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quarta-feira, 29 de maio de 2019

POEMA: NO VERDÔ DA MINHA IDADE - PATATIVA DO ASSARÉ - VARIEDADE LINGUÍSTICA -COM GABARITO


Poema: No verdô da minha idade
     
        Patativa do Assaré

No verdô da minha idade
mode acalentá meu choro
minha vovó de bondade
falava em grandes tesôro
era história de reinado
prencesa, prinspe incantado
com feiticêra e condão
essas história ingraçada
tá selada e carimbada
dentro do meu coração.



[...]
Mas porém eu sinto e vejo
que a grande sodade minha
não é só de história e bejo
da querida vovozinha
demanhazinha bem cedo
sodade dos meu brinquedo
meu bodoque e meu bornó
o meu cavalo de pau
meu pinhão, meu berimbau
e a minha carça cotó.

Patativa do Assaré. Digo e não peço perdão. São Paulo: Escrituras Editora, 2001. p. 15.

Entendendo o poema:

01 – Nesse poema, o eu lírico faz uma descrição de sua infância (“No verdô da minha idade”), numa linguagem regional e coloquial, própria da fala popular, nordestina.
a)   O que significa, no contexto, a palavra verdô?
É uma corruptela de verdor, ou seja, idade verde, imatura, infantil.

b)   Que sentido tem a palavra mode (da expressão “pra mode”) no verso “mode acalentá meu choro”?
A palavra mode tem o sentido de finalidade.

c)   Destaque palavras que representam a linguagem coloquial e que não estejam grafadas e/ou acentuadas de acordo com a norma padrão. Levante hipóteses: Por que elas são grafadas dessa forma?
As palavras são: acalentá, tesôro, históra, prencesa, prinspe, incantado, feiticêra, ingraçada, sodade, bejo, demanhazinha, bornô, carça. São grafadas dessa forma porque há interesse de aproximar a fala e a escrita, ou seja, o poema é um registro da poesia oral.

02 – Releia os versos e observe as concordâncias nominal e verbal:
        “Essas história ingraçada
         tá selada e carimbada
         dentro do meu coração.”

a)   Como ficariam esses versos se fossem reescritos na língua padrão?
Essas histórias engraçadas estão seladas e carimbadas dentro do meu coração.

b)   Observe que, nesses versos, apenas o pronome essas está no plural. Levante hipóteses: Em termos de comunicação, é necessário que todas as palavras dessa expressão estejam no plural? Por quê?
Não. Colocando-se o primeiro termo – pronome – no plural, já se deduz que são várias histórias, e não apenas uma.

c)   Levante hipóteses: Por que ocorre esse fenômeno na fala?
Ocorre o suprimento por economia linguística.

03 – No prefácio do livro Digo e não peço segredo, de Patativa do Assaré, Luiz Tadeu Feitosa escreve: “Como se verá aqui, sua linguagem ‘matuta’ é apenas uma opção porque o pássaro que se nos apresenta aqui é liberto. Leu Camões, Castro Alves, Olavo Bilac, José de Alencar, Machado de Assis e outros apenas para saber e provar que ‘poderia fazer igual a eles todos’. ‘E eu sou’, diz Patativa”.

a)   Deduza: Por que o poeta optou por essa linguagem “matuta”, ou seja, pela cultura popular e não erudita?
Porque tem consciência da importância de se preservar e registrar a linguagem do povo, além de valorizar costumes e cenários da cultura nordestina.

b)   O poema é construído em redondilha maior. Na sua opinião, por que Patativa optou por essa métrica?
Porque tanto a redondilha menor quanto a maior são métricas que fazem parte da tradição da poesia popular oral, desde a época dos trovadores.

c)   No excerto do Prefácio, lido na página anterior (fora de si), quando comparado aos escritores brasileiros, Patativa diz: “E eu sou”. Discuta com seus colegas sobre a contribuição da obra do poeta no cenário brasileiro.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Resgate e imortalização da poesia oral, popular nordestina.



domingo, 19 de maio de 2019

POEMA: O BOI-ZEBU E AS FORMIGAS - (FRAGMENTO) - PATATIVA DO ASSARÉ - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: O boi-zebu e as formigas – Fragmento
             Patativa do Assaré

[...]
Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiga inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Contra a farta de respeito
Cada um tem seu direito
Até nas leis da natura.

As formiga a defendê
Sua casa, o formiguêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nessa lição
Quanto pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu qué dizê
Que é os mandão do podê,
E as formiga é o povo.

Patativa do Assaré. O boi-zebu e as formigas. In: Cláudio Henrique Salles Andrade; Nelson Joaquim da Silva (Orgs.). Feira de versos: poesia de cordel. São Paulo: Ática, 2005. p. 110.
Entendendo o poema:
01 – O cordel apresenta animais como personagens e traz uma moral. Nesse sentido, a qual gênero textual esse poema se assemelha?
      A fábula.

02 – Os personagens desse poema, as formigas e o boi-zebu, não são individualizados, ou seja, representam um conjunto de pessoas da sociedade. Quais pessoas eles representam e por quê?
      As formigas representam o povo, que é trabalhador e que, muitas vezes, tem seus direitos desrespeitados. Já o boi-zebu representa as pessoas que tem poder e abusam das pessoas para conseguir o que querem.

03 – Nesse poema de cordel, por meio das atitudes das formiguinhas, uma lição de moral é dada. Qual é essa lição? Identifique-a e escreva-a. Em seguida, explique o que você compreendeu.
      “Contra a falta de respeito/cada um tem seu direito [...]”. As pessoas devem brigar por seus direitos quando estes forem desrespeitados.

04 – Por que a lição de moral é precedida dos dois-pontos?
      Porque se trata de uma oração subordinada substantiva apositiva. Essas orações subordinadas substantivas são separadas das orações principais por meio de dois-pontos.

05 – Releia os versos a seguir:
“O boi-zebu qué dizê
que é os mandão do pudê.”

a)   Coloque os versos em ordem, como uma frase.
“O boi-zebu qué dizê que é os mandão do pudê.”

b)   Como é classificada a oração subordinada substantiva no trecho?
Oração subordinada substantiva objetiva direta.

06 – Escreva a classificação das orações subordinadas em destaque nos períodos a seguir. Em seguida, identifique a(s) oração(ões) que estiver(em) pontuada(s) corretamente.
a)   Insisto, em viajar pelo mundo atrás de notícias interessantes.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta.

b)   O difícil é ser imparcial diante de fatos absurdos.
Oração subordinada substantiva predicativa.       

c)   Tenho certeza, de que Fabrício será apresentador de telejornal.
Oração subordinada substantiva completiva nominal.

d)   Eu só quero isso ler notícias atuais e críticas nos jornais.
Oração subordinada substantiva apositiva.

e)   Clarice queria que a amiga morasse na casa vizinha.
Oração subordinada substantiva objetiva direta.

07 – Reescreva os períodos do exercício anterior que não foram pontuados adequadamente, pontuando-os segundo as normas gramaticais.
      Insisto em viajar pelo mundo atrás de notícias interessantes. Tenho certeza de que Fabrício será apresentador de telejornal. Eu só quero isso: ler notícias atuais e críticas nos jornais.


domingo, 9 de dezembro de 2018

POEMA: SEU DOTÔ ME CONHECE? PATATIVA DO ASSARÉ - COM GABARITO

Poema: SEU DOTÔ ME CONHECE?
     
                   Patativa do Assaré

Seu dotô, só me parece
Que o sinhô não me conhece
Nunca sôbe quem sou eu
Nunca viu minha paioça,
Minha muié, minha roça,
E os fio que Deus me deu.

Se não sabe, escute agora,
Que eu vô contá minha história,
Tenha a bondade de ouvi:
Eu sou da crasse matuta,
Da crasse que não desfruta
Das riqueza do Brasil.

Sou aquele que conhece
As privação que padece
O mais pobre camponês;
Tenho passado na vida
De cinco mês em seguida
Sem comê carne uma vez.

Sou o que durante a semana,
Cumprindo a sina tirana,
Na grande labutação
Pra sustentá a famia
Só tem direito a dois dia
O resto é pra o patrão.

Sou o que no tempo da guerra
Contra o gosto se desterra
Pra nunca mais vortá
E vai morrê no estrangêro
Como pobre brasilêro
Longe do torrão natá.

Sou o sertanejo que cansa
De votá, com esperança
Do Brasil ficá mió;
Mas o Brasil continua
Na cantiga da perua
Que é: pió, pió, pió...

Sou o mendigo sem sossego
Que por não achá emprego
Se vê forçado a seguí
Sem direção e sem norte,
Envergonhado da sorte,
De porta em porta a pedí.

Sou aquele desgraçado,
Que nos ano atravessado
Vai batê no Maranhão,
Sujeito a todo o matrato,
Bicho de pé, carrapato,
E os ataques de sezão.

Senhô dotô, não se enfade
Vá guardando essa verdade
Na memória, pode crê
Que sou aquele operário
Que ganha um nobre salário
Que não dá nem pra comê

Sou ele todo, em carne e osso,
Muitas vez, não tenho armoço
Nem também o que jantá;
Eu sou aquele rocêro,
Sem camisa e sem dinhêro,
Cantado por Juvená.

Sim, por Juvená Galeno,
O poeta, aquele geno,
O maió dos trovadô,
Aquele coração nobre
Que a minha vida de pobre
Muito sentido cantou.

Há mais de cem ano eu vivo
Nesta vida de cativo
E a potreção não chegou;
Sofro munto e corro estreito,
Inda tou do mermo jeito
Que Juvená me deixou.

Sofrendo a mesma sentença
Tou quase perdendo a crença,
E pra ninguém se enganá
Vou deixá o meu nome aqui:
Eu sou fio do Brasil,
E o meu nome é Ceará.

   Patativa do Assaré, poeta do interior cearense que fez do árduo cotidiano do sertanejo e da busca pela reforma agrária temas para o fazer poético.

Entendendo o poema:

01 – O texto foi escrito em que linguagem?
a)   Padrão.
b)   Caipira.
c)   Gíria.
d)   Sertaneja.

02 – Como você já percebeu as duas formas de falar do texto, então passe a primeira estrofe para a linguagem padrão.
      “Seu doutor, só me parece
      Que o senhor não me conhece,
      Nunca soube quem sou eu,
      Nunca viu minha casa,
      Minha mulher, minha plantação
      E os filhos que Deus me deu.”

03 – O personagem do texto fala de algumas riquezas, quais seriam elas?
      Estudo, luxo e mordomia.

04 – Qual é o assunto do poema?
      O árduo cotidiano do sertanejo e o abandono de uma gente brasileira tão trabalhadora e ávida por melhores dias.

05 – Na sua opinião, o que o dotô representa para o homem do campo?
      Um homem que tenha estudo.

06 – A partir da análise da linguagem utilizada no poema, infere-se que o eu lírico revela-se como falante de uma variedade linguística específica. Esse falante, em seu grupo social, é identificado como um falante.
a)   Escolarizado proveniente de uma metrópole.
b)   Sertanejo morador de uma área rural.
c)   Escolarizado que habita uma comunidade do interior do país.
d)   Escolarizado que habita uma comunidade urbana.

07 – Quantas estrofes tem o poema? E quantos versos?
      São 13 estrofes e 78 versos.




sábado, 3 de novembro de 2018

POEMA: ISPINHO E FULÔ - PATATIVA DO ASSARÉ - COM GABARITO

Poema: Ispinho e fulô
          Patativa do Assaré


É nascê, vivê e morre
Nossa herança natura
Todos tem que obedecê
Sem tê a quem se quexá
Foi o autô da Natureza
Com o seu pudê e grandeza
Quem traçou nosso caminho
Cada quá na sua estrada
Tem nesta vida penada
Pôca fulô e muito ispinho.

Até a propa criança
Tão nova e tão atraente
Conduzindo a mesma herança
Sai do seu berço querida.
Se passa aquele anjo lindo
Hora e mais hora se rindo
E algumas horas chorando,
É que aquela criatura
Já tem na inocença pura
Ispinho lhe cutucando.

Fora da infancia
No seu uso de razão
Vê muntas fulô caída
Machucada pelo chão,
Pois vê neste mundo ingrato
Injustiça, assassinato
E uns aos outros presseguindo
E assim nós vamo penando
Vendo os ispinho omentando
E as fulô diminuindo.

[...]
           Patativa do Assaré. Ispinho e fulô. São Paulo: Hedra, 2005. p. 25-26.
Entendendo o poema:
01 – Que ideia a respeito da vida está presente na primeira estrofe do poema?
      A primeira estrofe apresenta o ciclo da vida como fato que deve ser aceito, com seus momentos de dor mais numerosos que os de alegria: “Cada quá na sua estrada / Tem nesta vida penada / Pôca fulô e muito ispinho.”

02 – Para comprovar essa ideia, o poema vai descrevendo os vários estágios da vida. Quais são apresentados na segunda e terceira estrofes?
      A segunda e terceira estrofes apresentam, respectivamente, a infância e a adolescência.

03 – A variedade linguística utilizada pelo poeta é caracterizada pelo registro, na escrita, de formas típicas da linguagem oral.
a)   Como são registrados no dicionário os substantivos que compõem o título?
Os substantivos ispinho e fulô correspondem, no dicionário, a espinho e flor.

b)   Outras palavras recebem grafia diferente da que é prescrita pela norma-padrão. Encontre no texto exemplos de: supressão do r final, supressão do l final e supressão do i dos encontros vocálicos.
Supressão do r final: nascê, vive, morre, obedecê, tê, quexá, autô, pudê.
Supressão do l final: naturá, quá.
Supressão do i dos encontros vocálicos: quexá, propa, inocença, infança, muntas.

04 – A poesia matuta reflete o pensamento e a linguagem do homem do campo. Observe os versos abaixo:
        “Vendo os ispinho omentando
         E as fulô diminuindo.”
a)   Além das peculiaridades ortográficas, qual é a peculiaridade sintática que se pode observar nesse fragmento?
A concordância nominal não é a prescrita pela norma-padrão: nem todos os nomes concordam com o substantivo ao qual se referem.

b)   De acordo com a norma-padrão, a concordância nominal se dá em gênero (masculino / feminino) e em número (singular / plural). Nos exemplos analisados, qual desse itens recebe tratamento diferente daquele proposto pela norma-padrão?
A concordância em número.


sexta-feira, 26 de outubro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): O POETA DA ROÇA - PATATIVA DO ASSARÉ - COM GABARITO

Música(Atividades): O POETA DA ROÇA
            Patativa do Assaré


Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana  é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que véve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastéro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso so entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.

Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.

Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.

Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

                                                                                     ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá:
                                                Filosofia de um trovador nordestino. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 1978.
 ENTENDENDO A CANÇÃO
1 -   O que mais chamou a sua atenção nessa canção?
     Resposta pessoal.

2 -   Qual é o ambiente inspirador do poeta?
     A roça.

3 -   Há diversas palavras no texto associadas ao universo da roça, do sertão. Cite algumas.
     “mata”, “cigarro de páia”, “paioça”, “eito”, “vaquêro”, “toro”, “novio”, etc.

4 -   O nome do poema é “O poeta da roça”. O eu poético do texto é alguém que fala da vida na roça ou é alguém que faz parte dela? Comprove sua resposta com versos do poema.
     É alguém que faz parte dela. “sou fio das mata, cantô da mão grossa, / Trabáio na roça, de inverno e de estio”.

5 -   Qual é a atividade profissional desse eu poético?
     Ele é lavrador, roceiro, trabalhador rural.

6 -   O eu poético define a sua pessoa, o seu jeito de ser poeta, com estas expressões: “Sou fio da mata, cantô da mão grossa”, “Sou poeta das brenha”. Copie no caderno a afirmativa que traduz o que o poeta expressa com esses versos.
     a)   Ele é um homem simples que não sabe cantar.
     b)     Ele é apenas um trabalhador rural.
     c)       Ele é um poeta simples, do campo, da roça.

7 -   O poema retrata a roça como um lugar com dificuldades próprias. Localize e transcreva em seu caderno um verso que comprove essa afirmação.
     “[...] o buliço da vida apertada, / Da lida pesada, [...]”

  8 -   Há uma estrofe em que o poeta fala de seres maravilhosos e encantatórios, próprios da crendice popular. Copie-a em seu caderno.
     “Eu canto o caboco com suas caçada, / Nas noite assombrada que tudo apavora, / Por dentro da mata, com tanta coragem / Topando as visage chamada caipora”.

    9 -     O eu poético só “canta” coisas belas, corajosas, heroicas? Comprove sua resposta.
     Não. Ele também fala da miséria e da fome, como nos versos: “Eu canto o mendigo de sujo farrapo, / Coberto de trapo e mochila na mão, / Que chora pedindo o socorro dos home, / E tomba de fome, sem casa e sem pão”.

   10-   O eu poético está feliz no lugar onde vive?
     Sim, na última estrofe ele diz que vive “contente e feliz com a sorte”.

   11-   Quem fala, no poema, diz-se um poeta conhecido além da roça e do sertão? Em seu caderno, copie os versos que justificam a sua resposta.
     Não. Ele diz: “Meu verso só entra no campo e na roça / Nas pobre paioça, da serra ao sertão.”

    12 - Analisando os versos:
      Meu verso rastéro, singelo e sem graça
     Não entra na praça,no rico salão
    [...] só entra no campo e na roça.

    Percebemos que são versos simples, mas seguem a mesma métrica e     fazem pouco uso de figuras de linguagem, o que facilita o entendimento do    interlocutor, pois não tem vocabulário rebuscado, ele é genuinamente caipira    o que facilita a compreensão no campo e na roça. Por isso, ele não entra na    praça, no rico salão, é um estilo simples, porém poético.

OBS.: Patativa do Assaré era analfabeto(sua filha é quem escrevia o que ele ditava), sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida na Europa.