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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

CONTO: VASSILISSA, A FORMOSA - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Conto: Vassilissa, a formosa

               Tatiana Belinky

        Há muito, muito tempo, num certo reino distante, vivia um rico mercador, com sua mulher e uma única filha. A menina chamava-se Vassilissa, e era bonita e meiga como uma flor. Mas um dia quando Vassilissa tinha apenas 8 anos, sua mãe ficou muito doente, e, sentindo que ia morrer, chamou a filha, tirou de sob as cobertas uma pequena boneca e lhe entregou dizendo:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoTG8M_KWF63FYmYfKInb-c1e0joFz4JnBTyE8ZviV1Bvsv3E1TQkWKuI5WlsP5rdnaokUCFpal0tSkb2PSpgeKsI9tNIIvPlxcc30j6TkuGwFVC-boWBHlrIheOt64qmvsqMIGcsdyqxZtCMxc9hgcdT-0zLjj1tHtqY3RFrFHbwbraRB5pxBYuOPdw0/s320/REINO.jpg


        -- Escuta, Vassilissa, minha filha, as minhas últimas palavras. Ao morrer deixo-te a minha bênção e esta bonequinha, que deverás trazer sempre contigo. Não a mostres a ninguém, e quando te acontecer algum desgosto, dá-lhe de comer e beber, e pede-lhe conselhos. Depois de alimentada, ela te dirá o que fazer para te ajudar na desgraça.

        Algum tempo depois da morte da mãe, seu pai casou-se de novo, com uma viúva que tinha duas filhas, pouco mais velhas do que Vassilissa, pensando que isso seria bom para sua filhinha órfã de mãe. Mas enganou-se, porque a madrasta não gostava da enteada. Ela e as filhas invejavam a sua beleza, e atormentavam-na com toda sorte de trabalhos e encargos pesados, para que ela ficasse magra e feia.

        Vassilissa suportava tudo pacientemente e, apesar da vida dura que levava, ficava cada vez mais bonita, passou a ser chamada de Vassilissa, a formosa, enquanto a madrasta e suas filhas iam ficando cada vez mais feias e secas, de tanta ruindade, mesmo passando o tempo todo comendo, sem fazer nada.

        Como isso era possível? É que a bonequinha que a mãe lhe dera ajudava a menina, que muitas vezes deixava de comer só para com sua porção alimentar a boneca, sempre à noite, depois que todos se deitavam. Ela lhe dava de comer dizendo: Come, boneca-beleza, e ouve minha tristeza! E lhe contava os seus problemas. A boneca escutava, dava-lhe conselhos e a mandava dormir. E pela manhã todo o trabalho já aparecia feito, enquanto a menina descansava na sombra e colhia flores. Assim ela ia vivendo.

        Passaram alguns anos, e as meninas chegaram à idade de ficar noivas. Mas todos os pretendentes que apareciam, e não eram poucos, só tinham olhos para Vassilissa, cada vez mais formosa. E nem olhavam para as filhas da madrasta. Esta ficava furiosa, e só respondia a todos os pretendentes que não concederia a mão da mais nova antes que as duas mais velhas se casassem. E depois de despachar o pretendente, ela descontava sua raiva maltratando Vassilissa. Um dia, o pai de Vassilissa, teve de partir para uma longa viagem de negócios, e foi então que a madrasta se aproveitou da sua ausência para se vingar da enteada. Mudou-se logo para outra casa, que ficava à beira da floresta, onde, todos sabiam, vivia a malvada bruxa Baba-Iága, que não deixava ninguém se aproximar dela. Quem se aproximasse, ela devorava como se fosse um frango. Então a madrasta começou a mandar Vassilissa para a floresta toda hora, buscar uma coisa ou outra, esperando que a menina caísse nas garras da bruxa perversa.

        Mas Vassilissa voltava sempre, incólume, porque a bonequinha lhe indicava o caminho certo, e não deixava aproximar-se da cabana da Baba-Iága.

        Não sabendo mais o que inventar, certo dia, ao anoitecer, a madrasta apagou as velas da casa, só para mandar Vassilissa buscar fogo. E quem tinha fogo sempre, todos sabiam, era só a Baba-Iága.

        -- Vai procurar a Baba-Iága e não te atrevas a voltar sem o fogo!

        -- Eu vou e vou levar o meu jantar. Pegou a trouxinha com sua escassa comida, e logo as três a empurraram para fora da casa, para o escuro da noite.

        Assim que se afastou da casa, a menina sentou-se num tronco caído e começou a alimentar a sua bonequinha.

        Come, boneca-beleza, e ouve a minha tristeza! Estão me mandando para a Baba-Iága, buscar fogo! A bruxa vai me devorar!

        A bonequinha comeu e seus olhos brilharam:

        -- Não tenhas medo, Vassilissa. Vai para onde te mandaram, mas não te separes de mim. Contigo, nenhum mal acontecerá.
Vassilissa pôs a bonequinha no bolso do avental, fez o sinal da cruz e entrou na floresta, trémula. Andou um pouco, e, de repente, viu, passando a galope na sua frente, um cavaleiro todo branco, vestido de branco, sobre um corcel branco. E começou a amanhecer.

        Andou mais um pouco, e viu outro cavaleiro, todo vermelho, vestido de vermelho, sobre um corcel vermelho. E começou a nascer o sol.

        Vassilissa, andou e andou, e, só ao entardecer do dia seguinte, chegou à clareira onde ficava a cabana da Baba-Iága. A cerca em volta da casa era toda feita de ossos humanos, encabeçados por crânios espetados neles, com olhos humanos nas órbitas. O trinco do portão era uma boca humana cheia de dentes aguçados. E a casinha era construída sobre grandes pés de galinha.

        Vassilissa parou, petrificada de susto. Nisso passou galopando outro cavaleiro, todo negro, vestido de negro, sobre um corcel negro. E fez-se noite.

        Mas a escuridão durou pouco, pois os olhos de todas as caveiras da cerca se acenderam como brasas vivas, e ficou claro como o dia.

        Vassilissa, morta de medo, não sabia o que fazer e ficou parada no lugar, como enraizada. Nisso, ouviu, vindo da floresta, um grande barulho. Era a Baba-Iága, acocorada no seu pilão, apagando os rastros com a vassoura, desgrenhada e feia de meter medo!

        Unf, unf!!! Sinto cheiro de carne humana! Quem está aqui?

        Vassilissa, trémula, aproximou-se da bruxa e disse:

        Sou eu vovozinha! Sou Vassilissa, a madrasta e suas filhas me mandaram aqui para te pedir fogo.

        Está bem, disse a bruxa. Eu as conheço. Mas tu, Vassilissa, antes terás de ficar morando e trabalhando um tempo aqui comigo, então te darei fogo. Senão eu te devoro!

        Durante o dia inteiro, a bruxa deu tarefas, muito pesadas, para a menina cumprir, e para servi-la desde a manhã até a noite. Era varrer e lavar, cozinhar e cuidar da horta, limpar o quintal, lavar e passar roupa, trazer bebidas do porão, tudo isso Vassilissa tinha que fazer… E só conseguia dar conta do serviço graças à ajuda da bonequinha, que trazia sempre no bolso do avental e não mostrava à bruxa.

        No dia seguinte, a bruxa acordou de madrugada, olhou em volta, viu que todo o serviço estava feito, e ficou aborrecida por não ter do que reclamar. Espiou pela janela, lá fora passou galopando o cavaleiro branco, e a manhã clareou. A bruxa saiu da casa, assobiou, e o seu pilão apresentou-se à sua frente, com a mão e a vassoura. Passou galopando o cavaleiro vermelho, e surgiu o sol. A Baba-Iága embarcou no pilão e saiu voando baixo, deixando Vassilissa sozinha em casa. A bonequinha fez todo o serviço pesado, e só deixou a menina arrumar a mesa e aguardar a bruxa.

        Quando saiu de casa a bruxa mandou que a menina separasse os grãos bons dos carunchados. Tudo deveria estar pronto quando ela voltasse para casa, caso contrário ela comeria. A menina pediu ajuda à sua boneca e esta lhe disse que não tivesse medo, que comesse, fizesse suas orações e dormisse, pois a noite é boa conselheira.

        Na manhã seguinte quando acordou, a menina olhou pela janela e viu que os olhos das caveiras já estavam se fechando. O cavaleiro branco passou e nasceu o dia. A bruxa saiu e a menina ficou sozinha em casa admirando seus móveis e objetos. Quando começou a pensar na tarefa dos grãos a sua boneca já tinha resolvido tudo. Quando a bruxa chegou e viu tudo resolvido, ficou furiosa pois não sabia como colocar defeito. A bruxa então, gritou: Meus fiéis servos, moam os grãos para mim. Surgiram três pares de mãos de esqueletos e levaram os grãos.

        A bruxa deu a ordem para o dia seguinte, dizendo que a menina deveria repetir a tarefa do dia anterior e, além disso, separar as sementes de papoula. Quando retornou à noite ficou muito brava, mas chamou as mãos dos esqueletos e mandou que extraíssem o óleo das sementes de papoula.

        Enquanto a Baba-Iága jantava, Vassilissa ficou por perto, silenciosa. A bruxa perguntou: por que você está olhando sem dizer nada? Você é muda?

        A menina respondeu: se pudesse, gostaria de lhe fazer umas perguntas.

        Pergunte, disse a bruxa, mas lembre-se, nem todas as perguntas são boas. Saber demais envelhece.!

        Vassilissa então perguntou: gostaria de saber quem é o homem que vi no caminho todo de branco. Quem é ele?

        Esse é o meu dia luminoso, disse a bruxa.

        Mas passou também um homem todo vestido de vermelho.

        É o meu sol vermelho, disse a bruxa.

        Mas quando cheguei no portão o homem que passou estava todo de negro.

        Essa é a minha noite, o escuro!

        A menina pensou nos três pares de mãos de esqueletos, mas não fez mais perguntas, ficou quieta.

        Baba-Iága disse: por que não faz mais perguntas?

        A menina respondeu que essas eram suficientes, acrescentando: você mesma disse, vovó, que perguntar demais envelhece.

        A bruxa replicou: Você fez bem em perguntar só a respeito do que viu lá fora e não do que viu aqui dentro de casa. Não gosto quando a sujeira é levada para fora. Mas agora eu quero perguntar uma coisa para você: Como conseguiu fazer todas as tarefas que lhe dei?

        A menina respondeu: A benção de minha mãe me ajudou, respondeu a menina. (não falou da boneca).

        Ah!!! Então foi isso? Dê o fora daqui, filha abençoada, eu não preciso de nenhuma benção em minha casa.

        Assim, Baba-Iága pôs a menina para fora de sua casa, empurrando-a pelo portão. Mas, tirou da cerca, uma das caveiras com seus olhos flamejantes, colocou-a num pau e deu para a menina dizendo: Aqui está o fogo para suas irmãs e sua madrasta, pegue-o e leve-o para casa.

        A menina saiu correndo da casa da bruxa e entrou na floresta somente com a luz da caveira, mas esta extinguiu-se assim que o dia clareou. Ela só chegou em casa na noite seguinte depois de muito caminhar, mas quando chegou perto do portão, pensou em jogar fora a caveira, mas uma voz lhe falou: Não faça isso, leve-me até sua madrasta.

        Assim fez a menina. Quando entrou com o fogo que se acendera sozinho, os olhos da caveira se fixaram na madrasta e em suas filhas queimando suas almas e perseguindo-as aonde fossem se esconder. Ao amanhecer as três tinham virado cinzas. Só Vassilissa escapou.

        A menina enterrou a caveira, fechou a casa e foi para a cidade.
Caminhou bastante e chegando à feira, encontrou uma boa velhinha que estava fiando tecido para a roupa do rei. Ela pediu que lhe ensinasse e a boa velhinha assim o fez. A cada dia a menina fiava melhor e um dia o rei foi até o mercado saber quem estava tecendo aqueles lindos tecidos e conheceu-a.

        O rei pediu que ela fosse morar no seu castelo, pois logo apaixonou-se pela bela moça. Ela aceitou, mas com a condição de levar a pobre velha. O rei aceitou.

        Os dois casaram e estavam muito felizes, quando o pai da Vassilissa voltou da viagem e estava procurando-a por toda parte até que soube onde ela estava e foi visitá-la. O rei convidou-o a morar com eles e assim, o pai voltou a viver com a filha verdadeira e tão querida!

Conto russo.

Entendendo o conto:

01 – O que você achou dessa história?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que temáticas são abordadas no conto?

      Aborda temas de bravura, perseverança, sabedoria e, as vezes, contém elementos sobrenaturais e misteriosos.

03 – Quais os personagens principais da história?

      Os personagens principais são: Vassilisa; Baba Yagá; A boneca encantada; O pai de Vassilisa; A madrasta e meia Irmãs.

04 – Em uma narrativa, é necessário que exista um conflito gerador d desequilíbrio. Qual é o elemento causador do conflito no conto lido?

      O elemento causador do conflito é uma tarefa imposta pela madrasta de Vassilisa, buscar um fogo puro, como se tentasse garantir que a tarefa seja impossível.

05 – Numere os acontecimentos (fatos), na ordem em que aparecem no conto:

(1) Quando sua Majestade pousou os olhos em Vassilisa, imediatamente apaixonou-se perdidamente por ela, pediu-a em casamento e a transformou em sua rainha.

(2) A mãe de Vassilisa lhe dá de presente uma bonequinha mágica.

(3) A bruxa foi empurrando Vassilisa para fora de sua cabana.

06 – A casa é descrita como uma construção mágica e impressionante. Algumas características citadas são:

      - Patas de Galinha. Volta-se para o Bosque.

      - Olhos luminosos.

      - Cerca de Ossos Humanos.

 

 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: UM MERCADO FORA DA LEI - FRAGMENTO - ISABELLA HENRIQUES - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Um mercado fora da lei – Fragmento

Por Isabella Henriques

        Há quase três meses foi publicada a resolução nº 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que passou a considerar abusiva toda e qualquer publicidade ou comunicação mercadológica dirigidas ao público infantil com menos de 12 anos.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimZuP7aysOwviHs-4x5Unw1fJLCiYfoHCP44cXEF1t6wUtBkw6HByL3m0F80sPoI3phyphenhyphenJaquE3jz-DFYDufL9SxL8BDlcXB9nM3YPXs5EBTIdHo5iyjonuIVNJy0CKDTAEYr-_dxA78sEOONNzmFtnXNDlY7L_PUEAuqliuDe7n58jtuoeOMuIjJp1Ea4/s320/destaque-publicidade-infantil.jpeg

        No entanto, o que se verifica é um completo desrespeito à norma. A publicidade que fala diretamente com a criança com a intenção de seduzi-la para o consumo continua firme e forte nos canais televisivos segmentados infantis, na tevê aberta, nos cinemas, nas escolas, nos parques, nos clubes, na distribuição de brindes colecionáveis das cadeias de fast-food e em outros inúmeros espaços de convivência.

        E como justificar isso? Como explicar para mães e pais cansados do bombardeio publicitário que atingem seus filhos que a norma está em vigor, mas praticamente o mercado inteiro não a cumpre? Não há como. Só mesmo a constatação de que, para as empresas anunciantes, para as agências de publicidade e para os veículos de comunicação envolvidos, os interesses financeiros e corporativos são enormemente mais importantes que o saudável desenvolvimento das nossas crianças.

        A publicidade e a comunicação mercadológica que se dirigem diretamente às crianças, além de ilegais, são antiéticas e imorais. Aproveitam-se da peculiar fase de desenvolvimento dos pequenos, justamente quando não conseguem entender o caráter persuasivo das mensagens ou mesmo diferenciar o conteúdo de entretenimento do comercial. A publicidade infantil intensifica problemas sociais como o consumismo infantil, a formação de valores materialistas, o aumento da obesidade infanto-juvenil, a violência e a erotização precoce.

        [...]

        Na prática, a resolução nº 163, em conjunto com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, deveria significar o fim dos abusos mercadológicos desferidos às crianças, ou seja, o fim do direcionamento da publicidade ao público infantil, à medida que se trata de uma norma emanada de um conselho deliberativo, com poder vinculante e, obrigatoriamente, precisaria ser observada e cumprida em território nacional.

        No entanto, o mercado age à revelia da norma, acreditando estar acima dela, acima do Conanda, da própria sociedade que o compõe e do clamor social pela proteção das crianças. Pensa ser até mesmo intocável pela Constituição Federal ou pelo Código de Defesa do Consumidor. Nada lhe atinge. Só o que lhe interessa é o expressivo volume financeiro que movimenta ao convencer crianças de que elas precisam consumir cada vez mais.

        Ocorre que a sociedade brasileira atual exige a responsabilização daqueles que infringem os direitos sociais, inclusive o das crianças a uma infância plena, sadia e feliz.

        É por isso que, como única forma de se frear esse assédio, caberá aos Procons, à Secretaria Nacional do Consumidor, aos Ministérios Públicos, às Defensorias Públicas e ao próprio Poder Judiciário, coibir as ilegalidades cometidas, inclusive com a aplicação das respectivas sanções, a fim de se garantir a construção de um país que verdadeiramente honre suas crianças.

Isabella Henriques. Um mercado fora da lei. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiiniao/173276-um-mercado-fora-da-lei.shtml. Acesso em: 11 mar. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 7º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 200-201.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema abordado pela autora no artigo?

      A autora aborda o completo desrespeito do mercado publicitário à Resolução nº 163 do Conanda, que considera abusiva toda publicidade ou comunicação mercadológica direcionada a crianças menores de 12 anos. Ela denuncia que, apesar da norma em vigor, a publicidade com a intenção de seduzir crianças ao consumo continua disseminada.

02 – Em quais canais e locais a publicidade infantil ainda está presente, segundo o texto?

      A publicidade infantil ainda está presente em canais televisivos segmentados infantis, na TV aberta, nos cinemas, nas escolas, nos parques, nos clubes, na distribuição de brindes colecionáveis de cadeias de fast-food e em "outros inúmeros espaços de convivência" das crianças.

03 – Como a autora justifica o desrespeito das empresas à resolução do Conanda?

      A autora justifica o desrespeito afirmando que, para as empresas anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação, os interesses financeiros e corporativos são "enormemente mais importantes" do que o desenvolvimento saudável das crianças. Ela sugere que o mercado age "à revelia da norma, acreditando estar acima dela".

04 – Por que a publicidade direcionada a crianças é considerada antiética e imoral pela autora?

      A publicidade direcionada a crianças é considerada antiética e imoral porque se aproveita da fase peculiar de desenvolvimento dos pequenos, que ainda não conseguem entender o caráter persuasivo das mensagens ou diferenciar conteúdo de entretenimento do comercial.

05 – Quais são os problemas sociais intensificados pela publicidade infantil, de acordo com o artigo?

      A publicidade infantil intensifica problemas sociais como o consumismo infantil, a formação de valores materialistas, o aumento da obesidade infanto-juvenil, a violência e a erotização precoce.

06 – Que órgãos e poderes a autora aponta como responsáveis por coibir as ilegalidades da publicidade infantil?

      A autora aponta os Procons, a Secretaria Nacional do Consumidor, os Ministérios Públicos, as Defensorias Públicas e o próprio Poder Judiciário como os responsáveis por coibir as ilegalidades e aplicar as sanções cabíveis, sendo a única forma de "frear esse assédio".

07 – O que a Resolução nº 163 do Conanda, em conjunto com o Código de Defesa do Consumidor, deveria significar na prática?

      Na prática, a Resolução nº 163 do Conanda, em conjunto com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, deveria significar o fim dos abusos mercadológicos desferidos às crianças, ou seja, o fim do direcionamento da publicidade ao público infantil. Isso porque se trata de uma norma com poder vinculante, que deveria ser obrigatoriamente observada e cumprida em todo o território nacional.

 

segunda-feira, 4 de junho de 2018

TEXTOS CURTOS PARA O ENSINO MÉDIO - COM GABARITO


TEXTO I

 
     Não existe essa coisa de um ano sem Senna, dois anos sem Senna...Não há calendário para a saudade.

                                                Adriane Galisteu, no Jornal do Brasil.

                                          
01 – Segundo o texto, a saudade:
a) aumenta a cada ano.
b) é maior no primeiro ano.
c) é maior na data do falecimento.
d) é constante.
e) incomoda muito.
02 – A segunda oração do texto tem um claro valor:
a) concessivo
b) temporal
c) causal
d) condicional
e) proporcional
03 – A repetição da palavra não exprime:
a) dúvida
b) convicção
c) tristeza
d) confiança
e) esperança
04 – A figura que consiste na repetição de uma palavra no início de cada membro da frase, como no caso da palavra não, chama-se:
a) anáfora
b) silepse
c) sinestesia
d) pleonasmo
e) metonímia

TEXTO II
“Passei a vida atrás de eleitores e agora busco os leitores.”
                                                 José Sarney, na Veja, dez/97.

01 – Deduz-se pelo texto uma mudança na vida:
a) esportiva
b) intelectual
c) profissional
d) sentimental
e) religiosa
02 – O autor do texto sugere estar passando de:
a) escritor a político
b) político a jornalista
c) político a romancista
d) senador a escritor
e) político a escritor
03 – Infere-se do texto que a atividade inicial do autor foi:
a) agradável
b) duradoura
c) simples
d) honesta
e) coerente
04 – O trecho que justifica a resposta ao item anterior é:
a) e agora
b) os leitores
c) passei a vida
d) atrás de eleitores
e) busco
05 – A palavra ou expressão que não pode substituir o termo agora é:
a) no momento
b) ora
c) presentemente
d) neste instante
e) recentemente

TEXTO III
        Os animais que eu treino não são obrigados a fazer o que vai contra a natureza deles.
                            Gilberto Miranda, na Folha de São Paulo, 23/2/96.
01 – O sentimento que melhor define a posição do autor perante os animais é:
a) fé
b) respeito
c) solidariedade
d) amor
e) tolerância.

02 – O autor do texto é:
a) um treinador atento
b) um adestrador frio
c) um treinador qualificado
d) um adestrador consciente
e) um adestrador filantropo
03 – Segundo o texto, os animais:
a) são obrigados a todo tipo de treinamento.
b) fazem o que não lhes permite a natureza.
c) não fazem o que lhes permite a natureza.
d) não são objeto de qualquer preocupação para o autor.
e) são treinados dentro de determinados limites.

TEXTO IV

        Estou com saudade de ficar bom. Escrever é consequência natural.
                             Jorge Amado, na Folha de São Paulo, 22/10/96.

01 – Segundo o texto:
a) o autor esteve doente e voltou a escrever.
b) o autor está doente e continua escrevendo.
c) O autor não escreve porque está doente.
d) o autor está doente porque não escreve.
e) o autor ficou bom, mas não voltou a escrever.

02 – O autor na verdade tem saudade:
a) de trabalhar
b) da saúde
c) de conversar
d) de escrever
e) da doença

03 – “Escrever é consequência natural.” Consequência de:
a) voltar a trabalhar.
b) recuperar a saúde.
c) ter ficado muito tempo doente.
d) estar enfermo.
e) ter saúde.

TEXTO V

        A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.
                                        Américo Barbosa, na Folha de São Paulo.

01 – No texto, o autor compara:
a) Deus e internet
b) Deus e mundo todo
c) internet e qualquer um
d) mente e internet
e) mente e qualquer um

02 – O que justifica a comparação do texto é:
a) a modernidade da informática
b) a bondade de Deus
c) a acessibilidade da mente de Deus e da internet
d) a globalização das comunicações
e) O desejo que todos têm de se comunicar com o mundo.

03 – O conectivo comparativo presente no texto só não pode ser substituído por:
a) tal qual
b) que nem
c) qual
d) para
e) feito

04 – Só não constitui paráfrase do texto:
a) A mente de Deus, bem como a internet, pode ser acessada por qualquer um, no mundo todo.
b) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a internet.
c) A mente de Deus pode ser acessada, no mundo todo, por qualquer um, da mesma forma que a internet.
d) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no mundo todo, por qualquer um.
e) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo todo, a internet.

TEXTO VI

        Marx disse que Deus é o ópio do povo. Já sabemos que não entendia nem de Deus nem de ópio. Deus é uma experiência de fé. Impossível defini-lo.
                                                 Paulo Coelho, em O Globo, 25/2/96.

01 – Segundo o período inicial do texto, para Marx Deus:
a) traz imensa alegria ao povo.
b) esclarece o povo.
c) deixa o povo frustrado.
d) conduz com segurança o povo.
e) tira do povo a condição de raciocinar.

02 – Segundo o autor, Marx:
a) mentiu deliberadamente.
b) foi feliz com suas palavras.
c) falou sobre o que não sabia.
d) equivocou-se em parte.
e) estava coberto de razão, mas não foi compreendido.

03 – O sentimento que Marx teria demonstrado e que justifica a resposta ao
item anterior é:
a) leviandade
b) orgulho
c) maldade
d) ganância
e) egoísmo

04 – Infere-se do texto que Deus deve ser:
a) amado
b) conceituado
c) admirado
d) sentido
e) estudado

05 – A palavra que justifica o item anterior é:
a) ópio
b) Io
c) fé
d) povo
e) experiência

06 – A figura de linguagem presente no primeiro período é:
a) metáfora
b) metonímia
c) prosopopeia
d) pleonasmo
e) hipérbole

07 – A palavra que poderia ter sido grafada com letra maiúscula é:
a) ópio
b) povo
c) experiência
d) fé
e) lo

TEXTO VII

Quando vim da minha terra,
não vim, perdi-me no espaço,
na ilusão de ter saído.
Ai de mim, nunca saí.

                 Carlos D. de Andrade, no poema A Ilusão do Migrante.

01 – O sentimento predominante no texto é:
a) orgulho
b) saudade
c) fé
d) esperança
e) ansiedade.

02 – Infere-se do texto que o autor:
a) não saiu de sua terra.
b) não queria sair de sua terra, mas foi obrigado.
c) logo esqueceu sua terra.
d) saiu de sua terra apenas fisicamente.
e) pretende voltar logo para sua terra.

03 – Por “perdi-me no espaço” pode-se entender que o autor:
a) ficou perdido na nova terra.
b) ficou confuso.
c) não gostou da nova terra.
d) perdeu, momentaneamente, o sentimento por sua terra natal.
e) aborreceu-se com a nova situação.

04 – Pelo último período do texto, deduz-se que:
a) ele continuou ligado à sua terra.
b) ele vai voltar à sua terra.
c) ele gostaria de deixar sua cidade, mas nunca conseguiu.
d) ele se alegra por não ter saído.
e) ele nunca saiu da terra onde vive atualmente.

05 – A expressão “ai de mim” só não sugere, no poema:
a) amargura
b) decepção
c) tristeza
d) vergonha
e) nostalgia

TEXTO VIII

        Enquanto o Titanic ainda flutua, tentemos o impossível para mudar o seu curso. Afinal, quem faz a história são as pessoas e não o contrário.
                        Herbert de Souza, na Folha de São Paulo, 17/11/96.

01 – Infere-se do texto que o Titanic:
a) é um navio real.
b) simboliza algo que vai mal.
c) é um navio imaginário.
d) simboliza esperança de salvação.
e) sintetiza todas as tragédias humanas.

02 – Pelo visto, o autor não acredita em:
a) transformação
b) elogio
c) desgraça
d) favorecimento
e) determinismo

03 – A palavra “afinal” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) conquanto
b) porquanto
c) malgrado
d) enquanto
e) apenas

04 – Infere-se do texto que:
a) há coisas que não podem ser mudadas.
b) se tentarmos, conseguiremos.
c) o que parece impossível sempre o é.
d) jamais podemos desistir.
e) alguns têm a capacidade de modificar as coisas, outros não.

05 – Para o autor, as pessoas não devem:
a) exagerar
b) falhar
c) desanimar
d) lamentar-se
e) fugir.

TEXTO IX

        A função do artista é esta, meter a mão nessa coisa essencial do ser humano, que é o sonho e a esperança. Preciso ter essa ilusão: a de que estou resgatando esses valores.
                                           Marieta Severo, na Folha de São Paulo.

01 – Segundo o texto, o artista:
a) leva alegria às pessoas.
b) valoriza o sonho das pessoas pobres.
c) desperta as pessoas para a realidade da vida.
d) não tem qualquer influência na vida das pessoas.
e) trabalha o íntimo das pessoas.

02 – Segundo o texto:
a) o sonho vale mais que a esperança.
b) o sonho vale menos que a esperança.
c) sonho e esperança têm relativa importância para as pessoas.
d) não se vive sem sonho e esperança.
e) têm importância capital para as pessoas tanto o sonho quanto a esperança.

03 – A palavra ou expressão que justifica a resposta do item anterior é:
a) ilusão
b) meter a mão
c) essencial
d) ser humano
e) valores

04 – A expressão “meter a mão”:
a) pertence ao linguajar culto.
b) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por intrometer-se.
c) tem valor pejorativo.
d) é coloquial e significa, no texto, tocar.
e) é um erro que deveria ter sido evitado.

05 – Só não se encontra no texto:
a) a influência dos artistas
b) a necessidade da autora
c) a recuperação de coisas importantes
d) a conquista da paz
e) a carência de sentimentos das pessoas

06 – A palavra “esses” poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) bons
b) certos
c) tais
d) outros
e) muitos.

TEXTO X

          Um prêmio chamado Sharp, ou Shell, Deus me livre! Não quero. Acho esses nomes feios. Não recebo prêmios de empresas ligadas a grupos multinacionais. Não sou traidor do meu povo nem estou à venda.
                                                  Ariano Suassuna, na Veja, 3/7/96.

01 – A palavra que melhor define o autor do texto é:
a) megalomaníaco
b) revoltado
c) narcisista
d) nacionalista
e) decepcionado

02 – Se aceitasse algum tipo de prêmio de empresas multinacionais, o autor, além de traidor, se sentiria:
a) infiel
b) venal
c) pusilânime
d) ingrato
e) ímprobo

03 – O autor não recebe prêmios de empresas multinacionais porque:
a) seus nomes são feios.
b) estaria prestando um desserviço ao Brasil.
c) detesta qualquer empresa que não seja brasileira
d) esses prêmios não têm valor algum.
e) não quer ficar devendo favores a esse tipo de empresa.

04 – O último período do texto tem claro valor:
a) causal
b) temporal
c) condicional
d) comparativo
e) proporcional

05 – A expressão “Deus me livre!” demonstra, antes de tudo:
a) revolta
b) desprezo
c) ironia
d) certeza
e) ira.

TEXTO XI

        Inserto entre o 16° e o 18°, o século XVII permanece em meia luz, quase apagado, nos fastos do Rio de Janeiro, sem que sobre esse período se detenha a atenção dos historiadores, sem que o distingam os que se deixam fascinar pelos aspectos brilhantes da história.
                                              Vivaldo Coaracy, in O Rio de Janeiro.

01 – Segundo o texto, o século XVII:
a) chamou a atenção dos historiadores por ser meio apagado.
b) foi uma parte brilhante da história do Rio de Janeiro.
c) assemelha-se aos séculos XVI e XVIII.
d) foi importante, culturalmente, para o Rio de Janeiro.
e) transcorreu sem brilho, para o Rio de Janeiro.

02 – A palavra ou expressão que pode substituir sem prejuízo do sentido a palavra “fastos” é:
a) anais
b) círculos culturais
c) círculos políticos
d) administração
e) imprensa

03 – A expressão “quase apagada”:
a) retifica a palavra meia-luz.
b) complementa a palavra meia-luz.
c) reforça a palavra meia-luz.
d) explica a palavra meia-luz.
e) amplia a palavra meia-luz.

04 – Infere-se do texto que:
a) os historiadores detestaram o século XVII.
b) os mais belos momentos da história encantam certas pessoas.
c) o século XVI foi tão importante quanto o século XVIII.
d) a história do Rio de Janeiro está repleta de coisas interessantes.
e) os historiadores se interessam menos pelos séculos XVI e XVIII do que pelo século XVII.

TEXTO XII

        Acho que foi uma premonição, uma vez que ele já tinha declarado que “A Fraternidade é Vermelha” seria seu último filme. Foi o cineasta contemporâneo que conseguiu chegar mais perto do conceito de Deus. Poderia ter feito muito mais filmes, mas foi vítima do totalitarismo socialista.
                                       Leon Cakoff, no Jornal da Tarde, 14/13/96.

01 – O totalitarismo socialista:
a) atrapalhou a carreira do cineasta.
b) manteve-se alheio à carreira do cineasta.
c) interrompeu a carreira do cineasta.
d) incentivou a carreira do cineasta.
e) fiscalizou a carreira do cineasta.

02 – “A Fraternidade é Vermelha”:
a) foi um filme de repercussão nos meios religiosos.
b) foi o primeiro filme de sucesso do cineasta.
c) não abordava o assunto Deus.
d) foi o melhor filme do cineasta.
e) foi o último filme do cineasta.

03 – Provavelmente, o cineasta:
a) agradou, por ser materialista.
b) agradou por falar de Deus.
c) desagradou por falar de Deus.
d) desagradou por não falar de Deus.
e) não sabia nada sobre Deus.

04 – Levando-se em conta o caráter materialista usualmente atribuído aos socialistas, o título do filme seria, em princípio:
a) uma redundância
b) uma ambiguidade
c) um paradoxo
d) uma qualificação
e) uma incoerência

05 – A palavra “premonição” se justifica porque:
a) seu filme foi um sucesso.
b) o cineasta falava de Deus.
c) o cineasta não quis fazer mais filmes.
d) a “Fraternidade é Vermelha” foi seu último filme.
e) o cineasta foi vítima do totalitarismo socialista.

06 – A palavra “Vermelha” equivale no texto a:
a) totalitária
b) comunista
c) socialista
d) materialista
e) espiritualista.

07 - Conectivo que não poderia substituir “uma vez que” no texto é:
a) porque
b) pois
c) já que
d) porquanto
e) se bem que.

TEXTO XIII

        Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano; por isso é preciso fazer uma estruturação dos canteiros a fim de manter-se o equilíbrio das plantações. Com o sistema indicado, não faltarão verduras durante todo ano, sejam folhas, legumes ou tubérculos.
                        Irineu Fabichak, in Horticultura ao Alcance de Todos.

01 – Segundo o texto:
a) todas as plantas hortícolas não se dão bem durante todo o ano.
b) todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
c) todas as plantas hortícolas se dão mal durante todo o ano.
d) algumas plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano.
e) nenhuma planta hortícola se dá mal durante todo o ano.

02 – Para manter o equilíbrio das plantações é necessário:
a) estruturar de maneira mais lógica e racional os canteiros.
b) fazer mais canteiros, mas ordenando-os de maneira lógica e racional.
c) fazer o plantio em épocas diferentes.
d) construir canteiros emparelhados.
e) manter sempre limpos os canteiros

03 – A conjunção “por isso” só não pode ser substituída por:
a) portanto
b) logo
c) então
d) porque
e) assim

04 – Segundo o último parágrafo do texto:
a) tubérculos não são verduras.
b) legumes são o mesmo que tubérculos.
c) folhas, legumes e tubérculos são a mesma coisa.
d) haverá verduras o ano todo, inclusive folhas, legumes e tubérculos.
e) haverá folhas, legumes e tubérculos o ano todo.

TEXTO XIV

        Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de AmBev dos panetones - melindre os varejistas.
                                                 Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99.
01 – As duas empresas (/. 4) de que fala o texto são:
a) Bauducco e Visagis
b) Visconti e Visagis
c) AmBev e Bauducco
d) Bauducco e Visconti
e) Visagis e AmBev

02 – A aproximação do Natal é a causa:
a) da compra da Visconti
b) do sigilo do negócio
c) do negócio da Bauducco
d) do melindre dos varejistas
e) do anúncio da união

03 – Uma outra causa para esse fato seria:
a) a primeira colocação da Bauducco na fabricação de panetones
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones
d) o possível melindre dos varejistas
e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco

04 – Por “aquisição à vista” entende-se, no texto:
a) que a negociação é provável.
b) que a negociação está distante, mas vai acontecer.
c) que o pagamento da negociação será feito em uma única parcela.
d) que a negociação dificilmente ocorrerá.
e) que a negociação está próxima. 

TEXTO XV

Um anjo dorme aqui; na aurora apenas,
disse adeus ao brilhar das açucenas
em ter da vida alevantado o véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo
finou-se e no infantil sorriso passou do
berço pra brincar no céu!
                                          Casimiro de Abreu, in Primaveras.

01 – O tema do texto é:
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança
c) o sofrimento pela morte de uma criança
d) o apego do autor por uma certa criança
e) a morte de uma criança

02 – O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como:
a) prosopopeia
b) hipérbole
c) pleonasmo
d) metonímia
e) eufemismo

03 – No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico as palavras:
a) aurora e véu
b) anjo e rosa
c) granizo e sorriso
d) berço e céu
e) cruel e infantil

04 – As palavras que respondem ao item anterior são:
a) uma antítese em relação à vida
b) hipérboles referentes ao destino
c) personificações alusivas à morte
d) metáforas relativas à criança
e) pleonasmos com relação à dor.

05 – Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido
b) sem ter morrido cedo
c) sem ter conhecido bem a vida
d) sem viver misteriosamente
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas

06 – “Na aurora apenas” é o mesmo que:
a) somente pela manhã
b) no limiar somente
c) apenas na alegria
d) só na tristeza
e) só no final.
TEXTO XVI

        Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
                      José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96.

01 – Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida
e) as raízes na elite do Brasil

02 – A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é:
a) o segundo que
b) tiveram
c) vêm
d) eles
e) o terceiro que.

03 – Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais:
a) inteligência
b) patriotismo
c) vivência
d) coerência
e) grandeza

04 – A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de:
a) consequência
b) causa
c) comparação
d) condição
e) tempo

05 – A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra “obviamente”, é:
a) necessariamente
b) realmente
c) justificadamente
d) evidentemente
e) comprovadamente

06 – Só não pode ser inferido do texto:
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático.
b) ter lutado contra o colonialismo é importante para a carreira de diplomata.
c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.
d) ter vida fácil é característica comum a todo tipo de diplomata.
e) há diplomatas mais sensíveis que outros.

TEXTO XVII

        Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.
        Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira.

01 – Segundo o texto, os historiadores:
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia.
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de comércio ou de festividades religiosas.
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural.
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava.
e) consideram o campo mais importante que as cidades.

02 – Para o autor:
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada.
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das cidades.
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio.
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia.
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.

03 – A palavra “ojeriza” significa, no texto:
a) medo
b) admiração
c) aversão
d) dificuldade
e) angústia

04 – A língua falada “voou com as suas próprias asas” porque:
a) as cidades eram pontos de festividades religiosas.
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal.
c) faltavam universidades nos centros urbanos.
d) não se seguiam normas linguísticas.
e) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colônia portuguesa.

05 – Segundo o texto, a população do Brasil-colônia:
a) à vida do campo preferia a da cidade.
b) à vida da cidade preferia a do campo.
c) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade.
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação.
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.

TEXTO XVIII

        Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade Gutierrez já tem pronto um estudo sobre a sucessão de 20 de seus principais executivos, quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos serão escolhidos entre 200 integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente, que já integra o conselho de administração da empreiteira mineira, deverá ir se afastando aos poucos do dia-a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que deverão ser aproveitados como consultores, a aposentadoria chegará a médio prazo.
                                             José Maria Furtado, na Exame, dez./99.

01 – Se começarmos o primeiro período do texto por “A Andrade Gutierrez já tem pronto...”, teremos, como sequência coesa e coerente:
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

02 – Segundo o texto:
a) 20 grandes executivos da empresa se aposentarão a médio prazo.
b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62 anos.
c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentará a curto prazo.
d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos 58 a 62 anos.
e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e médio prazos.

03 – A empresa, no que toca à aposentadoria de seus executivos, mostra-se:
a) precipitada
b) cautelosa
c) previdente
d) rígida
e) inflexível.

04 – Sobre o executivo Eduardo Andrade, não se pode afirmar:
a) ocupa, no momento, a superintendência.
b) é um dos conselheiros.
c) será substituído por um dos 200 aspirantes.
d) está se afastando dos negócios da empresa.
e) será o primeiro dos 20 grandes executivos a se aposentar.

05 – Sobre a Andrade Gutierrez, não é correto afirmar:
a) é empresa de obras.
b) é do estado de Minas Gerais.
c) preocupa-se com seus funcionários.
d) mantém-se alheia a qualquer tipo de renovação.
e) procura manter vínculo com executivos aposentados.

TEXTO XIX

Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim.
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir.
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão
do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
                                                                    Gilberto Gil.

01 – Por “presença da ausência” pode-se entender:
a) ausência difícil
b) ausência amarga
c) ausência sentida
d) ausência indiferente
e) ausência enriquecedora

02 – Para o autor, a saudade é algo:
a) que leva ao desespero.
b) que só se suporta com fé.
c) que ninguém deseja.
d) que transmite coisas boas.
e) que ilude as pessoas.

03 – O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade antitética é:
a) presença / ausência.
b) não / sim.
c) ausência de luz / clarão.
d) sol / solidão.
e) que veda / traz a visão.

04 – Segundo o texto:
a) sente-se saudade de pessoas, e não de coisas.
b) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas.
c) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins.
d) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação que vivemos.
e) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram em nosso passado.

05 – O que se guarda no coração é:
a) a saudade
b) o clarão
c) o que se deixou para traz
d) a visão
e) o que não se pode ver.

TEXTO XX
        Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
          Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas.

01 – Pode-se afirmar, com base nas ideias do autor-personagem, que se trata:
a) de um texto jornalístico
b) de um texto religioso
c) de um texto científico
d) de um texto autobiográfico
e) de um texto teatral

02 – Para o autor-personagem, é menos comum:
a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
c) começar um livro por sua morte.
d) não começar um livro por sua morte.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.

03 – Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) está morrendo.
b) já morreu.
c) não quer morrer.
d) não vai morrer.
e) renasceu.

04 – A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos:
a) escreveram livros.
b) se preocupam com a vida e a morte.
c) não foram compreendidos.
d) valorizam a morte.
e) falam sobre suas mortes.

05 – A diferença capital entre o autor e Moisés é que:
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso.
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte.
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte.
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.

06 – Deduz-se pelo texto que o Pentateuco:
a) não fala da morte de Moisés.
b) foi lido pelo autor do texto.
c) foi escrito por Moisés.
d) só fala da vida de Moisés.
e) serviu de modelo ao autor do texto.

07 – Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para:
a) intróito
b) princípio
c) cabo
d) berço
e) fim

08 – Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua):
a) conformismo diante da morte;
b) tristeza por se sentir morto
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação
d) otimismo quanto ao futuro literário
e) atividade apesar de estar morto.