Conto: O Grande Assalto
Avenida Santo Amaro. Às 13 h.
Um homem malvestido para em frente a
uma concessionária de automóveis fechada e nota as bolas promocionais amarradas
à porta.
Um policial desce da viatura, olha para todos os lados e observa um suspeito parado em frente a uma concessionária.
Um policial desce da viatura, olha para todos os lados e observa um suspeito parado em frente a uma concessionária.
O suspeito está malvestido e descalço.
Uma senhora sentada no banco do ônibus
que para na avenida para pegar passageiros comenta com a moça sentada ao seu
lado que tem um mendigo todo sujo parado em frente a uma loja de automóveis.
Um senhor passa por um homem todo sujo,
segura a carteira e começa a andar apressado. Logo que nota a viatura
estacionada mais à frente, se sente seguro, amenizando os passos.
Um jovem tenta desviar de trás do ônibus
parado, os policias que ele vê logo à frente lhe trazem desconforto, pois seu
carro está repleto de drogas que serão comercializadas na faculdade onde
estuda.
O homem malvestido resolve agir, dá
três passos à frente, levanta as mãos e agarra duas bolas promocionais; faz a
conta rapidamente e se sente realizado, quando pensa que ao vender as bolas
comprará algo para beber. Uma moça alertada pela senhora ao seu lado no ônibus,
chama a atenção de vários passageiros para o homem que, segundo ela, é um
mendigo, e diz alto que ele acabou de roubar algo na concessionária.
Um jovem com o carro cheio de drogas
para vender na sua faculdade nota o homem correndo com duas bolas e dá ré no
carro ao ver os policiais vindo em sua direção.
Um policial alcança o homem malvestido
e bate com o cabo do revólver em sua cabeça várias vezes; o homem tido como
mendigo pelos passageiros de um ônibus em frente cai e as bolas rolam pelo
asfalto.
Um motorista que dirige na mesma linha
há oito anos tenta ficar com o ônibus parado para ver os policiais darem chutes
e socos em um homem malvestido que está caído na calçada, mas o trânsito está
livre e ele avança passando por cima e estourando duas bolas promocionais.
FERRÉZ, Ninguém é inocente.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
Entendendo o conto:
01 – Descreva o homem que
está em frente à concessionária.
Um homem
malvestido.
a)
O que esse fato desperta nas pessoas que o
veem?
As pessoas o olham com desprezo.
02 – O conto narra um grande
assalto? Justifique.
Não, conta apenas
sobre um mendigo que rouba bolas promocionais.
03 – Que relações podemos
estabelecer entre o título do livro do qual foi retirado esse conto com as
diferentes personagens que aparecem nessa história?
Mostra sobre os
preconceitos das pessoas sobre os mendigos.
04 – Identifique:
Cenário: Na rua.
Tempo: Presente.
Tema: O grande assalto.
05 – O foco narrativo está
em: ( ) 1ª pessoa (X) 3ª pessoa.
Justifique sua resposta com
um trecho retirado do texto.
Ex.: O policial
alcança o homem mal vestido e bate com o cabo do revolver em sua cabeça várias
vezes.
06 – Identifique no texto:
·
Situação Inicial: Um
homem para em frente a uma concessionária de automóveis...
·
Conflito: O homem
malvestido resolve agir, dá três passos à frente levanta as mãos e agarra duas
bolas promocionais.
·
Situação final: Os
policiais derem chutes e socos no homem malvestido que está caído a calçada.
07 – Qual é o sentimento das
pessoas em relação ao homem?
( ) Medo ( )
Solidariedade
( ) Compaixão (X) Indiferença.
08 – Dentre os inúmeros
problemas das grandes cidades estão a violência e o preconceito. Como o texto
trata desses dois temas?
Trata a violência
dos policiais para com o homem malvestido e o preconceito das pessoas com o
homem.
09 – Pensando no tema do
conto, estabeleça um paralelo entre a situação do homem mal vestido e do jovem
universitário que está com drogas no carro.
Que os dois estão
fazendo coisas erradas, mais como só o homem está malvestido só ele é julgado
como ladrão.
10 – Você já presenciou
alguma cena de preconceito ou de violência? Escreva um ou dois parágrafos sobre
isso.
Resposta pessoal
do aluno.