4.   O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e de origem estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa incorreta:
a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos técnicos de forma exagerada, principalmente no ambiente corporativo, para chamar a atenção e se sentirem superiores.
b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento.
c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa carência.
d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras no ambiente de trabalho estão apenas praticando outros idiomas, sobretudo o inglês.


5.   A respeito do título do texto, marque a afirmação errada:
a) É um termo em inglês, que traduzido significa: “O quê?”.
b) Foi usado como interrogação.
c) Demonstra as dúvidas do leitor em relação às palavras estranhas que aparecem no texto.
d) Demonstra o questionamento do autor em relação a um projeto que considera bacana, mas inócuo.
e) Oferece uma pista ao leitor, pois assim ele pode deduzir que o texto falará sobre estrangeirismos.

6.   A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência.

7.   Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: código, já e inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida.

8.   Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) da
b) uteis
c) alias
d) ate
e) dai.

9.   Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto, não possui mais acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A que outra palavra se aplica essa regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) herói
e) girassóis

10. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem ao alfabeto português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo seria escrito sem hífen.
c) até, inglês e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) “alguém que mora em Nova Iorque tem…” Nesse trecho, o sujeito está no singular e, por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.




terça-feira, 5 de dezembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): AMADO - VANESSA DA MATA - COM GABARITO

Música(Atividades): Amado

                               Vanessa da Mata

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós, gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para lhe esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você.

Entendendo a canção:

01 – Na canção, as frases: “Como pode ser gostar de alguém / E esse tal alguém não ser seu.”, por que isso aconteceu?
      Porque esse alguém é casado, por isso não podem estar juntos.

02 – Pela estrutura, linguagem e temática desta canção, podemos classifica-la como formal ou informal?
      Informal.

03 – A música apresenta um eu lírico (uma voz interior) que expressa suas emoções. Como podemos descrever a personalidade dessa pessoa?
      Ela vive um “drama” porque ela é contra viver a divisão no relacionamento e se recusa a perder o parceiro, está com a autoestima baixa, carente e sem forças para dar um basta neste relacionamento.

04 – Qual o objetivo do eu lírico ao escrever essa canção?
      Contar a história de uma amor proibido que deseja esquecer, mas quando pede a Deus só de pedir lembra.

05 – Você concorda com a postura do eu lírico? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Nos versos: “Peço tanto a Deus / Para lhe esquecer / Mas só de pedir me lembro.”, que figura de linguagem encontramos?
      Antítese.

07 – O que a autora quis nos dizer nos versos: “Minha linda flor / Meu jasmim será.”?
      Minha linda flor, meu jasmim será, os melhores beijos serão seus (sonha com os beijos que jamais deu em mais ninguém e que guarda para essa pessoa especial).


MÚSICA(ATIVIDADES): SEM TRÂNSITO, SEM AVIÃO - VICTOR E LÉO- COM GABARITO

Música(Atividades): Sem Trânsito, Sem Avião

                                                          Victor e Léo
Saia desse asfalto e vem
Pra nossa estrada que é de chão
Tem poeira e barro, tem
Tem cavalo e boi
Preste atenção

Você não vai se arrepender
Pois a paisagem, pode crer
É demais
É de babar

Descalço, sem se preocupar
Se solte e venha pro sertão
O céu no chão parece estar
Sem trânsito, sem avião (x2).

Entendendo a música:
01 – Que tema é abordado na música?
      Um convite para fugir dos centros urbanos.

02 – O eu poético nos fala de um paisagem que todos nós conhecemos? Explique.
      Não. Porque a vida nas grandes cidades tem poluição, muita correria e violência.

03 – Na letra da canção podemos perceber se a linguagem é formal ou informal? Cite um verso.
      Informal. “Pra nossa estrada que é de chão”.

04 – Nos versos: “É demais / É de babar”, o que o eu poético quis dizer?
      Significa ficar admirado / encantado / ter-lhe muito amor.

05 – Que figura de linguagem existe no verso: “O céu no chão parece estar?”
      Existe uma metáfora.

06 – Você já andou descalço no campo, sem se preocupar?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – A canção nos convida a pensar o nosso estilo de vida: por que precisamos de tantas coisas para sermos felizes?
      Resposta pessoal do aluno.

      

ARTIGO DE OPINIÃO: PIRATAS DO CARIBE É UM HAMBURGÃO DE FANTASIA - LUÍS ANTÔNIO GIRON - COM GABARITO

Artigo de Opinião: Piratas do Caribe é um hamburgão de fantasia
           Luís Antônio Giron


   No fim do mundo, terceiro filme da trilogia, estreia hoje apostando no excesso e efeitos e no talento de Johnny Depp.
  Se há uma palavra para designar a terceira parte da trilogia Piratas do Caribe esta palavra é excesso. Piratas do Caribe 3: no fim do mundo abusa dos efeitos visuais, das reviravoltas, traições sem sentido e das lutas. O diretor Gore Verbinski e o produtor Jerry Bruckheimer trabalharam com o excesso da imagem e da ação – e, claro, com um olho fixo na bilheteria.
        O filme, que estreia mundialmente hoje [25 de maio de 2007] – e em 769 salas de cinema só no Brasil –, é todo ele um acúmulo de elementos. Os dois longas anteriores já arrecadaram 1,8 bilhão de dólares – e este No fim do mundo pode bater o recorde do anterior, O baú da morte, que amealhou nada menos que 100 milhões de dólares em apenas dois dias de exibição. [...]
        No fim do mundo dura 165 minutos. Vem carregado de enredos, que correm paralelos sobre os trilhos do tema da morte. O roteiro compreende quatro linhas de trama. A primeira é o resgate que os piratas têm de fazer de dois mortos: o do pai do mocinho Will Turner (Orlando Bloom), preso no navio Holandês Voador, e o resgate do pirata rebelde Jack Sparrow (Johnny Depp), desgarrado em uma geleira ártica. A segunda linha está na fronteira entre o mundo dos vivos, dos mortos e da imaginação. Há, em terceiro lugar, o amor entre os piratas bonitinhos Will e Elisabeth (Keira Knightley). E trata, por fim, do confronto entre o Mercantilismo, o Romantismo e a Natureza. É a melhor linha do longa-metragem.
        O capital é encarnado pelo lorde Cutler Beckett (Tom Hollander), exterminador de piratas a serviço da Companhia das Índias. Ele diz, com um jeito cândido de Mozart, uma frase emblemática, quando tenta assassinar Sparrow: “Nada pessoal, Jack Sparrow. É apenas um bom negócio.” O Romantismo tem duas frentes: Jack Sparrow, o pirata impenitente e niilista, e a Corte da Irmandade, uma entidade globalizada de bucaneiros, que se reúne para defender o mar sem fronteiras contra os avanços da Companhia das Índias.
        A Natureza é representada pelo amor doentio do comandante Davy Jones (Bill Nighy), do Holandês Voador, pela deusa Calipso (Naomie Harris): o coração de Jones está aprisionado a um baú, ao passo que ele aprisiona Calipso na masmorra do navio.
        Não há profundidade nesse entrelaçamento de linhas, nem mesmo na mais forte delas. O fato de uma liga internacional de piratas ser a detentora dos princípios da liberdade, em contraposição aos negócios (aparentemente legais) da Companhia das Índias, não é convincente. Nem por que a morte pode ser mais divertida que a vida, como Sparrow tenta mostrar o tempo todo. Os valores são relativos neste filme, como em muitos outros produzidos por Hollywood.
        Tudo isso leva o espectador que não acompanhou os outros dois episódios a se perder no maremoto de fantasia de No fim do mundo. Mas ele é recompensado em pelo menos duas cenas. Pode descansar na sequência da solidão de Jack Spassow, que contracena com um exército de caranguejos camuflados de pedra e com o navio Pérola Negra. Aqui prevalece o talento de clown de Johnny Depp, uma espécie de Carlitos do século XXI. A cena é despida de efeitos: o pirata sobre o vazio, tentando puxar seu navio por uma corda. Outra cena que vale o filme é a da baralha entre os piratas e os lordes durante uma tempestade. Os efeitos especiais são fenomenais e bonitos, numa sequência que deve durar mais de 20 minutos, com direito a tons cinzentos, movimentos vertiginosos das naves e uma luta tão brutal quanto fantasiosa. No olho de todo esse furação, Elisabeth e Will encontram tempo para serem casados pelo rival de Sparrow, o capitão Barbossa (Geoffrey Rush). Imagem de Zeitgeist: enquanto o casal se beija (numa temperatura) altíssima para os padrões Disney), eles decapitam monstros marinhos e matam oficiais ingleses.
        Muita rapidez, muito efeito e muitas histórias compõem No fim do Mundo. É um hamburgão de fantasia. É preciso reconhecer que o excesso pega bem neste fim de década de 2000. A audiência contemporânea sente fome de filmes carregados de efeitos e referências. Certamente o público se excede nas calorias do espírito para compensar a dieta magra da vida real.
                             Giron, Luís Antônio. Época online. Disponível em:
                                                                        Acesso em: 27 maio 2007. (Fragmento adaptado).

01 – Qual é a finalidade do texto?
      Apresentar uma avaliação sobre um filme lançado nos cinemas do mundo inteiro: Piratas do Caribe 3; no fim do mundo.

a)   Que informações objetivas o leitor pode obter a partir da leitura do texto?
O texto informa que o filme é o terceiro em uma trilogia denominada Piratas do Caribe; que foi lançado mundialmente no dia 25 de maio de 2007 e em 769 salas de cinema só no Brasil; que dura 165 minutos; que desenvolve quatro linhas de trama: o resgate de dois mortos, a fronteira entre o mundo dos vivos, dos mortos e da imaginação, o amor entre Will e Elisabeth, e o confronto entre o Mercantilismo, o Romantismo e a Natureza.

b)   Em um dos parágrafos iniciais, o autor faz um breve resumo da obra para os leitores. Que parágrafo é esse?
O breve resumo é apresentado no 3° parágrafo.

02 – Observa-se que os parágrafos de 2 a 4 caracterizam-se por sua natureza mais informativa. Os demais parágrafos apresentam uma característica diferente. Qual é ela?
      Os demais parágrafos (1-5-7) são claramente avaliativos, porque revelam a opinião do autor do texto sobre o filme.

a)   No 1º parágrafo que marcas linguísticas explicitam essa característica?
Os trechos “Se há uma palavra para designar a terceira parte da trilogia Piratas do Caribe, esta palavra é excesso”; “Piratas do Caribe 3 [...] abusa dos efeitos visuais, das reviravoltas, traições sem sentidos [...]”; “O diretor [...] e o produtor [...] trabalham com o excesso da imagem e da ação explicitam a opinião geral de Luís Antônio Giron sobre Piratas do Caribe 3.

03 – Como o leitor do texto deve lidar com cada uma dessas sequências de parágrafos? Explique.
      Os parágrafos que apresentam uma avaliação do filme podem ser questionados pelo leitor, pois representam o ponto de vista do autor do texto. Tal avaliação é, portanto, subjetiva. Os parágrafos mais informativos são objetivos, porque apresentam fatos. Por esse motivo, não devem ser objeto do questionamento do leitor.

04 – Embora o 4º parágrafo tenha natureza informativa, em alguns trechos a opinião do autor do texto começa a se manifestar. No caderno, transcreva esses trechos.
      “Ele diz, com um jeito cândido de Mozart”; “Jack Sparrow, o pirata impenitente e niilista [...]”; “A Natureza é representada pelo amor doentio do comandante Davy Jones [...] pela deusa Calipso.”

a)   Por que esses trechos revelam a opinião do autor do texto?
Em todos eles, o que se vê é a explicitação de um julgamento feito por Luís Antônio Giron sobre personagens do filme e seus comportamentos. Nessas passagens, o leitor encontra imagens criadas por Giron, que não correspondem ao que se vê no filme, mas às associações criadas pelo crítico quando o viu. Um exemplo claro é a comparação entre o lorde inglês Cutler Beckett e o compositor Wolfgang Amadeus Mozart, provavelmente desencadeada pela vestimenta característica do século XVIII. Podemos supor que pouquíssimas pessoas fariam a mesma comparação, o que evidencia seu caráter subjetivo, pessoal.

05 – Segundo Luís Antônio Giron, quais são os pontos negativos de Piratas do Caribe 3? E os positivos?
      Giron critica a falta de profundidade na articulação das quatro linhas da trama, que tornam pouco convincentes duas das principais ideias defendidas no filme. Também considera negativa a dificuldade que alguém que não tenha assistido aos dois filmes anteriores da trilogia terá para acompanhar o enredo de No fim do mundo.
      Giron elogia algumas cenas do filme, que podem divertir a audiência. A primeira ocorre quando Jack Sparrow contracena com um exército de caranguejos camuflados de pedra e merece destaque pela atuação de Johnny Depp, caracterizado pelo autor como “uma espécie de Carlitos do século XXI”. A outra cena é a da batalha final entre os piratas e os lordes ingleses, na qual se destacam efeitos especiais qualificados por Giron como “fenomenais e bonitos”. A conclusão final sobre o filme também é positiva: “é preciso reconhecer que o excesso pega bem neste fim de década de 2000.

06 – No último parágrafo, o autor recorre a algumas imagens para resumir a sua avaliação sobre o filme. Que imagens são essas?
      As imagens apresentadas pertencem a um mesmo campo semântico: fome de filmes, calorias do espirito, dieta magra da vida real.

a)   As imagens permitem concluir que a avaliação do autor a respeito do filme é negativa ou positiva? Por quê?
A avaliação é positiva. O autor afirma que o “excesso pega bem neste fim de década de 2000”. E explora a ideia de excesso por meio da imagem de um hamburgão, do filme “carregado” de efeitos e referências e do excesso de “calorias do espírito”.

b)   Por que, no contexto em que foram usadas, tais imagens têm um valor argumentativo?
Porque são usadas para convencer os leitores de que o filme é bom por meio da analogia com um sanduíche que costuma ser apreciado por muitas pessoas.

07 – Como pode ser interpretação o título do texto?
      Quando chega ao fim do texto, o leitor entende por que Luís Antônio Giron apresenta Piratas do Caribe 3 como um “hamburgão de fantasia”. A avaliação que faz do filme é a de que ele exagera em alguns pontos, mas esse exagero encontra eco na audiência carente de diversão descompromissada. Nesse sentido, a imagem do título – um hamburgão da fantasia – resume o aspecto central da opinião do autor sobre Piratas: é uma diversão altamente “calórica” porque sacia a fome provocada por uma realidade carente de emoções e de fantasia.






ARTIGO DE OPINIÃO: UM PLANETA CHAMADO ISLÂNDIA - JOSÉ RAMALHO - COM GABARITO


Texto: Um planeta chamado Islândia

        Não há nada igual a esta ilha do Ártico, tomada por geleiras, vulcões, gêiseres e uma colossal falha tectônica.
        Isolada no Atlântico Norte, na altura do Círculo Polar Ártico, a Islândia passa despercebida do resto do mundo. É um lugar do qual só costumamos nos lembrar quando é sacudido por alguma erupção vulcânica mais violenta – o que costuma acontecer a cada cinco anos, em média –, ou então quando a cantora Bjork, sua habitante mais ilustre, comete alguma excentricidade. Os fãs de Júlio Verne também já ouviram falar desta ilha, embora a descrição que o escritor faz de sua paisagem tão peculiar leve alguns a achar que ela só existe na ficção.
        O ponto de partida de Viagem ao centro da Terra, um dos livros de aventura mais fascinantes escritos por Júlio Verne, é uma frase dedicada à Islândia: “Desça até a cratera do Yocul de Sneffels, que a sombra do Scartari vem acariciar antes das calendas de julho, e atingirás, ó viajante audaz, o centro da Terra. O que eu fiz. Arne Saknussemm”. Esta era a imagem que eu fazia deste estranho país desde a juventude – um lugar cuja estranha topografia escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta.
        Em seu livro, Júlio Verne descreve uma ilha árida e inóspita, embora repleta de belezas e fenômenos naturais. De fato, nenhum outro lugar reúne tantas e tão diversas manifestações da natureza como a Islândia. É possível encontrar, ao cabo de apenas um dia de viagem, gêiseres, cataratas, vulcões, geleiras, fiordes, cavernas, lagos de águas turquesas e fontes termais. Entre setembro e fevereiro, quando a noite polar é mais densa, dá até para fechar esse roteiro com a visão da magnífica aurora boreal. Seria preciso percorrer o mundo inteiro para encontrar um pouco de tudo o que existe aqui. Mas tantos fenômenos naturais assim tão próximos, espremidos num território de pouco mais de 100 mil quilômetros quadrados, área equivalente à de Pernambuco, só mesmo na Islândia. Ou em outro planeta.
        A Islândia é o país mais novo da Terra, não em termos geopolíticos, mas geológico. Tão novo que ainda está em formação. Não é exagero chamar a Islândia de um parque temático de fazer inveja ao Jurassic Park. A fauna é quase inexistente nestas latitudes, mas o viajante pode passear no tempo e ter uma aula ao vivo de como era o mundo há alguns milhões de anos.
        Islândia, ou Iceland, em inglês, significa “terra do gelo”, o que parece bem apropriado para um país gélido como este, em que as geleiras cobrem 12% da superfície. Mas ele também poderia se chamar Fireland “terra do fogo”, considerando que está dividido ao meio por uma falha geológica e abriga 40 vulcões ativos e mais mil inativos (assim classificados os que não entram em erupção no último milênio). Essa constante atividade faz com que o país, com quase um terço do território tomado por campos de lava, não pare de crescer. Ao largo da costa sul islandesa há diversas ilhotas que nasceram nas últimas décadas. O mais ativo dos vulcões, o Monte Hekla, entrou em erupção pela última vez em 2000.
        Geiserland também seria um nome pertinente. A Islândia é a nação com a maior quantidade de gêiseres, os esguichos de água quente que brotam da terra quando a água das geleiras escorre para o subsolo e encontra o magma, a massa rochosa em permanente fusão abaixo da crosta terrestre. [...] As fontes térmicas também são abundantes por aqui. “Para ter uma piscina aquecida no jardim, basta cavoucar a terra”, me disse um amigo islandês, meio brincando, meio a sério.
        A Islândia existe devido à persistência humana. Não é todo mundo que se adapta à vida com apenas duas horas de sol no inverno, ou com meras duas horas de noite no verão. Nove meses do ano são consumidos por essa dualidade. Nos meses mais quentes, um toque de verde cobre parte do país com musgos ervas e liquens, mas árvores robustas [...] não existem. Uma piada local diz que se você estiver perdido dentro de uma floresta islandesa, basta se levantar e ficar de pé para achar a saída.
        A capital, Reykjavik, uma cidade bastante agradável e de vida noturna surpreendentemente animada, acomoda cerca de metade dos 300 mil islandeses. Mas não é isso que atrai os visitantes à Islândia. Aqui a natureza é o show e vale a pena reservar pelo menos três dias para poder sentir um pouco de tudo o que o país pode oferecer.
        Os vulcões da ilha são uma atração assustadora e maravilhosa. O Hekla e o Katla são os mais ativos nesse momento, liberando lava e fumaça para o deleite de cientistas e visitantes. Mesmo sobre espessas camadas de gelo, como as do Glaciar Vatnajokull, com mais de um quilômetro de espessura, surgem impressionantes crateras de fogo. Nesse embate entre forças da natureza, a cor da terra ganha os tons mais diversos. O cinza-escuro da lava endurecida é apenas uma das mais de dez cores diferentes que encontramos nas regiões com atividades vulcânicas e geotérmicas. [...]
        Todas as incursões por esta terra estranha começam e terminam na capital. A primeira que fiz foi à Geleira Vatnajokull, num veículo 4x4 com pneus bem maiores do que os habituais, para poder vencer a neve. É uma viagem de aproximadamente duas horas, com muitas atrações também pelo caminho. [...]
        Meu segundo dia na Islândia foi dedicado ao que se intitulou Golden Circle, um roteiro que visita num único dia a falha geológica, a Catarata Gullfoss e a região dos gêiseres e fontes termais. A falha geológica corta a ilha de norte a sul e passa a poucos metros de Thingvellir, vilarejo a 60 quilômetros de Reykjavik onde funciona o parlamento irlandês, reconhecidamente o mais antigo do mundo – fundado no ano 930 pelos Vikings que chegaram à ilha a partir de 874, fugindo da tirania do rei Harald. Ao caminhar por dentro da fenda, é difícil não imaginar o que aconteceria se um tremor acontecesse naquele momento.
        Geysir, o gêiser original que deu nome ao fenômeno, já se aposentou, mas o Strokkur, descendente direto dele, entretém os turistas manifestando-se a cada cinco minutos, a 100 metros do jorro antigo. Nesse local, apesar de vários avisos sobre a temperatura da água, é comum ver alguns turistas queimarem as mãos em poças d’água absolutamente transparentes. Perto dali, a Catarata Gullfoss é composta por dois saltos seguidos, como dois degraus com desnível de mais de 32 metros no Rio Hvitá. Lá é possível ficar a poucos metros da vertente e sentir a incontrolável força da natureza.
        Igualmente impressionante é o sobrevoo dessa mesma região num teco-teco – duas horas saboreando os contrastes islandeses lá do alto, por 170 dólares. As geleiras Tindfjallajokull e Eyjafjallajokull, campos de lava, o vulcão Hekla, com suas fumarolas, tudo isso fica ao alcance das câmeras fotográficas a bordo do aviãozinho. [...] O retorno do voo é feito próximo ao litoral, onde a paisagem fica plana e podemos contemplar rios e estuários, onde icebergs costumam encalhar nas praias na primavera, época do degelo. [...]
                              Ramalho, José. Terra. São Paulo: Peixes, n. 178.
                           p. 44-45 e 52-57, fev. 2007. (Fragmento adaptado).
Interpretação do texto:

01 – A finalidade do texto fica clara logo no primeiro parágrafo. Qual é ela?
      Apresentar um país pouco conhecido pela maioria das pessoas: a Islândia.
a)   Que elementos do primeiro parágrafo permitem identificar o objetivo do autor?
O autor começa por apresentar uma descrição que informa a localização da Islândia, algo desnecessário em relação a países mais conhecidos. Aliás, a primeira palavra utilizada no texto destaca a singularidade desse país.

02 – Dado o objetivo do texto, ele deve trazer um certo tipo de informações. Que informações são essas? Exemplifique.
      Espera-se que o texto traga informações sobre as características da Islândia. Isso realmente é feito pelo autor em diversos momentos. Alguns deles são os seguintes: “...nenhum outro lugar reúne tantas e tão diversas manifestações da natureza como a Islândia. É possível encontrar ao cabo de apenas um dia de viagem, gêiseres, cataratas, vulcões, geleiras, fiordes, cavernas, lagos de águas turquesas e fonte termais [...] espremidos num território de pouco mais de 100 mil quilômetros quadrados...”; “A Islândia é o país mais novo da Terra, não em termos geopolíticos, mas geológico”; “... as galeiras cobrem 12% da superfície”; “... está dividido ao meio por uma falha geológica e abriga 40 vulcões ativos e mais de mil inativos...”; “A Islândia é a nação com a maior quantidade de gêiseres, os esguichos de água quente que brotam da terra quando a água das geleiras escorre para o subsolo e encontra o magma, a massa rochosa em permanente fusão abaixo da crosta terrestre.”

03 – Uma das estratégias utilizadas pelo autor para destacar características da Islândia é propor diferentes nomes para o país. Explique por quê.
      O autor parte do significado do nome do país para destacar um dos aspectos definidores da Islândia: é um lugar gelado. Como lá também há um grande número de vulcões e gêiseres, José Ramalho comenta que também seria possível denominar o país Fireland ou Geiserland. Esse recurso destaca, para os leitores do texto, características definidoras da natureza do país apresentado.

04 – Na revista em que o texto foi publicado originalmente, a reportagem é introduzida por uma fotografia que ocupa duas páginas. Observe:
        Foto Terra. São Paulo: Peixes, n. 178, fev. 2007. p. 44-45.
a)   Essa fotografia “traduz” de modo adequado algum aspecto definidor do país apresentado? Por quê?
Sim. A Islândia, como o nome indica, é a “terra do gelo”.

b)   A presença de um homem que caminha em meio ao gelo estabelece uma relação direta com uma passagem do texto da reportagem. Que passagem é essa?
A relação é estabelecida com o 2° parágrafo do texto, que vai de “O ponto de partida de Viagem ao centro da Terra...” até “... escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta”.

c)   Qual e a relação entre a imagem e o texto?
A imagem mostra um homem caminhando em direção ao que parece ser o “centro” da geleira. Evoca, portanto, o parágrafo inicial da obra de Júlio Verne, referida pelo repórter. Na verdade, pelos comentários feitos no 2° parágrafo, José Ramalho deixa clara a influência do romance Viagem ao centro da Terra na imagem que fazia da Islândia.

05 – Em diferentes passagem, percebe-se a preocupação do autor do texto em trazer para o leitor, aspectos pitorescos do país que está sendo apresentado. Transcreva algumas dessas passagens no caderno.
      “Para ter uma piscina aquecida no jardim, basta cavoucar a terra, me disse um amigo islandês, meio brincando, meio a sério”; “Uma piada local diz que se você estiver perdido dentro de uma floresta islandesa, basta se levantar e ficar de pé para achar a saída.”

a)   Que finalidade elas têm no texto?
Essas passagens introduzem um toque de humor no texto, que poderia ser composto, essencialmente, por informações objetivas sobre o país que está sendo caracterizado. Informações como essas introduzem uma espécie de “cor local”, tornando mais viva a descrição da Islândia.

06 – Em reportagem dessa natureza, o autor frequentemente explicita sua visão pessoal sobre aquilo que descreve. No caderno, copie do texto as passagens em que José Ramalho se manifesta sobre a Islândia.
      “Esta era a imagem que eu fazia deste estranho país desde a juventude – um lugar cuja estranha topografia escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta”; “Aqui a natureza é o show e vale a pena reservar pelo menos três dias para poder sentir um pouco de tudo o que o país pode oferecer”; “Os vulcões da ilha são uma atração assustadora e maravilhosa”; “Mesmo sobre espessas camadas de gelo [...] surgem impressionantes crateras de fogo”; “Igualmente impressionante é o sobrevoo dessa mesma região num teco-teco...”.

a)   Que efeito essas opiniões podem ter sobre o leitor do texto? Explique.

O testemunho entusiasmado do autor sobre a Islândia contribui para formar, junto ao leitor, uma imagem positiva do país que está sendo descrito. O leitor, influenciado pela opinião do repórter, pode concluir que a Islândia é um país que merece ser visitado.