Mostrando postagens com marcador SONETO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SONETO. Mostrar todas as postagens

sábado, 25 de maio de 2019

SONETO: PÁLIDA, À LUZ DA LÂMPADA SOMBRIA - ÁLVARES DE AZEVEDO - COM GABARITO

SONETO: Pálida, à luz da lâmpada sombria

                               Álvares de Azevedo

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!
              In: Bárbara Heller et alii, orgs. Álvares de Azevedo.
São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 22.
Entendendo o soneto:
01 – Que indícios podemos perceber neste soneto da segunda fase do Romantismo, denominado mal do século?
      O receio de amar e o sofrimento vivido pela idealização do eu lírico, para com a mulher amada, o fazem recorrer ao desejo da “morte”, como forma de fuga por causa de problemas amorosos.

02 – Da primeira para segunda estrofe do texto, a luz que circunda a pessoa descrita sofre alteração. Que tipo de alteração ocorre?
      No primeiro verso da primeira estrofe, a mulher amada é descrita pela sua palidez, que se opõe à sombria lâmpada que a ilumina; já na segunda estrofe são descritas a calma e a harmonia da amada, que é embalada pela maré das águas.

03 – O poema é escrito a partir de:
a)   Uma crítica feita à mulher amada pelo eu lírico.
b)   Uma descrição da mulher amada feita pelo eu lírico.
c)   Um sonho que o eu lírico teve com a mulher amada.
d)   Um conflito que o eu lírico deseja resolver com a mulher amada.

04 – “Como a lua por noite embalsamada,” temos nesse verso:
a)   Uma metáfora.
b)   Uma hipérbole.
c)   Uma comparação.
d)   Uma metonímia.

05 – O elemento tempo no poema:
a)   É o mesmo do início ao fim.
b)   Retrata o anoitecer.
c)   Sofre uma gradação.
d)   Foi irrelevante.

06 – Apresentam uma antítese os versos:
a)   “Como a lua por noite embalsamada, / Entre as nuvens do amor ela dormia!”
b)   “Era um anjo entre nuvens d’alvorada / Que em sonhos se banhava e se esquecia!”
c)    “Negros olhos as pálpebras abrindo... / Formas nuas no leito resvalando...”
d)   “Por ti – as noites eu velei chorando, / Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”

07 – A atmosfera retratada nos quartetos é vaga e imaterial. O elemento que reforça a ideia de imaterialidade da mulher amada nessas estrofes é:
a)   A lâmpada.
b)   As nuvens.
c)   A lua.
d)   As flores.

08 – A última estrofe revela que a mulher observada:
a)   Despertou do seu sono.
b)   Exibe-se para o eu lírico.
c)   Retira-se do ambiente.
d)   Encabula-se diante do eu lírico.

09 – Por ser um sonho, a mulher desse soneto possui imagens cambiantes, isto é, sua descrição muda ao longo do texto. Identifique algumas dessas imagens nas duas primeiras estrofes.
·        A mulher é pálida e está reclinada sobre um leito de flores;
·        Ela dorme entre as nuvens do amor;
·        É a virgem do mar, embalada pela maré;
·        É um anjo entre nuvens d’alvorada.

10 – Há alguma contradição entre essas imagens que caracterizam a mulher?
      Sim. Na segunda estrofe ela se caracteriza pela pureza, é uma virgem e um anjo; na terceira estrofe ela se caracteriza pela beleza física, pela nudez e pela sensualidade.

11 – Leia a seguinte afirmação de Mário de Andrade:
        “Álvares de Azevedo sofreu como nenhum, apavoradamente, o prestígio romântico da mulher. Pra ele a mulher é uma criação absolutamente sublime, divina e ...inconsútil. O amor sexual lhe repugnava, e pelas obras que deixou e difícil dizer que tivesse experiência dele”.

(“Amor e Medo” in Aspectos da literatura brasileira, 6ª. ed. São Paulo, Martins, 1978).

Qual verso do soneto exprime a timidez do sujeito lírico diante da mulher, mesmo sendo ela apenas um sonho?
      “Não te rias de mim, meu anjo lindo!”

12 – O soneto exprime o sofrimento, a frustação amorosa e a atitude escapista ultra romântica. Explique essa atitude, comentando os dois últimos versos do soneto.
      O penúltimo verso exprime o sofrimento das noites de vigília. E o último aponta a fuga pelo sonho e até pela morte como saída para a frustação amorosa.


sábado, 27 de abril de 2019

SONETO: EU CANTAREI DE AMOR TÃO DOCEMENTE - LUÍS VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO

Soneto: Eu cantarei de amor tão docemente
                         
        Luís Vaz de Camões

Eu cantarei de amor tão docemente,
por uns termos em si tão concertados,
que dois mil acidentes namorados
faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
pintando mil segredos delicados,
brandas iras, suspiros magoados,
temerosa ousadia e pena ausente.


Também, Senhora, do desprezo honesto
de vossa vista branda e rigorosa,
contentar me hei dizendo a menos parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
a composição alta e milagrosa,
aqui falta saber, engenho e arte.

Luís de Camões. In: Rimas. Edição de A. J. da Costa Pimpão.
Coimbra, Atlântida Editora, 1973.
Entendendo o soneto:
01 – Na 1ª estrofe do soneto de Luís de Camões, o eu-lírico expressa um desejo. Que desejo é esse?
a) De que as pessoas não devem amar, porque o amor só traz sofrimento e amarguras.
b) De que as pessoas consertem os seus erros e possam amar verdadeiramente.
c) De decifrar o amor, porque, para ele, é um sentimento misterioso.
d) De conseguir nesta vida um amor que possa lhe fazer feliz.
e) De que as pessoas que não amam, possam desfrutar desse sentimento único, que é o amor.

02 – Ao dizer “Farei que o amor a todos avivente”, o eu-lírico quer que:
a) o amor preencha o vazio da vida das pessoas.
b) o amor dê vida, alegria e transforme as pessoas.
c) o amor conquiste os que têm medo de amar.
d) as pessoas vivam exclusivamente pelo amor.
e) as pessoas não queiram amar, porque ele faz sofrer.

03 – No poema de Luís de Camões, podemos verificar uma das características do Classicismo. Que característica é essa?
a) A referência à mitologia greco-latina.
b) A reverência ao passado glorioso de Portugal e ao povo português.
c) A preferência por temas universais, como o amor.
d) A preocupação com os desconsertos do mundo.
e) O uso da medida velha, com versos de 5 e 7 sílabas poéticas.

04 – O eu-lírico reconhece, na última estrofe, que:
a) ele ama incondicionalmente a sua musa e nada pode mudar isso.
b) ele não é capaz de amar a senhora na intensidade que ela merece.
c) em seu coração não cabe amor tão grande e sublime.
d) ele não tem força para resistir a este amor que o maltrata.
e) ele não tem competência para descrever poeticamente os gestos da amada.

05 – Ao analisar o gênero literário poesia, de Luís de Camões, podem ser considerados corretos os itens:
I – O poema, conforme a sua estrutura, pode ser classificado como soneto.
II – Os três últimos versos são decassílabos.
III – Em todos os versos do poema, verificam-se rimas ricas.
IV – A primeira e a segunda estrofes são denominadas de quarteto.
V – As rimas das duas primeiras estrofes são, quanto à sua posição na estrofe, classificadas como paralelas.
a) I, II e IV.
b) I, III e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e V.
e) II, III e IV.

06 – Ao analisar a expressão, “temerosa ousadia”, percebe-se o uso da figura de linguagem:
a) Eufemismo.
b) Metáfora.
c) Ironia.
d) Paradoxo.
e) Prosopopeia.

07 – Ao dizer “aqui falta saber, engenho e arte”, a palavra “engenho”, neste verso, pode ser substituída por:
a) sabedoria.
b) orientação.
c) habilidade.
d) humildade.
e) esperteza.  

08 – Para facilitar o entendimento do soneto, copie a primeira e terceira estrofes, desfazendo os versos e reorganizando o período na ordem direta.
      Eu cantarei de amor tão docemente, por uns termos em si tão concertados, que dois mil acidentes namorados, faça sentir ao peito que não sente. Também, Senhora, contentar-me-ei dizendo a menos parte do desprezo honesto de vossa ira branda e rigorosa.

09 – Qual o número de sílabas métricas dos versos do soneto?
      Dez sílabas métricas.

10 – Utilizando letras, faça o esquema das rimas do soneto.
      ABBA – ABBA – CDE – CDE.

11 – O tema deste soneto é a própria poesia lírica amorosa.
a)   Primeira estrofe: Qual é o propósito anunciado pelo sujeito lírico?
É o propósito de fazer um canto de amor tão doce e tão harmonioso que até os corações insensíveis se emocionem.

b)   Segunda estrofe: Enumerando as características com que o amor será descrito em seu canto, o poeta utiliza dois paradoxos. Reconheça-os.
“Brandas iras” e “Temerosa ousadia”.

12 – Nos dois tercetos, o poeta diz como será, em seu canto, a descrição da mulher amada.
a)   Como ele vê a mulher: de modo realista ou idealizado?
De modo idealizado.

b)   Qual a principal característica da mulher?
O pudor, o recato.

c)   O poeta diz que conseguirá descrever apenas parcialmente o comportamento honesto e recatado de sua amada. No último terceto ele idealiza também a sua beleza física (o rosto). Ele se julga capaz de retratá-la? por quê?
Ele não se julga capaz de retratar a beleza física de sua amada porque, para isso, são insuficientes o seu saber, o seu talento e a sua eloquência.

                                  


sexta-feira, 26 de abril de 2019

SONETO:BUSQUE AMOR NOVAS ARTES, NOVO ENGENHO - LUÍS VAZ DE CAMÕES - COM GABARITO

Soneto: Busque Amor novas artes, novo engenho
          Luís Vaz de Camões

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho! 


Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Luís de Camões. In: A. J. da Costa Pimpão. Op. cit. pág. 118.
Entendendo o soneto:
01 – Faça a escansão do primeiro verso.
      Bus/que A/mor no/vas ar/tes no/vo em/ge/nho.

02 – A primeira estrofe é um desafio ao Amor. Qual o argumento utilizado pelo sujeito lírico para explicar a impossibilidade de sofrer mais?
      O maior mal seria perder a esperança. Como esta já não existe, o Amor nada mais pode contra ele.

03 – A segunda estrofe exprime a perplexidade do sujeito lírico diante do absurdo de sua situação: a esperança de não sofrer mais, por não ter mais esperança. Qual é o paradoxo com que ele exprime essa situação absurda?
      “... perigosas seguranças”.

04 – No oitavo verso o autor utiliza uma metáfora náutica: “andando em bravo mar, perdido o lenho”. Metáforas como esta são lugares-comuns na poesia renascentista. Procuremos entende-la: “bravo mar” é metáfora de “vida agitada”; “lenho” é “navio”, por metonímia. No contexto do poema, o que o “lenho”, ou navio perdido representa?
      Representa a esperança perdida. A perda da esperança é o “naufrágio” do sujeito lírico.

05 – É grande a intensidade emocional deste soneto. Entretanto, Camões equilibra a expressão do desespero amoroso com o raciocínio (lembre-se de que o Classicismo procura o equilíbrio entre razão e emoção), desenvolvendo um discurso em tese e antítese.
a)   Resuma a tese apresentada nos quartetos.
O pior mal que o Amor poderia causar ao sujeito lírico seria tirar-lhe as esperanças. Como ele já não as possui, nada mais deve temer.

b)   A antítese começa com a conjunção adversativa “mas”. Resuma a contradição apresentada no primeiro terceto.
Apesar da impossibilidade lógica de os seus desgostos aumentarem, o Amor lhe reserva ainda um grande mal invisível, escondido na alma.

06 – O sujeito lírico conclui confessando sua incapacidade de compreender o processo amoroso. Transcreva os versos que melhor exprimem a ideia de que o Amor é um sentimento contraditório e incompreensível.
      Os dois últimos versos do soneto.


quarta-feira, 24 de abril de 2019

SONETO: Ó VIRGENS! ANTÔNIO NOBRE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Soneto: Ó Virgens!
        
     Antônio Nobre

Ó virgens que passais, ao sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente
Que me transporte ao meu perdido lar...

Cantai-me, n'essa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!

Cantai! cantai as límpidas cantigas!
Das ruinas do meu Lar desaterrai
Todas aquelas ilusões antigas.

Que eu vi morrer num sonho, como um ai.
Ó suaves e frescas raparigas;
Adormecei-me nessa voz... Cantai! 
 In A. Soares Amora. Presença da literatura portuguesa.
“O Simbolismo”. São Paulo, Difel, 1974.
Entendendo o soneto:
01 – Que características do Simbolismo percebemos na expressão “ao meu perdido Lar”?
      Duas características: o uso de letras maiúsculas em substantivos comuns, dando-lhes um sentido de transcendência, de valor absoluto e a ideia de um “lar” metafísico, distante, de uma origem nostálgica, sobrenatural, idealizada.

02 – Com o sujeito lírico vislumbra o seu “transporte” a esse “perdido Lar”? Trata-se de um transporte real ou imaginário?
      A forma é o canto ardente da Virgens que passam; este canto transporta o sujeito lírico ao seu amigo lar imaginariamente, porque o evocam, fazem-no lembrar-se dele.

03 – Na segunda estrofe, quais são os objetos do canto das Virgens e o que representam para o sujeito lírico?
      As virgens cantam o sol, o mar, o campo (“A fartura da seara reluzente”) e o luar, isto é, os elementos da natureza, que representam o vinho e a graça, ou seja, a embriaguez e o encantamento, par o sujeito lírico.

04 – Transcreva o verso da 3ª estrofe em que melhor se perceba a musicalidade, presente em todo o poema.
      O verso é: “Cantai! Cantai as límpidas cantigas!”

05 – Que recursos sonoros essencialmente simbolistas do verso transcrito são responsáveis por sua musicalidade?
      As repetições de palavras e de sons, como as vogais a e i (assonância) e as consoantes c e t (aliterações).

06 – No desfecho do soneto (as duas estrofes finais), como percebemos as seguintes características simbolistas do poema:
a)   A recusa da realidade.
Percebemos a recusa da realidade pela expressão “... ilusões antigas / Que eu vi morrer num sonho...”.

b)   O desejo de evasão, a evocação da morte.
Ambas as ideias estão implícitas na vontade de adormecer, ouvindo o canto das Virgens, com a qual o sujeito lírico termina o soneto.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

SONETO: A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO - GREGÓRIO DE MATOS- COM GABARITO

SONETO: A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO  
                  Gregório de Matos

“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.”  
                                                              Gregório de Matos
Entendendo o poema:
01 – A ideia central do texto é:
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo;
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana;
c) os contrastes da vida;
d) a falsidade das aparências;
e) a duração prolongada do sofrimento.

02 – A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:
a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião;
b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a beleza;
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos céticos;
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus;
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dura.

03 – Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe?
a) estrutura bimembre
b) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva
c) disposição antitética da frase
d) concepção teocêntrica
e) cultismo

04 – No texto predominaram as imagens:
a) táteis
b) olfativas
c) auditivas
d) visuais
e) gustativas

05 – Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto:
a) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina.
b) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista.
c) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e corpo, morte e vida.
d) A arte barroca é vinculada à Contrarreforma.
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas.

06 – Podemos perceber no poema muitas figuras de linguagem. Encontre as antíteses e cite os versos:
      “Nasce o sol e não dura mais que um dia” – (vida/morte)
      “Depois da luz, se segue a noite escura” – (claro/escuro)
      “Em tristes sombras morre a formosura” – (feio/belo)
      “Em contínuas tristezas a alegria” – (tristeza/alegria)

07 – Como é formado o poema?    
      É formado por 2 quartetos e 2 tercetos, num total de 14 versos. Esta é a estrutura de um soneto.

08 – No poema percebemos que a linguagem barroca enfatiza o quê?   
      Tudo que é inconstante, que muda de aparência, que está em movimento. 

09 – Fazer a correspondência entre as colunas:
a) Epiteto.
b) Anáfora.
c) Antítese.
d) Zeugma.

(d) “Em contínuas tristezas a alegria”.
(c) “E na alegria sinta-se tristeza”.
(a) “... Noite escura...”.
(b) “Como a beleza... / Como o gosto...”.

10 – Qual é o elemento barroco mais característico da 1ª estrofe?
a) Disposição antitética da frase.
b) Cultismo.
c) Estrutura bimembre.
d) Concepção teocêntrica.
e) Estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva.

11 – Sobre as características barrocas desse soneto, considere as afirmações abaixo:
I – Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por pares antagônicos como dia/noite, luz/sombra, tristeza/alegria, etc., que compõem a figura da antítese.
II – Esse é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da forma fixa, quais sejam, rimas ricas, interpoladas nas quadras (“A-B-A-B”) e alternadas nos tercetos (“A-B-B-A”).
III – O tema do eterno combate entre elementos mundanos e forças sagradas é indicado, ali, por “ignorância do mundo” e “qualquer dos bens”, por um lado, e por “constância”, “alegria” e “firmeza”, de outro.

A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:
a) Somente I está correta.
b) Somente II está correta.
c) Somente III está correta.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Todas estão corretas.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

POEMA: SONETO DO AMOR TOTAL - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

POEMA: Soneto do Amor Total

                                                 Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

                                     Composição: Vinícius de Moraes

Entendendo o poema:



01 – O título do poema é “Soneto do amor total”. O poema é mesmo um soneto?
      Sim. Porque é um poema que segue a estrutura de um soneto: forma fixa, composto por catorze versos (tradicionalmente dois quartetos e dois tercetos).

02 – Relacione a última estrofe ao título do poema.
      O amor que o eu lírico sente é um amor total, muito intenso, e que será vivido até seu último instante, e que ainda assim morrer será de tanto amor.

03 – Amor é um sentimento que une os seres. Dependendo da circunstância de tal envolvimento, percebemos que há várias formas de amor: materno, à pátria, à natureza, entre outras. Na primeira estrofe, o amor aparece “como amigo e como amante”. O que é para você, amor total? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O poema lírico deve ser rico em musicalidade. Que recurso sonoro se destaca na terceira estrofe deste soneto?
      A aliteração.

05 – A extensão regular dos versos, a métrica, é um fator que confere ritmo à poesia. Quantas sílabas possui cada verso do soneto de Vinícius de Morais?
      É um soneto decassílabo, ou seja, cada verso possui dez sílabas.

06 – Qual é o esquema de rimas dessa composição poética?
      ABAB / ABBA / CDC / DCD.

07 – De quem é a voz do poema? De um homem ou de uma mulher? Comprove sua resposta com um verso.
      De um homem. “Amo-te como amigo e como amante”.

08 – Observe a repetição da expressão “amo-te” em todo o poema. Que efeito se produz com tal repetição?
      Intensifica-se a declaração de amor que o eu lírico faz a sua amada.

09 – O eu lírico manifesta o seu “amor total” pelo ser amado. De que maneira ele explica esse “amor total”?
      Mostrando que a ama em toda e qualquer circunstância: como amigo, como amante, em qualquer realidade, na ausência (“presente na saudade”), eternamente e sempre. Afirma, inclusive, que haverá de morrer de tanto amar