sábado, 3 de dezembro de 2022

ENTREVISTA - MARTIN SELIGMAN - REVISTA ÉPOCA - LETÍCIA SORG - COM GABARITO

 ENTREVISTA – MARTIN SELIGMAN

 Martin Seligman: “Todo mundo pode florescer”

O psicólogo americano, criador da psicologia positiva, diz que uma vida boa é mais do que manter um sorriso no rosto e está ao alcance de qualquer um.

Letícia Sorg

Entrevista publicada na Revista Época, disponível em: https://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI235122-15228,00.html

Um dos principais defensores da importância da felicidade, o psicólogo americano Martin Seligman está revendo seus conceitos. Em seu novo livro, Flourish (Florescer) , que será lançado no Brasil em outubro pela editora Objetiva, ele afirma que as emoções positivas estão supervalorizadas e que há pelo menos cinco caminhos para viver bem – ou florescer. Seligman explica sua nova teoria.

QUEM É
Nascido em 1942 em Albany, Nova York, Martin Seligman tem sete filhos e quatro netos

O QUE FEZ
Ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, é criador da psicologia positiva

O QUE PUBLICOU
Mais de 20 livros, entre eles Felicidade autêntica (2002) e Florescer (2011)

ÉPOCA – Flourish questiona o papel da felicidade que o senhor antes defendia. O senhor está renegando sua própria teoria?

Martin Seligman – Minha ciência sempre foi um trabalho em construção. Não estou renegando, apenas corrigindo e ampliando o que fiz antes. Renegar é uma palavra forte demais, já que fazer ciência é mudar de ideia.

 ÉPOCA – Qual é a principal mudança?

Seligman – Deixar de entender a felicidade, as emoções positivas, como o objetivo final comum, como o único fator no qual as pessoas baseiam suas escolhas. Em vez disso, há cinco objetivos: felicidade, relacionamentos, propósito, engajamento e realizações. Se você pensar num avião, não há um único número que diga como ele está. É preciso checar altitude, velocidade, nível de combustível, temperatura. De maneira semelhante, os humanos são muito complicados e não dependem de um único fator.

ÉPOCA – Não é o caso, então, de ampliar o que entendemos por felicidade?
Seligman – É preciso restringir o conceito de felicidade. Perseguir só a felicidade é enganoso. Não que eu seja contra a carinha sorridente perpetuada por Hollywood, mas as emoções positivas são só parte do que motiva as pessoas.

ÉPOCA – A personalidade é o fator mais importante para a felicidade. Como ela influencia nossa capacidade de florescer?
Seligman – Um de meus principais interesses é a resiliência, a capacidade de recuperação quando algo de ruim acontece. Descobrimos que a personalidade ajuda a prever quem, diante de um desafio, vai ficar deprimido ou crescer. Em geral, os otimistas são aqueles que superam as dificuldades. Não importam os fatores externos, mas quanto você considera que a dificuldade é temporária, e a realidade mutável.

ÉPOCA – Quem é pessimista também pode florescer?
Seligman – Você pode ser deprimido e florescer; ter câncer, ser esquizofrênico e florescer. Essas condições atrapalham, mas não anulam a possibilidade. Essa é a principal vantagem de olhar para os cinco fatores, em vez de só ver as emoções positivas. Há muitas maneiras de aumentar seu engajamento, de melhorar suas relações pessoais, de ter mais propósito e de se sentir realizado. É possível aumentar a duração e a intensidade da felicidade, mas apenas dentro dos limites biológicos de quem você é. Se só as emoções positivas importassem, o máximo que poderíamos melhorar é de 5% a 15%.

ÉPOCA – Se a felicidade não é assim tão importante, por que governos como o do Reino Unido estão começando a medi-la?
Seligman – Há quem diga que governos devem pensar em aumentar a felicidade das pessoas. Eu digo que é preciso aumentar os cinco elementos. Pense em Madre Teresa. Era solitária, mas teve uma vida cheia de sentido e floresceu ajudando os outros. Fazemos trocas, e é isso que os governos têm de fazer.

SORG,Letícia. ELIAS,Juliana. O mito da felicidade.Época.

Disponível em: http://revistaepocaglobo.com/Revista/Epoca/O.EM1235122-15228html Acesso em: 22 fev 2018.

 Leia mais: https://psicoterapiaepsicologia.webnode.com.br/products/entrevista-martin-seligman/

Fonte: Maxi: ensino fundamental 2:multidisciplinar:6 º ao 9º ano/obra coletiva: Thais Ginicolo Cabral. 1.ed. São Paulo: Maxiprint,2019.7º ano Caderno 3 p.78 e 79.

Entendendo o texto

01. De que modo Martín Seligman justifica não estar “renegando” sua própria teoria?

O psicólogo alega tratar-se de uma correção e de uma ampliação de seu trabalho, já que sua ciência sempre foi um trabalho em construção o que, segundo ele, fazer ciência é mudar de ideia.

02. Explique a principal mudança apresentada no livro Flourish, segundo a entrevista.

A felicidade e as emoções deixam de ser consideradas o único fator no qual as pessoas baseiam suas escolhas, em vez disso, há cinco objetivos: felicidade, relacionamentos, propósito, engajamento e realizações.

03. Por que Martin Seligman afirma que essas mudanças não correspondem a uma ampliação do que entendemos por felicidade?

Segundo o psicólogo, o conceito de felicidade deve ser restrito, pois perseguir apenas a felicidade é enganoso.

04. Considerando as regras de concordância nominal, leia as orações inspiradas na reportagem e responda às perguntas que seguem.

I.             Buscamos sentimentos e emoções positivas.

a)A concordância do adjetivo “positivas” está adequada às regras da norma-padrão da língua portuguesa? Por quê?

Sim, o adjetivo na função de adjunto adnominal, localizado depois dos substantivos, pode concordar com o substantivo mas próximo.

b)Existe outra possibilidade de concordância para esse adjetivo? Explique.

Sim, nesse caso, o adjetivo também poderia concordar com todos os substantivos.

c)Como seria feita a concordância desse adjetivo se ele estivesse antes dos substantivos?

Antes dos substantivos, na função de adjunto adnominal, o adjetivo só pode concordar com o substantivo mais próximo.

II.           Os efeitos e as causas das dificuldades são temporários.

a)Por que a concordância do adjetivo “temporários” está no masculino plural?

Porque, nesse enunciado, desempenha papel de predicativo do sujeito e está depois dos substantivos assim, deve, obrigatoriamente, concordar com todos eles.

b)Haveria a possibilidade de o adjetivo concordar no singular?

No caso desse enunciado não.

 

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