domingo, 20 de janeiro de 2019

CONTO: POR QUE NÃO? EDSON GABRIEL GARCIA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: Por que não?
        
                       Edson Gabriel Garcia

        -- Vamos sair, Salsichão?
        -- Não, não quero.
    -- Um dia você acorda e vai perceber que não é mais gente... que virou livro.
        Esbocei, ameacei e segurei um sorriso.
        -- Exagero.
    -- Exagero meu!? Você passa a maior parte do tempo metido no seu quarto, com seus livros, seus cadernos, suas ideias, seus óculos, suas espinhas...
        -- Eu gosto.
        -- Só disso?
        -- Não, claro que não.
        -- Mas parece. Vista uma roupa mais arejada, cara, e vamos sair.
        -- Não, hoje não.
        -- Cequisabe, Salsichão.
        Meu nome não é Salsichão. É Paulo. Mas também pudera, pareço mesmo mais um salsichão do que gente. E ainda por cima, os óculos. Coitados dos óculos, não têm culpa; culpa têm meus olhos que gostam tanto de ler e enxergam pouco. E, além dos óculos, as espinhas. Pode?! Pode. Mas isso não me aborrece tanto quanto poderia aborrecer uma pessoa normal. Às vezes, acho que eu não sou uma pessoa normal.
        -- Paulo, sai um pouco.
        -- Não quero, pai. Prefiro ficar em casa.
        -- Você acha normal um rapaz da sua idade passar a maior parte do tempo disponível dentro de casa, no meio dos livros, dos cadernos...?
        -- Bem... não sei o que você acha que é normal ou anormal... Normal pra mim é ter uma preferência... Posso?
        -- Claro... claro. Não quis dizer isso. Eu sei, cada um tem sua preferência, seu prazer... mas eu acho que falta alguma coisa pra você.
        -- Você sabe que não falta. Tenho vocês, tenho amigos, livros e tenho...
        -- Suas poesias!
        -- É. Tenho minhas poesias.
        Meu pai desistiu de continuar a conversa. É quase sempre assim. A gente engata um papo, com ele dá pra conversar tranquilamente, mas quando toco no assunto das minhas poesias tudo acaba sem meias palavras. Por que será? Ninguém me responde. Tá na cara que sou poeta menor, sem talento, desajeitado com as palavras. Mas e daí? Poeta nasce feito? Poesia não dá dinheiro? Poesia não dá camisa pra ninguém, como dizem todos que eu conheço e que não gostam de poesia?
        -- Você ainda perde tempo com isso, Salsichão?
        -- Com isso o quê?
        -- Poesia.
        -- Não sei se perco tempo... Uso parte do tempo rabiscando versos, pensando palavras, ideias, talhando estrofes...
        -- Chiiii... Vai mal.
        -- Não se preocupe: palavras não mordem. Até já disseram uma vez que literatura não derruba governo.
        -- Governo aqui, ninguém derruba... Quando cai, cai sozinho...
        -- Pois é. Por que o medo da poesia?
        -- Não é medo, Salsichão! Ê... que é isso? Tô achando é meio sem graça ficar o tempo todo mexendo com essa coisa de fazer verso, rima. Parece coisa de...
        -- ... de quê?!
        -- Coisa de menina apaixonada!
        Por falar em menina apaixonada, eu andei fazendo uns versos românticos, umas estrofes meio desmanchadas... até estranhei um pouco esse meu lado. Bom... também não é só porque faço versos de protesto que nunca vou arriscar um chorinho carinhoso. Não mostrei pra ninguém. Me lembrei de uma vez em que eu estava na praia e li, no muro de uma casa qualquer, uma pichação que fazia um jogo com as palavras “éter”, “eterna”, “mente” e “eternamente”. Eu emendei de primeira, costurei aqui e ali, até sair alguma coisa razoável. Quando terminar, vou mostra-la pros meus amigos. Vale a pena. Principalmente porque esses bocós pensam que eu não tenho olhos pra meninas. Mal sabem eles que pra elas eu tenho olhos, coração e versos. Nada mau, hein?

        [...] O tempo passou um pouco depressa. Tão ou mais depressa que o tempo de escrever duas linhas, de ler três versos. Eu continuo com a poesia. Inda agora há pouco, terminei uma que diz:
“Só à noite
O telefone louco
Não para um pouco.
Chama insistente
E eu digo alô
Para alguém silente.

Mas sei que é você,
Sabe por quê?
Seu perfume danado
Escapa de seu corpo
E corre apressado
Trazendo notícia
De um coração
Que bate acelerado.”

        Fiz para Ciça, de novo. Ando com ela no coração e a poesia no bolso. Pra todo mundo ver, mesmo que ela, Ciça, não entenda. Não precisa entender, basta gostar.
        -- Outra poesia pra mim, Salsichão?
        -- Mais ou menos. Quer ver?
        -- Quero.
        -- Gostou?
        -- Gostei. Parece mesmo que leva jeito... poeta!
        No peito a alegria explode, o verso toma conta de tudo. A poesia derrama emoção na minha certeza: nunca mais paro de fazer poesia.

    GARCIA, Edson Gabriel. Cochichos e sussurros; conto. São Paulo, Atual, 1988. p. 54-9.

Entendendo o conto:

01 – Qual o significado das palavras abaixo, se necessário utilize o dicionário?
·        Cequisabe: você é quem sabe.

·        Talhando: esculpindo, moldando.

·        Versos de protesto: versos que protestam contra injustiças sociais.

·        Éter: composto químico, espaço celeste.

02 – No primeiro bloco do texto lido, há um diálogo entre Paulo e alguém da intimidade dele (amigo ou irmão). Que indícios nos revelam essa proximidade?
      O interlocutor de Paulo critica-o por passar a maior parte do tempo metido no quarto, com seus livros e cadernos, fazendo referência a seus óculos e suas espinhas, trata-o por “cara”, chama-o pelo apelido e o convida para saírem juntos.

03 – Que expressão Paulo usa para dizer que gosta muito de ler?
      “... meus olhos que gostam tanto de ler...”

04 – Paulo se sente uma pessoa normal?
      Sim, mas às vezes desconfia não ser normal pelo fato de as pessoas questionarem seu gosto por livros.

05 – No terceiro bloco de diálogos alguém diz a Paulo que fazer poesia é perder tempo. Ele concorda com isso? Qual é a resposta dele?
      Paulo não concorda muito com isso, e diz que usa “parte do tempo rabiscando versos, pensando palavras, ideias, talhando estrofes...”

06 – Vamos ver se você se lembra do que já viu sobre poema.
a)   Paulo afirma que rabisca versos. Que é verso?
É cada uma das linhas de um poema.

b)   Diz que talha estrofes. Que é estrofe?
É um grupo de versos.

07 – Explique o que o narrador quer dizer com as expressões:
a)   “Andei fazendo [...] umas estrofes meio desmanchadas”.
Andei fazendo umas estrofes excessivamente românticas, apaixonadas.

b)   “Pensam que eu não tenho olhos pras meninas”.
Pensam que eu não observo, não presto atenção às meninas.

08 – Uma importante característica da linguagem poética é ser repleta de significações, isto é, pode provocar no leitor emoções totalmente novas. Na pichação que impressionou Paulo, que palavras estavam contidas em “eternamente”?
      “Éter”, “eterna”, “mente”.

09 – A capacidade de reinventar a língua empregada no dia-a-dia, de criar novas imagens com maior poder de expressão, é uma característica importante da linguagem poética. Encontre no poema que Paulo escreve para Ciça exemplos desse recurso e explique qual a “liberdade” que o poeta se permitiu. Nós damos o primeiro exemplo e você continua:

Na linguagem poética         -         Na linguagem usual
Telefone louco                       -         Só pessoas ou animais podem
                                                          ficar loucos.

                                                         
Perfume corre apressado       -        Perfume não corre nem
                                                          tem pressa.
Perfume trazendo notícia        -        Perfume não traz notícia.

POEMA: TERESA - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

Poema: Teresa     

       Manuel Bandeira

A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

 BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira; poesias reunidas.
Rio de Janeiro, José Olympio, 1976. p. 107.
Entendendo o poema:

01 – Quem é o narrador no poema?
      É um eu subjetivo, um narrador em 1ª pessoa.

02 – Que partes do corpo de Teresa foram notadas pelo poeta na primeira vez que ele a viu?
      As pernas e a cara.

03 – Na expressão “pernas estúpidas”, a palavra estúpidas está no seu sentido denotativo ou tem sentido conotativo?
      Conotativo.

04 – Que tipo de linguagem predomina no terceiro verso do poema? Explique.
      Predomina a linguagem coloquial. O poeta usa “cara” em vez de “rosto” ou “face”, e faz uma comparação ilógica: diz que a cara se parece com uma perna.

05 – Que parte do corpo de Teresa chamou a tenção do poeta quando ele a viu de novo?
      Os olhos.

06 – Ao falar da impressão que os olhos de Teresa lhe causaram, o poeta faz um comentário com humor. Qual é o comentário?
      “Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse”.

07 – “Da terceira vez não vi mais nada”. O que você pensa que aconteceu: o poeta nem percebeu a presença de Teresa ou ficou cego de paixão?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ficou cego de paixão.

08 – É possível dizer que a linguagem dos três primeiros versos é a mesma dos três últimos? Justifique.
      Não. Nos últimos versos o poeta emprega uma linguagem mais formal do que no início do poema. Deixa de falar do corpo. No último verso ele fala do espírito de Deus voltando a mover-se sobre a face das águas.

09 – Você acha que a mudança na linguagem corresponde a uma mudança nos sentimentos do poeta em relação a Teresa?
      Sim. O poeta parece ficar cada vez mais envolvido no seu sentimento.


TEXTO: OBRIGADO OU OBRIGADA - TIRE A DÚVIDA!!! REGRA DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

Texto: Obrigado ou obrigada

        A regra de concordância nominal diz que quando obrigado expressa um agradecimento deve concordar com quem fala, ou seja, com o emissor. Veja o exemplo:

        A professora entrou na sal e elogiou o trabalho de dois alunos, Maria Luiza e Guilherme. Os alunos, claro, ficaram muito felizes. Então, foram até a mesa da professora.
·        Maria Luiza falou: obrigada, professora.
·        Guilherme falou: obrigado, professora.
        Quem define a concordância desse adjetivo é o sexo de quem está agradecendo. Então, meninas agradecem com obrigada, enquanto os meninos agradecem com obrigado.

        Segundo a gramática tradicional, a palavra obrigado é um adjetivo que, num contexto de agradecimento, significa que alguém se sente agradecido por alguma coisa, por algum favor que lhe tenha sido feito, se sentindo obrigado a retribuir esse favor a quem o fez. Por ser adjetivo, deve concordar com o elemento ao qual se refere em gênero e número, podendo ser masculino ou feminino, singular ou plural, dependendo da pessoa que se sentir obrigada a retribuir um determinado favor.

        Assim:
·        O homem ao agradecer deve dizer obrigado.
·        A mulher ao agradecer deve dizer obrigada.
·        O homem ao agradecer em nome de outras pessoas deve dizer obrigados.
·        A mulher ao agradecer em nome de outras pessoas, incluindo homens e mulheres, deve dizer obrigados.
·        A mulher ao agradecer em nome de outras pessoas, incluindo apenas mulheres, deve dizer obrigadas.

        Contudo, segundo uma perspectiva mais atual e mais flexível da evolução da língua, a palavra obrigado não está sendo utilizada hoje em dia como um adjetivo, mas sim como uma interjeição de agradecimento, inflexível e invariável, podendo ser utilizada indiscriminadamente por homens e mulheres. Muitos defendem que a palavra obrigado já perdeu o sentido de se ficar obrigado a retribuir um favor, sendo utilizada maioritariamente de forma isolada, podendo ser substituída por seu sinônimo mais informal, a palavra valeu.

        Assim:
·        O homem ao agradecer pode dizer: obrigado!
·        A mulher ao agradecer pode dizer: obrigado!
·        O homem ao agradecer em nome de outras pessoas pode dizer: obrigado!
·        A mulher ao agradecer em nome de outras pessoas, incluindo homens e mulheres, pode dizer: obrigado!
·        A mulher ao agradecer em nome de outras pessoas, incluindo apenas mulheres, pode dizer: obrigado!

        Só há uma condição em que obrigado não deve ser flexionado, quando for substantivo. Nesse caso, permanecerá no masculino singular, independente de quem esteja falando. Aqui é importante lembrar que uma maneira fácil para detectar o substantivo é perceber quem o acompanha, artigo, pronome, numeral e adjetivo são classes gramaticais que, em geral, acompanham o substantivo. Veja o exemplo:

        Após ser socorrida, a mulher emocionada falou: “O meu obrigado a Deus e a todos os bombeiros que ajudaram no resgate”.
        A partir de agora, todos podem utilizar a “palavrinha mágica” sem perigo de errar. Basta aplicar a regra!


TEXTO: RIR, O MELHOR REMÉDIO - LEANDRO SARMATZ - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Rir, o melhor remédio
     
      Gargalhadas são contagiosas. Mulheres riem mais que homens. Chimpanzés adoram cócegas. Com você, a divertida história do riso
                                                                             Leandro Sarmatz

        Mas o que é o riso? Em que situações ele ocorre? É exclusivamente humano? Desde que o filósofo grego Aristóteles declarou que “o homem é o único animal que ri”, um bocado de gente vem quebrando a cabeça nos últimos 2 000 anos para definir esse fenômeno. Embora a Filosofia (Platão, Kant, Bergson) e, mais tarde, a Psicologia (Freud) tenham se debruçado sobre o riso, o fato é que pouco se elucidou a respeito no mundo das ciências naturais. “Assim como o amor, o riso passou ao largo do escrutínio dos cientistas”, afirma Robert R. Provine, o primeiro a admitir que, não fosse o preconceito da academia com o tema, suas conclusões poderiam ter vindo à tona há pelo menos 300 anos nas mãos de outro pesquisador.
        Mas a importância do riso vai além disso. “O potencial da risada na saúde ainda não mereceu a devida atenção dos especialistas”, afirma Provine. Embora filmes como Patch Adams: O Amor É Contagioso (1998), estrelado pelo comediante Robin Williams e baseado na história do médico que usava o humor para tratar de seus pacientes, apregoem a importância terapêutica de uma sonora gargalhada, ainda são poucos os especialistas em saúde que se interessam pelo assunto.
        Há mudanças. A surrada frase “rir é o melhor remédio” parece ter cada vez mais sentido para a ciência. O cardiologista Michael Miller, da Universidade de Maryland, Estados Unidos, liderou uma pesquisa sobre os benefícios do riso para a saúde do coração. Chegou a resultados surpreendentes. Comparando as atitudes diante da vida de 150 pessoas com histórico de enfarto com o mesmo número de pessoas sadias, descobriu que aquelas que nunca tinham sofrido com problemas no coração eram as que demonstravam bom humor constante. Para evitar problemas cardíacos, Miller recomenda combinar a velha receita de saúde (exercícios físicos regulares e dieta balanceada) com algumas gargalhadas durante o dia.
        Outro pesquisador interessado no riso é o inglês Richard Wiseman, professor de Psicologia na Universidade de Hertfordshire, Inglaterra, e criador, juntamente com a Associação Britânica para o Progresso da Ciência, do Laugh Lab (“laboratório do riso”). O Laugh Lab mantém um site para coletar piadas. O pano de fundo é o interesse para descobrir os mecanismos do humor. Tirando o fato de que a graça de uma piada depende do bom conhecimento do idioma em que ela está sendo contada (além da compreensão do contexto cultural, gírias e personagens), a iniciativa é inédita e parece marcar um ponto de ruptura com a sisudez da ciência tradicional.
        Antes da ciência, o mundo dos espetáculos e do show business já havia descoberto como tirar proveito da combinação entre piadas e risos. Sabe aquela risada coletiva que ecoa nos programas humorísticos das tevês do mundo inteiro e contagia os espectadores? Pois sua forma “industrializada” existe desde setembro de 1950, quando o seriado cômico The Hank McCune Show inaugurou a prática de inserir risadas em playback de uma claque especialmente contratada ao final de cada gag (piada). A invenção foi um sucesso instantâneo e é praticada até os dias de hoje, mesmo tendo sido considerada, em 1999, uma das 100 Piores Ideias do Mundo em votação da revista Time. Sem a claque, acredite, a risada que você vê na tela seria muito menos engraçada.
        Até parece piada.
                   Leandro Sarmatz. Revista Superinteressante. N° 173.
Fevereiro de 2002. Abril, São Paulo.
Entendendo o texto:
01 – Por que o texto pode ser considerado informativo?
      O texto leva o leitor informações baseadas em estudos científicos e dados jornalísticos.

02 – O texto apresenta uma ideia principal; o riso beneficia a saúde do coração. Dê uma ideia secundária, um exemplo ou um detalhe que explique essa ideia principal.
      As pessoas que demonstram constante bom humor estão fora das estatísticas de enfarte.

03 – O autor do texto diz que a graça de uma piada depende do bom conhecimento do idioma.
Dê um argumento (fato, explicação) que comprove a firmação e dê um argumento que contradiz essa ideia. Depois, dê a sua opinião e explique-a.
      Os ouvintes de uma história engraçada ou piada precisam conhecer as gírias utilizadas, embora o uso de “risadas industrializadas” usadas em programas humorísticos contagiam, de maneira geral, os espectadores.

04 – Na sua opinião, por que a invenção de gravar risadas para colocar nos programas humorísticos foi considerada uma das piores ideias do mundo?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual a função das aspas, no texto? No lugar das aspas poderiam ter sido usados travessões? Por quê?
      As aspas têm duas funções: marcar a fala de uma pessoa (primeiro parágrafo) e destacar palavras (segundo, terceiro e quarto parágrafos). Os travessões não são adequados, pois não se trata de discurso direto.

06 – Por que algumas pessoas não riem quando ouvem histórias engraçadas?
      Porque não entendem a história, ou os trocadilhos, ou as gírias.

07 – Cite algumas situações que fazem você rir muito.
      Resposta pessoal do aluno.



sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

FILME(ATIVIDADES): APARECIDA - O MILAGRE - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): APARECIDA - O MILAGRE


Data de lançamento 17 de dezembro de 2010 (1h 30min)
Criador(es): Tizuka Yamasaki
Gênero Drama
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o menino Marcos (Vinicius Franco) tem uma infância humilde e feliz ao lado dos pais. Contudo, a morte do pai (Rodrigo Veronese) em um acidente na Basílica, que tanto cultuavam provoca uma dupla perda: a do familiar e a fé. Trinta e cinco anos mais tarde, Marcos (Murilo Rosa) é muito ligado à conquistas materiais. Ele é um pai distante e não aceita as escolhas do filho. Após um sério acidente com o jovem, Marcos relembra a fé de seu pai. Sua mãe, Julia (Bete Mendes), revela a misteriosa graça que norteou a vida de toda a família.

Entendendo o filme:
01 – Qual é o tema do filme?
      É a história da perda e depois o reencontro com a fé do protagonista.

02 – O que aconteceu para que marcos brigasse com a Santa?
      Ele ainda era criança quando seu pai morreu ao cair de um andaime, pois era trabalhador da construção da Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

03 – O enredo, já na primeira cena, mostra o quê?
      Mostra um acidente de moto e o desespero de Marcos pela vida do filho, que está em coma.

04 – Marcos, se torna um empresário de sucesso, tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas não é feliz, por quê?
      Vive um vazio afetivo e intensos embates com o filho Lucas, que opta por seguir um caminho diferente, como artista.

05 – Quando Marcos reencontra sua fé em Nossa Senhora Aparecida?
      Foi necessária uma segunda tragédia, o acidente de seu filho Lucas.

06 – Marcos revive traumas da infância, evocando a sua ruptura com Nossa Senhora Aparecida, a quem responsabiliza pela morte do pai. Desesperado diante da possibilidade de perder o filho, Marcos revive também a história do surgimento de Nossa Senhora Aparecida. Conte-a.
      Uma imagem de barro encontrada, em 1717, no fundo do Rio Paraíba do Sul. Seu primeiro milagre foi encher de peixes as redes até então vazias de três pescadores.

07 – O filme narra que história?
      Uma história de transformação, superação e reencontro de um homem – com a família, com o filho e, sobretudo, consigo mesmo, através da fé em Nossa Senhora Aparecida – a Padroeira do Brasil.
     


MENSAGEM ESPÍRITA: ESFORÇO PESSOAL - DIVALDO FRANCO - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS - PARA REFLEXÃO

Mensagem: Esforço Pessoal

        Disciplinando-se e vencendo-se a si mesmo, o homem consegue agigantar-se, logrando resultados expressivos e valiosos.
        Estas realizações, no entanto, têm início nele próprio.
        *
        E possível que não consigas descobrir novas terras, a fim de te tornares célebre. Todavia, poderás desvelar-te interiormente para o bem, fazendo-te elemento precioso no contexto social onde vives.
        *
        Certamente, não lograrás solucionar o problema da fome na Terra. Não obstante, poderás atender a algum esfaimado que defrontes, auxiliando a diminuir o problema geral.
        *
        Não terás como evitar os fenômenos sísmicos desastrosos que, periodicamente, abalam o planeta. Assim mesmo, dispões de recursos para que a onda de acidentes morais não dizime vidas preciosas ao teu lado.
        De fato, não terás como impedir as enfermidades que ceifam as multidões que lhes tombam, inermes, ao contágio avassalador. Apesar disso, tens condições de oferecer as terapias preventivas do otimismo, da coragem e da esperança.
        *
        Diante das ameaças de guerra, das lutas e do terrorismo existentes que matam e mutilam milhões de homens, te sentes sem recursos para fazê-los cessar, mudando-lhes o rumo para a paz. Entretanto, a tua conduta pacífica e os teus esforços de amor serão instrumentos para gerar alegria e tranquilidade onde estejas e entre aqueles com os quais compartes as tuas horas.
        *
        A violência urbana e a criminalidade reinantes não serão detidas ao preço dos teus mais sinceros desejos e tentativas honestas. Sem embargo, a tarefa de educação que desempenhes, modesta que seja, influenciará alguém em desalinho, evitando-lhe a queda no abismo da agressividade.
        *
        As sucessivas ondas de alienação mental e suicídios, que aparvalham a sociedade, não cessarão de imediato sob a ação da tua vontade. Muito embora, a tua paciência e bondade, a tua palavra de fé e de luz, conseguirão apaziguar aquele que as receba. Oferecendo-lhe reajuste e renovação.
        Naturalmente, o teu empenho máximo não alterará o rumo das Leis de gravitação universal. Mas, se o desejares, contribuirás para o teu e o equilíbrio do teu próximo, em torno do Sol de Primeira Grandeza que é Jesus.
        *
        Os problemas globais merecem respeito. Mas, os individuais, que se somam, produzindo volume, são factíveis de solução.
        A inundação resulta da gota de água.
        A avalanche se dá ante o deslocamento de pequenas partículas que se desarticulam.
        A epidemia surge num vírus que venceu a imunização orgânica.
        Desta forma, faze a tua parte, mínima que seja, e o mundo melhorar-se-á.
        A sociedade, qual ocorre com o indivíduo. É o resultado de si mesma.
        Reajustando-se o homem, melhora-se a comunidade.
        E, partindo do teu empenho pessoal, para ser mais feliz, ampliando a área de bem-estar para outros, o mundo se fará mais ditoso e o mal baterá em retirada.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Coragem.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS
DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS

96 – Os Espíritos são iguais ou existe entre eles uma hierarquia qualquer?
      -- São de diferentes ordens, conforme o nível de perfeição que tenham alcançado.

97 – Há um número determinado de ordens ou graus de perfeição entre os Espíritos?
      -- O número é ilimitado, porque não há entre essas ordens uma linha de demarcação, traçada como uma barreira, e, assim, pode-se multiplicar ou restringir as divisões segundo se queira. No entanto, considerando-se os caracteres gerais, pode-se reduzi-las a três ordens principais.
      Pode-se colocar na primeira ordem aqueles que chegaram à perfeição: os Espíritos puros. Os da segunda ordem são aqueles que chegaram ao meio da escala: a aspiração ao bem é sua preocupação. Os do último grau são aqueles que ainda estão na base da escala: os Espíritos imperfeitos, que se caracterizam pela ignorância, pela aspiração ao mal e todas as más paixões que retardam o seu progresso.

98 – Os Espíritos da segunda ordem têm aspiração apenas ao bem; têm também o poder de realiza-lo?
      -- Eles têm esse poder conforme o nível de sua perfeição; uns possuem a ciência, outros têm a sabedoria e a bondade, mas todos ainda têm provações a sofrer.

99 – Os Espíritos da terceira ordem são todos essencialmente maus?
      -- Não, alguns não fazem nem o bem nem o mal; outros, ao contrário, comprazem-se com o mal e ficam satisfeitos quando têm oportunidade de fazê-lo. Há também os Espíritos levianos ou estouvados, mais desordeiros que maus, que se comprazem muito mais com a malícia do que com a maldade, e que têm prazer em mistificar e causar pequenas contrariedades, da quais se riem.

CONTO: A POBRE MENINA RICA - MARCOS REY - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: A pobre menina rica
                                    Marcos Rey

        A dona da pensão, que se chamava Noêmia, conduziu Pimpa a um pequeno quarto. Móveis velhos, mas tudo muito limpo. O pagamento incluía café da manhã e duas refeições. Outra coisa: a porta da rua fechava às onze. Não aceitava em casa pensionistas que chegassem tarde. Esse procedimento garantia o bom nome do pensionato.
        -- A senhora tem muitas pensionistas?
        -- Nunca há vagas durante o ano letivo, mas no momento só temos a Marina. Pobrezinha, passa as férias conosco. Seus pais são divorciados.
        Quando dona Noêmia saiu do quarto, Pimpa fechou a porta e atirou-se à cama sem tirar a roupa. A aventura no shopping center doía-lhe nos músculos. Pela primeira vez se esqueceu de Lila, que continuou na sacola.
        Ao meio-dia e meia bateram à porta. Era uma empregada do pensionato; a comida estava na mesa.
        Marina, a pensionista que não saíra nas férias, esperava a recém-chegada na sala de refeições. Para Pimpa foi vê-la e gostar. Era uma gorduchinha muito simpática, que devia ser o que dona Berenice, a mãe de Noel, fora na mocidade.
        -- Você é a Marina, não? Meu nome é Maria Paula, mas me chame de Pimpa. É como todos me chamam.
        -- Dona Noêmia me falou de você. Disse que sua mãe morreu no ônibus quando vinham para cá. Que coisa triste! Vamos, sente-se. Eu a sirvo. A cozinheira da pensão é excelente. Mas você tem um tio, não?
        -- Chamo de “tio” Leonel, mas é um parente de meu pai. Preciso encontra-lo.
        -- Tem ideia de onde ele está?
        -- Não, Marina, e o pior de tudo é que não lembro seu sobrenome. Nem tenho retrato dele. Eu o vi apenas uma vez, quando garotinha.
        Marina, demonstrando com o garfo por que era tão gorducha, interessou-se pelo problema da colega.
        -- Por que não põe anúncio no jornal?
        -- Anúncio no jornal?
        -- Ele sabe seu nome, não?
        -- Deve saber.
        -- É o que basta.
        -- Mas como faria esse anúncio?
        -- A gente podia estudar uma redação – disse Marina. – Qualquer coisa assim: “SOBRINHA PROCURA TIO” ou “TIO LEONEL, POR FAVOR, ME TELEFONE”. O título é que é o importante.
        -- Não havia pensado nisso.
        -- Dona Noêmia disse também que você perdeu a mala.
        -- É verdade, estou só com a roupa do corpo.
        -- Pena que sou muito mais gorda que você. Vestidos tenho de sobra. Mas aqui perto há uma loja em liquidação. Posso leva-la, se quiser.
        -- Obrigada, Marina.
        Depois do almoço a gorducha convidou Pimpa para conhecer seu quarto. Era o maior do pensionato, e havia de tudo ali: aparelho de som, com rádio e gravador, televisão em cores, além duma estante lotada de livros.
        -- Não lhe falta nada! – exclamou Pimpa.
        -- Meus pais me dão tudo que eu peço, assim ficam com a consciência tranquila.
        -- Eles não moram em São Paulo?
        Marina tirou duma gaveta um maço de cartões-postais.
        -- Minha mãe foi para um lado, meu pai para outro. Veja de onde vêm os cartões: Paris, Roma, Londres, Viena, Atenas...
        -- Eles visitam você?
        -- Raramente – respondeu Marina. – E nunca me levam para casa. Vivo aqui, no pensionato. Isto nas férias é o fim. Por isso fiquei contente ao saber que tinha chegado outra pensionista.
        A amizade entre Pimpa e Marina consolidou-se logo no primeiro dia. À tarde foram visitar a loja em liquidação, onde compraram roupas. Depois, fizeram um longo passeio pelo bairro, que a gorducha interrompeu ao ver uma lanchonete. Apesar do pratão do almoço, ainda tinha fome.

                     REY, Marcos. Sozinha no mundo. São Paulo, Ática, 1984. p. 60-2.
Entendendo o conto:
01 – Por que Marina vivia passando as férias no pensionato?
      Porque seus pais eram divorciados e viviam viajando.

02 – Como era Marina?
      Era uma gorduchinha muito simpática.

03 – Que impressão Marina causou em Pimpa?
      Pimpa gostou de Marina logo que viu.

04 – Quem era Leonel?
      Leonel era um parente do pai de Pimpa, a quem ela chamava de “tio”.

05 – Que ideia Marina deu a Pimpa para encontrar seu tio Leonel?
      Pôr um anúncio no jornal.

06 – Por que Marina ficou contente com a chegada de Pimpa ao pensionato?
      Porque ela ficava sozinha durante as férias.

07 – Por que os pais de Marina lhe davam tudo o que ela queria?
      Para ficarem com a consciência tranquila, segundo Marina.

08 – Baseando-se no assunto do texto, explique o título “A pobre menina rica”.
      Apesar de possuir bens materiais, Marina não tinha o afeto dos pais, vivia solitária.

09 – Você concorda com Marina que num anúncio o título é o mais importante? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Porque o título é que chama a atenção dos leitores.