sexta-feira, 13 de abril de 2018

FÁBULA: UM FOGUETE EXTRAORDINÁRIO - OSCAR WILDE - COM GABARITO

Fábula: UM FOGUETE EXTRAORDINÁRIO
              OSCAR WILDE


     Ia casar-se o filho do rei. O país estava em festa. [...] Depois de três dias, celebrou-se o casamento. [...]
  À meia-noite devia começar uma grande exibição de fogos de artifício. [...] Depois que o pirotécnico do rei dispôs tudo, os fogos começaram a conversar:
        - O mundo é mesmo muito bonito – disse um busca-pé. – Olhem aquelas tulipas amarelas. Mesmo que fossem bombas, não seriam tão bonitas. Tive a sorte de ter viajado: as viagens nos ensinam a julgar as coisas com sabedoria.
        - O jardim do rei não é o mundo, seu busca-pé pateta! – replicou um grande fósforo de cor. – Você precisa de três dias para percorrer o mundo.
        - O mundo é o lugar de onde a gente gosta – retrucou uma roda de fogo.
        Discutiram sobre isso algum tempo, até que ouviram uma tosse forte e seca; todos olharam.
        A tosse provinha de um foguete gordo e arrogante, amarrado à ponta de uma vara. Antes de falar, tossia sempre, para chamar a atenção. O foguete tossiu mais uma vez, e começou a falar em tom importante, como se estivesse a ditar suas memórias:
        - Que sorte para o filho do rei! Casou-se no mesmo dia em que vou subir. Os príncipes têm muita sorte.
        - Onde já se viu! – interrompeu o busca-pé.
        - Pensei que fosse justamente o contrário: nós é que vamos ser queimados em homenagem ao príncipe.
        - Este pode ser o teu caso, mas não o meu – replicou o foguete. – Comigo, o caso é diferente: sou um foguete importante, de uma família importante. [...] Imaginem só se alguma coisa me acontece esta noite: que desgraça para todos! O príncipe e a princesa nunca mais seriam felizes! O rei, coitado, morreria de dor. Francamente, quando penso na importância da minha posição, chego a derramar lágrimas.
        - Cuidado para não ficar molhado – comentou o fósforo de cor.
        [...]
        A Lua nasceu, e do palácio chegaram sons de música.
        O príncipe e a princesa abriram o baile. Dançavam tão bem que até as açucenas se ergueram mais para espiá-los. As outras flores marcaram o compasso. Na última pancada da meia-noite, vieram todos para o terraço, e o rei ordenou ao régio pirotécnico:
        - Pode começar.
        O pirotécnico fez uma reverência e encaminhou-se para o fundo do parque, acompanhado de seis ajudantes, levando cada um deles um archote. Foi um espetáculo de fato magnífico.  
        - Ziz! Ziz! – fazia a roda de fogo girando, girando.
        - Bum! Bum! – diziam as bombas.
        Todos fizeram grande sucesso, menos o foguete-de-lágrimas. Estava tão úmido por ter chorado que não conseguia pegar fogo. Seus parentes pobres, aos quais sempre falava com ar desdenhoso, subiram ao céu como belas e imensas flores de ouro, despetaladas em luz. A corte aplaudia e a princesa ria, felicíssima.
        “Acho que estão me reservando para outra grande solenidade”, pensou o foguete. “Só pode ser isso.”  
        E sentiu-se ainda mais orgulhoso do que antes.
        No dia seguinte, os empregados foram desmanchar a plataforma.
        “É uma comitiva que vem falar comigo”, pensou o foguete. “Vou recebê-la com a minha conhecida dignidade.”
        Ergueu o nariz, franziu as sobrancelhas, como se estivesse pensando alguma coisa da maior importância. Mas eles não lhe prestaram qualquer atenção. Só quando já se retiravam, um deles gritou:
        - Foguete ordinário! Foguete ordinário! – disse ele, enquanto girava. - impossível! Foguete extraordinário, foi isto o que o homem disse. Extraordinário e ordinário soam muito parecidos. [...]
        E caiu dentro da lama.
        - Não é confortável aqui - observou- mas acho que me enviaram para uma estação de águas a fim de recuperar minha saúde. Meus nervos estão mesmo meio abalados, e preciso de repouso.
        [...]
        De repente, dois meninos de blusas brancas chegaram trazendo gravetos de lenha e uma chaleira.
        “Devem ter sido enviados pelo rei”, pensou o foguete.
        - Olha este troço aí! - exclamou um dos meninos, retirando o foguete da lama.
        - Este troço! – replicou o foguete. – Devo estar ouvindo muito mal.
        - Coloca isso também na fogueira – disse o outro menino.
        Empilharam os gravetos, puseram o foguete em cima e chegaram-lhe fogo.
        - Ótimo! – bradou o foguete. – Vão lançar-me ao espaço em plena luz do dia, para que todos possam ficar encantados comigo.
        Enquanto se esquentava a água da chaleira, os meninos cochilaram na relva. O foguete, muito úmido, levou tempo para pegar fogo.  
        - Afinal, agora parto para o espaço – gritou ele, todo estivadinho. – Irei até a Lua, além de Marte, além do Sol! Irei tão alto que...
        Chii!Chii!Chii! E o foguete por fim subiu, a bradar:
        - Que delícia! Estou indo para o Cosmo! Que espetáculo!
        Mas ninguém reparou nele.
        Começou então a sentir por dentro um formigamento esquisito.
        “Vou explodir”, pensou. “Vou incendiar o mundo inteiro! Vou dar um estrondo tão fabuloso que ninguém falará de outra coisa durante um ano.”
        E, na verdade, explodiu, pois a pólvora cumpriu o seu dever. Mas, ninguém, ninguém, ouviu o estouro do foguete, nem mesmo os meninos deitados sobre a relva.
        Do foguete só restou a vareta, que caiu na cabeça de um ganso.
        - Deus do céu! – exclamou o ganso. – Começou a chover pedaço de pau.
        - Eu sabia que causava furor – murmurou, ofegante, o foguete-de-lágrimas. E morreu.

WILDE, Oscar. In: O príncipe feliz. Tradução e adaptação de Paulo Mendes Campos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. p. 34-35. (Fragmento)
Glossário:
Pirotécnico: Especialista em fogos de artifício.
Dispôs: Arrumou
Régio: Relativo ao ou próprio rei.
Archote: Facho que se acende com breu para iluminar ao ar livre.
Desdenhoso: Que demonstra desprezo ou orgulho.
Estivadinho: Orgulhoso, cheio de si.
Furor: entusiasmo.
Foguete: engenho pirotécnico que consiste em um tubo de papelão carregado com pólvora, e que, ao se atear fogo ao pavio, ocorre a expulsão de gases por combustão, que o leva para o alto, onde estoura com ruído; fogo do ar, foguete do ar, fogos, rojão.

Entendendo a fábula:
01 – O texto é de Oscar Wilde, um irlandês que, com muito humor, escrevia histórias em que criticava a sociedade de seu tempo. Esse texto faz parte do livro O príncipe feliz, que reúne histórias curtas que o autor escreveu para seus filhos. Nesse texto, o escritor só NÃO faz referência:
A) à inveja.
B) à vaidade.
C) à arrogância.
D) ao orgulho.
02 – O foguete interrompe a discussão dos fogos sobre o mundo para:
A) expressar sua opinião sobre o mundo.
B) falar a respeito de si mesmo.
C) comentar a cerimônia de casamento.
D) criticar o busca-pé.

03 – De acordo com o texto, NÃO se pode afirmar que:
A) as lágrimas do foguete atrapalharam sua apresentação.
B) os fogos conversaram a respeito do que pensavam sobre o mundo.
C) aquecido pela fogueira, o foguete explode e é enviado para uma estação de águas.
D) o foguete foi chamado de “ordinário” e de “troço”.

04 – No trecho “Meus nervos estão mesmo meio abalados, e preciso de repouso”, o adjetivo em destaque informa que o foguete encontrava-se:
A)  Irritado.
B) emocionado.
C) espantado.
D) tímido.

05 – Em uma narrativa, a oposição, a luta, o desequilíbrio entre duas forças ou personagens chamasse conflito. O principal conflito da história, na qual está envolvido o foguete é:
A) o desejo de ser o centro das atenções e o fato de isso não ocorrer.
B) a desejo de brilhar em uma festa de casamento ou em uma outra.
C) o desejo de fazer sucesso e o fato de ter de dividir sua atenção com seus parentes pobres.
D) o desejo de agradar ao rei ou aos convidados.

06 – Na passagem “- Coloca isso também na fogueira”, a palavra em destaque refere-se
A) ao ganso.
B) aos gravetos de lenha.
C) a uma vareta.
D) ao foguete.

07 – Na frase “A Lua nasceu, e do palácio chegaram sons de música”, os verbos destacado são empregados no pretérito, porque os fatos aconteceram
A) no mesmo momento em que foram narrados.
B) antes de serem narrados.
C) muito tempo depois de serem narrados.
D) algum tempo depois de serem narrados.

08 – Releia: “Chii! Chii! Chii! E o foguete por fim subiu (...)”. No texto, foi empregada a expressão sublinhada para
A) repetir o ruído da explosão do foguete.
B) indicar a temperatura do foguete.
C) demonstrar o espanto do foguete.
D) reproduzir o ruído da queima do foguete.

09 – No trecho “- Deus do céu! – exclamou o ganso. – Começou a chover pedaço de pau”, o sinal de exclamação foi utilizado para exprimir
A) revolta.
B) piedade.
C) súplica.
D) espanto.

10. Identifique a alternativa em que todas as palavras foram acentuadas graficamente pelo mesmo motivo.
A) ótimo, pólvora, ninguém
B) úmido, busca-pé, lágrimas
C) impossível, aí, felicíssima
D) memórias, contrário, delícia

Entendendo a tira:
01 – No último quadrinho, o humor é provocado, principalmente,
A) pela interpretação dada à ausência de resposta.
B) pela alegria da Mônica.
C) pela curiosidade da menina.
D) pela preguiça de aguardar uma resposta.
02 – Na frase “Há alguém mais bonitinha do que eu”, a palavra destacada
I.             Possui dígrafo.
II.           Não contém encontro consonantal.
III.          É polissílaba.
IV.         Contém ditongo.

Estão CORRETAS apenas as afirmativas
A) I, II
B) II, III
C) I, II, III
D) II, III, IV

03 – Pode-se afirmar que o objetivo, principal, do texto em estudo é:
A) defender uma opinião.
B) avaliar um comportamento.
C) criticar a falsidade.
D) promover o humor.

04 – De acordo com o texto, a Mônica é uma menina:
A) egoísta.
B) persistente.
C) insegura.
D) vaidosa.


NOTÍCIA: NO RIO, TUBULAÇÃO SE ROMPE E ESGOTO INUNDA SEBO E LIVRARIA - COM GABARITO


NOTÍCIA: NO RIO, TUBULAÇÃO SE ROMPE E ESGOTO INUNDA SEBO E LIVRARIA

     Jorrou esgoto do teto por 13 horas anteontem dentro do sebo Berinjela e de uma das mais tradicionais livrarias do Rio, a Leonardo da Vinci, que funciona desde a década de 1950 no subsolo do Edifício Marquês do Herval, na Avenida Rio Branco, centro da cidade. “Foi uma coisa dantesca. Não é ficção. Era uma cachoeira”, disse ontem Milena Duchiade, gerente da livraria. O estrago foi bem maior no sebo vizinho, com acervo de 28 mil livros, mas o prejuízo nos dois casos ainda não foi calculado.
         Por causado risco de curto-circuito, a sala da livraria foi interditada pela Defesa Civil e não abriu ontem. No sebo, ainda escorria um filete do teto. Os irmãos Daniel e Silvia Chomski, donos do berinjela, que funciona no local há 15 anos, contaram que ainda não tiveram coragem de ver a situação dos cerca de 20 mil livros estocados na sala dos fundos, a parte mais atingida. “A gente gosta de livro. Estou com medo de ir lá dentro. Foi o caos”, disse Silvia. Eles correram para tentar salvar parte dos 8 mil livros e centenas de CDs e DVDs expostos nas estantes.
         Preciosidade da casa, a primeira edição em francês de O Mito de Sísifo (1942), de Albert Camus, assinada pelo autor, escapou por sorte. “Graças a Deus, vendi na semana passada”, afirmou Daniel.
         Ele afirmou que os técnicos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) demoraram 4 horas para chegar ao local. “Uma atendente chegou a dizer o prazo era de 72 horas.”
        A Cedae informou que, após uma vistoria, técnicos constataram que acima da laje da galeria do condomínio há uma tubulação de esgoto que não é ligada à rede. “A tubulação está corroída e não leva o esgoto a lugar nenhum. Dessa tubulação, vazou o esgoto que inundou os dois estabelecimentos”, informou a companhia, responsabilizando o condomínio, que foi notificado.
         Já o síndico, Elídio Moreira, culpa a Cedae pelo vazamento. Segundo ele, por falta de manutenção houve retorno do esgoto da rua pela tubulação.

                                            O Estado de São Paulo, 10/6/2010.

Entendendo o texto:
01 – Há, no texto, outras vozes além da do jornalista que noticia o fato.
     a) Identifique o trecho referente ao discurso de Milena Duchiade, gerente da livraria, e o trecho referente ao discurso de Silvia Chomski, dona do sebo.
      Discurso de Milena: “Foi uma” até “uma cachoeira”; discurso de Silvia: “A gente” até “Foi o caos”.

     b) Que sinal de pontuação foi empregado para marcar os trechos referentes ao discurso dessas pessoas?
      As aspas.

     c) O discurso de Elídio Moreira, síndico, é introduzido por uma expressão que reforça a ideia de que a informação apresentada é dele e não do jornalista. Qual é essa expressão
      Segundo ele.

02 – No início do 4º e do 5º parágrafos, as vozes de um dos donos do sebo e da Cedae, respectivamente, não aparecem em discurso direto, e sim na forma de discurso indireto identifique os trechos em que isso ocorre.
       Ele afirmou que os técnicos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) demoraram 4 horas para chegar ao local. A Cedae informou que, após uma vistoria, técnicos constataram que acima da laje da galeria do condomínio há uma tubulação de esgoto que não é ligada à rede.

03 – Todo discurso é produzido numa situação específica e envolve aspectos como: quem está falando, com quem, com que finalidade, em que lugar, em que momento, etc. Os jornais geralmente assumem um compromisso com a verdade e, por isso, se propõem a relatar os fatos de modo imparcial, isto é, exatamente da forma como aconteceram, sem distorcê-los.
     a) Na notícia leda, predomina no discurso do jornalista a 1ª ou a 3ª pessoa? Justifique sua resposta.
      A 3ª pessoa, conforme demonstra o emprego de formas verbais como disse, afirmou, foi calculado.

     b) Com base no que você observou ao responder às questões anteriores, conclua: Que meios a imprensa utiliza para citar de modo fiel o discurso das pessoas?
      Utiliza a 3ª pessoa; emprega aspas para indicar que a fala de alguém está sendo reproduzida fielmente; reforça a autoria do texto com expressões como segundo fulano, disse beltrano, afirmou sicrano.


quinta-feira, 12 de abril de 2018

FILME(ATIVIDADES): DESMUNDO - ALAIN FRESNOT - COM SINOPSE E ATIVIDADES GABARITADAS

Filme(Atividades): Desmundo


Data de lançamento desconhecida (1h 40min)
Direção: Alain Fresnot
Gêneros DramaHistórico
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES

        Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma delas, Oribela (Simone Spoladore), é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira Afonso Soares D'Aragão (Cacá Rosset) se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque (Osmar Prado), que a leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que leh dê algum tempo, para ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu marido não tem e ele praticamente a violenta. Sentindo-se infeliz, ela tenta fugir, pois quer pegar um navio e voltar a Portugal, mas acaba sendo recapturada por Francisco. Como castigo, Oribela fica acorrentada em um pequeno galpão. Deprimida por estar sozinha e ferida, pois seus pés ficaram muito machucados, ela passa os dias chorando e só tem contato com uma índia, que lhe leva comida e a ajuda na recuperação, envolvendo seus pés com plantas medicinais. Quando ela sai do seu cativeiro continua determinada em fugir, até que numa noite ela se disfarça de homem e segue para a vila, pedindo ajuda a Ximeno Dias (Caco Ciocler), um português que também morava na região.

Ficha Técnica
Título Original: Desmundo
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 101 min.
Ano de Lançamento (Brasil): 2003
Distribuição: Columbia Pictures do Brasil
Direção: Alain Fresnot
Roteiro: Sabina Anzuategui e Alain Fresnot, baseado em livro de Ana Miranda


Entendendo o filme:

01 – Questões para compreensão do filme:
a)   Localize a época e o local em que a história narrada no filme se passa.
No século 16, em meados de 1530. Foi recriada cidades-vilas, com tudo que existia na época, como casas, comércios, igreja e ruas lamacentas para o cotidiano dos portugueses no Brasil.

b)   Que personagens históricos são localizáveis dentro da trama?
O padre Jesuíta, Francisco Albuquerque e Oribela.

02 – Que representa este épico “Desmundo”?
      Respeita a história que está escondida naquele emaranhado de fala portuguesa quinhentista reproduzida ficcionalmente.

03 – Nos manuais de história vemos que a sociedade colonial brasileira se caracterizou pelo patriarcalismo. O filme dialoga com essa concepção? Justifique sua resposta a partir da personagem Oribela.
      Sim. Oribela, uma órfã portuguesa de 13 anos aqui trazida, com outras seis, para se casar com colonos e assim garantir a pureza racial dos descendentes de portugueses, era uma aventura da intimidade, de horror e da esperança diante dos novos pagãos.

04 – No filme, assim como na história, como ocorria a catequização dos índios brasileiros?
      Uma das principais tarefas dos jesuítas seria trazer os índios para a “verdadeira” fé cristã. Tarefa que se mostrou de difícil execução no decorrer do processo. Para os jesuítas, extinguir costumes como a nudez, a poligamia, a antropofagia, entre outras, seria de extrema dificuldade, pois acreditavam que os índios estavam sendo governados pelo demônio, portanto, um trabalho longo e perigoso.

05 – Francisco Albuquerque, marido de Oribela, embora personagem fictício, pode ser tomado como modelo imaginável de muitos dos primeiros colonos brasileiros. Em sua opinião, Francisco se assemelha a que personagem da América Portuguesa: um sesmeiro, um bandeirante ou um comerciante de produtos da terra?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – No período colonial, os portugueses estavam se prostituindo com as índias, aqui no Brasil. O que a Rainha de Portugal juntamente com a igreja católica resolveram fazer?
      Enviar para o Brasil de seus orfanatos, mulheres para casar com os colonos para preservar a elite branca. (Portuguesa).

07 – Qual o conceito de matrimônio naqueles dias?
      Era bastante vago, pois o casamento era forçado e os nubentes nem se conheciam até o casamento, na maioria das vezes, e era atrelado ao dote.

08 – O filme aborda uma questão muito polêmica “violência sexual”. Explique.
      As relações sexuais era um verdadeiro estrupo. A satisfação feminina não fazia parte da educação sexual daquela sociedade, a mulher era objeto do prazer masculino e da reprodução.

09 – Quais as características das habitações nesta época?
      Não havia janelas e era no interior das casas bastante escuro, as casas ficavam localizadas em áreas rodeadas por escravos que poderiam se revoltar e invadir aquelas habitações, e também possíveis epidemias que poderia ser transmitida pelo vento.

10 – Como era a comunicação daquela sociedade?
      Era bastante tensa e se comunicavam muito por meio de gestos (comunicação gestual). Isto fica exemplificado, através do olhar da mulher (Antônia) no filme, que denotava para seu marido “sensualidade”, pelo fato de ter fixado em outro homem seu olhar.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" Chico Xavier


MÚSICA(ATIVIDADES): A VIA LÁCTEA - LEGIÃO URBANA - COM GABARITO

Música(Atividades): A Via Láctea

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz

Mas não me diga isso

Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor

Mas não me diga isso
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?

Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser quem eu sou

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim.
        
                                     Compositor: Renato Russo, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos.

Entendendo a canção:
01 – A canção nos retrata que momento da vida do autor?
      Retrata toda a depressão e pessimismo que Renato Russo já vinha demonstrando alguns meses antes de morrer.

02 – Não existe, em geral, palavra de consolo nos casos em que estamos completamente transtornados. Isso porque esses sentimentos não podem ser negados, pois isso seria negar sua realidade. Que versos nos mostra isto?
      “Mas não me diga isso.”

03 – Nos versos: “Hoje a tristeza não é passageira
                             Hoje fiquei com febre a tarde inteira
                             E quando chegar a noite
                             Cada estrela parecerá uma lágrima.”

      O que o eu poético quis dizer nesses versos?
      Parece dizer que “hoje em dia” a tristeza não é passageira, ao contrário de outros tempos. Ele se encontra febril, pois sofre com a AIDS. Então, projeta sobre a natureza o seu estado interno. Quando chegar a noite, isto é, no futuro, quando não mais for dia, quando não houver mais a tarde em que está febril e a doença tiver cumprido o seu desígnio, a noite, a morte chegará. Então, cada estrela, parecerá uma lágrima sobre o rosto escuro do céu. O céu padecerá e chorará.

04 – Por que o título “A via láctea”?
      Significa em latim, “Caminho de Leite”, ou seja, à protusão de estrelas concentradas em uma faixa do céu noturno. Percebe que seria uma viagem para outro plano.

05 – Em que versos o eu poético diz que queria saber usar uma máscara, como a maioria das outras pessoas, e rir do próprio sentimento, do sofrimento, fingir que está sempre bem?
      “Queria ser como os outros
       E rir das desgraças da vida
       Ou fingir estar sempre bem.”

06 – Em que versos o eu poético se sente derrotado, extraviado, desesperado, sozinho e não quer ser mais quem é?
      “Quando tudo está perdido
       Eu me sinto tão sozinho
       Quando tudo está perdido
       Não quero mais ser quem eu sou.”

07 – Segundo os Maias, o que é “A via láctea”? Pesquise e responda.
      “A via láctea era a estrada mística através da qual as almas seguiam para o submundo dos mortos.”

08 – Nesta estrofe: “Eu nem sei por que me sinto assim
                                 Vem de repente um anjo triste perto de mim.”
      O que o eu poético diz?
      Ele diz que nem sabe porque se sente assim (triste, solitário e infeliz) e fala que de repente, vem um anjo triste perto dele. O que seria um triste se não a própria morte?






 




TEXTO: COESÃO E ARGUMENTAÇÃO - REGINA H.DURIGAN - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

COESÃO E ARGUMENTAÇÃO


  O fato de o ato de escrever ser um momento em que aquele que escreve se vê sozinho frente ao papel, tendo em mente apenas uma imagem de um possível interlocutor, faz com que haja necessidade de uma maior preocupação em relação à coesão. Em geral, o aluno não sabe até que ponto deve explicitar o que tenta dizer para que se faça compreender. Entretanto, o “fazer-se compreender” é um ponto central em qualquer texto escrito; a coesão deve colaborar nesse sentido, facilitando o estabelecimento de uma relação entre os interlocutores do texto. O que se busca não é um texto fechado em si mesmo, impenetrável a qualquer leitura e sim algo que possa servir como veículo de interação entre os interlocutores.
        Há ainda mais uma questão em que se deve pensar na consideração das especificidades da modalidade escrita – a argumentação. É através dela que o locutor defende seu ponto de vista. A argumentação contribui na criação de um jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele discute com este procurando mostrar-lhe que tipo de ideias o levaram a determinado posicionamento. Dito de outra maneira, ao escrever um texto o locutor estabelece relações a partir do tema que se propôs a discutir e tirar conclusões, procurando convencer o receptor ou conseguir sua adesão ao texto.
        Não se pode traçar uma distinção absoluta entre coesão e argumentação: a coesão garante a existência de uma relação entre as partes do texto que tomadas como um todo devem constituir um ato de argumentação. As duas noções contribuem para a constituição de um conjunto significativo capaz de estabelecer uma relação entre o sujeito que escreve e seu virtual interlocutor.
        É próprio da linguagem seu caráter de interlocução. A escrita não foge a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. O texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto um agente um sujeito daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, acaba sendo um jogo entre sujeitos entre locutor e interlocutor.
                         
                          Durigan, Regina H. de Almeida et alii. A dissertação
            no vestibular. In: A magia da mudança – vestibular Unicamp.
                     Língua e literatura. Campinas, Unicamp, 1987. p. 14-5.
 Entendendo o texto:
01 – Procure no texto expressões que expliquem o significado das palavras sujeito e interlocução.
     Em várias passagens do texto as palavras em questão são explicadas:
     Sujeito: Em expressões como “aquele que escreve”; “o locutor”; “quem escreve o texto”, etc.;
     Interlocução: Em expressões como “estabelecimento de uma relação entre os interlocutores do texto”; “interação entre os interlocutores”; “jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor”. São duas palavras fundamentais à apreensão dos conceitos de coesão e argumentação.

02 – Na produção de textos escritos, há uma maior preocupação em relação à coesão. Quais as causas disso?
     A solidão de quem escreve, que tem apenas uma imagem mental do possível interlocutor.

03 – Qual a importância do “fazer-se compreender” nos textos escritos?
     É central, pois fundamenta a criação de uma verdadeira interação entre os interlocutores.

04 – Releia atentamente o primeiro parágrafo e responda: Qual deve ser a finalidade perseguida pelo produtor de textos escritos?
     O produtor de textos escritos deve ter como objetivo algo “que possa servir como veículo de interação entre os interlocutores”.

05 – Qual a importância a argumentação na elaboração de textos escritos?
     Ela fundamenta a defesa do ponto de vista do locutor, contribuindo para a interlocução.

06 – Como se relacionam coesão e argumentação?
     Os limites não são precisos: no texto dissertativo, a coesão garante que a estrutura do texto faça dele um ato argumentativo eficiente.

07 – Retire do texto passagens que explicam a frase: “É próprio da linguagem seu caráter de interlocução” (último parágrafo).
     O aluno deve apontar passagens em que se destaque a capacidade da linguagem de criar interação entre locutor e leitor.

08 – Explique a passagem: “O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados...”.
     Essa definição destaca o fato de que o texto constitui um todo articulado e significativo.

09 – Explique o que você entende por “jogo entre sujeitos”.
     O aluno deve ressaltar o caráter interlocutório do texto argumentativo.

10 – Releia a relação o texto e responda:
      a) Qual a relação de significado entre os dois primeiros parágrafos de texto? Há alguma palavra particularmente importante para o estabelecimento dessa relação?
      O primeiro parágrafo centra-se na análise da importância da coesão no texto argumentativo.
      O segundo acrescenta a isso a importância da argumentação. É, portanto, uma relação de acréscimo, ressaltada pela palavra ainda.

     b) Qual a relação de significado entre o segundo e o terceiro parágrafo?
      O terceiro parágrafo relaciona a argumentação, presentada no segundo parágrafo, com a coesão, discutida no primeiro.

     c) Qual a relação de significado entre o terceiro e o quarto parágrafo?
      O quarto parágrafo parte da relação entre coesão e argumentação estabelecida no terceiro para caracterizar o texto como um ato interlocutório.

d)Qual seria o esquema básico das ideias expostas no texto e do relacionamento entre elas?
      Análise da coesão/análise da argumentação/ relação entre coesão e argumentação/texto como ato interlocutório proveniente da relação coesão-argumentação.

11 – Quando você produz textos escritos exerce conscientemente seu papel de sujeito num ato de interlocução? Comente sua atitude nessas situações.
     Deve-se conduzir o debate para o cotidiano do aluno, mostrando-lhe como a necessidade de produzir textos argumentativos ocorre a todo momento em que se precisa expor uma ideia ou defender uma opinião. Nessas situações, o aluno, sujeito da linguagem, interage com outro ou outros sujeitos. É necessário tornar esse processo mais consciente e mais eficiente quando da produção de textos escritos.
                               
   


POEMA: TEMPESTADE - HENRIQUETA LISBOA - COM GABARITO


POEMA: TEMPESTADE
    (Henriqueta Lisboa)

               - Menino, vem para dentro,
               olha a chuva lá na serra,
               olha como vem o vento!

               - Ah! Como a chuva é bonita
               e como o vento é valente!

               - Não sejas doido, menino,
               esse vento te carrega,
               essa chuva te derrete!

               - Eu não sou feito de açúcar
                para derreter na chuva.
                Eu tenho força nas pernas
                para lutar contra o vento!

                E enquanto o vento soprava
                e enquanto a chuva caía,
                que nem um pinto molhado,
                teimoso como ele só:
               
               - Gosto de chuva com vento,
               gosto  de vento com chuva!


ENTENDENDO O POEMA:
01 – Quem é provavelmente, a pessoa que chama o menino para dentro?
      Sua mãe.

02 – O menino não tinha medo de chuva. Por que?
      Porque ele achava a chuva bonita.

03 – Quando diziam a ele “... Essa chuva te derrete! o que ele respondia?
      Dizia que não era feito de açúcar.

04 – Quando diziam: “Esse vento te carrega ...”, o que ele respondia?
      Respondia que sabia se defender do vento.

05 – Cada linha de um poema chama-se verso. Quantos versos tem o poema que você leu?
      O poema tem 18 versos.

06 – Cada grupos de versos chama-se estrofes há no poema “Tempestade”?
      No poema “Tempestade” há seis estrofes.

07 – Pela primeira estrofe do poema percebemos que a chuva ainda não começará.
     Copie os versos em que aparece essa afirmativa:
     “... olha a chuva lá na serra/ olha como vem o vento!”

08 – Apesar de achar que o vento é valente sabe se defender dele. Como?
      O menino sabe se defender do vento porque tem força nas pernas para lutar contra ele.


TEXTO: CLEMENTINA, A GATA - SYLVIA ORTHOF - COM GABARITO

TEXTO: Clementina, a gata
                Sylvia Orthof


    Clementina era uma gata de telhado, dessas gatas listradas. Vivia namorando, miando e tendo gatinhos. Mas era mais pra namoradeira do que pra mamadeira, quer dizer: não cuidava muito bem dos filhotes. Vivia esquecendo de dar de mamar.
        Ainda bem que Boby também era bassê, da mesma raça de sua avó. Se você não leu a história de sua avó, bem feito, vai pensar que estou falando de pessoa de sua família, Deus que me livre! É que sua avó era o nome de um cachorro que tive, quando era menina, da mesma raça de Boby, que tive quando meus filhos eram meninos.
      Boby cuidava dos gatinhos de Clementina. Só não dava de mamar, por motivo de Boby ser macho. Mas mãe como Boby nunca vi igual.
     Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar os gatinhos. Clementina, muito namoradeira, não queria vir, ficava requebrando em frente do portão, esquecida de que era uma senhora gata com obrigações familiares.

      ORTHOF, Sylvia. Os bichos que tive. Ed Salamandra, 2006, página 61, (fragmento).

Entendendo o texto:

01 – Na frase "Mas mãe como Boby nunca vi igual!", o ponto de exclamação indica:
a)   Admiração.
b)   Dúvida.
c)   Indiferença.
d)   Negação.

02– “Boby chamava Clementina de três horas, para a desalmada vir alimentar...”. A palavra destacada tem o sentido de:
     a) Bondosa.
     b) Cruel.

03 – Quem era a sua avó?
a)   Nome de um cachorro.
b)   Nome de um gato.
c)   Nome de uma galinha.
d)   Nenhuma das alternativas está correta.

RELATO: EUREKA: NO PÓLO DESCOBRI A TERRA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Eureka: no Pólo descobri a terra


        Acordamos às 6 horas no dia 20 de abril para ir a Iqaluit. Às 8 horas já tínhamos lotado o ônibus com algumas toneladas de material e em poucos minutos estávamos no aeroporto. Partimos às 10 horas.
      Enquanto voávamos na direção norte, olhamos da janela do avião, vimos o terreno mudar constantemente. O número de árvores diminuía cada vez mais, os lagos iam ficando congelados.
        E o solo branco de neve.
     Depois de três horas de voo, descemos em Iqaluit, uma cidade de 3 mil habitantes, antigamente um povoado de esquimós.

 ANNE HEURSEL     Eureka: no Pólo descobri a terra.
                                                                        São Paulo. FTD 1992. Fragmento.

Entendendo o texto:
01 – Esse texto pertence ao gênero:
a) carta
b) conto
c) crônica
d) relato
e) sinopse.


02 – Em que pessoa verbal estão os verbos ( acordamos, tínhamos, estávamos ) no texto acima?
a) primeira pessoa do singular
b) segunda pessoa do plural
c) primeira pessoa do plural
d) terceira pessoa do plural.

03 – “ O número de árvores diminuía cada vez mais, os lagos iam ficando congelados..."
As palavras destacadas no trecho acima são classificadas, respectivamente:
a) substantivo, substantivo, advérbio
b) substantivo, substantivo, adjetivo
c) substantivo, advérbio, adjetivo
d) substantivo, substantivo, pronomes.