segunda-feira, 9 de abril de 2018

CONTO: O GRANDE ASSALTO - FERRÉZ - COM GABARITO

Conto: O Grande Assalto


        Avenida Santo Amaro. Às 13 h.
        Um homem malvestido para em frente a uma concessionária de automóveis fechada e nota as bolas promocionais amarradas à porta.
        Um policial desce da viatura, olha para todos os lados e observa um suspeito parado em frente a uma concessionária.
        O suspeito está malvestido e descalço.
        Uma senhora sentada no banco do ônibus que para na avenida para pegar passageiros comenta com a moça sentada ao seu lado que tem um mendigo todo sujo parado em frente a uma loja de automóveis.
        Um senhor passa por um homem todo sujo, segura a carteira e começa a andar apressado. Logo que nota a viatura estacionada mais à frente, se sente seguro, amenizando os passos.
      Um jovem tenta desviar de trás do ônibus parado, os policias que ele vê logo à frente lhe trazem desconforto, pois seu carro está repleto de drogas que serão comercializadas na faculdade onde estuda.
        O homem malvestido resolve agir, dá três passos à frente, levanta as mãos e agarra duas bolas promocionais; faz a conta rapidamente e se sente realizado, quando pensa que ao vender as bolas comprará algo para beber. Uma moça alertada pela senhora ao seu lado no ônibus, chama a atenção de vários passageiros para o homem que, segundo ela, é um mendigo, e diz alto que ele acabou de roubar algo na concessionária.
        Um jovem com o carro cheio de drogas para vender na sua faculdade nota o homem correndo com duas bolas e dá ré no carro ao ver os policiais vindo em sua direção. 
        Um policial alcança o homem malvestido e bate com o cabo do revólver em sua cabeça várias vezes; o homem tido como mendigo pelos passageiros de um ônibus em frente cai e as bolas rolam pelo asfalto.
        Um motorista que dirige na mesma linha há oito anos tenta ficar com o ônibus parado para ver os policiais darem chutes e socos em um homem malvestido que está caído na calçada, mas o trânsito está livre e ele avança passando por cima e estourando duas bolas promocionais.

                           FERRÉZ, Ninguém é inocente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.


Entendendo o conto:

01 – Descreva o homem que está em frente à concessionária.
      Um homem malvestido.

a)   O que esse fato desperta nas pessoas que o veem?
As pessoas o olham com desprezo.

02 – O conto narra um grande assalto? Justifique.
      Não, conta apenas sobre um mendigo que rouba bolas promocionais.

03 – Que relações podemos estabelecer entre o título do livro do qual foi retirado esse conto com as diferentes personagens que aparecem nessa história?
      Mostra sobre os preconceitos das pessoas sobre os mendigos.

04 – Identifique:
Cenário: Na rua.

Tempo: Presente.

Tema: O grande assalto.

05 – O foco narrativo está em: ( ) 1ª pessoa (X) 3ª pessoa.
Justifique sua resposta com um trecho retirado do texto.
      Ex.: O policial alcança o homem mal vestido e bate com o cabo do revolver em sua cabeça várias vezes.

06 – Identifique no texto:
·        Situação Inicial: Um homem para em frente a uma concessionária de automóveis...

·        Conflito: O homem malvestido resolve agir, dá três passos à frente levanta as mãos e agarra duas bolas promocionais.

·        Situação final: Os policiais derem chutes e socos no homem malvestido que está caído a calçada.

07 – Qual é o sentimento das pessoas em relação ao homem?
( ) Medo                                       ( ) Solidariedade
( ) Compaixão                              (X) Indiferença.

08 – Dentre os inúmeros problemas das grandes cidades estão a violência e o preconceito. Como o texto trata desses dois temas?
     Trata a violência dos policiais para com o homem malvestido e o preconceito das pessoas com o homem.

09 – Pensando no tema do conto, estabeleça um paralelo entre a situação do homem mal vestido e do jovem universitário que está com drogas no carro.
      Que os dois estão fazendo coisas erradas, mais como só o homem está malvestido só ele é julgado como ladrão.

10 – Você já presenciou alguma cena de preconceito ou de violência? Escreva um ou dois parágrafos sobre isso.
      Resposta pessoal do aluno.




FÁBULA: O AVARENTO - LIVRO FÁBULAS - COM GABARITO

FÁBULA: O AVARENTO


        Após ter convertido toda a sua fortuna em ouro, fez dela uma barra de ouro e o enterrou próximo à muralha, junto com seu coração. 
      Todos os dias ele ia contemplar seu tesouro. Mas um trabalhador dos arredores que observara suas idas e vindas e percebera o que acontecia, esperou sua partida e roubou a barra de ouro.  
        Quando o avarento voltou e deparou com o buraco vazio, desabou em lágrimas e começou a arrancar os cabelos. 
       Um transeunte, ao ver tamanha aflição, perguntou-lhe a causa e, em seguida, lhe disse: “Não te desesperes dessa forma, meu amigo; pegue uma pedra, coloque-a no lugar da barra e imagina que é o teu ouro. Pois mesmo quando ainda o tinhas, tu na verdade não o possuías, pois dele não fazias uso”.

        MoralA posse não é nada se não se aproveita dela.

                                               (Livro Fábulas – editora Martin Claret).

Entendendo o texto:

01 – ““Não te desesperes dessa forma, meu amigo...” A vírgula foi usada com a finalidade de separar:
       A – (X) palavras que indicam chamamento.
       B – ( ) os itens de uma enumeração.
       C – ( ) as diversas ações do personagem.
       D – ( ) a fala do narrador e a do personagem.
       E – ( ) palavras que indicam uma explicação.



TEXTO: O PLANO (FRAGMENTO - O GUARANI) JOSÉ DE ALENCAR - COM GABARITO

TEXTO: O PLANO

        José Martiniano de Alencar é o principal ficcionista do Romantismo no Brasil. Explorou a lenda, a história, os costumes dos brancos e índios, a política e a vida colonial. Seus romances são divididos em 4 grupos: indianista, histórico, urbano e regionalista. A obra O Guarani, da qual retiramos o texto, faz parte do grupo indianista, onde explora o encontro/confronto entre a civilização europeia e a indígena, de que resultaria uma pretensa civilização brasileira.

O Plano 
        O fidalgo, livre do pesar de perder um amigo, assumira a sua costumada severidade, sempre que se tratava de uma falta grave.
        - Cometeste uma grande imprudência, disse ao índio; fizeste sofrer teus amigos; expuseste a vida daqueles que te amam; não precisas de outra punição além desta.
        - Peri ia salvar-te!
        - Entregando-te nas mãos do inimigo?
        - Sim!
        - Fazendo-te matar por eles?
        - Matar e…
        O índio calou-se.
        - É preciso explicares-te, para que não julguemos que o amigo inteligente e dedicado de outrora tornou-se um louco e um rebelde.
        A palavra era dura; e o tom em que foi dita ainda agravava mais a repreensão severa que ela encerrava.
        Peri sentiu uma lágrima umedecer-lhe as pálpebras:
        - Obrigas Peri a dizer tudo!
        - Deves fazê-lo, se desejas reabilitar-te na estima que te votava, e que sinto perder.
        - Peri vai falar.
        Álvaro entrava nesse momento tendo deixado no alto da esplanada os seus companheiros já livres do perigo, e quites por algumas feridas que não eram felizmente muito graves.
        Cecília apertou a mão do moço com reconhecimento; Isabel enviou-lhe num olhar toda a sua alma. As pessoas presentes se gruparam ao redor da poltrona de D. Antônio, em face do qual Peri, de pé, com a cabeça baixa, confuso e envergonhado como um criminoso, ia justificar-se.
        Dir-se-ia que confessava uma ação indigna e vil; ninguém adivinhava que su-blime heroísmo, que concepção gigantesca havia nesse ato, que todos condenavam como uma loucura.
        Ele começou:
        “Quando Ararê deitou o seu corpo sobre a terra para não tornar a erguê-lo, chamou Peri e disse:
        “Filho de Ararê, teu pai vai morrer; lembra-te que tua carne é a minha carne; que teu sangue é meu sangue. Teu corpo não deve servir o banquete do inimigo.
        “Ararê disse, e tirou suas contas de frutos que deu a seu filho: estavam cheias de veneno; tinham nelas a morte. “Quando Peri fosse prisioneiro, bastava quebrar um fruto, e ria do vencedor que não se animaria a tocar no seu corpo.
        “Peri viu que a senhora sofria, e olhou as suas contas; teve uma ideia; a herança de Ararê podia salvar a vida de todos. “Se tu deixasses fazer o que queria, quando a noite viesse não acharia um ini-migo vivo; os brancos e os índios não te ofenderiam mais.” Toda a família ouvia esta narração com uma surpresa extraordinária; compreendiam dela que havia em tudo isto uma arma terrível, – o veneno; mas não podiam saber os meios de que o índio se servira ou pretendia servir-se para usar desse agente de destruição.
        - Acaba! disse D. Antônio; por que modo contavas então destruir o inimigo?
        - Peri envenenou a água que os brancos bebem, e o seu corpo, que devia servir ao banquete dos Aimorés!
        Um grito de horror acolheu essas palavras ditas pelo índio em um tom simples e natural.
        O plano que Peri combinara para salvar seus amigos acabava de revelar-se em toda a sua abnegação sublime, e com o cortejo de cenas terríveis e monstruosas que deviam acompanhar a sua realização.

             JOSÉ DE ALENCAR. O Guarani.
   Editora Martin Claret, 2004, São Paulo, SP. 

Entendendo o texto:
01 –
O episódio narrado nos assegura que seu protagonista é:
a. ( ) D.Antonio                     b. ( ) Cecília
c. (X) Peri                             d. ( ) Álvaro.

02 – O fidalgo considera o índio Peri como um:
a. ( ) adversário                    b. ( ) aliado
c. ( ) empregado                   d. (X) amigo.

03 – O índio cometeu uma falta:
a. ( ) fugindo ao combate              b. (X) lutando sozinho
c. ( ) abandonando a família.        d. ( ) expondo os amigos.

04 – As reticências da resposta do índio (Matar e…) devem completar-se com o verbo:
a. ( ) comer                           b. ( ) beber
c. ( ) envenenar                    d. (X) morrer.

05 – O índio expôs a vida dos companheiros:
a. ( ) abandonando-os
b. ( ) diminuendo o número de combatentes
c. ( ) chamando para perto os inimigos
d. (X) obrigando os amigos a salvá-lo.
06 – O fidalgo impôs ao índio um castigo:
a. ( ) físico                                b. ( ) mental
c. (X) moral                              d. ( ) religioso.

07 – Desejando calar o que fizera, o ato do índio revela:
a. (X) heroísmo                         b. ( ) orgulho
c. ( ) vaidade                             d. ( ) temeridade.

08 – O índio foi salvo por um grupo chefiado por:
a. ( ) Ararê                                b. ( ) D. Antônio
c. (X) Álvaro                              d. ( ) um aimoré.

09 – A cena nos deixa descobrir que há um casal de apaixonados:
a. ( ) Álvaro e Cecília                b. (X) Álvaro e Isabel
c. ( ) Dom Antônio e Isabel       d. ( ) Peri e Isabel.

10 – O grupo inimigo era composto por:
a. ( ) brancos                            b. ( ) guaranis
c. ( ) aimorés                            d. (X) brancos e aimorés.

11 – Na prática da sua façanha, Peri valeu-se de um costume dos:
a. ( ) brancos                           b. ( ) negros
c. (X) índios                              d. ( ) europeus.




TEXTO: FILTRO SOLAR - JORNAL CORREIO BRASILIENSE - COM GABARITO

TEXTO: FILTRO SOLAR


Leia o fragmento adaptado, abaixo, do jornal Correio Brasiliense, de 1/2/2004.

        A retirada de um tumor significa mudança de hábito na vida da família do economista P. V. S. Há três meses ele foi surpreendido pela descoberta de um câncer de pele. “Levei meu filho em consulta ao dermatologista e aproveitei para mostrar ao meu médico umas manchas no corpo.”
        Em novembro, P. passou por uma cirurgia para a retirada da lesão e ensina: “Nunca imaginei que os anos de praia em Santos poderiam me trazer problemas de saúde. Hoje só faço caminhadas com filtro solar FPS 60.”
        Os especialistas alertam que a proteção deve ser iniciada ainda na infância. Em consultórios e clínicas, eles confirmam que a doença atinge cada vez mais jovens.

Entendendo o texto:
01 – O texto tem a pretensão de chamar a atenção do leitor para um certo assunto, que assunto é esse?
a) A mudança de hábito que ocorre na vida da família de um doente.
b) Que a praia lhe trouxe problemas de saúde.
c) O cuidado com a saúde, especialmente com a pele.
d) Que P. levou seu filho a uma consulta dermatológica e aproveitou para se consultar.

02 – O texto pretende convencer o leitor de:
a) que é importante o uso de filtro solar para prevenir câncer de pele.
b) ir sempre ao médico, pois isso evita doenças.
c) que os especialistas são os mais indicados para dar um diagnóstico.
d) fazer caminhada para preveni o câncer de pele.

03 – Apesar de começar contando a história de uma pessoa, percebe-se que o objetivo do texto não é focado sobre um caso individual porque ele:
a) pretende convencer as pessoas a manterem contato com médicos.
b) quer mostrar para seus leitores que o câncer é um problema de todos.
c) ajuda as pessoas a refletirem sobre as doenças de pele existente.
d) deixa claro que o caso pessoal é usado só para ilustrar e comprovar a ideia de que o leitor deve ter cuidado com a pele.

04 – O exemplo do economista se integra à argumentação do texto, pois ele é uma prova real e concreta de que o sol faz mal à pele. Que importância tem, para a argumentação, os depoimentos do paciente?
a) Seus argumentos não têm nenhuma importância para a história.
b) Reforçam o relato do caso: são a “voz” da tese, de como o leitor deve se comportar.
c) Seus argumentos tornam o texto verdadeiro.
d) Que tomar banho de praia não é tão bom assim.




TEXTO: O NASCIMENTO DAS TARTARUGAS MARINHAS - PROJETO PITANGUÁ - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: O NASCIMENTO DAS TARTARUGAS MARINHAS


  Quando chega o momento da reprodução, as tartarugas marinhas fêmeas voltam à mesma praia em que nasceram para colocar seus ovos.Com a ajuda das nadadeiras, fazer buracos na areia onde vão desovar.
    Uma fêmea pode colocar cerca de 130 ovos em cada desova e pode realizar de 3 a 5 desovas por temporada de reprodução, com intervalos de alguns dias entre uma desova e outra. Os ovos, branquinhos e redondos, parecidos com uma bolinha de pingue-pongue, são enterrados na areia.
       As novas tartaruguinhas demoram de 45 a 60 dias para nascer. E o nascimento é um acontecimento!
        Elas rasgam a casca do ovo e saem dos buracos. Uma ajuda a outra a alcançar a superfície da praia! Chegando à superfície, todas correm em direção ao mar.
        Muitas morrem pelo caminho. Outras conseguem chegar ao mar, onde vão crescer e garantir que a espécie continue.

Texto extraído do Projeto Pitanguá (Ciências 2 – Caderno do explorador).


Entendendo o texto:
01 – Analisando o texto, associe a 2ª coluna de acordo com a 1ª.
( 1 ) Qual é o órgão patrocinador desta campanha?
( 2 ) Quem está protegendo?                     
( 3 ) Quem está sendo protegida?              
( 4 ) O que visa este projeto?

(2) Projeto TAMAR
(1) Petrobrás
(3) As tartarugas
(4) Preservar o meio ambiente.

02 – Numere os fatos de acordo com a ordem em que ocorrem.
(2) Elas fazem buracos.
(1) As tartarugas voltam à praia em que nasceram.
(3) As tartarugas marinhas colocam os ovos.
(5) Uma ajuda a outra a alcançar a superfície da praia.
(4) Os filhotes rasgam a casca do ovo e saem dos buracos.
(6) Alguns filhotes conseguem chegar ao mar onde vão crescer.

      



     







POEMA: CANÇÃO - AUGUSTO DE CAMPOS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Poema: Canção

Ao ver a ave leve mover
Alegres as alas contra a luz,
Que se olvida e deixa colher
Pela doçura que a conduz,
Ah! tão grande inveja me vem
Desses que venturosos vejo!
É maravilhosa que o meu ser
Não se dissolva de desejo.

Ah! tanto julguei saber
De amor e menos que supus
Sei, pois amar não me faz ter
Essa a que nunca farei jus.
A mim de mim e a si também
De mim e tudo o que desejo

Tomou e só deixou querer
Maior e um coração sobejo.
[...]

Bem feminino é o proceder
Dessa que me roubou a paz.
Não quer o que deve querer
E tudo o que não deve faz.
Má sorte enfim me sobrevém,
E tudo me foi suceder
Só porque quis mais horizonte.

Piedade já não pode haver
No universo para os mortais.
Se aquela que a devia ter
Não tem, quem a devia ter
Não tem, quem a terá jamais?
Ah! como acreditar que alguém
De olhar tão doce e clara fronte
Deixe que eu morra sem beber
Água de amor em sua fonte?
[...]
                            Ventadorn, Bernart de. Verso reverso contraverso.
                                   Tradução de Augusto de Campos. São Paulo:
                                         Perspectiva, 1978. p. 83-87. (Fragmento).

Alas: asas (forma arcaica)
Ventuosos: felizes, afortunados.
Sobejo: audaz, ousado.

Entendendo o poema:
01 – Qual é o estado de espírito do eu lírico?
      O eu lírico está sofrendo por um amor não correspondido. Imaginou que soubesse tudo desse sentimento, mas descobre que nada sabia, pois o amor não lhe trará aquela a quem ele ama.

     a)   Que imagem se opõe ao seu estado?
      A imagem do voo da ave, símbolo de liberdade.

     b)   De que maneira o uso dessa imagem contribui para caracterizar o sofrimento do eu lírico? Explique.
      O eu lírico inveja essa liberdade e a capacidade de entrega que pode constatar no voo da ave. Já ele está aprisionado pelo sofrimento de viver um amor não correspondido. A imagem do voo enfatiza o “aprisionamento” e a infelicidade em que o eu lírico se encontra.

02 – Na cantiga, o eu lírico caracteriza o objeto de seu amor. Que imagem da mulher é apresentada?
      Ela é caracterizada como uma mulher a quem ele nunca fará jus, que roubou a sua paz e que se mostra insensível aos seus apelos. Além disso, tem, segundo o eu lírico, um comportamento tipicamente feminino: “Não quer o que deve querer / E tudo o que não deve faz”

a)   Explique de que maneira essa imagem é fundamental para caracterizar o amor cortês.
      Na descrição que o eu lírico faz de sua amada, ele deixa claro que se coloca em uma posição de inferioridade em relação a ela e sofre por ter se apaixonado por alguém que não corresponde ao seu amor. Um amor que leva à loucura. A imagem de uma mulher que é insensível aos apelos do eu lírico, colocando-se como ser inacessível, é fundamental para o amor cortês.

03 – Releia:
                “Piedade já não pode haver
                No universo para os mortais”.
     a)   Por que o eu lírico faz tal afirmação?
      Para o eu lírico, não pode haver piedade no mundo, se a amada não corresponde às suas expectativas, ou seja, não tem piedade dele, rejeitando seu amor e seu louvor.

     b)   De que maneira essa afirmação comprova a relação de subordinação dele em relação à dama que louva?
      Como ela não responde às suas súplicas e despreza a homenagem que faz, o eu lírico questiona os valores universais: se sua amada não demonstra piedade, não pode haver piedade no universo.

04 – Como mostra a linha do tempo, a Europa viveu um período de entre as invasões e o aparecimento da produção literária do Trovadorismo mais de 500 anos após o início da Idade Média.
      É importante que os alunos percebam a impossibilidade de uma literatura produzida no ambiente das cortes surgir no período em que a Europa Medieval está sendo atacada por invasores. Eles devem articular as informações sobre o período em que predominaram as invasões com outras que obtiveram na primeira parte do capítulo.



TEXTO: ON THE ROAD, DE JACK KEROUAC - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: On the road, de Jack Kerouac


Trecho 1:
        Num piscar de olhos estávamos de volta à estrada principal e naquela noite vi todo o estado de Nebraska desenrolando-se diante dos meus olhos. Cento e setenta quilômetros por hora, direto sem escalas, cidades adormecidas, tráfego nenhum, num trem da Union Pacific deixado para trás, ao luar. Eu não estava nem um pouco assustado aquela noite; me parecia algo perfeitamente normal voar a 170, conversando e observando todas as cidades do Nebraska – Ogallala, Gothenburg, Kearney, Grand Island, Columbus – se sucederem com uma rapidez onírica enquanto seguíamos viagem. Era um carro magnífico; portava-se na estrada como um navio no oceano. Longas curvas graduais eram o seu forte. “Ah, homem, essa barca é um sonho”, suspirava Dean. “Pense no que poderíamos fazer se tivéssemos um carro assim. [...] Curtiríamos o mundo inteiro num carro como esse, você e eu, Sal, porque, na verdade, a estrada finalmente deve conduzir a todos os cantos do mundo. Não pode levar a outro lugar, certo? [...]”

Trecho 2:
        [...] “Qual é a sua estrada, homem? – a estrada do místico, a estrada do louco, a estrada do arco-íris, a estrada dos peixes, qualquer estrada... Há sempre uma estrada em qualquer lugar, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Como, onde, por quê?” Concordamos gravemente, sob a chuva. “[...] Decidi abrir mão de tudo. Você me viu quebrar a cara tentando de tudo, me sacrificando e você sabe que isso não importa; nós sacamos a vida, Sal – sabemos como domá-la, e sabemos que o negócio é continuar no caminho, pegando leve, curtindo o que pintar da velha maneira tradicional. Afinal, de que outra maneira poderíamos curtir? Nós sabemos disso.” Suspirávamos sob a chuva. [...]
       “E assim”, disse Dean, “vou seguindo a vida para onde ela me levar. [...]”

                                      Kerouac, Jack. On the road (Pé na estrada).
                                        Tradução de Eduardo Bueno. Porto Alegre:
                                 L&PM, 2004 p. 281-282; 305-306. (Fragmento).

Onírica: relativa aos sonhos.

Entendendo o texto:
01 – Vamos ver como a literatura explora possibilidades da linguagem.
     a) Que elementos, presentes no trecho 1, asseguram ao leitor tratar-se da história de uma viagem?
      O narrador faz referência à estrada por onde viajam, à velocidade do carro, às cidades do estado do Nebraska por onde passam durante a noite. Todos esses elementos, combinados, dão ao leitor a possibilidade de confirmar que se trata da história de uma viagem.

     b) No texto, quais as passagens que revelam ser essa viagem a concretização de um desejo típico da juventude: a busca da liberdade?
      As passagens mais sugestivas da liberdade dos jovens são: “me parecia algo perfeitamente normal voar a 170”; “Ah, homem, essa barca é um sonho [...]. Pense no que poderíamos fazer se tivéssemos um carro assim. [...] Curtiríamos o mundo inteiro num carro como esse, você e eu, Sal, porque, na verdade, a estrada finalmente deve conduzir a todos os cantos do mundo”.

02 – No trecho a seguir, explique de que maneira a pontuação contribui para dar ao leitor a sensação de velocidade do carro em que viajam Sal e Dean.
      “Cento e setenta quilômetros por hora, direto sem escalas, cidades adormecidas, tráfego nenhum, um trem da Union Pacific deixado para trás, ao luar”.
        As virgulas criam um ritmo mais ágil, porque promovem o encadeamento de várias cenas do que vai sendo deixado para trás à medida que o carro “voa” pelas estradas do Nebraska.

03 – Logo no início do trecho 2, Dean pergunta a Sal: “Qual é a sua estrada, homem?” O que ele quer dizer com isso? Que sentido atribui ao termo “estrada”?
      Dean refere-se ao caminho escolhido por Sal para a própria vida. “Estrada”, nesse texto, ganha o sentido de escolha, de trajetória pessoal, caminho a ser trilhado ao longo da vida.

04 – Identifique, no trecho 2, uma passagem que permite associar o comportamento das personagens a valores próprios da juventude.
      Explique por que ela transmite valores associados à juventude.
      “... nós sacamos a vida, Sal – sabemos como domá-la, e sabemos que o negócio é continuar no caminho, pegando leve, curtindo o que pintar da velha maneira tradicional”.
      Nessa fala, vemos Dean defender a ideia de que é preciso viver a vida de acordo com o momento, sabendo “curtir” o que aparecer, “pegando leve”.

05 – Como Dean resume sua filosofia de vida?
      O que essa filosofia sugere em termos de comportamento?
      Segundo Dean, sua filosofia de vida pode ser resumida da seguinte forma: “Vou seguindo a vida para onde ela me levar”.
      Essa filosofia de vida sugere que devemos estar abertos a novas possibilidades, em lugar de tentar controlar todas as opções que a vida nos apresenta.



POEMA: POÉTICA - VINÍCIUS DE MORAES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Poema: Poética
                                   
                                        Vinícius de Moraes

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo: Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço: — Meu tempo é quando.


Entendendo o poema:

01 – O lirismo do texto fica evidente através:
a) da alegria representada pelos efeitos do tempo.
b) das terminações verbais em primeira pessoa.
c) da valorização da angústia do poeta diante dos perigos da vida. d) das alegrias e tristezas vividas por cada um de nós.
e) das dúvidas e incertezas que movem a alegria do poeta.

02 – A partir do texto, verifica-se que o poeta percebe-se diante da vida sempre:
a) com entusiasmo.
b) com pessimismo.
c) de forma crítica.
d) na contramão de tudo.
e) ora eufórico, ora esperançoso.

03 – Uma das marcas do texto literário presente na poesia é:
a) uso da linguagem denotativa.
b) uso de termos científicos.
c) uso da verdade.
d) uso da plurissignificação da linguagem.
e) todas as alternativas acima.