quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

NOTÍCA: CRIANÇAS PREFEREM BRINCADEIRAS "AO AR LIVRE" A GAMES, MOSTRA ESTUDO DA UnB - COM GABARITO

 Notícia: Crianças preferem brincadeiras “ao ar livre” a games,  mostra estudo da UnB

Estudo mostra que 70% dos pequenos disseram preferir atividades como pique-esconde. Apenas 11,4% indicaram que eletrônicos são favoritos.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQPbBnGdRKJxPdilmCJ91gjSXodzEWDZ8fBvAbi6fxHtsov72W_S5QjMaadJGV4z8BFDkNKndDlsd1x8FJWu0o3CAr0HLKIjhIO4Wxx2hPpAULhsevp0PhqraZICdxOAO72UoNncTlr-Z9IDn95GeCRh9orZT1-9p1XeAlik9SQyIhcUcE2WAUguqDRBc/s320/BRINCADEIRAS.jpg


Uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB) desmente a crença popular de que crianças só estão interessadas em games, computadores e outros eletrônicos. O estudo com crianças entre 6 e 12 anos mostra que apenas 11,4% delas indicaram que os gadgets são as brincadeiras favoritas. Mais de 70% escolheram brincadeiras tradicionais e esportivas como as preferidas.

O levantamento feito por alunos de educação física da UnB pegou 145 crianças de escolas públicas. Elas foram convidadas a representar as preferências por meio de desenhos. O resultado surpreendeu até os pesquisadores.

“Eu acreditava que talvez as mídias fossem ter maior prevalência, e não as brincadeiras tradicionais”, diz a autora da monografia, Mariana Oliveira. “A surpresa que a gente tem é quando analisa esses dados e vem o baque: ‘Opa, as mídias não estão tão presentes quanto aquilo que a gente no dia a dia imaginava’.”, continua o doutorando Ivan Ferreira.

Segundo os pesquisadores, os resultados mudam de acordo com o contexto cultural e socioeconômico dos alunos. Uma pesquisa feita apenas na área rural de São Sebastião apontou que nenhuma criança desenhou alguma brincadeira “virtual”. Já na Asa Sul, mais da metade das crianças disse preferir os aparelhos.

Independentemente da brincadeira preferida pelas crianças, os pesquisadores afirmam que uma grande parte das escolhas se deve ao exemplo dado pelos pais. “A brincadeira é ensinada para a criança. Se a gente vê alguma brincando, é porque um dia alguém ensinou a brincar. Se a criança está brincando muito com mídia, não é a culpa da criança”, declarou Ferreira.

A dona de casa Lidiany Krüger afirmou que sofre para tirar o filho, Miguel, da frente das telas. “Para sair de casa, meu esposo tem que ir lá derrubar a internet para ver se as crianças vão pra piscina ou para o parque jogar bola porque, se deixar, por eles, é o dia todo vidrado lá no eletrônico.”

Já a musicista Valéria Cavalcanti disse que prioriza as brincadeiras do lado de fora. “É importante brincar ao ar livre. A gente mora em apartamento, então eu sempre procuro descer.”

CRIANÇAS preferem brincadeiras “ao ar livre” a games, mostra estudo da UnB. G1 DF e TV Globo. 5 jan. 2018.

Disponível em: <https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/criancas-preferem-brincadeiras-ao-ar- livre-a-games-mostra-estudo-da-unb.ghtml>. Acesso em: 27 fev. 2020.

Entendendo o texto

01. Qual é o principal resultado do estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) sobre as preferências de brincadeiras das crianças?

a) A maioria das crianças prefere brincadeiras tradicionais e esportivas.

b) A maioria das crianças prefere jogos eletrônicos.

c) As crianças não têm uma preferência clara entre brincadeiras ao ar livre e jogos eletrônicos.

02.  Quantos por cento das crianças, de acordo com o estudo, indicaram que os gadgets (dispositivos eletrônicos) são suas brincadeiras favoritas?

         a) 70%

         b) 11,4%

         c) 50%

 03. Como as crianças representaram suas preferências no estudo da UnB?

         a) Por meio de entrevistas.

         b) Através de desenhos.

         c) Por meio de questionários escritos.

    04. O que surpreendeu os pesquisadores ao analisar os dados do estudo?

         a) A prevalência das mídias sobre as brincadeiras tradicionais.

         b) A falta de representação das brincadeiras virtuais.

         c) A presença significativa de brincadeiras tradicionais em comparação com as mídias.

05. Como os resultados do estudo variaram de acordo com o contexto cultural e socioeconômico dos alunos, segundo os pesquisadores?

         a) Não houve variação.

         b) A preferência por brincadeiras virtuais foi maior na área rural.

          c) Houve diferenças na preferência entre áreas rurais e urbanas.

06. O que os pesquisadores afirmam sobre a influência dos pais nas escolhas de brincadeiras das crianças?

       a) Os pais não têm influência significativa.

       b) As brincadeiras são ensinadas para as crianças pelos pais.

       c) As crianças decidem suas brincadeiras independentemente dos pais.

  07. De acordo com a dona de casa Lidiany Krüger, o que ela faz para tentar tirar o filho da frente das telas?

        a) Desce para brincar ao ar livre.

        b) Derruba a internet.

        c) Oferece jogos eletrônicos como alternativos.

  08.  Como a musicista Valéria Cavalcanti prioriza as brincadeiras para seus filhos?   

         a) Ela não tem preferência específica.

         b) Ela prioridade brincadeiras ao ar livre.

        c) Ela incentiva o uso de dispositivos eletrônicos.

09.  Qual é a importância dada pelos pesquisadores ao exemplo dado pelos pais nas escolhas de brincadeiras das crianças?

       a) Os pais não têm influência.

       b) Os pais têm influência, mas não são significativos.

       c) Uma grande parte das escolhas se deve ao exemplo dado pelos pais.

 10. De acordo com a notícia, qual é a estratégia utilizada pela família de Lidiany Krüger para incentivar as crianças a brincarem ao ar livre?

       a) Levar as crianças para o parque.

       b) Desligar a internet para motivar a ida para a piscina ou o parque.

      c) Comprar brinquedos novos.

 

 

 

 

 

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

NOTÍCIA: ELETRÔNICOS ESTÃO SUBSTITUINDO LIVRE BRINCAR, APONTA PESQUISA - BRUNA RAMOS - COM GABARITO

 Notícia: Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta pesquisa

 

As crianças estão brincando cada vez menos, e os pais têm plena consciência dessa mudança no comportamento infantil. Segundo a pesquisa “Valor do Livre Brincar”, encomendada pela marca OMO, 84% dos pais entrevistados acreditam que as crianças não conseguem brincar tanto quanto deveriam.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmIF6ApIbFI4DYfSVG7J_P2E27vzGNLlUhs-vWEb7gcOXOid9_NE_OX4zHRKuKwo2xvsSuvbiW82GD-A5Wmt7KW41P3VxZI2jDbOePjLrgXk63Wu_l3cPQ_e2Vt-Uju7v7HVIeEFw_71lIjKoBvVeQr4ZosCQiPhiJWsruTmP3vm6JNXb8WMxOGD07PII/s1600/BRINCADEIRAS.jpg


Já 64% dos entrevistados acham que seus filhos têm menos oportunidades para brincar do que eles tinham, e 93% concordam que as crianças não brincam da mesma forma que eles brincavam quando pequenos.

Os resultados da pesquisa, realizada em dez países com a participação de 12 170 pais e mães, inspirou o movimento “Livre Para Descobrir”, que estimula as crianças a brincarem, explorarem e experimentarem mais.

“Brincar com liberdade de movimentos físicos envolve a criança inteira: corpo e imaginação, sentimentos e pensamento. Isso potencializa suas capacidades e as desenvolve sinergicamente”, defende Vital Didonet, pedagogo especialista em políticas públicas para a primeira infância.

 Por causa dos aparelhos eletrônicos e as infinitas possibilidades da tecnologia, cada vez menos as crianças têm brincado ao ar livre. Na contramão do declínio do livre brincar, o brincar conectado revela-se uma tendência global. No Brasil, 85% dos pais concordam que as crianças, frequentemente, não querem brincar sem tecnologia, ao mesmo tempo que 84% deles acreditam que seus filhos são mais criativos quando brincam sem eletrônicos. 

 Para Didonet, uma forma de trabalhar essa questão é combinar com a criança tempos para cada atividade. “Mas os próprios pais devem gostar de brincar com aparelhos eletrônicos e sem eles e participar de ambas as brincadeiras com seus filhos. As crianças dão valor àquilo que elas veem ter valor para os adultos”, enfatiza.  

A preferência das crianças pela tecnologia é revelada em outro dado da pesquisa: 89% dos pais brasileiros dizem que seus filhos preferem brincadeiras com esportes virtuais à prática esportiva real. “A tecnologia parece mágica. Você esfrega o dedo na tela e ela muda, vira a página. Faz um clique num pontinho e, plim, aparece nova imagem. Além disso, ela trabalha com a curiosidade, usa o elemento surpresa, aprova e desafia a criança”, descreve Vital.  

Para o especialista, porém, diante da telinha, a criança apenas “responde ou corresponde”, ao passo que com brinquedos não tão estruturados, que requerem a imaginação e a iniciativa da criança, ela tende a se tornar sujeito, a decidir com mais liberdade, a controlar melhor a direção da sua brincadeira. “Ela é menos cobrada e, portanto, se sente mais leve e livre”, pondera.  [...]

Inspirar: motivar, estimular.

Potencializar: aumentar, tornar mais eficaz.

Sinergicamente: em conjunto, envolvendo tudo.

 

RAMOS, Bruna. Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta pesquisa. EBC. 28 jul. 2016. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/ infantil/para-pais/2016/07/eletronicos-estao-substituindo-livre-brincar-aponta-pesquisa>. Acesso em: 27 fev. 2020.

Entendendo o texto

01. Qual é a porcentagem de pais que acreditam que as crianças não conseguem brincar tanto quanto deveriam, de acordo com a pesquisa "Valor do Livre Brincar"?

a) 64%.

b) 84%.

c) 93%.

d) 85%.

02. Quantos pais participaram da pesquisa "Valor do Livre Brincar" em dez países?

          a) 1.217.

          b) 10.000.

          c) 12.170.

          d) 12.000.

    03. O que atraiu o movimento "Livre Para Descobrir" para estimular as crianças a brincarem mais?

        a) Pesquisa sobre alimentação infantil.

        b) Pesquisa sobre o valor do livre brincar.

        c) Pesquisa sobre educação digital.

        d) Pesquisa sobre esportes infantis.

     04. Qual é a tendência global em relação às crianças conectadas, conforme a notícia?

        a) Crescimento.

        b) Estabilidade.

        c) Declínio.

        d) Flutuação

    05. No Brasil, qual porcentagem dos pais acredita que as crianças frequentemente não querem brincar sem tecnologia?

        a) 64%.

        b) 75%.

        c) 84%.

        d) 89%.

    06. De acordo com Vital Didonet, como os pais podem abordar a questão do uso de eletrônicos pelas crianças?

        a) Proibir totalmente o uso de eletrônicos.

        b) Participar de ambas as brincadeiras com os filhos.

        c) Ignorar a preferência das crianças.

        d) Deixar as crianças decidirem sozinhas.

    07. O que Vital Didonet defende sobre brincar com liberdade de movimentos físicos?

        a) Envolver apenas o corpo da criança.

        b) Desenvolver apenas as capacidades físicas.

       c) Envolver a criança inteira: corpo e imaginação, sentimentos e pensamento.

       d) Não é relevante para o desenvolvimento infantil.

    08.Segundo uma pesquisa, qual é a preferência das crianças brasileiras em relação às brincadeiras com esportes?

         a) Preferem esportes ao ar livre.

         b) Preferem esportes virtuais.

         c) Preferem esportes tradicionais.

         d) Não têm preferência.

  09. Como a tecnologia é descrita em relação ao seu apelo para as crianças?

         a) Monótona e previsível.

         b) Mágica, surpreendente, aprovada e desafiadora.

         c) Difícil de entender.  

         d) Sem graça e sem estímulo.

 10. De acordo com Vital Didonet, como as crianças se comportaram diante da telinha em comparação com brinquedos não estruturados?

         a) Tendem a ser mais criativos.

         b) Tornam-se mais controladoras.

         c) Apenas respondem ou correspondem.

         d) Ficam menos engajados.

 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

CONTO: O PONCHE - AUTOR DESCONHECIDO - COM GABARITO

  CONTO: O PONCHE

                      Autor: Desconhecido

Um assassino decide que aquela era a ocasião perfeita para matar todos que odiava. Convidado para uma festa, ele comparece trazendo em suas mãos uma jarra. Logo cumprimenta o anfitrião e mostra o que trouxe. Serve dois copos de ponche, feito com groselha, água e gelo apenas. Um ele mesmo bebe e outro quem bebe é o dono da festa. Esse elogia o ponche e brinca sobre o mesmo ainda não estar "batizado". O maníaco sorri e diz estar com um probleminha. Diz ter que sair, mas que voltará antes do fim da festa.


Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-R58EI7F0LphBj9J96OzZODF-j2TBmSQHj3-zSqNSvfZ1hcWWQ6KsddXpm6jqS5RykTjh0FqEfiHKdhhLV4-eG8ZUPZs6lupCVDxZX0doRe4Fu7SaLC1g5MplwkivNfPHCr_1WK7v6lVk_zzbdA8Xku0A6TwGOjXJoi3LTm1bfkZSUzR5Xia-45EQDTI/s320/ponche.png

Despede-se de todos e sai da casa, local da festa. Atravessa a rua e entra em seu carro. Liga o rádio e fica ali à espreita, observando a movimentação de longe. Após algumas horas, volta para a festa. Todos mortos, e o ponche quase acabado. Mais uma vez, sorri, dando por concluído seu plano.

Como ele conseguiu executar seu plano, matando todos?

 

Entendendo o texto

01. Quem é o protagonista da história?

a) O convidado da festa.
b) O assassino.
c) Um convidado surpresa.
d) O dono da casa.

02. O que o assassino traz em suas mãos quando chega à festa?

        a) Uma faca ensanguentada.
        b) Uma jarra.
        c) Uma caixa de presentes.
        d) Um buquê de flores.

03. Qual é o ingrediente principal do ponche servido pelo assassino?

       a) Vodka.
       b) Groselha.
       c) Suco de laranja.
       d) Refrigerante.

04. Quem bebe o segundo copo de ponche preparado pelo assassino?

     a) O assassino.
     b) O dono da festa.
     c) Todos os convidados.
     d) Ninguém.

05. O que o convidado comenta sobre o ponche?

     a) Elogia a bebida e brinca que ainda não está "batizada".
     b) Crítica o sabor da bebida.
     c) Diz que o ponche está quente demais.
     d) Recusa-se a experimentar.

06. Qual é o problema considerado pelo assassino antes de sair da festa?

     a) Seu carro cortado.
     b) Um compromisso urgente.
     c) Não gosta do ambiente da festa.
     d) Problema de saúde.

07. O que o assassino faz enquanto está fora da festa?

      a) Vai a outro evento.
      b) Observa a movimentação de longe.
      c) Tira uma soneca no carro.
      d) Lê um livro.

08. O que acontece quando o assassino retorna à festa?

      a) Todos estão felizes e dançando.
      b) Todos estão mortos.
      c) A festa está vazia.
      d) O convidado está irritado.

09. Como o assassino concluiu seu plano?

     a) Envenenando a comida.
     b) Atirando em todos.
     c) Distribuindo bombons envenenados.
     d) Utilizando o ponche como meio de envenenamento.

10. Onde se passa a maior parte da história?

     a) Dentro da casa do assassino.
     b) Na rua.
     c) No carro do assassino.
    d) Na festa na casa do anfitrião.

 

 

 

 

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domingo, 3 de dezembro de 2023

HISTÓRIA: DA ARARA MISTERIOSA - SHENIPABU MIYUI - COM GABARITO

 História: Da Arara Misteriosa

        Vou contar para vocês como surgiu Shãwã Bake, a arara nova misteriosa.

        Um dia, o homem foi fazer tocaia. Fez comida de uricuri para esperar alguns bichos embaixo da terra alta, onde tinha mata limpa de jarinas.

        Então, o homem viu que tinha arara nova no pau do mulateiro. Pensou que viria buscar no dia seguinte.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFVJyimJuSZT6mSJARauvsf5kvzAzGPb22YUikGu_IWxZS2BGWbTq0uxjaJRWg_gIUDvN7nvknFnJLbwqiEd2aaDwZpNQF60WQmBXppIWDPvG5ifAi9aM1Wasr3LhflMZcUrkYI3fCJD9Xap-a-za02vyFLS_OwkNCd1DPRvC83oYp5gRbmVYUEgLSl0w/s320/ARARA.jpg


        Quando chegou em casa, contou para sua mulher que desejou a arara nova. Ela não tinha filhos e queria criar a arara nova.

        No dia seguinte, foram os dois. E quando chegaram na tocaia, ele matou um nambu para a mulher comer. Chegaram no mulateiro e viram que não precisavam derribar o pau. Podiam subir em um outro pau, chegar na forquilha do mulateiro e pegar a arara nova.

        O homem tirou então envira para amarrar o galho de pau no outro pau do mulateiro. Nesse dia, ele fez somente armar a envira para trepar. Deixou para vir buscar a arara no dia seguinte. Porque a arara misteriosa dominava o dia para ficar curto. E tudo escurecia ligeiro.

        Dia seguinte, chegaram onde estava a arara. Ela já cortara toda a envira que o homem tinha amarrado na véspera. Então, ele amarrou novamente. Como já estava escurecendo, deixou para vir buscar no dia seguinte.

        Quando o dia amanheceu, foram de novo. E a arara já tinha feito a mesma coisa. O homem teve que ajeitar mais uma vez o que já tinha feito.

        Então, subiu com a peira nas costas, deixando a mulher embaixo. Quando chegou na forquilha do pau, viu dentro do oco do pau um filho de gente, cheio de colares de presas de animais no pescoço.

        Falou para a mulher:

        ─ Não é arara nova. E um filho de gente. E está cheio de colares.

        A mulher ficou muito contente. Pediu logo que o marido pegasse a arara nova, filhote de gente para criar.

        O homem pegou o menino e colocou na peira. Quando vinha descendo, teve muito vento e muita chuva, para ver se ele conseguia chegar com o menino sem derribar no chão.

        Quando ele desceu já quase escurecendo, a mulher pegou o menino toda contente. Enrolou com a roupa dela. Veio a noite com muito vento e chuva. Mesmo assim chegaram na casa deles. E não disseram nada para ninguém. Ficaram escondidos.

        Amanheceu o dia seguinte e o menino já sabia chupar a mãe. A mulher contou então para o povo dela que tinha um filho de arara misteriosa. O povo quis tomar o menino. E ela sovinou.

        Amanheceu o dia seguinte e o menino já queria levantar. Ele comia mingau de banana e caiçuma de milho. Ele crescia toda noite e virou um rapaz. Pedia então para seu pai para fazer flecha para ele. E matou calango, peixe. já estava todo bonito, pintado de jenipapo. Pediu ao pai para fazer flecha de matar caça. Caçou macaco, veado, anta, mutum e porco.

        Então, chegou uma irmã do marido e perguntou a sua cunhada se o rapaz podia ser genro dela. A mulher não aceitou, porque contou que o irmão dela pegara para eles no pau do mulateiro.

        O menino então teve ideia de perguntar a sua mãe se ele era realmente filho dela:

        ─ Mãe, eu sou seu filho mesmo?

        ─ Não, eu sou sua mãe de criação. Seu pai de criação encontrou uma arara nova no pau de mulateiro e deu comida. E no seguinte dia, nós fomos buscar. Mas, quando chegou na forquilha, ele viu que você não era arara nova. Você é um filho de gente. Eu fiquei muito contente, porque como eu não tive filho, você é um filho meu. Foi assim que você se criou.

        ─ Ah, assim? Agora eu entendi como vocês me criaram! Como aqui não tinha alimento, vocês caçaram para me alimentar. Agora eu vou também caçar para alimentar vocês.

        Ele caçava e trabalhava. E a própria mãe de criação começou a fazer amor com ele. Ele já tinha sido homem de outras mulheres. Andava bem longe, procurando a sua família até que achou. Caçava carne de caça com os parentes: macaco preto, macaco prego, macaco capelão.

        Começou a pensar em colocar roçado para poder alimentar os pais. Trabalhou com o pai de criação um dia inteiro marcando o terreno. No dia seguinte, ele perguntou ao pai se não precisava mais de seu serviço. Tinha encontrado sua família e podia deixar ele sozinho. Dois dias ele trabalhou seguido com a ajuda dos parentes. O pai de criação foi ver o roçado e achou ele muito trabalhador. A mãe de criação falou:

        ─ O nosso filho é bom! Colocou um roçado para nós. Plantou roçado todo só com os parentes dele.

        Tomaram caiçuma de milho verde e a mãe de criação pintou ele de jenipapo. Então, o filho convidou os pais para irem juntos no buraco dele lá perto do roçado.

        A mãe pediu para ele esperar que ela ia pintar o pai de jenipapo também. O rapaz não quis. Queria viajar no mesmo dia. Se eles não pudessem, ia antes. Seguia na frente e esperava por eles no dia seguinte.

        O jovem seguiu na mesma noite. Quando acordou do primeiro sono, ouviu o barulho de buzina de flauta e todo tipo de instrumentos dos índios, vindo do outro lado do igarapé onde ficava a aldeia. O roçado ficava na outra margem, em outra terra, onde o jovem tinha ido trabalhar. O som dos instrumentos ficava muito lindo no rumo dele. E assim acontecia.

        A mãe começou a perguntar ao pai de criação por que estava ouvindo tanto som.

        ─ Será que nosso filho já encontrou com a família dele? Nós devemos ir hoje à noite ao seu encontro.

        A música ficou tocando a noite toda inteira. já de manhãzinha, eles seguiram na carreira. Quando chegaram lá, só encontraram os restos da farra do mariri: todos tipos de instrumentos que tinham tocado à noite e muitas penas de arara na biqueira da casa. Eles tinham limpado o roçado e deixado bem varrido, a estrada bem aberta e limpa. A mulher ficou admirada com a quantidade de coisas que eles tinham feito e ficou chorando. O homem correu pela estrada atrás do filho. E ia encontrando, em todas as passagens de igarapé, as pontes que iam construindo pelo caminho. Andava, andava, andava... E ia pensando:

        ─ Eu vou encontrar com ele, nem que seja aonde for.

        Assim o pai de criação do rapaz seguiu viagem pela estrada.

        A uma hora do dia, começou a ouvir conversas ao longe. Eram eles que estavam fazendo uma ponte no igarapé grande. O filho continuava mais atrás, esperando sempre por eles, pois sabia que o pai viria à sua procura. Quando encontrou com seu pai, disse:

        ─ O titio e meu irmão já vieram me buscar. Era para vocês terem vindo comigo naquele mesmo dia. Agora você volta, que o caminho que eles vêm fazendo vai cerrando tudo.

        Foi atrás de remédio da mata. Trouxe e esfregou no olho do pai, espremeu na coroa da cabeça e em todas as juntas dos ossos dele. Mandou o pai voltar rapidamente na carreira, porque o caminho já estava cerrando.

        O pai começou a voltar, mas o caminho já estava cerrado. A mata já tinha crescido e ele nem sabia mais o caminho por onde era.

        Seguiu na direção contrária de onde tinha vindo.

        Assim aconteceu a história da arara misteriosa de nosso povo antepassado.

Organização dos professores indígena do Acre. Shenipabu Miyui. História dos antigos.

Entendendo a história:

01 – Quem encontrou uma arara nova no pau do mulateiro?

      O homem que saiu para caçar que encontrou uma arara nova no pau do mulateiro.

02 – O que o homem e sua mulher planejaram fazer com a arara nova?

      Eles planejaram criar a arara nova, pois a mulher não tinha filhos.

03 – Como o homem conseguiu capturar a arara nova pela primeira vez?

      Ele tentou amarrar o galho do mulateiro com envira para alcançar a arara.

04 – O que eles encontraram quando queriam pegar uma arara nova?

      Descobriram que na verdade não era uma arara, mas sim um filho de gente dentro do oco do pau.

05 – Como o menino foi criado pelos pais adotivos?

      Ele foi alimentado e cuidado pelo homem e pela mulher que o encontrou no pau do mulateiro.

06 – Qual foi a ocupação do rapaz ao crescer?

      Ele se tornou um caçador habilidoso, caçando animais como macacos, veados, antas, mutuns e porcos.

07 – Por que o rapaz decidiu procurar sua família verdadeira?

      Ele queria encontrar sua família e passou a trabalhar para alimentar seus pais adotivos.

08 – O que o rapaz fez para ajudar os pais adotivos?

      Ele plantou um roçado para alimentá-los e declarou ser trabalhador e responsável.

09 – Como o rapaz encontrou sua família verdadeira?

      Ele foi andando para o local onde foi encontrado, e sua família o encontrou lá.

10 – Como o pai adotado tentou reencontrar o rapaz quando ele partiu novamente?

      Ele percorreu a estrada construída pelo rapaz, mas a mata cresceu e ele se perdeu no caminho de volta.

 

 

 

HISTÓRIA: DO RELÂMPAGO E DO TROVÃO - SHENIPABU MIYUI - COM GABARITO

 História: Do Relâmpago e do Trovão

        Era uma mulher gestante que estava na canoa dentro do rio. Então começou uma chuva bem forte com relâmpago. O relâmpago caiu na barriga da mulher e abriu. Então, o filho nasceu. O filho ficou chorando, chorando, no pé do salão no barranco do rio.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKDwiDAFWYJxM0dLcECtBvnR7vTmf0BJmOFXF_YeogLEiYDggJIasPWLiqVZ_Cd1F5K-8eTZKbUoiTCU7-D0E6A7GyBF9ncU0Faq1YNzOTAV8Fpdp9pmt3qSZcilVUeBoqk6eLXqANBFExwr3whyD6BgDRfXiuld5aZ6MZM4PUADu1X22Zvv-rSeMvXAA/s320/RELAMPAGO.jpg


 Apareceu, então, o caranguejo que pegou a criança com as duas presas, e levou para onde morava numa boquinha do salão do rio. O menino ficou lá por muito tempo e lá cresceu.

        O tempo foi passando, passando... Um dia, o tio desse menino foi caçar e viu o sobrinho no igarapé. Ele voltou para aldeia e contou para os parentes que tinha visto o menino no igarapé. Assim descobriram onde ele morava.

        Um dia choveu muito, muito. O igarapé ficou cheio de uma espuma branca. Os índios parentes do menino combinaram de pegar ele de volta assim: um vinha de cima, outro de baixo e os demais ficaram pastorando no barranco. O índio que vinha descendo o igarapé colocou espuma na cabeça para enganar o menino que estava brincando na beira. Conseguiram pegar de volta o menino que gritou muito, chorando. Nessa hora, vieram alguns caranguejos lutar pelo menino, mas os parentes conseguiram espantar os caranguejos. O menino lutou para não ir, mas foi assim mesmo.

        Depois, na aldeia, os índios deram comida de gente ao menino, mas ele não quis.

        Só queria comida de caranguejo, caroço da fruta de paxiubinha e paxiubão. Até que o menino se acostumou na aldeia. Quando já estava com dez para onze anos, deram arco e flecha para ele fazer caçada e o que mais precisasse.

        Quando já estava grande, na base de uns quinze anos, o menino disse que queria conhecer a mãe dele. Os índios disseram que não podia, que ela estava no céu. Contaram a história para ele. Ele então teimou em ir até lá no céu. Pediu que sua avó fizesse uma corda de algodão bem grande. Jogou essa corda até o céu com a ponta presa numa forquilha. Disse que voltava logo. Foi cubindo pela linha até chegar no céu onde morava sua mãe. O seu pessoal na terra ficou olhando, acompanhando, até que ele sumiu.

        Chegou então no céu. Lá era o mesmo que na terra. A mãe dele estava casada com o Kana, Yuxibu, o relâmpago encantado. Encontrou também suas cinco irmãs. Todos ficaram animados. A mãe perguntou tudo sobre a terra. O filho pediu que ela voltasse, que fosse morar na aldeia. Ela disse que não podia: já estava lá e assim ia continuar. O filho perguntou pelo marido da mãe. Ele tinha saído para beber nawaki, uma bebida que o relâmpago encantado bebe e arrota. Esse arroto é o trovão.

        O filho disse que ia vingar a morte da mãe, matando o relâmpago encantado. Preparou, para isso, uma arma, shatxi, que é igual a uma navalha. Esperou...

        Lá veio Kana Yuxibu, o relâmpago, arrotando e tocando a borduna, fazendo a faísca, o estalo que a gente vê brilhando no céu.

        Nessa hora, o filho se transformou em morcego e ficou na cumieira da casa, escondido com a arma. Kana Yuxibu sentou no canto, a mãe trouxe o tacão de mingau de banana, mani mutsa. O filho jogou a arma com veneno dentro do tação. Kana Yuxibu engoliu a navalha e teve um corte na veia do coração. Morreu.

        A mãe dele não gostou da vingança. Mais revoltado ainda, disse que ia matar as irmãs dele também, que eram filhas do relâmpago encantado. A mãe pediu que não fizesse isso. Mas ele fez. Deixou a menor, que tinha de um para dois anos. E voltou com ela para a aldeia. Chegou na terra e contou tudo para os parentes.

        A irmã pequena não suportou a aldeia na terra, chorava muito. Ninguém aguentou o choro dela. Aí, começou a chover, chover muito e o rio ficou cheio. Então, jogaram a criança na água. Ela ficou muitos dias no rio.

        Quando chegou no fim da terra e da água, ela subiu de novo para o céu.

        Por isso, até os dias de hoje, tem relâmpago e trovão.

Organização dos professores indígena do Acre. Shenipabu Miyui. História dos antigos.

Entendendo a história:

01 – Quem é o protagonista principal da história?

      O protagonista principal é um menino que nasceu após um evento durante uma tempestade, quando um relâmpago atingiu a barriga de sua mãe.

02 – Qual foi o papel do caranguejo na vida do menino?

      O caranguejo o levou para sua casa no rio, onde o menino cresceu.

03 – Por que os pais do menino decidiram levá-lo de volta à aldeia?

      Os pais decidiram levá-lo de volta à aldeia após descobrirem onde ele morava e combinarem uma estratégia durante uma grande chuva.

04 – Como o menino reagiu ao retornar à aldeia?

      Ele não aceitou a comida de gente e só aceitou comida de caranguejo e frutas específicas.

05 – O que motivou o menino a querer conhecer sua mãe?

      Quando ficou mais velho, ele expressou o desejo de conhecer sua mãe, apesar de ser informado de que ela estava no céu.

06 – Como o menino conseguiu alcançar o céu?

      Ele pediu para sua avó fazer uma corda longa de algodão e a lançou até o céu, subindo por ela.

07 – Quem morava com a mãe do menino no céu?

      A mãe estava casada com Kana Yuxibu, o relâmpago encantado, e tinha cinco filhas.

08 – Qual foi o estágio do confronto entre o menino e Kana Yuxibu?

      O menino envenenou Kana Yuxibu, resultando em sua morte.

09 – Como terminou a história da irmã mais nova do menino?

      A criança foi jogada no rio durante uma chuva, chorou muito e, ao chegar ao fim da terra e da água, subiu novamente para o céu.

10 – Qual é a explicação dada na história para a existência de relâmpagos e trovões até os dias de hoje?

      A história sugere que a existência de relâmpagos e trovões é resultado dos eventos que aconteceram entre o menino, sua família no céu e a vingança realizada.