domingo, 1 de abril de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): COMIDA - TITÃS - COM GABARITO

Música(Atividades): COMIDA
                                    TITÃS
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida como a vida quer
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer
A gente quer comer, quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer pra aliviar a dor
A gente não quer só dinheiro
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro
A gente quer inteiro e não pela metade.

                           Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito.

Entendendo a canção:
01 – Esta canção em sua letra nos leva a refletir sobre o quê?
      Sobre os anseios do ser humano, anseios que não se resumem somente ao sustento do corpo, mas psicológicos, espirituais, anseios mais subjetivos.

02 – Que crítica o autor faz?
      Crítica as injustiças sociais que privam as pessoas ou classes sociais.

03 – Quais são as três palavras utilizadas na canção que, resumem toda ela, como sendo inerentes a alma humana e que incessantemente buscam saciá-las?
      São: desejos, necessidades e vontades.

04 – Justifique o título da canção.
      Comida – é um chamado a uma tomada de consciência como cidadãos e mais, como pessoas em busca de um ser e viver melhor.

05 – Marque um X na única alternativa correta. Essa canção foi produzida nos anos 80, naquela época o país passava por séries crises políticas, mas ela serve muito bem para os dias atuais. Por quê?
a)   (  ) Atualmente ninguém passa fome nem tem problemas de cultura.
b)   (  ) Tem gente que só quer dinheiro, diversão e arte.
c)   (X) Assim como nos anos 80, atualmente há muita gente passando fome não só de comida, mas também de cultura e diversão.
d)   (  ) N. D. A. (Nenhuma das alternativas).

06 – Ainda de acordo com a letra da canção, na parte que diz: “bebida é água, comida é pasto.” Você tem sede de que? Você tem fome de quê? O que isso questiona?
a)   (  ) A música questiona que realmente a gente tem sede e fome de arte, pois o governo precisa investir em Cultura e Arte, diversão, pois todos tem direito.
b)   (X) A música questiona que as pessoas são acomodadas e não procuram seus direitos.
c)   (  ) A música questiona a fala de informação das pessoas menos favorecidas.
d)   (  ) N. D. A. (Nenhuma das alternativas.

07 – Leia o fragmento:
        “A gente não quer só comida
         A gente quer comida
         Diversão e arte
         A gente não quer só comida
         A gente quer saída
         Para qualquer parte”. (...)

        Podemos afirmar que os termos “comida, diversão e arte”, nesse trecho, exercem sintaticamente a função de:
a)   Complemento nominal.
b)   Sujeito composto.
c)   Objeto indireto.
d)   Objeto direto.
e)   Oposto.

08 – A leitura da letra da canção permite entender que:
a)   Os homens necessitam apenas de se alimentar para se sentirem satisfeitos.
b)   As necessidades humanas são impossíveis de serem alcançadas.
c)   Além de comer, o homem tem necessidades artísticas e de diversão que precisam ser satisfeitos.
d)   Teatro e balé são manifestações artísticas supérfluas.
e)   Para se sentir satisfeitos os homens devem se entregar ás artes e a diversão.

09 – Figuras de linguagem é uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregados.
Na frase “Comida é pasto”, a palavra pasto foi empregada como:
a)   Metonímia.
b)   Metáfora.
c)   Hipérbole.
d)   Eufemismo.
e)   Prosopopeia.

10 – Se fizermos um paralelo com a teoria psicanalítica e a felicidade segundo Freud, como podemos entender os versos:
        “Bebida é água! Comida é pasto!”
      Está ligada à “necessidade” como um conceito biológico em que o corpo busca algo que é natural para sua sustentação.

11 – De que verso você mais gostou? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – O autor está expressando os desejos de quem?
      Está expressando desejos das pessoas em geral.

13 – O que há de semelhante entre essa letra de música e os textos anteriores quanto ao conteúdo?
      Os textos desta lição tratam, em geral, de consumismo, de coisas que as pessoas adquirem, às vezes, sem precisar. A canção “Comida” destaca as coisas não materiais, como o amor, a felicidade, a diversão...

14 – Quanto à forma, em que se diferenciam?
      A letra da canção tem a forma de poema, assim como Pega Ladrão e Canto. Os demais têm a forma de prosa.

15 – De que maneira tornaríamos mais formal a escrita do verso “A gente não quer só comida”?
      Nós não queremos apenas comida.

16 – Você concorda com a ideia de que consumir é um direito de todo cidadão? Será que as leis brasileiras garantem esse direito?
      Resposta pessoal do aluno.


17 – Sobre os dois primeiros versos, faça o que se pede:
a) Explique a relação lógica presente neles.
      Espera-se que a resposta reforce as relações bebida/água e comida/pasto.

b) Pode-se afirmar que eles imprimem ação? Explique sua reposta. 
      Não, pois o verbo "ser" (é) é Verbo de Ligação.

18 – O verso "A gente não quer só comida" é repetido quatro vezes. Qual a intenção do poeta com essa repetição?
      Reforçar a ideia de que o ser humano necessita mais do que alimento para sua sobrevivência.

19 – Pela leitura da letra da canção, pode-se concluir que o ser humano, para sua sobrevivência, Necessita apena de comida? Explique sua resposta.
      Não, além de comida, o ser humano precisa de diversão e arte, conforme a letra da canção.

20 – A palavra "arte" é citada no 6º verso. Mais adiante ela é retomada por meio de outra palavra. Que palavra é essa?
      Balé.

21 – Reflita sobre o tema do texto. Você concorda com a ideia geral expressa nele? Explique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.

22 – Explique a mudança da relação sintática de "comida" no 2º verso e no 5º verso.
      No 2º verso, "comida" é o termo sobre quem se declara algo, portanto é o sujeito da oração; no 6º verso, "comida" é um termo sem preposição que completa o sentido da forma verbal quer, portanto é objeto direto.

23 – As palavras "água" e "pasto" são classificadas sintaticamente como predicativo do sujeito. Explique essa afirmação.
      Ambos completam o sentido de um verbo de ligação.

24 – Analise sintaticamente os versos a seguir a fim de classificar os seus predicados.
        "A gente quer comida, diversão e arte"
        "A gente quer bebida, diversão, balé"
      Nos dois versos, há predicado verbal, cujo núcleo é a forma verbal "quer".   















CONTO: O DEFUNTO VIVO - ANTONIO HENRIQUE WEITZEL - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Conto: O defunto vivo   

     Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém, costumavam buscar o caixão na cidade vizinha, de caminhão. Certa feita, vinha pela estrada um caminhão com sua lúgubre encomenda, quando alguém fez sinal, pedindo carona. O motorista parou.
        --- Se você não se incomodar de ir na carroceria, junto ao caixão, pode subir.
        O homem disse que não tinha importância, que estava com pressa. Agradeceu e subiu. E a viagem prosseguiu.
        Nisto começa a chover. O homem, não tendo onde se esconder da chuva, vendo o caixão vazio, achou melhor deitar-se dentro dele, fechando a tampa, para melhor abrigar-se. Com o balanço da viagem, logo pegou no sono.
        Mais na frente, outra pessoa pediu carona. O motorista falou:
        --- Se você não se importa de viajar com o outro que está lá em cima, pode subir.
        O segundo homem subiu no caminhão. Embora achasse desagradável viajar com um defunto num caixão, era melhor que ir a pé para o povoado.
        De tempos em tempos, novos caronas subiam na carroceria, sentavam-se respeitosos em silêncio, em volta do caixão, enquanto seguiam viagem.
        Avizinhando-se o arraial, ao passar num buraco da estrada, um tremendo solavanco sacode o caixão e desperta o dorminhoco que se escondera da chuva dentro dele.
        Levantando devagarinho a tampa do caixão e pondo a palma da mão para fora, fala em voz alta:
        --- Será que já passou a chuva?
        Foi um corre-corre dos diabos. Não ficou um em cima do caminhão. Dizem que tem gente correndo até hoje.

                                            Weitzel, Antônio Henrique. Folclore literário e linguístico. Juiz de Fora, MG. EDUFJF, 1995.

Entendendo o conto:

01 - No título da história contêm hipérbole? Explique os prováveis objetivos do uso dela no texto?
a) (X) Sim. O objetivo é informar o leitor, de modo ambíguo e provocante, sobre o conteúdo a ser desenvolvido na história e despertar a curiosidade e interesse pela leitura.
b) ( ) Não. O objetivo é não informar o leitor, sobre o conteúdo a ser desenvolvido na história e não despertar a curiosidade e interesse pela leitura.
02 – Há trechos na história que contêm hipérbole? Explique os prováveis objetivos do uso delas no decorrer do texto.
a) ( ) Não. Não há passagens que podem ser consideradas hipérboles, pois não narra atitudes anormais.
b) (X) Sim. Há passagens que podem ser consideradas hipérboles, pois narra atitudes anormais, quase impossíveis de acontecer na realidade.
03 – Qual o trecho onde há intenção é construir condição para a confusão que vai estabelecer na sequência da história?
a) ( ) “O homem,  tendo vários lugares para se esconder da chuva, escolhe o caixão vazio, achou melhor deitar-se debaixo dele, para melhor abrigar-se.  Com o balanço da viagem, logo pegou no sono”.
b) (X) “O homem, não tendo onde se esconder da chuva, vendo o caixão vazio, achou melhor deitar-se dentro dele, fechando a tampa, para melhor abrigar-se. Com o balanço da viagem, logo pegou no sono”.
04 – Há hipérbole no trecho final?
 “Foi um corre - corre dos diabos. Não ficou um em cima do caminhão. Dizem que tem gente correndo até hoje”. Explique.
a) ( ) Não. O objetivo é finalizar a história de maneira enfática, provocando tristeza no leitor.
b) (X) Sim. O objetivo é finalizar a história de maneira enfática, provocando riso no leitor.

05 – O enredo de “O defunto vivo” pode ser dividido em quatro momentos: situação inicial, início do conflito, auge do conflito e conclusão. Explique-os apontando passagens do texto onde começa e termina cada um desses momentos.
1) Situação inicial: O narrador contextualiza a história apresentando indicações de espaço e tempo, os personagens centrais e os acontecimentos que vão dar origem e suporte ao surgimento do conflito. Vai de “Em alguns arraiais...” até “E a viagem prosseguiu”.
2) Início do conflito: Cai uma chuva, o primeiro carona se esconde dentro do caixão, fecha-o e acaba dormindo. Outros caronas sobem na carroceria e supõem haver um morto no caixão. Vai de “Nisto começa a chover” até “...enquanto seguiam viagem”.
3) Auge do conflito: O primeiro carona acorda, abre o caixão e fala em voz alta. Vai de “Avizinhando-se o arraial...” até “- Será que já parou a chuva?”.
4) Conclusão: Os caronas se assustam com a atitude do suposto defunto e somem em disparada do caminhão. Vai de “Foi um corre – corre...” até “...correndo até hoje. Estas afirmações são:
a) (X) Todas são verdadeiras.
b) ( ) Apenas 1, 2 e 4 são verdadeiras.

06 – Na história há emprego de expressões que funcionam como marcas de espaço e tempo, por exemplo: “Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria alguém...”. Percebe-se que essas marcas são espaciais e temporais muito importante porque situam os fatos da narrativa, sinalizam, descrevem para o leitor os movimentos espaço-temporais na arquitetura de enredo. Quais são essas marcas?
a) ( ) Espaço: Na estrada, na carroceria, junto do caixão, Mais na frente, lá em cima, no avião, na carroceria, em volta do caixão, Avizinhando-se o arraial, ao passar num buraco da estrada, em cima do caminhão. Tempo: Certa feita, quando alguém fez sinal, Nisto começa a conversar, logo acordou do sono, De tempos em tempos, até dançava.
b) (X) Espaço: Na cidade vizinha, pela estrada, na carroceria, junto do caixão, Mais na frente, lá em cima, no caminhão, na carroceria, em volta do caixão, Avizinhando-se o arraial, ao passar num buraco da estrada, em cima do caminhão. Tempo: Certa feita, quando alguém fez sinal, Nisto começa a chover, logo pegou no sono, De tempos em tempos, enquanto seguiam viagem, até hoje.

07 - Na situação inicial, a fala do motorista sustenta o ponto de partida do enredo. No início do conflito, a expressão “com o outro” gera a situação ambígua, confusa, pois o carona infere que o “outro” era um:
a) (X) morto
b) ( ) vivo

08 – A expressão “alguém” aparece no primeiro e no segundo parágrafo. A quem elas se referem? Trata-se do mesmo referente?
a) (X) Não. Alguém no 1º parágrafo - se refere a qualquer carona; alguém - no 2º parágrafo – é um carona específico.   
b) ( ) Sim. Alguém no 1º parágrafo - se refere a qualquer carona; alguém - no 2º parágrafo também a qualquer carona.  

09 – “Alguém” no 2º parágrafo e “o homem” no 4º parágrafo são a mesma pessoa?
a) ( ) Não
b) (X) Sim  

10 – A ambiguidade da expressão "o outro" em “Se você não se importa de viajar com o outro que está lá em cima, pode subir”, considerando a referência atribuída pelo motorista e pelo segundo carona é:
a) ( ) A expressão não ficou ambígua, pois ‘o outro’ na fala do motorista do caminhão não tem um referente no texto: ‘o homem’.
b) (X) A expressão ficou ambígua, pois ‘o outro’ na fala do motorista do caminhão tem um referente no próprio texto: ‘o homem’ (que pediu carona anteriormente). Aqui há uma recuperação anafórica.  As demais pessoas que subiram no caminhão entenderam ‘o outro’ como sendo um ‘defunto’; uma expressão dêitica, cuja interpretação se deu de acordo com o contexto situacional.)

11 – Você teria coragem de ficar ou até dormir dentro de um caixão?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Se você estivesse também em cima do caminhão e de repente alguém falasse ou saísse de dentro de um caixão. O que você faria?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Você acredita que houve uma má interpretação no diálogo do motorista e das pessoas que pediram carona?
      Resposta pessoal do aluno.


CRÔNICA: SE EU FOSSE PINTOR... - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

CRÔNICA: SE EU FOSSE PINTOR...
                     Cecília Meireles

 Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas pontas das asas.
   Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos de cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixa-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais os viram ou verão.
        Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, ainda com moles folhas cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a árvore um ornamento vivo, entre os muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das escadas e dos telhados em redor
        E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?
        Mas por trás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito?
        Mas, depois disso, aparecem várias fachadas, que se vão sobrepondo umas às outras, dispostas entre palmeiras e arbustos vários, pela encosta do morro. Aparecem mesmo dois ou três castelos, azuis e brancos, e um deles tem até, na ponta da torre, um galo de metal verde. Eu, pintor, como deixaria de pintar tão graciosos motivos?
        Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do vale à montanha, possui uma riqueza invisível, que a distância abafa e desfaz: por detrás dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses castelinhos de brinquedo, há criaturas que falam, discutem, entendem-se e não se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil perguntas e não sei se chegam à noite com alguma resposta.
        Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último recesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento humano?

                                              MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo.
                                       Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976. p. 17-8.

Entendendo o texto:
01 – Podemos afirmar que no texto predominam elementos descritivos? Por quê?
     O texto é predominantemente descritivo, pois veicula uma imagem verbal.

02 – A finalidade do texto é puramente descritiva? Por quê?
     A finalidade do texto não é puramente descritiva, uma vez que, depois da parte descritiva, ocorre um trecho analítico, dedicado a indagações existenciais.

03 – Releia atentamente o texto. A seguir, elabore um esquema em que fique claro o plano seguido pela autora para nos expor o quadro que descreve.
     Primeiro plano: “... trepadeiras entrelaçadas...”; depois, “o quintal da casa abandonada”; depois, as velhas casas por detrás; depois, várias fachadas na encosta do morro; finalmente, a intenção de penetrar pensamentos. Trata-se, como se vê, de um percurso que parte do primeiro plano e ganha em profundidade à medida que avança.

04 – Retire do texto a passagem em que, ao avaliar o quadro descrito, a autora explicita a ordenação que seguiu.
     “Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, as subirem do vale à montanha...”.

05 – Qual dos cinco sentidos foi privilegiado na observação da autora? Aponte palavras e passagens que justifiquem sua resposta.
     A visão. A passagem citada na resposta à questão anterior justifica esta resposta; outras que podem ser citadas são as que indicam cores, formas, contornos.

06 – Há coerência entre a resposta que você deu à questão 5 e o título do texto? Por quê?
     Sim, afinal o título do texto (e o texto todo) lida com a hipótese de a escritora ser um pintor.

07 – Retire do texto uma passagem em que é feita uma comparação. Como ela se relaciona com o resto do texto?
     “... Estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis...” Trata-se de uma comparação baseada num elemento pictórico, toda ela profundamente ligada à temática do texto.

08 – Crie comparações que sirvam para descrever:
     O aluno deve procurar obter comparações expressivas como a que se encontra no texto.
     a)   Um morro apinhado de pequenas casas;
     b)   Uma avenida de tráfego intenso;
     c)   Um rio largo e poluído;
     d)   Uma sala de aula pequena e escura.

09 – Cecília Meireles nos fala de uma limitação expressiva dos pintores: a impossibilidade de fixar o pensamento humano. Você, como produtor de textos descritivos, já pensou na melhor forma de transpor esse limite? Como seria?
     Levar ao aluno essa indagação sem a pretensão de conseguir responder a ela com exatidão. É importante que essa dúvida se instaure em quem se propõe a ser um bom elaborador de textos.


TEXTO: TRECHO DE ENTREVISTA - DRÁUZIO VARELA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: TRECHO DE ENTREVISTA FEITA POR DRAUZIO VARELA, EM 13/10/2011, À DRª JÚLIA GREVE, MÉDICA E FISIATRA DO INSTITUTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA DA USP

     Drauzio- em países com leis rígidas em relação ao álcool, nota-se que a população leva isso muito a sério. Numa festa, os que vão dirigir na volta para casa não experimentam uma gota sequer de bebida alcoólica. No Brasil, ao contrário, no que se refere ao uso do álcool, as restrições existentes para as pessoas que vão pegar num volante são logo desrespeitadas e elas voltam a dirigir embriagadas. 
        Julia Greve – O Código de Trânsito promulgado em 1997 prevê penas severas para o motorista que dirige embriagado. Ele perde a carteira de motorista e responderá a processos se for apanhado dirigindo bêbado. No entanto, como costuma acontecer em nosso país, não há fiscalização efetiva sobre os transgressores. Parece não existir, ainda, por parte das autoridades e dos cidadãos, a preocupação com o fato de que o álcool é a grande causa de morte no trânsito, e isso impede a adoção de medidas efetivas para resolver o problema. 
         Num primeiro momento, policiamento e repressão forte é o que resolve. Claro que programas educativos são importantes. No Japão, se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são pesadas. Ele perde a carteira e vai preso. Mesmo nos Estados Unidos ou na Alemanha, país em que as pessoas ingerem habitualmente mais álcool, nota-se um comportamento mais responsável em quem bebe e pretende dirigir. É uma questão de postura social. O brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante quanto à educação dos filhos no que se refere ao álcool. 
         Quem já não escutou – “Bebe um pouquinho. Tudo bem. Um pouco só dá para dirigir”. Na verdade, não é bem assim. Mesmo bebendo pouco e a coordenação motora não estando seriamente comprometida, a euforia provocada pela bebida pode ser tão perigosa quanto não conseguir manobrar o volante com destreza.

Entendendo o texto:
01 – Na argumentação, a médica se valeu da seguinte estratégia:
       a) autoridade de conhecimento;       
       b) relato de fatos;
       c) exemplificação comparativa;
       d) dados estatísticos.
       e) relação de causa e efeito.

02 – Marque a passagem em que a entrevistada não se atém apenas ao fato, mas à avaliação dele:
       a) “O Código de Trânsito promulgado em 1997 prevê penas severas para o motorista que dirige embriagado.”
       b) “No entanto, como costuma acontecer em nosso país, não há fiscalização efetiva sobre os transgressores.”
       c) “Num primeiro momento, policiamento e repressão forte é o que resolve.”
       d) “Claro que programas educativos são importantes.”
       e) “O brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante quanto à educação dos filhos no que se refere ao álcool.”

03 – A palavra “álcool”:
       a) é acentuada pelo mesmo motivo que imóvel;
       b) mantém-se acentuada no plural pelo mesmo motivo que no singular;
       c) mantém-se acentuada no plural por se tornar oxítona;
      d) não é acentuada no plural;
       e) no plural, sofre mudança na prosódia, sendo acentuado por outro motivo.

04 – A palavra “problema” se refere:
       a) à perda da carteira de motorista;
       b) a dirigir embriagado;
       c) à falta de fiscalização;
       d) ao álcool como grande causa de morte no trânsito;
       e) à irresponsabilidade de muitos cidadãos.

05 – “Em países com leis rígidas em relação ao álcool, nota-se que a população leva isso muito a sério. Numa festa, os que vão dirigir na volta para casa não experimentam uma gota sequer de bebida alcoólica.” A ausência de vírgulas isolando a expressão em destaque:
       a) deve-se ao fato de seu emprego ser facultativo;
       b) faz-se necessária em função da clareza do enunciado;
       c) está correta, pois a expressão faz parte do sujeito da oração;
       d) imprime celeridade ao texto;
       e) não está correta, já que se trata de um adjunto adverbial deslocado.

06 – Na fala de Drauzio, a palavra “que”:
       a) é pronome relativo nas quatro ocorrências;
       b) é conjunção integrante na primeira e terceira ocorrências;
       c) só não é pronome relativo na primeira ocorrência;
       d) é pronome relativo apenas na última ocorrência;
       e) é conjunção integrante na terceira ocorrência.

07 – “No Japão, se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são pesadas.” Marque a alternativa em que a reescrita do trecho não altera a sua estrutura sintático-semântica;
       a) Se apanharem o indivíduo no Japão, dirigindo embriagado, as sanções são pesadas.
      b) Se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado no Japão, as sanções são pesadas.
    c) Se o indivíduo for apanhado dirigindo embriagado, as sanções japonesas são pesadas.
       d) Se o indivíduo japonês for apanhado dirigindo embriagado, as sanções são pesadas.
       e) Se apanharem o indivíduo embriagado dirigindo no Japão, as sanções são pesadas.

08 – Marque o trecho em que as partes unidas pela conjunção “e” podem ser invertidas sem prejuízo da lógica original:
       a) “Ele perde a carteira e vai preso”
       b) “...as restrições existentes para as pessoas que vão pegar num volante são logo desrespeitadas elas voltam a dirigir embriagadas.”
       c) “Parece não existir, ainda, por parte das autoridades e dos cidadãos...”
    d) “Mesmo bebendo pouco e a coordenação motora não estando seriamente comprometida...”
  e) “...nota-se um comportamento mais responsável em quem bebe pretende dirigir.”


POEMA: EMBRIAGAI-VOS - CHARLES BAUDELAIRE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


POEMA: EMBRIAGAI-VOS!
Charles Baudelaire.


       É necessário estar sempre bêbado.
       Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
      Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas.

     Mas – de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. 
       Contanto que vos embriagueis. 

       E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: 

      – É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem cessar! 

        De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.

(Por Equipe Palavreiros da Hora em dezembro 20, 2007 16:45 pm –
                 https://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2007/12/20.

Entendendo o texto:
01 – O texto revela  um  tema que pode ser abordado sob perspectivas absolutamente distintas. No plano da textualidade, o que define uma ou outra perspectiva reside:
       a) na intenção do autor;
       b) na forma;
       c) no grau de subjetividade;
       d) na mensagem;
       e) no discurso.

02 – Em relação à opressão imposta pelo tempo ante a realidade, a embriaguez é uma forma de:
       a) delírio;
       b) martírio;
       c) fuga;
       d) êxtase.
       e) revolta.

03 – “Tudo se reduz a isso”. O pronome destacado se refere, no plano textual:
       a) ao que será citado;
       b) ao que já foi citado;
       c) ao que está próximo do interlocutor;
       d) a um acontecimento remoto;
       e) a situação vivida pelo eu lírico.

04 – A repetição da expressão “tudo o que...”, na 4ª estrofe, é um exemplo de:
       a) pleonasmo;      
       b) epístrofe;
       c) anáfora;
       d) polissídeto.
       e) anástrofe.

05 – “Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas...” Os pronomes destacados:
       a) exercem a mesma função sintática: objeto direto;
       b) exercem a mesma função sintática: objeto indireto;
       c) exercem funções sintáticas distintas: objeto direto e objeto indireto, respectivamente;
       d) exercem funções sintáticas distintas: objeto indireto e objeto direto, respectivamente;
       e) exercem funções sintáticas distintas: objeto direto e sujeito, respectivamente.

06 – ““Perguntai-lhes”. O pronome em destaque exerce a função de objeto indireto e obedece à regência verbal. Marque a alternativa em que houve erro no emprego desse pronome:
       a) Ensinei-lhe que nem tudo são flores;
       b) Chamei-lhe de amigo;
       c) Ainda não lhe haviam informado de tudo;
       d) Quero-lhe como a um filho;
       e) Os pais não lhe deixam ver o mundo.

07 – Das várias formas de se reescrever o título do Texto, marque a incorreta:
       a) Embriaga-te;
       b) Embriague-se;
       c) Embriaga-se;
       d) Não vos embriagueis;
       e) Não te embriagues.

08 – O termo “sem tréguas”, na segunda estrofe, denota:
       a) negação; 
       b) modo
       c) causa;
       d) intensidade.
       e) afirmação.

09 – “Contanto que vos embriagueis...” A expressão em destaque indica:
       a) condição;
       b) concessão
       c) consequência;
       d) causa;
       e) explicação.


FÁBULA: O CÃO NA MANJEDOURA - LIVRO FÁBULAS - COM GABARITO

FÁBULA: O CÃO NA MANJEDOURA


   Um cachorro dormia em uma manjedoura cheia de feno. Quando os bois chegaram, cansados e com fome depois de um dia inteiro de trabalho no campo, o cachorro acordou. 
    Acordou, mas não queria permitir que os bois se aproximassem da manjedoura e começou a rosnar e a tentar morder seus focinhos, como se a manjedoura estivesse cheia de carne e ossos e essas delícias fossem só dele. Os bois olharam para o cachorrinho muito aborrecidos.
       — Que egoísta! – disse um deles.  – Ele nem gosta de comer feno! E nós, que comemos, e que estamos com tanta fome, ele não nos deixa chegar perto! 
      Nesse momento apareceu o fazendeiro. Quando percebeu que o cachorro estava fazendo, pegou um pau e enxotou o cachorro do estábulo a pauladas por ser tão malcriado.

Moral: Não prive os outros do que não pode desfrutar.

                    Livro Fábulas – editora Martin Claret.
Vocabulário:

• manjedoura: tabuleiro para comida dos animais na estrebaria
• desfrutar: aproveitar


Entendendo o texto:
01 – Qual foi a causa do cachorro rosnar para os bois?
       A – ( ) Não gostar dos bois.
       B – ( ) Estar cumprindo ordens.
      C – ( ) Ter o costume de rosnar para eles.
      D – (X) Não querer que os bois se aproximassem da manjedoura.
      E – ( ) Achar que eram inimigos.

02 – O que aconteceu com o cão, como consequência de sua atitude?
       A – ( ) Os bois bateram nele.
       B – ( ) Foi atacado por um cão que defendeu os bois.
       C – ( ) A manjedoura virou em cima dele.
       D – ( ) Foi obrigado a comer toda comida dos bois.
       E – (X) Foi expulso pelo fazendeiro.