sexta-feira, 25 de março de 2022

BIOGRAFIA(FRAGMENTO): MIGUEL DE CERVANTES - DESCRITORES E GABARITO

 BIOGRAFIA (FRAGMENTO): MIGUEL DE CERVANTES      

Miguel de Cervantes

Escritor e dramaturgo espanhol


29/09/1547, Alcalá de Henares

22/04/1616, Madrid

 

Miguel de Cervantes Saavedra passou a infância na cidade de Valladolid (Espanha) e estudou em Madrid e Sevilha, mas não chegou a concluir nenhum curso.

Ingressou no Exército e lutou na batalha naval de Lepanto, contra o império turco, onde teria perdido o braço esquerdo — há divergências entre os historiadores e biógrafos em relação a essa passagem. Alguns especialistas na vida de Cervantes dizem que o escritor sofreu apenas um ferimento grave no braço e perdeu os movimentos da mão.

Também combateu na África, onde foi capturado e levado pelos turcos para Argel. Depois de ficar cinco anos detido, Cervantes retornou para Madrid e começou a trabalhar como comissário de víveres do rei Felipe 2o. Paralelamente ao trabalho, ingressou na literatura publicando alguns poemas e a novela “La Galatea” em 1585, quando se casou com Catalina de Salazar, 22 anos mais nova e com a qual manteve uma convivência matrimonial de apenas um ano. [...]

Outro fato que marcou a sua formação aconteceu na Itália, quando trabalhou como serviçal para um cardeal. Na época, o país estava em ebulição com a chegada do Renascimento, um movimento artístico que revelou celebridades como Rafael, Leonardo da Vinci e Michelangelo.

Somente aos 58 anos, com a publicação da primeira parte do livro “Dom Quixote”, Cervantes conseguiu a consagração como escritor e passou a se dedicar exclusivamente à literatura. A obra narra as aventuras de um fidalgo (Dom Quixote) e seu fiel escudeiro (Sancho Pança). [...]

A história de “Dom Quixote” atravessou os séculos e continua atraindo leitores de todo o mundo. No mesmo ano em que foi lançada, a obra ganhou seis edições, fato muito raro para a época. Além disso, o livro se transformou em fonte de inspiração para outras criações literárias, como filmes, novelas, peças teatrais, óperas, balés e desenhos animados. [...]

 MIGUEL de Cervantes. UOL. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/

biografias/miguel-de-cervantes.htm>. Acesso em: 8 ago. 2019.

Fonte: Livro – APROVA BRASIL- Língua Portuguesa – 9º Ano -  Editora Moderna; editora responsável, Thaís Ginícolo Cabral. --São Paulo : Moderna, 2019, p. 34/35.

 Questão 1

D11 – Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

 Há divergências sobre o fato de Cervantes ter perdido o braço esquerdo porque

( A ) ele nunca esteve em uma batalha de verdade, apenas lutava contra moinhos de vento.

( B ) ele nunca participou de uma batalha naval, apesar de ter servido o Exército na cidade de Lepanto.

( C ) alguns especialistas acreditam que, na verdade, ele sofreu apenas um ferimento grave no braço.

( D ) historiadores afirmam que ele apenas perdeu os movimentos da mão, enquanto biógrafos negam esse fato.

 

Questão 2

D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

 O texto tem a finalidade de

( A ) fazer uma crítica à violência praticada em batalhas espanholas.

( B ) relatar os principais acontecimentos da vida do autor Miguel de

Cervantes.

( C ) noticiar como o livro Dom Quixote se tornou um sucesso de

vendas.

( D ) narrar a história de Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança.

 

Questão 3

D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,foto etc.).

 Nesse texto há dois sinais gráficos ( e ) comumente utilizados em produções desse gênero. Eles representam, respectivamente, as datas de

( A ) estrelato e morte do autor.

( B ) morte e nascimento do autor.

( C ) auge e declínio do autor.

( D ) nascimento e morte do autor.

 

RAP(ATIVIDADES): A ORDEM NATURAL DAS COISAS - EMICIDA - PROJETOS INTEGRADORES - COM GABARITO

 RAP(ATIVIDADES): A ordem natural das coisas

                 Emicida

A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga é que as aranha tece no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu

E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois

Anunciado no latir dos cães, no cantar dos galos
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz: Leva o documento, son
Na São Paulo das manhã que tem lá seus Vietnã
Na vela que o vento apaga, afaga quando passa
A brasa dorme fria e só quem dança é a fumaça
Orvalho é o pranto dessas planta no sereno
A Lua já tá no Japão, como esse mundo é pequeno
Farelos de um sonho bobinho que a luz contorna
Dar um tapa no quartinho, esse ano sai a reforma
O som das criança indo pra escola convence
O feijão germina no algodão, a vida sempre vence
As nuvens curiosas, como são
Se vestem de cabelo crespo, ancião
Caminham lento, lá pra cima, o firmamento
Pois no fundo ela se finge de neblina
Pra ver o amor dos dois mundos

[Emicida & MC Tha]
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga é que as aranha tece no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu

E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois

A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga é que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu

E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois

A ORDEM natural das coisas. Compositores: Damien Seth / Emicida. Intérpretes: Emicida e MC Tha. In: AmarElo. Intérprete: Emicida. São Paulo: Laboratório Fantasma, 2019. 1 álbum, faixa 2.

         Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 64-6.

Entendendo o Rap:

01 – Que cenas do cotidiano das periferias são destacadas nesse rap?

      O rap destaca cenas corriqueiras desse cotidiano: o trajeto de ônibus antes do nascer do sol (“só depois é que o sol nasce”; “no breu”); a preocupação da mãe com o filho de saída “Na calma das mães, que quer o rebento compor cento / E diz: Leva o documento, son”); as pequenas reformas que se faz nas casas (“Dar um tapa no quartinho, esse ano sai a reforma”).

02 – Na sua opinião, que visão a letra traz dessas cenas?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A letra expressa uma visão que destaca a simplicidade dos detalhes da rotina, com um ar de aparente calmaria.

03 – Se você fosse escrever um rap que apresentasse cenas do cotidiano da comunidade em que vive, quais cenas você destacaria? Forme um grupo com mais quatro colegas, discutam as possibilidades que melhor expressem esses contextos e anotem as ideias no caderno de registros.

      Resposta pessoal do aluno.

 

POEMA: A TECELÃ - MAURO MOTA - COM GABARITO

 Poema: A tecelã

             Mauro Mota

Toca a sereia na fábrica

e o apito como um chicote

bate na manhã nascente

e bate na tua cama

no sono da madrugada.

 

Ternuras de áspera lona

pelo corpo adolescente.

É o trabalho que te chama.

Às pressas tomas o banho,

tomas teu café com pão,

tomas teu lugar no bote

no cais do Capibaribe.

 

Deixas chorando na esteira

teu filho de mãe solteira.

Levas ao lado a marmita,

contendo a mesma ração

do meio de todo o dia,

a carne-seca e o feijão.

 

De tudo quanto ele pede

dás só bom dia ao patrão,

e recomeças a luta

na engrenagem da fiação.

 

Teces tecendo a ti mesma

na imensa maquinaria,

como se entrasses inteira

na boca do tear e desses

a cor do rosto e dos olhos

e o teu sangue à estamparia.

 

Vestes as moças da tua

idade e dos teus anseios,

mas livres de maldição

do teu salário mensal,

com o desconto compulsório,

com os infalíveis cortes

de uma teórica assistência,

que não chega na doença

nem chega na tua morte.

 

Com essa policromia

de fazendas, todo dia, 

iluminas os passeios,

brilhas nos corpos alheios.

 

Toca a sereia da fábrica

e o apito como um chicote

bate neste fim de tarde,

bate no rosto da lua.

Vais de novo para o bote.

Navegam fome e cansaço

nas águas negras do rio.

 

Há muita gente na rua, 

parada no meio-fio.

Nem liga importância à tua

blusa rota de operária.

Vestes o Recife e voltas

para casa, quase nua. 

Mauro Mota. Itinerário. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. p. 43-5.

Fonte: Aulas de Redação – Maria Aparecida Negrinho – 6° série – 8ª edição – editora Ática 1999. São Paulo – p. 73-6.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Compulsório: obrigatório.

·        Policromia: multiplicidade de cores.

02 – O texto que você acabou de ler é um poema. Dê três características que comprovem essa afirmação.

      O texto é escrito em versos, que se agrupam em estrofes; alguns versos apresentam rimas; o uso da linguagem conotativa, de imagens: “e o apito como um chicote / bate na manhã nascente / e bate na tua cama / no sono da madrugada”.

03 – Podemos dizer que este é um poma que apresenta um problema social. Justifique a afirmação.

      A vida da tecelã, narrada no poema, representa a vida de muitas operárias(os) do nosso país.

04 – Que fatos do poema demonstram que ele possui um tema social?

      Ser a tecelã mãe solteira e adolescente, sua má alimentação, a má remuneração, o desconto para a assistência médica, que de fato não existe.

05 – Que pode significar o verso “Teces tecendo a ti mesma”?

      É a exploração do trabalho da tecelã. Sua vida é totalmente consumida pelo trabalho, a ponto de a tecelã perder o seu valor enquanto gente e se igualar à matéria com que ela trabalha.

06 – Tente explicar o significado do verso “Brilhas nos corpos alheios”.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O trabalho da tecelã não é valorizado no seu fazer. Ele só “aparece” nas roupas já tecidas nos corpos das pessoas.

07 – A tecelã sempre volta tarde para casa. Justifique esta afirmativa com passagens do texto.

      “E o apito como um chicote / bate neste fim de tarde, / bate no rosto da lua”.

08 – Que palavra usada no poema contrasta com “Vestes o Recife...”?

      “Nua”.

09 – Procure explicar estes versos altamente conotativos: “Navegam fome e cansaço / nas águas negras do rio”.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A fome e o cansaço são tamanhos que se personificam.

 

NOTÍCIA: TÚNEL DO TEMPO, O SONHO SECRETO DOS FÍSICOS - REVISTA SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 Notícia: Túnel do tempo, o sonho secreto dos físicos

            Eles não contam para ninguém e não gostam de comentar o assunto em público. Mas muita gente de primeiro time anda atrás da resposta: como é que se faz para viajar no tempo?

Por Flávio Dieguez e Carlos Eduardo Lins da Silva, de Washington, com Cássio Leite Vieira

        Não existe sonho mais fantástico do que viajar através do tempo, voltar ao passado ou avançar pelas décadas à frente. O problema é que, além de fantástico, esse é um sonho comprometedor. Nenhum cientista pode sonhá-lo em público sem correr o risco sério de dar uma de maluco. Mas agora, para surpresa dos próprios físicos, a possibilidade de atravessar os séculos para a frente e para trás não pode ser de forma alguma descartada. Desde o final da década passada o físico americano Kip Thorne, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, trouxe à tona um objeto simplesmente estupendo: o wormhole, que, em inglês, quer dizer buraco de minhoca. Com esse nome nada futurista, até meio invertebrado, o wormhole pode ser a peça-chave de um futuro ônibus do tempo.

        E o que é esse bicho? É uma espécie de túnel que, segundo a teoria, pode existir no Universo. Como se fosse um atalho cósmico, ele ligaria pontos superdistantes de um modo tal que, se alguém pudesse caminhar por ele, chegaria rapidamente à outra extremidade. Ou seja, ganharia um tempo enorme. A ideia de Thorne, então, seria aproveitar esses túneis, deslocando suas extremidades para os pontos desejados e conseguir, com idas e voltas por dentro deles, saltos não apenas no espaço, mas também no tempo.

        Por enquanto, essa máquina do tempo só existe na teoria. Mas, exatamente porque só existe na teoria, tem aquele fascínio dos aviões e helicópteros esboçados nas pranchetas do século XV pelo italiano Leonardo da Vinci. Como o velho gênio italiano, Kip Thorne foi além dos limites do que é possível em sua era. (...)

      Ir para a frente é fácil. Duro é andar para trás

        Você pode não levar a sério, mas viajar no tempo não é apenas possível. É até inevitável, em certas circunstâncias. A ciência sabe disso desde 1905, data em que o alemão Albert Einstein formulou a Teoria da Relatividade. “O princípio é muito simples”, disse à SUPER o americano Michael Morris, da Butler University, em Indianápolis, pesquisador vital nos mais importantes avanços da atualidade. “Basta embarcar numa nave que alcance velocidade bem próxima à da luz, de 300.000 quilômetros por segundo”, explica Morris. “Automaticamente o tempo na nave vai começar a passar mais devagar do que na Terra.” Na volta, portanto, o viajante estará mais jovem do que os que não voaram. Em números, se o relógio da nave, nessa velocidade, marca a passagem de 12 horas, os da Terra marcam muito mais: uma década. Ou seja, em relação a quem ficou aqui, o viajante terá feito uma travessia de dez anos para o futuro.

        Já não há dúvida alguma sobre esse efeito, que foi testado e comprovado exaustivamente nos últimos trinta anos. A precisão dos resultados só não é maior porque, como as velocidades usadas são muito inferiores à da luz, o ritmo do tempo também não se altera muito. Assim, as viagens já feitas ao futuro geralmente são curtas, da ordem de frações de segundo. Mas a possibilidade, hoje, é um consenso tranquilo entre todos os físicos, diz Morris.

        Em 1985, ele embarcou numa investigação muito mais complicada: era a possibilidade de viajar para o passado. (...)

        Como tirar as dúvidas?

        Antes de começar a falar em passeios ao passado, duas coisas precisam ficar claras. Primeiro, a possibilidade é real, existe mesmo. Não é mágica, não é bruxaria. Segundo, essa possibilidade está sendo estudada com extrema cautela, pois os conhecimentos atuais da Física podem não ser suficientes para resolver as dúvidas que ainda existem. Enfim, os meios materiais para construir uma máquina do tempo como a que a teoria sugere estão muito além da tecnologia disponível. Muito, muito além. Como escreveu Thorne em seu livro: “Mesmo se as máquinas do tempo fossem possíveis pelas leis da Física ainda estaríamos mais longe delas do que o homem das cavernas estava das viagens ao espaço”.

        Como cavar um buraco de metrô no espaço vazio

        Para viajar no tempo da maneira como o teórico americano Kip Thorne visualizou é preciso embarcar num paradoxo: abrir um buraco no espaço vazio, bem do tipo que liga nada a lugar nenhum. Para entender melhor, pense por um momento nos buracos negros. Eles nascem quando uma estrela superpesada (pelo menos três vezes e meia maior do que o Sol) se apaga e fica sem energia luminosa. A estrela escurecida desaba sobre si mesma, produzindo uma esfera absolutamente preta, ultracompacta, com uma força gravitacional apavorante. Traga até mesmo os raios de luz. Dentro dela, ninguém sabe direito o que existe. Certamente não é o espaço comum. Será que, entrando lá, alguém iria sair em outro lugar do Universo?

        Passeio num wormhole

        Em 1986, Thorne já sabia que não. Tudo o que cai num buraco negro é esmagado. Propôs então viajar dentro de wormholes, os tais “buracos de minhoca” que já eram descritos em outros estudos de Cosmologia. A grande vantagem dos wormholes (que são conhecidos apenas em teoria) sobre os buracos negros é que, apesar de também ter densidade altíssima, eles não trituram ninguém.

        Mais do que isso: como os wormholes têm duas bocas, situadas em locais diferentes do Universo, seriam os túneis ideais. Só faltava direcioná-los. A partir da Teoria da Relatividade – que ensina que um relógio em movimento marca o tempo mais devagar em relação a um relógio que está imóvel –, Thorne imaginou pôr uma das bocas de um wormhole dentro de uma nave, mandando-a para uma velocíssima viagem. A outra boca ficaria na Terra. Na volta, uma das bocas, a que viajou, estaria atrasada no tempo. É claro! Se essa viagem acontecesse hoje, numa velocidade bem próxima à da luz, bastariam 12 horas de passeio para conseguir um intervalo de dez anos na Terra. Pronto! Sai um túnel do tempo para viagem: uma das bocas estaria em 2006; a outra, em 1996. E quanto tempo levaria para atravessar o túnel do tempo depois de pronto? Menos de 1 segundo! (...).

Revista Superinteressante, set. 1996. p. 46-53.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 136-140.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Décadas: espaço de dez anos.

·        Comprometedor: prejudicial, que causa problemas.

·        Físicos: aqueles que estudam Física.

·        Trazer à tona: mencionar, lembrar, trazer ao debate.

·        Estupendo: formidável.

·        Fascínio: encanto.

·        Inevitável: que não pode ser evitado.

·        Consenso: unidade de pensamento.

·        Plausível: em que se pode acreditar.

·        Conclusão: ideia final.

·        Paradoxo: afirmação que parece impossível, contrária ao senso comum.

·        Gravitacional: da gravidade; força que atrai os corpos para o centro do planeta.

·        Zeloso: cuidadoso.

·        Temer: ter medo.

·        Estigma: marca, sinal.

02 – Copie a frase em que a palavra em destaque tenha o mesmo sentido do que no texto.´

a)   Chuva, frio e vento, que tempo horrível.

b)   Vivi num tempo difícil, tempo de trabalho e carestia.

c)   Geralmente as crianças pequenas adoram ouvir histórias.

d)   Getúlio Vargas é um vulto importante da nossa história.

e)   Quem pratica esportes geralmente tem um belo físico.

f)    Albert Einstein foi o físico mais importante deste século.

03 – Dê o substantivos correspondentes a estes verbos:

a)   Sonhar – sonho.

b)   Cruzar – cruzamento.

c)   Caminhar – caminhada.

d)   Correr – corrida.

e)   Existir – existência.

f)    Virar – virada.

04 – Qual é o assunto deste texto?

      O texto trata da viagem através do tempo.

05 – Por que os cientistas têm medo de se comprometer com a máquina do tempo?

      Eles sentem medo de serem chamados de malucos.

06 – Qual foi a contribuição do físico Kip Thorne para o assunto máquina do tempo?

      O físico Kip Thorne esboçou a teoria do wormhole (“buraco de minhoca”), uma espécie de túnel que pode existir no Universo.

07 – Como seria possível viajar no tempo?

      Só seria possível com um veículo que estivesse a velocidade da luz.

08 – Por onde seria possível viajar no espaço?

      Seria possível viajar através do wormhole, deslocando-se para os pontos desejados como se fizéssemos uma velocíssima viagem num gigantesco túnel no espaço vazio.

09 – Por que a máquina do tempo ainda não é possível nos dias de hoje?

     Porque não existe tecnologia disponível nem conhecimento teórico suficiente para tal empreitada.

10 – Numere as frases segundo a ordem em que aparecem no texto:

(5) Viagens ao futuro são possíveis.

(2) A explicação do buraco negro.

(8) Viajar nos wormholes – buracos de minhoca.

(1) Um sonho fantástico.

(7) O buraco negro.

(4) Albert Einstein criou a Teoria da Relatividade.

(9) A duração da viagem.

(6) Estamos muito longe da máquina do tempo.

(3) Uma máquina que só existe na teoria.

 

NOTÍCIA: COMO NOS TORNAMOS VICIADOS EM REPASSAR NOTÍCIAS SEM LER - EMILIANO URBIM E JAN NIKLAS - O GLOBO - COM GABARITO

 Notícia: Como nos tornamos viciados em repassar notícias sem ler

Emiliano Urbim e Jan Niklas

 Ânsia por recompensa, falta de atenção e outros maus hábitos contemporâneos fazem qualquer informação ser compartilhada sem critério

        Rio – A notícia cai no seu colo, e é tão espantosa, atraente ou revoltante que não dá para ficar indiferente. Se a história chega por alguém “confiável”, aí não tem jeito mesmo. Curtir e compartilhar, é só começar. Tente imaginar, porém, que aquilo pode ser mentira. Fake news, fofoca, futrica, manipulação, equívoco. No trânsito livre da internet, ninguém mais duvida do perigo que isso representa. A mentira — é preciso reconhecer — agora tem perna longa. E você pode ser um dos responsáveis por aumentar ou reduzir o alcance dela.

        Ano passado, numa pequena cidade mexicana, histórias sobre crianças sequestradas começaram a se espalhar rapidamente por WhatsApp. Quem lia passava adiante. Indignada, uma multidão saiu em busca dos culpados. Dois homens inocentes acabaram queimados vivos. A informação era fácil de checar — não havia queixas formais contra eles nem registros de crianças sequestradas. Ainda assim, os linchadores não se deram ao trabalho de buscar a verdade.

        O exemplo acima é extremo, claro. Nem toda mentira que se ajuda a espalhar com um simples clique vai resultar na morte de alguém. Algumas podem “apenas” revelar intimidades que os envolvidos queriam preservar. Ou queimar o filme de empresas e pessoas, acusando-as de erros que elas não cometeram e intenções que não tiveram.

        [...]

        De onde vem isso, afinal?

        Graças a um coquetel de maus hábitos, que vão de falta de foco a carência crônica, passar conteúdo adiante sem critérios tornou-se comum. Tão comum que virou objeto de estudo de comunicação, psicologia e neurociência.

        Para o coordenador do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, Arthur Ituassu, a polarização dos tempos atuais intensifica essa afobação. Para o pesquisador, um tipo de compartilhamento bastante comum hoje em dia é o que ele chama de “compartilhamento político”.

        Para Ituassu, no plano da ação (e não da discussão) política, não importa o quanto a informação é falsa ou verdadeira, mas sim o quanto ela reforça “minha” posição. É um comportamento que, nos anos 1960, pesquisadores americanos batizaram de “confirmation bias”, o chamado “viés de confirmação”.

        “Para compartilhar, preciso que a informação esteja em concordância com minha posição política. Canso de avisar pessoas que estão compartilhando algo que não é verdadeiro, mas isso não faz diferença. Elas continuam compartilhando informações falsas.”, diz Arthur Ituassu, professor da PUC-Rio.

        Segundo o pesquisador, quanto mais aguerridos somos em uma posição política, maior a chance de compartilharmos notícias falsas. Dessa forma, torna-se cada vez mais importante pensar em medidas de educação em mídias digitais:

        — Isso aumenta a possibilidade de se conter a disseminação de notícias falsas, mas também de termos cidadãos melhores.

        Outra explicação para a ânsia de compartilhar está na própria dinâmica do universo digital. Segundo o psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP, Christian Dunker, nas redes há um valor pressuposto de participação. Estar on-line é uma experiência em que qualquer gesto, seja curtir, opinar ou encaminhar, adquire uma dimensão valorativa.

        — Há uma gratificação narcísica, quando recebemos de volta uma confirmação da identidade que almejamos reproduzir, em gosto musical, culinário, político, ético. As redes aumentam nosso “eu”.

        Isso leva a outro fator decisivo para entender nosso comportamento nas redes: desde Freud, analisa-se a psicologia das massas. A diferença é que agora se analisa uma massa digital.

        Ao compartilhar, tornamo-nos mais impulsivos porque o conteúdo perde a importância. Não interessa produzir uma reflexão, mas aumentar a coesão do “nós” — uma certa identidade coletiva da qual fazemos parte.

        — Isso gera uma degradação da comunicação, favorável à veiculação de preconceitos. Vou sempre procurar confirmar o que sinto e penso — diz Dunker, citando o tal viés de confirmação. — O que nunca diria solitariamente, mas no estado de massa digital me autorizo. Fico valente.

        [...]

        Ano passado, uma pesquisa da BBC chamada “Beyond fake news” apontou traços por trás do ato de encaminhar notícias. Segundo o estudo, muita gente superestima sua capacidade de filtrar papo furado. Ler é difícil, repassar é fácil: além do incentivo para ser o primeiro a enviar (qualquer) informação, se a notícia for tocante, a emoção supera a razão e lá vem mensagem.

        No Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas do Massachusetts, Institute of Technology (MIT), Earl Miller também estuda o popular “dedo nervoso” — e culpa as redes sociais. Segundo o neurocientista, elas nos deixam viciados em recompensas, reduzem nossa capacidade de atenção e ativam nosso instinto de manada — o efeito “Maria vai com as outras”.

        — Some tudo isso e você tem 2,5 bilhões de encaminhadores crônicos em potencial — resume Miller.

        Atualizando a antiga placa de trânsito, fica a dica: na dúvida, não repasse.

URBIM, Emiliano; NIKLAS, Jan. Como nos tornamos viciados em repassar notícias sem ler.  O Globo, 6 abr. 2019. Disponível em: https://oglobo.globo.com/cultura/como-nos-tornamos-viciados-em-repassar-noticias-sem-ler-23578257. Acesso em: 3 nov. 2019.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 86-8.

Entendendo a notícia:

01 – Por que, segundo o texto, a tentação de compartilhar seria tão grande que não conseguiria ser detida mesmo em meio a desconfianças a respeito da veracidade do fato?

      Como as notícias chegam rapidamente, muitas vezes vindas de conhecidos, pessoas em que se confia, e o fato noticiado se revela espantoso, atraente ou revoltante, o leitor não consegue ficr indiferente e acaba cedendo à tentação e à facilidade de compartilhá-lo rapidamente, sem checar sua veracidade.

02 – Por que, segundo o texto, a mentira agora teria “perna longa”?

      Há um ditado que diz que “mentira tem perna curta”, pois poderia ser desmascarada antes de alcançar um grande número de pessoas. Hoje, entretanto, com a velocidade de circulação de informação nas mídias digitais, mesmo que a mentira possa ser desmascarada com facilidade, ela ainda assim tende a alcançar um público enorme em razão da ânsia pelo compartilhamento imediato; portanto, teria “perna longa”.     

03 – Em que consistiria o “compartilhamento político”, segundo o pesquisador Arthur Ituassu? Converse com os colegas: Vocês já fizeram esse tipo de compartilhamento? Já pensaram nas consequências que ele pode ter?

      No compartilhamento político, não importaria quanto a informação é falsa ou verdadeira, mas sim quanto ela reforça a posição política assumida por quem a compartilha. É fundamental que os estudantes reconheçam e repensem suas próprias praticas ao longo deste projeto, que prevê a educação midiática e navegação pela rede de modo cidadão e responsável.

04 – Converse com os colegas: A quem interessa o compartilhamento de notícias falsas? Registre no caderno algumas das ideias que surgirem.

      O esperado é que os estudantes indiquem que grupos políticos, pessoas interessadas em difamar inimigos, pessoas que possam lucrar com a desinformação, por exemplo, são alguns dos grupos interessados na divulgação das chamadas fake News.

05 – Por que medidas educativas seriam necessárias para refrear o compartilhamento de notícias falsas? Converse com um colega.

      Com posicionamentos cada vez mais aguerridos e polarizados, torna-se necessário educar para estimular a reflexão crítica sobre posturas pessoais e a consequente transformação de atitudes, o que pode contribuir para a formação de cidadãos mais responsáveis e de uma sociedade com menos desinformação.

06 – Você consegue algumas atitudes que pode ter para combater as chamadas fake News? Leia um pouco sobre elas na sequência e, depois, escolha um dessas ações para pesquisar. 

      Incentive os estudantes a discutir o tema e se aprofundar nele. Medidas educativas como essas fazem toda a diferença para instrumentalizar os estudantes no uso responsável das redes. Chame a atenção deles tanto para o perigo das fake News, como apontado no texto apresentado, quanto para o risco de serem manipulados por sites de buscas e redes sociais.

 

NOTÍCIA: CASO DE IANOMÂMI LEVA A REAÇÃO INTERNACIONAL - O ESTADO DE S.PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Caso de Ianomâmi leva a reação internacional

           Índia Paulina faz ritual para filha morta por infecção e aguarda cura de segundo filho

        Boa Vista – O filho morto embrulhado, outro enfrentando a infecção hospitalar numa incubadora do Hospital-Materno, a índia Paulina voltou para o país ianomâmi, no Parafuri, deixando alguns políticos brancos muito preocupados.

        “Estão chegando a Boa Vista os enviados de organizações internacionais de direitos humanos, alarmados pelo noticiário da morte do bebê Ianomâmi”, diz o deputado estadual e médico Lúcio Távora. “Vai recomeçar a campanha pela autonomia Ianomâmi”.

        São 2 mil índios e 9 milhões de hectares que contêm as maiores jazidas de ouro e de minério. Os políticos de Roraima defendem a demarcação das áreas onde estão hoje os Ianomâmis. Mas setores da igreja e organizações internacionais de proteção a índios e direitos humanos querem a demarcação contínua, costurando numa linha só todas as aldeias Ianomâmis do Brasil e da Venezuela.

        Morte ritual – Paulina salvou os filhos gêmeos do sacrifício. Pelos mandamentos dos Ianomâmis, deveriam ser mortos. Ela lhes daria uma folhinha que os sufocaria, ou prenderia seus lábios e nariz até mata-los. Depois os penduraria como frutos numa árvore. Tinha um motivo a mais para o infanticídio: com um filho de 3 anos, não poderia sequer engravidar. A sobrevivência dos gêmeos foi comemorada como “vitória total” pela madre Florença, uma mulata alta, de hábito branco, filha de guianês com brasileira, a “noviça rebelde” de Boa Vista, que percorre com sua moto Honda 70.

        Na aldeia do Parafuri, a uma hora e meia de voo de Boa Vista, Paulina vai cremar a filha morta. Das cinzas fará um mingau. E oferecerá porções aos parentes mais próximos. O ritual foi antecipado pelo antropólogo Edgard Dias Magalhães, na Casa do Índio. E contou que os Ianomâmis só não matam gêmeos se a mãe encontrar mulheres que os queiram, separados, como filhos. Mas é difícil encontra-las, porque há uma condição: não podem ter crianças de até 3 anos, nem poderão tê-las nos próximos três anos.

        “As tarefas destinadas às mulheres permitem que elas cuidem de uma criança por vez”, dia Magalhães. Paulina voltará para o filho que ficou no Hospital-Materno após o ritual na aldeia, que levará alguns dias. Irmã Florença prometeu cuidar dele como mãe. As crianças Ianomâmis chamam de mãe diversa mulheres, como as avós e as tias.

        “Na visão de mundo dos Ianomâmis, alguns rituais são necessários para a alma sair do corpo”, acrescenta Magalhães. A cremação “lança a alma para um outro nível”. Se ficar presa aos ossos, a alma e todos os parentes sofrerão muito. Nenhum índio esquece do doente que partiu para tratamento. Esperam vê-lo de novo, vivo ou morto. Paulina exigiu a promessa de que o sobrevivente dos gêmeos lhe seja enviado, caso morra. Ela os teve no mato, sobre cinzas de uma fogueira ou dentro de um igarapé, na água, como se fosse um sofisticado parto Leboyer. E cortou o cordão umbilical com uma taquara. (M.R.).

O Estado de S. Paulo, 4 nov. 1996.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 32-3.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Incubadora: aparelho para crianças nascidas antes do tempo.

·        Autonomia: independência.

·        Igarapé: estreito canal natural entre duas ilhas, ou entre uma ilha e terra firme.

02 – Qual é o tipo deste texto?

      É um texto informativo, publicado num jornal sobre um fato real.

03 – Qual o assunto do texto?

      Fala sobre o caso de uma índia Ianomâmi que, mesmo tendo resolvido não sacrificar os filhos gêmeos – conforme pregam os costumes da tribo –, perdeu um deles por infecção hospitalar.

04 – Qual é o destino dos gêmeos na cultura dos Ianomâmis? Por quê?

      É a morte, pois, segundo eles, a mãe não pode cuidar de dois filhos aos mesmo tempo.

05 – Qual é a única salvação possível para os gêmeos Ianomâmis?

      É a “adoção” por outras mulheres que possam cria-los separados.

06 – Como é o ritual funerário desses índios? Por que os rituais são necessários?

      Os índios queimam o cadáver e, com as cinzas, fazem um mingau que será oferecido aos parentes mais próximos. Os rituais são necessários para a alma sair do corpo: se ficar presa aos ossos, a alma e s parentes sofrerão muito.

07 – Onde vivem esses índios?

      A tribo da índia Ianomâmi Paulina vive na aldeia do Parafuri, a uma hora e meia de voo de Boa Vista.

08 – Pela leitura do texto, os casais Ianomâmis podem ter filhos livremente? Justifique sua resposta.

      Não. Como a mãe tem muitas responsabilidades só pode cuidar de um novo filho quando o anterior tiver 3 anos.