quarta-feira, 17 de julho de 2019

CRÔNICA: SFOT POC - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM QUESTÕES GABARITADAS


CRÔNICA: SFOT POC      
                     Luís Fernando Veríssimo

Chamava-se Odacir e desde pequeno, desde que começara a falar, demonstrara uma estranha peculiaridade. Odacir falava como se escreve. Sua primeira palavra não foi apenas “Gugu”. Foi:
— Gu, hífen, gu.
Os pais se entreolharam, atônitos. O menino era um fenômeno. O pediatra não pôde explicar o que era aquilo. Apenas levantou uma dúvida.
           — Não tenho certeza que “gugu” se escreve com hífen. Acho que é uma palavra só, como todas as expressões desse tipo. “Dadá” etc.
           — Da, hífen, dá – disse o bebê, como que para liquidar com todas as dúvidas.
Um dia, a mão veio correndo. Ouvira, do berço, o Odacir chamando:
— Mama sfot poc.
E, quando ela chegou perto:
— Mama sfotoim poc.
Só depois de muito tempo os pais se deram conta. “Sfot Poc” era ponto de exclamação e “sfotoim poc”, ponto de interrogação.
Na escola, tentaram corrigir o menino.
— Odacir!
— Presente sfot poc.
— Vá para a sala da diretora!
— Mas o que foi que eu fiz sfotoim poc.
Com o tempo e as leituras, Odacir foi enriquecendo seu repertório de sons. Quando citava um trecho literário, começava e terminava a citaçao com “spt, spt”. Eram as aspas. Aliás, não dizia nada sem antes prefaciar um “zit”. Era o travessão. Foi para a sua primeira namorada que ele disse certa vez, maravilhado com a própria descoberta:
— Zit Marilda plic (vírgula) você já se deu conta que a gente sempre fala diálogo sfotoim poc.
— O quê?
— Zit nós sfot poc. Tudo que a gente diz é diálogo sfot poc.
— Olhe, Odacir. Você tem que parar de falar desse jeito. Eu gosto de você, mas o pessoal fala que você é meio biruta.
— Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc.
— Viu só? Você não pára de fazer esses ruídos. E ainda por cima, quando diz “sfotoim”, cospe no meu olho.
O namoro acabou. Odacir aceitou o fato filosoficamente, aproveitando para citar o poeta.
— Zit spt spt. Que seja eterno enquanto dure poc poc poc spt spt. Poc poc poc eram as reticências. Odacir era fascinado por palavras. Tornou-se o orador da turma e até hoje o seu discurso de formatura (em Letras) é lembrado na faculdade. Como os colegas conheciam os hábitos de Odacir, mas os pais e os convidados não, cada novo som do Odacir era interpretado, aos cochichos, na platéia:
— Zit meus senhores e minhas senhoras poc poc.
— Poc, poc?
— Dois-pontos.
— Que rapaz estranho…
— A senhora ainda não viu nada…
Quando lia um texto mais extenso, Odacir acompanhava a leitura com o corpo. As pessoas viam, literalmente, o Odacir mudar de parágrafo.
— Mas ele parece que está diminuindo de tamanho!
— Não, não. É que a cada novo parágrafo ele se abaixa um pouco.
Quando chegava ao fim de uma folha, Odacir estava quase no chão. Levantava-se para começar a ler a folha seguinte.
— Colegas sfot poc Mestres sfot poc Pais sfot poc. No limiar de uma era de grandes transformações sociais plic o que nós plic formandos em Letras plic podemos oferecer ao mundo sfotoim poc.
A grande realização de Odacir foi o trema. Para interpretar o trema, Odacir não queria usar poc, poc, que podia ser confundido com dois pontos. Poc plic era ponto e vírgula. Um spt só era apóstrofe. Como seria trema? Odacir inventou um estalo de língua, algo como tlc, tlc. Difícil de fazer e até perigoso. Ainda bem que tinha poucas oportunidades de usar o trema.
Odacir, apesar de formado em Letras, acabou indo trabalhar no escritório de contabilidade do pai. Levava uma vida normal. Lia muito e sua conversa era entrecortada de spt, spts, citações dos seus autores favoritos. Mesmo assim casou-se – na cerimônia, quando Odacir disse “Aceito sfot poc”, o padre foi visto discretamente enxugando um olho – e teve um filho. E qual não foi o seu horror ao ouvir o primeiro som produzido pelo recém-nascido:
— Zzzwwwwuauwwwuauzzz!
— Zit o que é isso sfotoim e sfot poc?
— Parece – disse a mulher, atônita – o som de uma guitarra elétrica.
O filho de Odacir, desde o berço, fazia a própria trilha sonora. Para a tristeza do pai, produzia até efeitos especiais, como câmara de eco. Cresceu sem dizer uma palavra. Até hoje anda por dentro de casa reverberando como um sintetizador eletrônico. É normal e feliz, mas o único som mais ou menos inteligível – pelo menos para seus pais – que faz é “tump tump”, imitando o contrabaixo elétrico.
— Zit meu filho poc poc poc. Meu próprio filho poc poc poc. – diz Odacir.
Poc, poc, poc.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé.100. ed. Porto Alegre: L&PM, 1995.p. 48-50.
ENTENDENDO A CRÔNICA

1)   O que existe de interessante no comportamento da personagem principal?
Desde pequeno Odacir tinha um procedimento incomum: transpunha para a fala os sinais de pontuação da escrita.

2)   Retire do texto o que Odacir falava quando queria representar os sinais de pontuação abaixo.
a)   Hífen – hífen
b)   Ponto de exclamação – sfot poc
c)   Ponto de interrogação – sfotoim poc
d)   Aspas – spt spt
e)   Travessão – zit
f)    Vírgula – plic
g)   Reticências – poc poc poc
h)   Dois –pontos – poc poc
i)     Ponto-e-vírgula – poc plic
j)     Apóstrofe – spt

3)   Desde que idade apresentava esse comportamento de falar dessa maneira? Em que lugares e com que pessoas falava dessa forma?
Desde que nasceu. Falava dessa forma com seus familiares, na escola, em seus relacionamentos pessoais; enfim, com todos.

4)   Segundo o texto, qual era a possível explicação para esse comportamento? No que Odacir se formou?
Ele adorava palavras. Formou-se em Letras.

5)   Odacir casou-se e teve um filho. O que o filho fazia de diferente do habitual? Que sentimento isso provocava na personagem principal?
Seu filho só se expressava com sons que lembravam uma guitarra elétrica. Isso causou grande desgosto, pois o filho não usava das quais Odacir gostava tanto.

6)   Em que aspecto reside o tom humorístico dessa crônica?
Na maneira incomum que a personagem principal encontrou para se comunicar.

7)   Na sua opinião é possível, nos dias de hoje, uma pessoa se comunicar como Odacir? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.

TEXTO: SEGREDOS DE CONTO DE FADA - REVISTA JÁ - COM GABARITO

TEXTO: SEGREDOS DE CONTO DE FADA

      Todos nós, em algum momento da infância, vivemos sob os encantos dos contos de fada. O susto, o prazer, o medo, a tristeza, a alegria, enfim, as dezenas de sentimentos expressas no rosto das crianças ao ouvir essas histórias sempre me instigaram. O que eles despertam no imaginário das crianças que tanto as fascina, e por que eles são importantes para elas?

Revista Já. Diário de S.Paulo, n.386, 28 mar.2004. p.23.
Entendendo o artigo:

1)   O texto apresenta os sentimentos da criança quando ouve as histórias dos contos de fada. Quais são esses sentimentos?
Esses sentimentos são: o susto, o prazer, o medo, a tristeza, a alegria.

2)   As palavras que nomeiam esses sentimentos são substantivos concretos ou abstratos?
Esses sentimentos são substantivos abstratos.

3)   Todos esses sentimentos referem-se às crianças. Está expresso se as crianças são meninos ou meninas? Justifique a sua resposta.
Não está expresso se as crianças são meninos ou meninas porque crianças refere-se aos dois gêneros: masculino e feminino. Provavelmente, refere-se, no caso, à ambos.

4)   Como se classifica o substantivo crianças quanto ao gênero: é uniforme ou biforme?
Crianças é um substantivo uniforme que se refere a pessoas; é sobrecomum, pois a sua forma não se altera.

5)   Você percebeu que o texto termina com uma questão: “O que os contos de fada despertam no imaginário das crianças que tanto as fascina, e por que eles são importantes para elas? Que resposta você daria a esta questão?
Resposta Pessoal.
Sugestão: Despertam a imaginação das crianças, fazendo-as sonhar, e auxiliam no desenvolvimento psíquico.


domingo, 14 de julho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): SAMBA DO ARNESTO - ADONIRAN BARBOSA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Samba do Arnesto

              Adoniran Barbosa

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais
Nós não semos tatu!

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais

No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas, mas nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta

O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos, não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez, nós num vai mais

No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas, mas nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta

Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Ah, duvido que isso num faz mar, num tem importância
Assinado em cruz porque não sei escrever"
Arnesto
                                      Composição: Adoniran Barbosa / Alocin

Entendendo a canção:

01 – Nessa letra da música, você nota que há uma história. Quem são as personagens?
      Arnesto e alguns amigos.

02 – Por que os amigos de Arnesto ficaram com reiva?
      Porque Arnesto os convidou para um samba em sua casa no bairro do Brás, mas, quando chegaram lá, não encontraram ninguém.

03 – A linguagem popular está presente em todos os versos. Procure ler em voz alta o texto e note a pronúncia das palavras. O que você entende da expressão Nóis não semu tatu?
      Nós não somos otários.

04 – Após a confusão, quando os amigos encontraram “Arnesto” o que ele fez e como reagiram os que haviam sido convidados a irem à sua casa?
      Ele pediu desculpas, mas os amigos não aceitaram.

05 – Do que reclamaram os amigos de Arnesto? O que ele deveria ter feito na opinião deles?
      Reclamaram da atitude de Arnesto, que não deixou um recado na porta.

06 – Leia atentamente as perguntas abaixo e responda-as em seu caderno:
a)   Como ficaria o refrão da música se fosse escrito em linguagem formal? Reescreva-o, fazendo somente as alterações necessárias.
O Arnesto nos convidou para um samba, ele mora no Brás
Nós fomos, não encontramos ninguém
Nós voltamos com uma raiva enorme.
Da outra vez, nós não vamos mais
Nós não somos otários.

b)   Da mesma forma, copie a segunda estrofe em seu caderno passando-a para a linguagem formal.
Noutro dia encontramos com o Arnesto
Que pediu desculpas, mas nós não aceitamos
Isso não se faz, Arnesto, nós não nos importamos
Mas você devia ter posto um recado na porta.




CRÔNICA: VÓ CAIU NA PISCINA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Crônica: VÓ CAIU NA PISCINA
               CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

        Noite na casa da serra, a luz apagou. Entra o garoto:
        – Pai, vó caiu na piscina.
        – Tudo bem, filho.
        O garoto insiste:
        – Escutou o que eu falei, pai?
        – Escutei, e daí? Tudo bem.
        – Cê não vai lá?
        – Não estou com vontade de cair na piscina.
        – Mas ela tá lá...
        – Eu sei, você já me contou. Agora deixe seu pai fumar um cigarrinho descansado.
        – Tá escuro, pai.
         – Assim até é melhor. Eu gosto de fumar no escuro. Daqui a pouco a luz volta. Se não voltar, dá no mesmo. Pede à sua mãe pra acender a vela na sala. Eu fico aqui mesmo, sossegado.
        – Pai...
        – Meu filho, vá dormir. É melhor você deitar logo. Amanhã cedinho a gente volta pro Rio, e você custa a acordar. Não quero atrasar a descida por sua causa.
        – Vó tá com uma vela.
        – Pois então? Tudo bem. Depois ela acende.
        – Já tá acesa.
        – Se está acesa, não tem problema. Quando ela sair da piscina, pega a vela e volta direitinho pra casa. Não vai errar o caminho, a distância é pequena, você sabe muito
bem que sua avó não precisa de guia.
        – Por quê cê não acredita no que eu digo?
        – Como não acredito? Acredito sim.
        – Cê não tá acreditando.
        – Você falou que a sua avó caiu na piscina, eu acreditei e disse: tudo bem. Que é que você queria que eu dissesse?
        – Não, pai, cê não acreditou ni mim.
        – Ah, você está me enchendo. Vamos acabar com isso. Eu acreditei. Quantas vezes você quer que eu diga isso? Ou você acha que estou dizendo que acreditei mas estou mentindo? Fique sabendo que seu pai não gosta de mentir.
        – Não te chamei de mentiroso.
        – Não chamou, mas está duvidando de mim. Bem, não vamos discutir por causa de uma bobagem. Sua avó caiu na piscina, e daí? É um direito dela. Não tem nada de extraordinário cair na piscina. Eu só não caio porque estou meio resfriado.
        – Ô, pai, cê é de morte!
        O garoto sai, desolado. Aquele velho não compreende mesmo nada. Daí a pouco chega a mãe:
        – Eduardo, você sabe que dona Marieta caiu na piscina?
        – Até você Fátima? Não chega o Nelsinho vir com essa ladainha?
        – Eduardo, está escuro que nem breu, sua mãe tropeçou, escorregou e foi parar dentro da piscina, ouviu? Está com a vela acesa na mão, pedindo para que tirem ela de lá, Eduardo! Não pode sair sozinha, está com a roupa encharcada, pesando muito, e se você não for depressa, ela vai tem uma coisa! Ela morre, Eduardo!
        – Como? Por que aquele diabo não me disse isto? Ele falou apenas que ela tinha caído na piscina, não explicou que ela tinha tropeçado, escorregado e caído!
        Saiu correndo, nem esperou a vela, tropeçou, quase que ia parar também dentro d’água.
        – Mamãe, me desculpe! O menino não me disse nada direito. Falou que a senhora caiu na piscina. Eu pensei que a senhora estava se banhando.
        – Está bem, Eduardo – disse dona Marieta, safando-se da água pela mão do filho, e sempre empunhando a vela que conseguira manter acesa. – Mas de outra vez você vai prestar mais atenção no sentido dos verbos, ouviu? Nelsinho falou direito, você é
que teve um acesso de burrice, meu filho!

                                      ANDRADE, Carlos Drummond de. Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987.
Entendendo a crônica:

01 – Percebe-se claramente que houve um mal-entendido gerado por um problema de comunicação entre pai e filho. Esse mal-entendido refere-se à expressão cair na piscina. Explique por que ocorreu esse mal-entendido.
      O pai entendeu a expressão cair na piscina como tomar um banho de piscina e o filho a utilizava no sentido de escorregar e cair dentro da piscina por acidente.

02 – O texto que você acabou de ler é uma crônica. Responda as questões, levando em conta os constituintes básicos de uma narrativa.
a)   Qual é o foco narrativo?
O narrador é onisciente.

b)   Quais são as personagens dessa história?
Os pais, o filho e a avó.

c)   Quais são as principais características psicológicas do pai e do menino?
O pai parecia ser descontraído, alegre, amigável, distraído e o filho, respeitoso, responsável, amoroso, educado e solidário.

d)   Em que local e tempo a narrativa se desenrola?
Em uma casa de montanha, em um tempo atual em relação ao momento da escrita da crônica.

03 – O texto começa com as seguintes informações: “Noite na casa da serra, a luz apagou”. Essas informações justificam que fato da história?
a)   Era tudo que o pai desejava.
b)   Um bom motivo para usar a vela.
c)   A falta de luz é a causa da avó cair na piscina.
d)   É bom descansar no escuro.

04 – Observe no texto, a participação do narrador. Quantas vezes ele aparece?
a)   Três vezes.
b)   Duas vezes.
c)   Quatro vezes.
d)   Nenhuma vez.

05 – Que motivo gerou a falta de entendimento por parte do pai de Nelsinho?
a)   O desinteresse do pai em querer ajudar a avó.
b)   A diferença de interpretação do verbo cair.
c)   O pai de Nelsinho não gosta de ajudar as pessoas.
d)   O pai de Nelsinho é sempre distraído quando descansa.

06 – Nas frases abaixo, assinale aquela em que o verbo CAIR indica acidente.
a)   Nossa! Tudo que eu estudei CAIU na prova!
b)   Vou CAIR no mar, a água deve estar muito gostosa.
c)   A menina CAIU de cama. Está com um febrão enorme.
d)   Chiiiii !!! A diretora CAIU da cadeira.

07 – “O garoto insiste: – Escutou o que eu falei, pai?” Passando para o discurso indireto, teremos:
a)   Escute o que eu falo! - insistiu o garoto.
b)   O garoto insistiu: - Escutou, pai?
c)   Escutou o que eu falei, pai? - o garoto insistiu.
d)   O garoto insistiu para que o pai o escutasse.

08 – Quem foi que conseguiu explicar ao pai o que realmente estava acontecendo?
      A mãe explicou a situação com detalhes, mostrando o que havia acontecido.

09 – Qual foi a reação de Eduardo ao perceber que deixara sua mãe um bom tempo dentro da piscina, sem que ela pudesse sair de lá?
      Ficou desesperado e correu em direção à piscina, quase tropeçando e caindo nela também.

10 – Como a mãe de Eduardo classificou o que aconteceu com o filho em razão de ele não compreender o que o neto explicava?
      Como um “acesso de burrice”.

11 – Levando em conta que o texto é uma crônica, explique o sentido cômico dele.
      O sentido cômico da crônica está no fato de o filho pedir socorro para o pai e ele não perceber o que realmente aconteceu, criando no texto uma série de mal-entendido.

12 – Se você estivesse no lugar do menino, como avisaria ao pai que a avó caiu na piscina?
      Resposta pessoal do aluno.





CONTO: PEDRINHO - (FRAGMENTO) - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

Conto: Pedrinho – Fragmento
           Monteiro Lobato
        [...]

        O assunto do dia foi o extraordinário caso da boneca.
        — Parece incrível! — dizia Pedrinho. — Quando recebi sua carta contando que Emília falava, não quis acreditar. Mas hoje vejo que fala e fala muito bem. É espantoso!
        — No começo — explicou Narizinho — Emília falava muito atrapalhado e sem propósito. Agora já está melhor, mas, mesmo assim, quando dá para falar asneiras ou teimar, ninguém pode com a vidinha dela. Sabe que já é condessa?
        — Sim? Condessa de quê?
        — De Três Estrelinhas, nome que ela mesma escolheu. Mas estou com vontade de mudar. Condessa é pouco. Emília merece ser marquesa.
        — Marquesa de Santos?
        — Não. Marquesa de Rabicó.
        — É verdade!… Podemos fazer de Rabicó um marquês e casar Emília com ele!
        — Isso mesmo. Tenho pensado muito nesse arranjo e até já o propus à Emília.
        — E ela aceitou?
        — Emília é muito vaidosa e cheia de si. Mas eu sei lidar com ela. Quando chegar a ocasião darei um jeito.
        [...]
                                                       LOBATO Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 31.
Entendendo o conto:
01 – Nesse trecho, Narizinho e Pedrinho conversam sobre Emília, a boneca que fala. Logo no início, há uma frase marcada por um ponto final: “O assunto do dia foi o extraordinário caso da boneca”. Que tipo de frase é essa?
      Essa frase é declarativa.

02- Que tipo de frase Pedrinho utiliza para indicar o seu espanto diante do fato de uma boneca falar? Copie duas frases que comprovem a sua resposta.
      As frases são exclamativas: “—Parece incrível!”; “—É espantoso!”.

03 – Que tipo de frases Pedrinho usa para expressar suas dúvidas? Copie duas frases interrogativas, ditas por Pedrinho, do texto.
      “—Marquesa de Santos?”; “—E ela aceitou?”.

04 – Se Pedrinho não fizesse perguntas à Emília, a conversa se desenvolveria da mesma forma? Justifique sua resposta.
      Se Pedrinho não fizesse perguntas, não haveria continuidade de pensamento expresso no diálogo, pois as perguntas indicam curiosidade, dúvida do Pedrinho em relação à boneca que fala.

05 – Agora conclua: qual a importância das frases interrogativas, exclamativas e declarativas no texto?
      As frases compõem o texto, dão andamento à história, expressam dúvidas, espanto, ou seja, expressam o que as personagens pensam ou sentem na história.


sábado, 13 de julho de 2019

POEMA: RELACIONAMENTO - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

POEMA: RELACIONAMENTO
                 ELIAS JOSÉ


Por que meu pai me olha
com tantas interrogações,
com tantas reticências?...

Por que me olha com medo
e com tanta esperança?

O medo do meu pai me encoraja,
me desafia e me ajuda
a segurar a barra.

A esperança de meu pai me assusta,
me torna reticente, incerto,
interrogativo como ele.
                                               JOSÉ, Elias. Cantigas de adolescer. São Paulo: Atual,2003. p. 62.

Entendendo o poema
1)   O texto foi escrito em verso ou prosa?
Em verso.

2)   De acordo com as duas primeiras estrofes, que sentimentos o pai revela pelo seu olhar?
Sentimentos de dúvida, hesitação, medo e esperança.

3)   Segundo o texto, que efeito tem sobre o eu poético o medo que o pai sente?
O efeito de encorajar, desafiar e enfrentar os problemas.

4)   De acordo com a última estrofe, o que provoca no eu poético a esperança sentida pelo pai?
A esperança o assusta, tornando-o calado e cheio de dúvidas e incertezas.

5)   Qual é a comparação estabelecida na última estrofe?
A comparação entre o pai e o eu poético com relação aos seus sentimentos.