sábado, 12 de janeiro de 2019

CONTO: MARIA ANGULA - JORGE RENAN DE LA TORRE (EQUADOR) - COM GABARITO

Conto: Maria Angula
Jorge Renan de la Torre (Equador)  
  

        Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de Cayambe. Era louca por uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogá-los uns contra os outros. Por isso tinha fama de leva-e-traz, linguaruda, e era chamada de moleca fofoqueira.
        Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, dedicada a armar confusão entre os vizinhos, sem ter tempo para aprender a cuidar da casa e a preparar pratos saborosos.
        Quando  Maria Angula se casou começaram seus problemas. No primeiro dia, o marido pediu-lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor ideia de como prepará-la.
        Queimando as mãos com uma mecha embebida em gordura, ascendeu o carvão e levou ao fogo um caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não fazia ideia de como continuar.
        Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes, cozinheira de mão-cheia, e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
        -- Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
        -- Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara de leite, depois despeja-se este pão no cavalo e, antes que ferva, acrescentam-se os miúdos.
        -- Só isso?
        -- Só, vizinha.
        -- Ah – disse Maria Angula – mas isso eu já sabia!
        -- E voou para sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
        No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas com toicinho, a história se repetiu:
        -- Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com toicinho?
        E como da outra vez, tão logo a sua boa amiga lhe deu todas as explicações, Maria Angula exclamou:
        -- Ah! É só? Mas isso eu já sabia! – E correu imediatamente para a casa a fim de prepará-lo.
        Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando. Maria Angula vinha sempre com a mesma história: "Ah é assim que se faz o arroz com carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu já sabia!" Por isso a mulher decidiu dar-lhe uma lição e, no dia seguinte...
        -- Dona Mercedinha!
        -- O que deseja, Dona Maria?
        -- Nada, querida. Só que o meu marido quer comer no jantar caldo de tripas e bucho e eu...
        -- Ah! Mas isso é fácil demais! – Disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a interrompesse, continuou:
        -- Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois espere chegar o último defunto do dia, e sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele. Ao chegar em casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois que ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato mais saboroso que existe.
        -- Ah! – disse como Maria Angula – É só? Mas isso eu já sabia!
        E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do defunto mais fresquinho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra que cobria o caixão, levantou a tampa e... Ali estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma, duas, três vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago. Então voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a janta macabra que, sem saber, o marido comeu lambendo os beiços.
        Nessa mesma noite, enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaram-se uns gemidos nas redondezas.
        Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia misteriosamente nas janelas, sacudindo-as, e de fora vinham uns ruídos muito estranhos, de meter medo a qualquer um.
        De súbito, Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os passos de alguém que subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e retumbante, e que se deteve diante da porta. Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria Angula viu o resplendor fosforescente de um fantasma. Um grito surdo e prolongado paralisou-a.
        -- Maria Angula, devolva minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da santa sepultura!
        Maria Angula sentou-se na cama, horrorizada, e, com os olhos esbugalhados de tanto medo, viu a porta se abrir, empurrada lentamente por essa figura luminosa e descarnada.
        A mulher perdeu a fala. Ali, diante dela, estava o defunto, que avançava mostrando-lhe o seu semblante rígido e o seu ventre esvaziado.
        -- Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
        Aterrorizada, escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo, mas imediatamente sentiu umas mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e arrastarem-na gritando:
        -- Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou da minha santa sepultura!
        Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha procurado por ela em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
               TORRE, Jorge Renán de la. Trad. Maria Angula.
In: Contos de assombração. São Paulo, Ática, 1987. p. 33-40.
Entendendo o conto:
01 – Quem é o personagem principal da história? Como ele é apresentado no início do texto?
      Maria Angula. É uma garota fofoqueira, que gosta de provocar as pessoas e de arrumar confusão.

02 – Durante a narrativa, Maria Angula enfrenta um problema. Qual é ele? Como ela o resolve?
      Ela não sabe preparar os pratos pedidos pelo marido. Ela pede ajuda para vizinha, dona Mercedes.

03 – De que forma Maria Angula reage após a ajuda que recebe da vizinha?
      Ela não se mostra agradecida pelas receitas recebidas, chegando mesmo a ser antipática com a vizinha.

04 – Qual o significado das palavras abaixo, se necessário utilize-se de um dicionário.
·        Intriga: mexerico, traição.
·        Miúdos: entranhas de animais (coração, fígado, etc.).
·        Tumba: túmulo.
·        Ímpetos: impulsos instantâneos.
·        Deteve: segurou.
·        Macabra: fúnebre, tétrica.
·        Sobressaltada: assustada.
·        Retumbante: barulhento.
·        Resplendor: brilho intenso.

05 – Que atitude dona Mercedes toma diante do pouco-caso de Maria Angula? Por que age assim?
      Ela resolve dar uma receita macabra para Maria Angula. Seu objetivo era vingar-se da vizinha, fazendo com que ela passasse por boba.

06 – O que Maria Angula devia fazer para preparar o caldo de tripas e bucho?
      Ela devia ir ao cemitério e retirar do defunto mais fresco suas tripas e seu estômago. Depois cozinhar tudo com água, sal e cebola e acrescentar amendoins.

07 – O que ocorreu na noite em que Maria Angula preparou o macabro jantar para seu marido?
      O defunto foi até a casa de Maria Angula em busca de suas tripas e de seu estômago e ela desapareceu para sempre.

08 – Selecione uma passagem do texto que demonstre ser esta uma narrativa fantástica.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Fez-se um minuto eterno de silêncio e logo depois Maria Angula viu o resplendor fosforescente de um fantasma.”

TEXTO: BADEN, QUE JÁ FOI RAIMUNDO - MARCOS REY - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: BADEN, que já foi Raimundo
      
                                  Marcos Rey

        Baden pegou uma vela e levou-a para o depósito. Precisava escrever uma carta; há meses que não mandava uma linha para Salvador. Nos dois anos de Rio, só três cartas. Sua mãe nem ficou sabendo que ele estivera no instituto e que dissera lá que era sozinho no mundo. Mentira: tinha mãe, tia e até uma avó já sem memória de nada. Viver com três mulheres, sempre lhe cobrando trabalho e seriedade, fora demais. Um dia pegou o violão, colou um recado no espelho e fugiu para o Rio, querendo ser artista. Chegando, participou de programas de calouros, ficou semanas nas salas de espera de emissoras de televisão, pediu oportunidades em gravadoras de discos, mas não conseguiu nem promessa. Sem um cruzeiro no bolso, não querendo e não podendo voltar par a Bahia, começou a roubar. Preso algumas vezes, como era menor de idade foi para o reformatório. Lá conheceu rapazes muito mais espertos, que lhe ensinaram certo jogo de cintura para sobreviver. Um deles, o Nariz, tornou-se o companheiro das fugas e dos roubos. Achava que o amigo ia longe, um dia seria alguém, e grudou-se nele.
        Com uma esferográfica, escreveu:
        Mãe.
        Sou eu, o Raimundo. Como está a senhora, a tia e a avó? Eu vou bem, de saúde e do resto. Andei penando, sem dinheiro, mas aprendi a me virar. Moro um dia aqui, outro ali, comendo sempre. Ganho os meus com o violão, em festinhas, nas churrascarias e nos bailes de subúrbio. Me chamam de Baden, um cara muito conhecido que toca violão, grava e viaja. Acho que um dia chego lá. Ainda não deu pra mandar grana pra vocês, mas está perto. Me prometeram uma montanha de dinheiro por uns espetáculos. Reze, mãe, fale com quem manda aí nos terreiros, porque se a coisa colar, se tudo sair certinho, irei visitar vocês. Acho que até vai dar pra comprar uma casa. A senhora sempre quis uma, não? É só isso, por hoje, e me puxe que já estou indo.
                                                                           Seu filho Raimundo.

         REY, Marcos. Bem-vindos ao Rio. São Paulo, Ática, 1986. p. 62-3.
Entendendo o texto:
01 – Quais as palavras e expressões usadas por Baden que pertencem à gíria?
      “Grana”; “se a coisa colar”; “me puxe que já estou indo”.

02 – Substitua as palavras e expressões da gíria que você encontrou no texto por termos da linguagem culta.
      Dinheiro; se der certo; até logo.

03 – O que significa “certo jogo de cintura para sobreviver”?
      Significa uma resposta rápida ao desafio de sobrevivência que a vida impõe.

04 – Observe como, na primeira parte do texto, em que o autor fala da vida de Baden, a linguagem é mais cuidada, não havendo necessidade de recorrer às gírias ou expressões coloquiais, porque não é o personagem que fala. As regras de pontuação, de concordância e de colocação pronominal são respeitadas. Dizemos, então, que, nessa parte, o autor utilizou uma linguagem formal.
Procure, na primeira parte do texto, exemplos de como o autor utiliza formalmente:

a)   A pontuação: “Um deles, o Nariz, tornou-se o companheiro das fugas e dos roubos”.

b)   Os tempos verbais: “Sua mãe nem ficou sabendo que ele estivera no instituto e que dissera...” (O mais-que-perfeito simples não é usado na linguagem coloquial).

c)   A colocação dos pronomes: “... levou-a para o depósito”.

POEMA: MARTIM CERERÊ - JOGADOR DE FUTEBOL - CASSIANO RICARDO - COM GABARITO

POEMA: MARTIM CERERÊ – JOGADOR DE FUTEBOL           

        Cassiano Ricardo

O pequenino vagabundo joga bola
e sai correndo atrás da bola que salta e rola.
Já quebrou quase todas as vidraças,
Inclusive a vidraça azul daquela casa
onde o sol parecia um arco-íris em brasa.

Os postes estão hirtos de tanto medo.
(O pequenino vagabundo não é brinquedo...)
E, quando o pequenino vagabundo,
cheio de sol, passa correndo entre os garotos,
de blusa verde-amarela e sapatos rotos,
aparece de pronto um guarda policial,
o homem mais barrigudo deste mundo,
com os seus botões feitos de ouro convencional,
e zás! carrega-lhe a bola!
“Estes marotos
precisam de escola...”

O pequenino vagabundo guarda nos olhos,
durante a noite toda, a figura hedionda
do guarda metido na enorme farda
com aquele casaco comprido todo chovido
de botões amarelos.

E na sua inocência improvisa os mais lindos castelos:
e vê, pela vidraça,
a lua redonda que passa, imensa,
como uma bola jogada no céu.
“É aquele Deus, com certeza,
de que a vovó tanto fala.
Aquele Deus, amigo das crianças,
que tem uma bola branca cor de opala
e tem outra bola vermelha cor do sol:
que está jogando noite e dia futebol
e que chutou a lua agora mesmo
por trás do muro e, de manhã, por trás do morro,
chuta o sol...
               Cassiano Ricardo. Martim Cererê. 11. ed. São Paulo, Saraiva, 1962.

Entendendo o texto:
01 – O que o garoto faz quando joga bola?
      Quando joga bola, o garoto quebra quase todas as vidraças.

02 – Pela descrição do menino no poema, como ele se veste?
      O menino veste uma blusa verde-amarela e usa sapatos rotos.

03 – Quem aprece par acabar com a brincadeira do menino?
      Aparece um guarda policial.

04 – Pela descrição que há no texto, como o guarda é fisicamente?
      O guarda é o homem mais barrigudo do mundo.

05 – Qual a atitude do guarda que desagrada ao menino?
      O guarda carrega sua bola.

06 – Qual o comentário que o guarda faz dos meninos?
      O guarda comenta: “Estes marotos precisam de escola...”

07 – Como o guarda se veste?
      Ele veste uma enorme farda com um casaco comprido, cheio de botões amarelos.

08 – Como é caracterizado o guarda do texto (uma figura compreensiva, brava, carinhosa, etc.)?
      Como uma figura hedionda.

09 – O garoto compara a lua redonda a que objeto?
      A uma bola.

10 – O que o menino pensa de Deus?
      Pensa que ele é amigo das crianças.

11 – O que ele pensa que Deus tem?
      Ele pensa que Deus tem uma bola branca cor de opala e uma outra vermelha cor do sol.

12 – O que ele pensa que Deus faz?
      Ele pensa que Deus joga futebol noite e dia.

13 – Com quantas bolas o garoto acredita que Deus joga futebol? E quais são elas?
      Duas bolas: a lua e o sol.

14 – O menino pensa que Deus joga bola. Isso acontece mesmo? Explique.
      O menino pensa que ele joga, mas isso na verdade não acontece: não passa de ideias de um menino.

15 – Compare a atitude do guarda com a que o menino imagina como atitude de Deus.
      O guarda é apresentado como uma figura hedionda e toma a bola do menino. Deus é mostrado como amigo das crianças e jogador de futebol.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): CABOCLO NA CIDADE - ZILO E ZALO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Caboclo na Cidade

                                      Zilo e Zalo

Seu moço eu já fui roceiro
No triângulo mineiro
Onde eu tinha o meu ranchinho

Eu tinha uma vida boa
Com a Isabel minha patroa
E quatro barrigudinhos

Eu tinha dois bois carreiros
Muito porco no chiqueiro
E um cavalo bom, arriado

Espingarda cartucheira
Quatorze vacas leiteiras
E um arrozal no banhado

Na cidade eu só ia
A cada quinze ou vinte dias
Para vender queijo na feira

No demais estava folgado
Todo dia era feriado
Pescava a semana inteira

Muita gente assim me diz
Que não tem mesmo raiz
Essa tal felicidade

Então aconteceu isso
Resolvi vender o sítio
E vir morar na cidade

Já faz mais de doze anos
Que eu aqui estou morando
Como eu vivo arrependido

Não me dou com essa gente
Tudo aqui é diferente
Vivo muito aborrecido

Não ganho nem pra comer
Já não sei o que fazer
Estou ficando quase louco

É só luxo e vaidade
Penso até que a cidade
Não é lugar de caboclo

Até mesmo a minha velha
Já está mudando de ideia
tem que ver como passeia

Vai tomar banho de praia
Está usando mini-saia
E arrancando a sobrancelha

Nem comigo se incomoda
Quer saber de andar na moda
Com as unhas todas vermelhas

Depois que ficou madura
Começou a usar pintura
Credo em cruz que coisa feia

Minha filha Sebastiana
Que sempre foi tão bacana
Me dá pena da coitada

Namorou um cabeludo
Que dizia ter de tudo
Mas foi ver não tinha nada

Se mandou para outras bandas
Ninguém sabe onde ele anda
E a filha está abandonada

Como dói meu coração
Ver a sua situação
Nem solteira e nem casada

Voltar "pra" Minas Gerais
Sei que agora não dá mais
Acabou o meu dinheiro

Que saudade da palhoça
Eu sonho com a minha roça
No Triângulo Mineiro

Eu não sei como se deu isso
Quando eu vendi o sítio
Para vir morar na cidade

Seu moço naquele dia
Eu vendi minha família
E a minha felicidade!

                                 Composição: Geraldo Viola e Dino Guedes (1970).

Entendendo a canção:
01 – Identifique o tipo de atividade que é desempenhada pelo caboclo citado na música, e em que estado do Brasil ele vive.
      A atividade que desenvolvia é pecuária e agricultura. Vive em Minas Gerais.

02 – O caboclo fala de uma vida boa na zona rural. Faça uma descrição do que significa para o caboclo essa “vida boa”.
      “Vida boa” para ele, porque tinha seu ranchinho, uma família unida, fartura e todo dia podia pescar.

03 – Num determinado momento o caboclo decide vender o sítio e vir morar na cidade. Que mudanças financeiras isso acarreta na sua vida?
      Na cidade não ganha nem pra comer, é só luxo e vaidade.

04 – A “modernidade” da cidade traz modificações também no modo de ser da família do caboclo. Que mudanças são essas descritas na música?
      A mulher vive passeando, toma banho na praia, usa mini saia, tira a sobrancelha e esmalta as unhas.
      A filha namorou um cabeludo que a deixou.

05 – Por que para o caboclo a cidade não é o seu lugar? O que você pensa a respeito disso?
      Porque ele não acostumou a vida da cidade, e viu sua família perdendo toda aquela vida simples e humilde.

06 – Por que para o caboclo é impossível ele voltar a viver no sítio? Você concorda com a justificativa que o caboclo dá para esse motivo? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Na sua opinião, a modernidade realmente modifica o cotidiano da vida das pessoas? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Qual motivo você acredita que dez o caboclo resolver ir morar na cidade?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Ele ficou feliz em viver na cidade?
      Não, pois há um choque de cultura rural e urbana, os costumes são outros. Ele diz que tudo é diferente e vive muito aborrecido.

10 – Encontre na canção e escreva:
a)   Três palavras começadas com a letra C: carreiros, cavalo, cartucheira.

b)   Dois nomes de pessoas: Isabel e Sebastiana.

c)   Um nome de Estado: Minas Gerais.

11 – O que significa as expressões:
a)   “Depois que ficou madura”.
Significa experiente, consciente e com certa idade.

b)   “Não me dou com essa gente”.
Significa que não tem ad em comum com essas pessoas, se sente deslocado.

c)   “Andar na moda...”.
Usar roupas, acessórios que outras pessoas estão usando porque a mídia faz propaganda.


POEMA: A LUA NO CINEMA - PAULO LEMINSKI - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: A LUA NO CINEMA
                       
       Paulo Leminski

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.


A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!

In: LEMINSKI, Paulo. Distraídos venceremos. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 49.

Entendendo o poema:
01 – De acordo com o poema "A lua no cinema", a estrela
(A) era pequena e solitária.                  
(B) parecia grande na janela.
(C) tinha um namorado apaixonado.   
(D) viveu uma bela história de amor.

02 – O último verso "– Amanheça, por favor!" sugere que a lua:
(A) achou o filme da estrela que tinha namorado engraçado.   
(B) acreditava que a estrela era pequena e sem graça.
(C) desejava esquecer a história da estrela solitária.                 
(D) gostava mais do dia do que da noite.

03 – O texto "A lua no cinema" é um poema por usar:
(A) orações.   
(B) períodos.  
(C) parágrafos.    
(D) versos.

04 – Da leitura do poema percebe-se que a estrela:
(A) era um astro insignificante.   
(B) era uma artista engraçada.   
(C) tinha inveja da lua.   
(D) tinha uma história feliz.

05 – O poema trata:
(A) da solidão.   
(B) da tristeza.    
(C) da amizade.   
(D) do ciúme.


CRÔNICA: A TECNOLOGIA - NACÉLIO SIMOA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: A Tecnologia
                   
        Acordei cedo. Sem o que fazer naquela manhã, resolvi ir à praça da minha localidade. Antes, um espaço sem construção, cavalos amarrados nas estacas esperando seus donos que assistiam à missa. Hoje, observava o pouco movimento da comunidade alguns poucos carros, motos e os pássaros que insistiam em alegrar aquela manhã nos pés de cajueiros.
        Com o vento lambendo meu rosto e um calor de mil graus em plena manhã, percebi um casal de idosos que acabara de sentar naquele banco quase quebrado. Acho que esperavam algum transporte para ir à cidade, já que precisamos nos deslocar do nosso pacato lugar para resolvermos nossos problemas.
        Ele parecia meio que revoltado, algo o intrigava. Aproximei-me sem despertar sua atenção, descobri que falava de internet. Não era bem essa palavra que ele fazia uso, mas desvendei que esse era o assunto. Ele dizia para aquela senhora que ouvia suas inquietações:
        -- Esse povo de hoje só vive nesse tal de facebook.
        -- Verdade. A minha neta ganhou de presente um celular e agora não faz outra coisa, senão cutucar aquele troço. Não gosto disso! Falou aquela senhora.
        Entre tantas conversas naquele banco da praça, o senhor então resolveu amenizar o tom do diálogo:
        -- Me recordo da dona Toinha que comprou uma televisão e resolvi ir a sua casa para vê-la depois de tantas conversas na vizinhança sobre a novidade. Saí correndo desesperado tropeçando os pés no batente da porta da casa quando a vi funcionar.
        -- É o ônibus!
        -- Vamos então.
        -- O importante é valorizar e respeitar esta nova tecnologia, afinal, não podemos fazer nada para detê-la, apesar dela tanto nos ajudar.
        -- Cuidado com o batente, não vá bater o pé de novo!
        -- Claro que não!
        Aquela cena chamou minha atenção, pois percebi como a tecnologia influencia diretamente na vida das pessoas, jovens ou idosos.
                                                                       Nacélio Simoa
Entendendo a crônica:

01 – Em relação às características do texto, escreva:
a) Gênero: Crônica.
b) Tipo discursivo ou tipologia (expositivo, argumentativo, narrativo, descritivo, injuntivo...): Narrativo.
c) narrador (personagem, observador ou onisciente): Personagem.
d) Domínio discursivo (literário, jornalístico, religioso, acadêmico...): Literário.
e) Tipo de discurso (direto ou indireto): Direto.

02 – Qual o assunto do texto?
      Tecnologia.

03 – O que alegrava a manhã daquela comunidade?
      Os pássaros.

04 – No trecho: Com o vento lambendo meu rosto e um calor de mil graus em plena manhã...” as figuras de linguagem presentes no trecho, são, respectivamente:
a) ironia e eufemismo.
b) personificação e hipérbole.
c) metáfora e hipérbole.
d) catacrese e metonímia.

05 – No trecho: “Ele parecia meio que revoltado, algo o intrigava. Os termos destacados indica que o homem estava:
a) entristecido e com raiva.
b) indignado e angustiado.
c) com raiva e desconsolado.
d) triste e incomodado.

06 – “Me recordo da dona Toinha que comprou uma televisão...”, neste trecho, percebemos o uso da linguagem
a) formal.
b) informal.
c) técnica.
d) gíria.

07 – “Saí correndo desesperado tropeçando os pés no batente da porta da casa quando a vi funcionar.” A palavra em destaque se refere a:
a) porta.
b) batente.
c) televisão.
d) casa.

08 – Segundo o texto, o homem se aproximou para ouvir a conversa. Que diálogo de um dos personagens abaixo revela o assunto da conversa entre os moradores?
a) “-- Verdade. A minha neta ganhou de presente um celular...”
b) “-- Vamos então.”
c) “-- Me recordo da dona Toinha que comprou uma televisão...”
d) “-- Esse povo de hoje só vive nesse tal de facebook...”

09 – Na fala da personagem: “... senão cutucar aquele troço.”, o que podemos compreender sobre o cotidiano vivido por aquela senhora?
a) Ela faz uso das tecnologias apesar de não gostar.
b) Ela demonstra repúdio com o uso de algumas tecnologias.
c) Apesar de detestar a tecnologia, ela apoia claramente o seu uso por familiares.
d) Aborrece quem faz uso das tecnologias.

10 – “-- Cuidado com o batente, não vá bater o pé de novo!” Que fato este diálogo retoma?
      Retoma a história contada pelo velho anteriormente quando viu a televisão pela primeira vez.

11 – Apesar da inquietude por parte dos personagens sobre o uso de algumas tecnologias, que frase revela o apoio a tecnologia de um dos personagens?
      “O importante é valorizar e respeitar esta nova tecnologia, afinal, não podemos fazer nada para detê-las apesar dela tanto nos ajudar”.    

12 – A frase que revela uma opinião é:
a) “Ele parecia meio que revoltado, algo o intrigava.”
b) “... a tecnologia influencia diretamente na vida das pessoas...”
c) “O importante é valorizar e respeitar esta nova tecnologia...”
d) “Não era bem essa palavra que ele fazia uso, mas desvendei que esse era o assunto...”

13 – Na frase: “Não era bem essa palavra que ele fazia uso, mas desvendei que esse era o assunto.” A palavra em destaque introduz uma:
a) conclusão.
b) explicação.
c) oposição.
c) adição.