sexta-feira, 17 de novembro de 2023

CRÔNICA: ARRUMAR O HOMEM - DOM LUCAS MOREIRA NEVES - COM GABARITO

 Crônica: Arrumar o homem

              Dom Lucas Moreira Neves

         

        Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano: “Se não é verdadeira... é muito graciosa!”.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGEqoZcobYOkcZxESR7t6gnUOl8ycoRym1ktJjpueHTwHgH-xrBu26nGVtnfKcZhWFmfT__Sw-Byns5TgNrFFvM-N_E0SJaZXypRfK9q2XoW1qeJs1tA5GkTkKAp8kXsrelUSQYIIpufwOcviWe2An7ebAj0UNfD5zQgY4uxirdoMynMdh7tbafHkKJ7g/s1600/MELANCOLIA.jpg


        Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido que, para um engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando conquistar um companheiro de lazer.

        A ideia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar, foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da última viagem à Europa. “Vá brincando enquanto eu termino esta conta”. sentencia entre dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não levará menos do que isso para armar o mapa do mundo com dos cinco continentes, arquipélagos, mares e oceanos, comemora o pai-engenheiro.

        Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois, dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante: “Pai, vem ver!” No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo.

        Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: “Pai, você não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado!”

        “Mas esse garoto é um sábio!”, sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: “Basta arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica arrumado!”

        Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é que se quer arrumar o mundo.

(Dom Lucas Moreira Neves Jornal do Brasil, Jan. 1997)

Entendendo a crônica:

01 – Qual é a situação inicial da crônica?

      Um pai engenheiro está tentando trabalhar tranquilamente enquanto seu filho de 7 ou 8 anos o distrai com perguntas.

02 – O que o pai decide fazer para ter um momento de paz para trabalhar?

      Ele dá ao filho um quebra-cabeça complexo para montar, esperando ganhar pelo menos uma hora de tranquilidade.

03 – Como o filho surpreende o pai em relação ao quebra-cabeça?

      Surpreendentemente, o filho completa o quebra-cabeça em apenas dez minutos, montando o mapa do mundo perfeitamente.

04 – Qual é o segredo do filho para montar o quebra-cabeça tão rapidamente?

      O quebra-cabeça tinha a figura de um homem na parte de trás. Ao montar essa peça primeiro, o mundo do quebra-cabeça se alinhava automaticamente.

05 – Qual é a reflexão final sobre essa experiência?

      A reflexão é que "arrumar o homem" é essencial para arrumar o mundo. Ou seja, focar na resolução das questões fundamentais pode resolver os problemas maiores.

06 – Quem é o autor da crônica?

      Dom Lucas Moreira Neves é o autor da crônica, publicada no Jornal do Brasil em janeiro de 1997.

07 – Que mensagem central essa história passa?

      A mensagem principal é sobre a importância de lidar com as questões fundamentais e essenciais para resolver problemas maiores, indicando que arrumar o indivíduo pode ter um impacto significativo no mundo ao redor.

 

 

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): PONTES INDESTRUTÍVEIS - CHARLIE BROWN JR. - COM GABARITO

Música(Atividades): Pontes Indestrutíveis

             Charlie Brown Jr.

Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido, eu
Tomo cuidado
Pra que os desequilibrados
Não abalem minha fé
Pra eu enfrentar com otimismo essa loucura

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrbX0kmxl18bpo2xHnaQ2jZKXqcAK1rHC5s4URZ_sQp8NF0nK20SDJULvEWL-AKOMjroSzcaCUZ-SMcggSeEuzVjTYgCHXjKBhInurOJouHeVrOxtI_PfVlaKscqIgD1qiso1hbbo3f7WbZgcmK2vIKzwKiNKTMxrrmUhISjLFyH1p8VEozARpYkSoG7I/s1600/pontes.jpg


Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida

Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

Fragmentos da realidade
Estilo mundo cão
Tem gente que desanda
Por falta de opção
E toda fé que eu tenho
Eu tô ligado
Que ainda é pouco
Os bandidos de verdade
Tão em Brasília, tudo solto

Eu faço da dificuldade
A minha motivação
A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive, é o que se faz
Saber muito é muito pouco
Stay real, esteja em paz

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem

Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

Difícil é entender e viver no paraíso perdido
Mas não seja mais um iludido
Derrotado e sem juízo
Então

Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também

Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem

Viver, viver e ser livre
Saber dar valor para as coisas mais simples
Só o amor constrói
Pontes indestrutíveis.

Composição: Thiago / Pinguim / Heitor / Edu Ribeiro / Chorão. 

Entendendo a música:

01 – Explique com suas palavras o que busca o "eu poético" desta canção?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O "eu poético" parece buscar um caminho de equilíbrio e sentido em um mundo caótico. Ele enfrenta desafios, busca manter a fé e o otimismo, querendo encontrar um propósito mesmo diante das dificuldades.

02 – Ele faz uma distinção estabelece uma diferença entre o que deseja e o que encontra no mundo? Explique

      Sim, ele distingue entre o que deseja – um rumo com sentido, fé inabalável, enfrentar a loucura com otimismo – e o que encontra no mundo: a loucura, a falta de opções, a corrupção política, dificuldades que parecem insuperáveis.

03 – Com a leitura da segunda e terceira estrofes, diga que atitudes ele aconselha às pessoas?

     Nas estrofes, ele aconselha a tomar cuidado com pessoas desequilibradas para não abalar a fé, valorizar o dever imposto pela consciência, não menosprezar a vida e resgatar forças para se sentir bem.

04 – Quais seriam para ele as consequências benéficas dessas atitudes aconselhadas?

      As atitudes aconselhadas podem trazer uma sensação de paz interior, força para lidar com os desafios, uma sensação de propósito e realização ao valorizar a vida e ao se preocupar com quem está ao redor.

05 – Na sua opinião, quem são as pessoas de verdade e as de mentira?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Acredito que, para o eu poético, as pessoas verdadeiras são aquelas que têm uma noção clara do que é certo e agem de acordo com isso, enquanto as pessoas de mentira são aquelas que podem agir de forma falsa, enganosa ou hipócrita.

06 – Ao ler a quarta estrofe, explique o que seria esse "mundo cão" e quem o habita?  Pessoas de que tipo?

      "Mundo cão" parece se referir a um ambiente difícil, hostil e cruel. As pessoas que o habitam podem ser aquelas que estão em situações desfavoráveis, sem muitas opções, talvez até à margem da sociedade ou em locais onde a corrupção é evidente.

07 – Diga o que entende por estes versos: “Resgate suas forças e se sinta bem / Rompendo a sombra da própria loucura"

      Esses versos parecem incentivar a superação dos desafios internos, como inseguranças ou momentos difíceis da vida, buscando forças para se sentir bem e superar as próprias dificuldades mentais.

08 – Que sentimentos formam "pontes indestrutíveis.”

      "Pontes indestrutíveis" provavelmente representam laços ou conexões emocionais que são fortes o suficiente para resistir a desafios, adversidades e até mesmo à loucura do mundo, como o amor, a fé, a determinação e a solidariedade.

 

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

FILME(ATIVIDADES): SOUL - DIRETOR: PETE DOCTER - COM GABARITO

 Filme(ATIVIDADES) : Soul

SINOPSE

Joe é um professor de música do ensino médio apaixonado por jazz, cuja vida não foi como ele esperava. Quando ele viaja a uma outra realidade para ajudar outra pessoa a encontrar sua paixão, ele descobre o verdadeiro sentido da vida.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFi_uD4yUb_Mi5433Vz62llHMPpMuuX2agH1OqY_gIk5n-Yvg_pbpfi-MJK7TR9nXMhYPNOJoqUeXU10jknLkDuOeMeak9_3mKvfBbIjV9eqVn3LUDUv5KDeDREyNa2jeoptQWGeWRbIpr8tvjvQM1MibQenMBOqBq64nElBS_bMFY4_Bn9WxQJL7XDFc/s320/SOUL.jpg


Data de lançamento: 11 de outubro de 2020 (mundial)

Diretor: Pete Docter

Indicações: Oscar de Melhor Filme de AnimaçãoMAIS

Bilheteria: 121 milhões USD

Em Portugal: Soul - Uma Aventura com Alma

Marque com (x) as alternativas corretas:

01. Em que cidade o personagem principal, Joe Gardner, vive em “Soul”?

a) Nova York.

b) Los Angeles.

c) Chicago.

d) São Francisco.

02. Qual é a profissão de Joe Gardner no filme?

       a) Músico

       b) Professor

       c) Cientista

       d) Advogado

03. O que acontece com Joe Gardner no início do filme?

      a) Ele ganha na loteria.

      b) Ele morre.

      c) Ele fica famoso.

      d) Ele descobre um talento secreto.

04. Qual é o nome do lugar onde as almas recebem suas personalidades em "Soul"?

        a) Terra.

        b) Zona Celestial.

        c) O Grande Antes.

        d) Cidade da Vida Após a Morte.

05. Quem dubla a voz do personagem 22 em "Soul"?

      a) Jamie Foxx.

      b) Tina Fey.

      c) Angela Bassett.

      d) Daveed Diggs.

06. O que Joe Gardner deseja mais fazer isso?

      a) Fama.

      b) Dinheiro.

      c) Uma segunda chance na vida.

      d) Um prêmio Grammy.

07. Qual é o estilo musical que Joe Gardner tocou?

      a) Jazz.

      b) Rock.

     c) Clássico.

     d) Hip-hop.

08. Qual é o protagonista de "Soul"?

      a) Mike Wazowski.

     b) Joe Gardner.

    c) Riley Andersen.

    d) Amadeirado.

09. Em que cidade se passa a maior parte da história de “Soul”?

     a) Nova Iorque.

     b) Paris.

     c) Tóquio.

     e) Londres.

10. Qual é a ocupação principal do personagem Joe Gardner?

     a) Música.

     b) Astronauta.

     c) Chefe.

     d) Cientista.

11. Quem é a mentora espiritual que ajuda Joe em sua jornada?

      a) 22

      b) Terry

     c) Vento lunar

     d)Dorothea Williams

12. O que Joe faz para ganhar a vida antes de se dedicar à música?

     a) Um professor.

     b) Taxista.

     c) Contador.

     d) Vendedor.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

CRÔNICA: PRANTO PARA O HOMEM QUE NÃO SABIA CHORAR - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO

 Crônica: Pranto para o homem que não sabia chorar

                  Carlos Heitor Cony

Havia quitandas naquele tempo. Vendiam verduras, legumes, ovos, algumas chegavam a vender galinhas em pé, quer dizer, vivas, mas eram poucas, pois todas as casas tinham quintal e todos os quintais tinham galinhas. Ia esquecendo: as quitandas mais sortidas tinham à porta, bem visíveis aos passantes, um feixe de varas de marmelo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsX-0YDTRfPzBThVI9SDGZX0HJR0GAeye3RLpOlCtxPyzdbdoVfIJoEI1_WiWY5tji9SBNmwmb_7v7FDdZSP8EaGaq5t1AuVkkafKsttcuwU1AGsvxGGV-jSrgWAciOIpRCQX6n5dLaKYc-tebQyoI5vzzXIjjse4zLBTl-XG4sYBmIfb1fwVOnY1l31A/s1600/marmelo.jpg


Para que serviam? Fica difícil explicar, mas serviam para os pais comprarem uma delas e a guardarem em casa, num lugar à mão e bem visível aos filhos. Quem nunca tomou uma surra de vara de marmelo não pode saber o que é a vida, de que ela é feita, de suas ciladas e enigmas. Há aquela frase: "Quem nunca passou pela rua tal às cinco da tarde não sabe o que é a vida". A frase não é bem essa, mas o sentido é esse.
Uma surra de vara de marmelo era o recurso mais eficaz para colocar a prole em bom estado de moralidade e bom comportamento. Acima dela, só havia o recurso capital de ameaçar o filho com um colégio interno da época: Caraça! Ir para o Caraça, a possibilidade de ir para o Caraça era uma pena de morte, uma condenação ao inferno, um atestado de que o guri não tinha jeito nem futuro.
Houve a tarde em que o irmão mais velho fez uma lambança com umas tintas que o pai comprara para pintar a casa de Segredo, o cachorro, que era solto à noite para evitar que os amigos do alheio pulassem para o quintal e roubassem as galinhas -repito, todas as casas tinham galinhas.
E "amigos do alheio" era uma expressão, uma metáfora civilizada que os jornais usavam para se referirem aos ladrões de qualquer coisa, inclusive de galinhas.
Pois o irmão foi surrado com vara de marmelo e chorou. O pai então proferiu a sentença que ele jamais esqueceria:
Homem não chora!
Em surras seguintes e sucessivas, com a mesma vara de marmelo (ela nunca se quebrava, por mais violenta que tivesse sido a surra anterior), o irmão tinha o direito de gritar, de urrar, de grunhir como um leitão na hora em que entra na faca, mas não de chorar.
Por isso, mesmo sem nunca ter tomado uma surra daquelas, ele sabia que um homem não pode chorar, nem mesmo quando açoitado por vara de marmelo. O vizinho do Lins, que tinha um filho considerado perdido, percebendo que a vara de marmelo era ineficaz como um remédio com data de validade vencida, adotou uma tira de borracha que servira de pneu a um velocípede desativado. Tal como a vara de marmelo, era maleável mas inquebrável, deixava lanhos nas pernas do filho -que mais tarde chegaria a ser capitão-do-mar-e-guerra, medalhado não em guerra nem em mar, mas por tempo de serviço.
Homem não chora e, por isso, ele decidiu que seria um homem e jamais choraria. O irmão, sim, era um bezerro desmamado, chorava à toa, nem precisava de vara de marmelo. Chorou no dia em que Segredo morreu envenenado -um amigo do alheio, antes de pular no quintal, jogou-lhe um pedaço de carne com arsênico.
Chorou mais tarde, quase homem feito. Esquecido de que homem não chora, ele chorou quando o Brasil perdeu para o Uruguai no final da Copa do Mundo de 1950. Não era homem. Atrás do gol, viu quando Gighia chutou e o estádio emudeceu e logo depois chorava, seguramente o maior pranto coletivo da história da humanidade, 200 mil pessoas que não eram homens, chorando sem vergonha de não serem homens.
Ele não podia ou não sabia chorar? Essa era a questão. Volta e meia forçava a barra, lembrava as coisas tristes que lhe aconteceram, o dia em que o pai o colocou de castigo, atribuindo-lhe a quebra de uma moringa. A perda da medalhinha de Nossa Senhora de Lourdes que a madrinha lhe dera, uma medalhinha de ouro que, segundo a madrinha, o livraria de todo o mal, amém. Não chorou nem mesmo quando, naquela primeira noite após a morte de sua mãe, ele se sentiu sozinho na vida e perdido no mundo.
Daí lhe veio a certeza. Poder chorar até que podia. O diabo é que ele não sabia mesmo chorar. Chorar é como o samba que não se aprende na escola: ou se nasce sabendo, ou nunca se sabe. Bem verdade que ele desconfiou de que os outros chorassem errado, misturando motivos. Por exemplo: o irmão, que era um Phd na matéria, quando chorava, fazia um embrulho de coisas e desditas, um mix de quebrações de cara e obtinha um pranto copioso, sincero, lágrima puxando lágrima, soluço puxando soluço.
Quando perdeu uma bolada num cassino de Montevidéu, foi para o quarto do hotel, bebeu meia garrafa de uísque e, tarde da noite, telefonou dizendo que, passados 40 e tantos anos, ainda estava chorando pela morte de Segredo.
Tivera ele essa virtude, aquilo que os ascetas chamam de "dom das lágrimas"! José, vendido por seus irmãos ao faraó do Egito, tornou-se poderoso e um dia recebeu os irmãos que o procuraram para matar a fome. Os irmãos não o reconheceram. José perguntou-lhes sobre o pai e retirou-se a um canto para chorar. Depois, sim, deu-se a conhecer e matou a fome dos irmãos que o venderam.
Jesus chorou quando soube da morte de Lázaro e o ressuscitou. A lágrima é um dom, e ele não mereceu esse dom nem mesmo quando Débora foi embora de seus sonhos e, como nos tangos, nunca mais voltou.

CONY, Carlos Heitor. Pranto para o homem que não sabia chorar. In CONY, C.H. Crônicas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 39-40.


PARA RESPONDER
          01.               As memórias relatadas por Carlos Cony neste texto guardam alguma semelhança com a sua infância? Por quê?

               Sim, os pais batiam nos filhos com varinhas.

        02.               “Uma surra de vara de marmelo era o recurso mais eficaz para colocar a prole em bom estado de moralidade e bom comportamento”. Como você pensa que as crianças de hoje escreverão uma frase equivalente para explicar como adquiriram “bom estado de moralidade e bom comportamento”?

Talvez diriam que com o diálogo, com a amizade que tenham com os pais, não há necessidade de usar varas.

03.               Qual era a utilidade das varas de marmelo mencionadas na crônica?

         As varas de marmelo eram utilizadas para surrar os filhos como forma de disciplina e moralidade. 

        04.               O que o narrador afirma sobre a frase "Quem nunca passou pela rua tal às cinco da tarde não sabe o que é a vida"?

         O narrador menciona que, embora não seja exatamente essa a frase, o sentido é semelhante, referindo-se à experiência de levar surra com vara de marmelo como algo fundamental para entender a vida.

         05.               Qual era a alternativa mais severa à surra de vara de marmelo para disciplinar um filho?

         A ameaça de enviar o filho para o Caraça, um colégio interno da época, foi considerada uma punição mais grave. 

         06.               Como o narrador descreve a ocorrência do irmão mais velho após ser surrado com a vara de marmelo?

          Apesar de gritar e urrar, o irmão não tinha permissão para chorar, pois segundo o pai, "homem não chora."

        07.               Por que o vizinho do Lins substituiu a vara de marmelo por uma tira de borracha para disciplinar o filho?

         A vara de marmelo tornou-se ineficaz, então o vizinho desenvolveu uma tira de borracha que deixava lanhos nas pernas do filho, mas era maleável e inquebrável.

      08.               Quais foram os momentos em que o irmão, contra a ideia de "homem não chora", chorou na crônica?

          O irmão chorou quando o cachorro Segredo morreu envenenado e também durante a derrota do Brasil para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950.

        09.               O narrador, em certo momento, questionou se ele sabia chorar. Qual foi a conclusão a que ele chegou?

         Ele concluiu que poderia chorar, mas não sabia como. Chorar era como o samba, algo que ou se nasce sabendo ou nunca se aprende.

        10.               Qual exemplo bíblico é mencionado na crônica para ilustrar a importância das lágrimas?

         José, vendido por seus irmãos ao faraó do Egito, chorou ao se encontrar com seus irmãos novamente, mostrando a importância e o poder das lágrimas.

 

 

 

CONTO(GAUCHESCO)- FRAGMENTO: MELANCIA - COCO VERDE - JOÃO SIMÕES LOPES NETO - COM GABARITO

 CONTO(GAUCHESCO)FRAGMENTO: MELANCIA - COCO VERDE

                                          João Simões Lopes Neto

 PERSONAGENS PRINCIPAIS: Índio Reduzo, Costa Lunanco, Costinha, sia Talapa(filha do Velho Severo), Ilhéu(primo de sia Talapa).

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilOIC94ysrIzUafFblqfqNT-KJ1bOCHzfhnnuA1jIGr8smPopLlZMbTTlW1s2ytVU7lGPNGUGKbRNmy7sm2DF3z8Fli-3Sj5Le4_dDukIUAi5ArN9M30-KTIO6QCHpwAH_2-vOiQdmFirTj6bB8GeUutkSIMFATqD-v4yiUR5xAg_r3oCHnE_sYjEHcxI/s320/melancia%20c%C3%B3pia.jpg


Costinha, filho de Costa Lunanco, era apaixonado por sia Talapa e o pai dela não queria o casamento dos dois por nada, ele queria que a filha se casasse com seu sobrinho que era um Ilhéu dono de uma casa de negócios da Vila. Costinha teria que ir viajar para muito longe para servir nas forças e foi se despedir de sia Talapa, numa noite. Os dois combinaram que em qualquer recado ou carta , ele teria o nome de Melancia e ele de Coco Verde, e só eles saberiam. Os dois se beijaram sem que ninguém visse.

O Velho Severo deixou passar um mês da saída do rapaz e já chamou seu sobrinho para se casar com sua filha. Um chasque que passava pela cidade soube do casamento e quando estava de volta no acampamento foi direto contar para Costinha que pensou em voltar correndo para a Vila, mas não pôde, pois o clarim deu toque de alarma e o inimigo estava próximo. Costinha procurou Reduzo e disse-lhe para ir correndo a Vila e dar um recado à sia Talapa:

 -Coco Verde manda novas à Melancia.

 O índio chegou a tempo, e na hora de dar as saúdes disse:

 Eu venho de lá bem longe,

Da banda do Pau Fincado:

Melancia, coco verde

Te manda muito recado!


A moça logo reconheceu que era um recado de seu amado, e o índio continuou:

Na polvadeira da estrada

O teu amor vem da guerra:...

Melancia desbotada!...

Coco verde está na terra!...


Dois dias depois Costinha chegou e pediu a mão da moça. Depois de casados, o chiru virou capataz de confiança da família.

Veja vancê que artes de namorados: Melancia...Coco-verde!...


Entendendo o texto

01. Quem são os personagens principais desta história contada no estilo gauchesco?

         Os personagens principais são Índio Reduzo, Costa Lunanco, Costinha, sia Talapa (filha do Velho Severo) e Ilhéu (primo de sia Talapa).

02. Por que o pai de sua filha Talapa, o Velho Severo, não queria o casamento de sua filha com Costinha?

         O Velho Severo não queria o casamento de sua filha com Costinha porque ele preferia que ela se casasse com seu sobrinho Ilhéu, que era dono de uma casa de negócios na Vila.

03. Como Costinha e sia Talapa mantiveram sua comunicação em segredo enquanto Costinha estava operando nas forças?

         Costinha e sia Talapa mantêm sua comunicação em segredo usando codinomes. Costinha usava o nome "Coco Verde", e sia Talapa usava o nome "Melancia" em recados e cartas, garantindo que apenas eles dois revelam a verdadeira identidade por trás desses codinomes.

04. O que aconteceu quando um chasque (mensageiro) passou pela cidade e soube do casamento de sia Talapa com Ilhéu?

         Quando o chasque soube do casamento planejado entre sia Talapa e Ilhéu, ele correu de volta para o acampamento para contar a Costinha. No entanto, Costinha não pôde voltar imediatamente para a Vila, pois o esclarecimento deu o toque de alarme devido à proximidade de um inimigo.

05. Como Costinha conseguiu enviar um recado a sia Talapa a tempo?

      Costinha pediu ajuda de Índio Redução para enviar um recado para sia Talapa. Ele instruiu Reduza a entregar o recado usando os codinomes "Coco Verde manda novas à Melancia" para que a moça confirme que era uma mensagem dele.

06. Qual foi a resposta de sia Talapa quando ela recebeu o recado de Coco Verde (Costinha) através de Índio Desconto?

         Quando sia Talapa recebeu o recado de Coco Verde por meio de Índio Reduzido, ela recebeu imediatamente que era uma mensagem de seu amado. Ela ficou feliz por receber notícias de Costinha e o recado a tranquilizou.

07. Como a história terminou para Costinha e sia Talapa?

          Costinha e sia Talapa conseguiram se casar depois que ele retornou da guerra. Costinha se tornou um capataz de confiança da família, e eles finalmente puderam ficar juntos. A história terminou com o casal feliz e unido.

08. Qual é o significado por trás dos codinomes "Melancia" e "Coco Verde" usados ​​por Costinha e sia Talapa?

          Os codinomes "Melancia" e "Coco Verde" são usados ​​como uma forma de comunicação secreta entre Costinha e sia Talapa. Eles representam um método de identificação que só os dois entendem, permitindo que expressem seu amor e mantenham a comunicação em segredo dos outros, especialmente do pai de sia Talapa, que não aprovou o relacionamento.

FILME(ATIVIDADES): TURBO - DIREÇÃO: DAVID SOREN - COM GABARITO

 FILME(ATIVIDADES): TURBO

 No cinema / 1h 36min / AnimaçãoAventuraComédia

Direção: David Soren

Roteiro David SorenDarren Lemke

Elenco: Ryan ReynoldsSamuel L. JacksonÍsis Valverde

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6cCwW1E3yPzQyRRL2CglNTaM4ecpkyjmwYglh2EcdYKQnHr3gVXj4MG-JFhXdl6sOm16JaGrhynj-1ygm2BUKMcu_csgWJpp88jzzTrHSZG1odRKD3YjrSDaFx_dJr1bZSpYMypPhr4xDGbKNEUUqZZZ6V4A-pn2vAyCbszGOUr99rkiJGj7mHfuaJjQ/s320/Turbo_(filme)_poster.jpg

 

SINOPSE

Theo (voz original de Ryan Reynolds) é um caracol de jardim, que passa o dia com outros caracóis, colhendo tomates e torcendo para não ser capturado por aves predadoras. Apesar da vida pacata, este jovem animal sonha em se tornar extremamente veloz, como o seu ídolo, o corredor campeão de Indianápolis Guy Gagné (voz original de Bill Hader). A obsessão pela velocidade faz que com Theo seja ridicularizado pelos colegas. Um dia, no entanto, ele cai acidentalmente dentro do motor de um grande carro de corrida, e um efeito inesperado acontece em seu corpo, fazendo com que ele se torne extremamente veloz. Rebatizado Turbo, o caracol encontra abrigo na casa de Tito (voz original de Michael Peña), um vendedor de comida mexicana conhecido pelos planos inusitados e que quase sempre dão errado. Surpreso com a velocidade de Turbo, Tito decide levá-lo à corrida de Indianápolis, para competir com Guy Gagné.

Entendendo o filme

01. O que acontece com o Turbo que lhe dá super velocidade?

a) Ele é atingido por um raio.

b) Ele bebe uma poção mágica.

c) Ele encontra um carro esportivo.

d) Ele é exposto a produtos químicos.

02. Qual é a grande ambição de Turbo no filme?

a) Se tornar um cozinheiro famoso.

b) Ganhar a corrida de Indianápolis.

c) Voar como um pássaro.

d) Tocar guitarra em uma banda de rock.

03. Qual é o nome do irmão mais velho de Turbo, que o apoia em sua jornada?

a) Chet.

b) Larry.

c) Benny.

d) Mike.

04. Onde a corrida final do filme "Turbo" ocorre?

a) No deserto.

b) Em uma montanha.

c) No oceano.

d) Em um autódromo.

05. Quem é o principal adversário de "Turbo"?

a) Um coelho malvado.

b) Um caracol gigante.

c) Um chef de cozinha.

d) Um piloto de corrida.

06. Qual é o nome da equipe de caracóis que forma Turbo para competir?

a) Velozes e Furiosos.

b) Equipe Turbo.

c) Equipe Tacos.

d) Super Caracóis.

07. Como Turbo se torna famoso no mundo das corridas de caracóis?

a) Ele ganha uma corrida de carros.

b) Ele quebra o recorde de velocidade de caracóis.

c) Ele se torna um chef de renome.

d) Ele se torna amigo de uma celebridade.

08. No filme "Turbo", como os personagens demonstram solidariedade em relação ao protagonista Turbo?

a) Ajudam-no a desistir de seus sonhos.

b) Compram um carro de corrida para ele.

c) Formam uma equipe de apoio para melhorar sua chance na corrida.

d) Ignoram completamente os desejos de Turbo.

09. No filme "Turbo", como Turbo demonstra sua competência como piloto de corridas?

a) Vencendo todas as corridas desde o início.

b) Desistindo de competir devido à sua falta de habilidade.

c) Treinando incansavelmente para melhorar suas habilidades.

d) Pedindo ajuda a outros personagens para competir em seu lugar.

10. Em que momento do filme "Turbo" o protagonista, Turbo, demonstra sua autonomia e determinação?

Existe vários momentos, vou citar o momento final da corrida que mesmo sem os seus poderes vence a corrida se arrastando.