terça-feira, 26 de dezembro de 2017

RELATO DE VIAGEM: OS PIRATAS EXISTEM! HELOÍSA SCHURMANN - COM GABARITO

RELATO: OS PIRATAS EXISTEM!
                   Heloísa Schurmann


    Na nossa segunda volta ao mundo na trilha de Magalhães, (1997-2000)
Enfrentamos em nossa rota muitos perigos, ao passarmos por regiões onde aconteciam ataques de piratas. Fomos vítimas de uma tentativa, mas conseguimos fugir.
 Muitas pessoas, e mesmo navegadores sem conhecimento ou informações atualizadas, acham que o assunto é ficção, mas o perigo é real e está aumentando pelos mares do mundo. Os piratas atacam veleiros, barcos de mergulho e navios de carga. Mas o mais recente ataque foi a um navio de cruzeiro!
        Na semana passada, no dia 5 de novembro, o navio Seabourn Spirit navegava pelo noroeste da África, no oceano Índico, na costa da Somália quando foi atacado por dois pequenos barcos com piratas armados.
        O incidente ocorreu no início da manhã, por volta das 05:30. Os passageiros foram acordados com o barulho de tiros e explosões de granadas. O capitão Sven Erik Pedersen ordenou que todos os passageiros fossem imediatamente para o salão principal, na área interna do navio, para ficarem protegidos, longe da área aberta, exposta ao perigo. O capitão fez de tudo para evitar que os piratas subissem a bordo.
        A tripulação do navio iniciou imediatamente ações de proteção e ações evasivas utilizando armas sônicas, e os homens armados dos dois pequenos barcos não tiveram como subir a bordo. O navio, então, saiu da área de risco.
        O Seabourn Spirit tinha, no momento do ataque, 151 passageiros e 161 tripulantes. Destes, apenas um tripulante foi levemente ferido por estilhaços. O navio sofreu apenas arranhões na pintura e pequenos amassados que não comprometem sua estrutura.
        O cruzeiro estava se dirigindo para Mombasa, no Quênia, o último destino de um roteiro de 16 noites que saiu de Alexandria, no Egito. O último destino foi mudado para as ilhas Seicheles.
        Nesse mesmo local, em 1993, o veleiro Serenité de amigos nossos franceses, foi atacado por piratas e seu proprietário foi baleado e morreu ao tentar evitar o ataque e defender sua tripulação.
        As empresas que têm navios que passam por esta região deverão evitar estes locais por um bom tempo para a segurança de seus hóspedes.
                                     Heloísa Schurmann - Diário de Bordo – 8 de Novembro de 2005

Entendendo o texto:

01 – O texto fala sobre aventuras vividas no mar.
a)   Qual é o ambiente onde essas aventuras são vividas? Descreva-o de acordo com as pistas que o texto oferece.
      Na Trilha de Magalhães. Enfrentamos em nossa rota muitos perigos, ao passarmos por regiões onde aconteciam ataques de piratas. Fomos vítimas de uma tentativa, mas conseguimos fugir.

02 – O texto cita duas referências do tempo em que esses episódios aconteceram.
a)   O que aconteceu entre os anos de 1997 e 2000?
A segunda volta ao mundo na Trilha de Magalhães.

b)   O que aconteceu em 5 de novembro?
Aconteceu um ataque de piratas com dois barcos pequenos armados.

c)   O fato que aconteceu no dia 5 de novembro é referente a que ano?
Aconteceu entre 1997 – 2000.

03 – O texto fala sobre diversas pessoas.
a)   Quem eram os personagens envolvidos no episódio que ocorreu entre 1997 e 2000?
A autora, os passageiros e a tripulação.

b)   Quem eram os personagens envolvidos no episódio que ocorreu em 5 de novembro?
O capitão Sven Erik Pederson, os passageiros e a tripulação.

04 – As aventuras narradas no texto são reais ou ficcionais? 
Retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
      Reais.        Muitas pessoas, e mesmo navegadores sem conhecimento ou informações atualizadas, acham que o assunto é ficção, mas o perigo é real e está aumentando pelos mares do mundo. Os piratas atacam veleiros, barcos de mergulho e navios de carga. Mas o mais recente ataque foi a um navio de cruzeiro!

05 – Qual é a intenção dos piratas ao atacarem as embarcações?
      Roubar os bens, suas mercadorias e riquezas existente no navio.

06 – Leia o trecho abaixo, que foi retirado do 4° parágrafo:
" O incidente ocorreu no início da manhã, por volta das 05:30."
a)   A que incidente o trecho está se referindo?
Os passageiros foram acordados com barulho de tiros e explosões de granadas.

07 – O texto é narrado por Heloísa. No entanto, no 1° parágrafo ela usa várias palavras que dão ideia de que ela não estava sozinha ao vivenciar aquela experiência.
a)   Grife todas as palavras que confirmam essa afirmativa.
Nossa, enfrentamos, passarmos e fomos.

b)   Reescreva o 1° parágrafo como se você estivesse narrando a aventura de Heloísa e de sua família.
Resposta pessoal do aluno.


HISTÓRIA: O JOELHO DE JUVENAL - ZIRALDO - COM GABARITO

História: “O joelho de Juvenal
                 Ziraldo

Era uma vez um joelho que se chamava Juvenal.
Juvenal tinha um problema, coitado: aparecia todo escalavrado.
Também quem mandou o Juvenal ser o joelho de um menino levado?
Juvenal queria muito aprender a língua de menino só para falar assim:
“Menino, tenha dó de mim!”
Mas quando o esfolado sarava Juvenal bem que gostava de correr e de saltar.
E ele se desdobrava e se dobrava outra vez todo alegre, pois sabia que, indo e vindo, fazia o seu menino feliz.
Mas um dia, tudo ficou escuro para o Juvenal. E ai ele descobriu que o menino tinha crescido.
E agora, em vez de short ou calça curta, usava calça cumprida.
Por isso, hoje Juvenal tem um pedido a fazer aos fabricantes de calças.
Que tal criar um modelo de calça, sob medida que tenha dois buraquinhos pro Juvenal ver a vida!?

                      Adaptação do livro “O joelho Juvenal”, autor: Ziraldo.

Entendendo o texto:

01 – Por que o joelho Juvenal vivia todo esfolado?
      Porque o menino vivia correndo e caindo, ralando o joelho.

02 – Por mais difícil que era ficar ralado, Juvenal gostava da vida que levava. Retire do texto o trecho que apresenta esta afirmação.
      “E ele se desdobrava e se dobrava outra vez todo alegre, pois sabia que, indo e vindo, fazia o seu menino feliz.”

03 – Em um determinado momento tudo ficou escuro para Juvenal. Explique por que isso aconteceu.
      “E agora, em vez de short ou calça curta, usava calça cumprida.”

04 – Qual foi o pedido feito por Juvenal aos fabricantes de calças? Por que ele fez esse pedido?
      “Que tal criar um modelo de calça, sob medida que tenha dois buraquinhos pro Juvenal ver a vida”.

05 – Volte ao texto “O joelho de Juvenal”, identifique circulando todas as palavras escritas com S, SS ou Ç que você encontrar e escreva nas linhas abaixo.
      Escalavrado; assim; esfolado; saltar; desdobrava; descobriu; crescido; calça; isso.

06 – Observe os conjuntos de palavras escritas abaixo. Identifique a palavra que não apresenta semelhança e exclua do conjunto, marcando x sobre ela.
(X) Cinema- especial
(   ) Colecionar- macio
(   ) Cientista – gracioso
(   ) Assustar- passar
(   ) Gesso-classe
(   ) Sucesso- assunto.

07 – Leia as frases e complete a lacuna com as palavras do quadro.
a. Marisa cortou um pedaço de bolo para seu esposo.
b. A seleção brasileira irá jogar na África.
c. O rapaz assobia como o canto de um pássaro.
d. Hoje amanheceu nublado e tudo parece triste.

08 – Márcia ficou sabendo sobre seus estudos e veio ajudar! Leia as palavras que Marcia está mostrando e coloque cedilha onde for necessário.
Assobia- pedaço- amanheceu – seleção.


CRÔNICA:GOVERNAR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

CRÔNICA: GOVERNAR
                          Carlos Drummond de Andrade

  Os garotos da rua resolveram brincar de governo. Escolheram o presidente e pediram-lhe que governasse para o bem de todos.
    --- Pois não, aceitou Martim. Daqui por diante vocês farão os meus exercícios escolares e eu assino. Januário pagará o meu lanche.
  --- Com que dinheiro? – atalhou Januário.
  --- Cada um de vocês contribuirá com um real por dia para a caixinha do governo.
   --- E o que nós lucramos com isso? – perguntaram todos.
   --- Lucram a certeza de que têm um bom presidente. Eu separo as brigas, distribuo as tarefas, trato de igual para igual com os professores. Vocês obedecem, democraticamente.
        --- Assim não vale. O presidente deve ser nosso servidor, ou pelo menos saber que todos somos iguais a ele. Queremos vantagens.
        --- Eu sou o presidente e não posso ser igual a vocês, que são presididos. Se exigirem coisas de mim, serão multados e perderão o direito de participar da minha comitiva nas festas. Pensam que ser presidente é moleza? Já estou sentindo como este cargo é cheio de espinhos.
        Foi deposto, e dissolvida a República.
                                                                         Carlos Drummond de Andrade
01 – A ideia de governar, na visão do personagem presidente é governar:
(A) para o bem de todos.
(B) para ter privilégios.
(C) com seriedade.
(D) para o bem dos estudantes.
(E) para resolver os problemas do bairro.

02 – O nome do presidente escolhido é:
(A) Antônio.
(B) Joaquim.
(C) Marcos.
(D) Januário.
(E) Martim.

03 – Duas expressões ou palavras ressaltam situações do mundo infantil. São elas:
(A) exercícios escolares e lanches.
(B) serão multados e minha comitiva.
(C) escolher presidente e governar.
(D) contribuição financeira e serão multados.
(E) perderão o direito e cargo cheio de espinhos.

04 – No final da história, o presidente:
(A) resolveu o problema do lanche na escola.
(B) resolveu o problema dos exercícios escolares.
(C) conversou com os professores sobre os problemas dos alunos.
(D) foi retirado do cargo.
(E) viajou com sua comitiva.

05 – “...este cargo é cheio de espinhos.” O antônimo da expressão destacada é:
(A) ocupado.
(B) grosso.
(C) maciço.
(D) Vazio.
(E) contém muito.

06 – A palavra garotos, que aparece em “Os garotos da rua...” tem:
(A) duas sílabas.
(B) três sílabas.
(C) quatro sílabas.
(D) cinco sílabas.
(E) seis sílabas.

07 – A palavra Governar, que aparece no título do texto, tem:
(A) três vogais e três consoantes.
(B) três vogais e quatro consoantes.
(C) três vogais e cinco consoantes.
(D) quatro vogais e quatro consoantes.
(E) cinco vogais e cinco consoantes.

08 – Em “Pensam que ser presidente é moleza.”, as palavras destacadas apresentam, respectivamente, vocábulos:
(A) monossílabo e trissílabo.
(B) dissílabo e monossílabo.
(C) trissílabo e dissílabo.
(D) polissílabo e dissílabo.
(E) polissílabo e trissílabo.

09 – “Januário pagará o meu lanche.”. O termo grifado classifica-se como:
(A) substantivo comum.
(B) substantivo abstrato.
(C) substantivo próprio.
(D) substantivo composto.
(E) substantivo coletivo.

10 – Os garotos da rua resolveram brincar de governo.” O sinônimo para o termo destacado é:
(A) falar.
(B) trabalhar.
(C) conversar.
(D) levar a sério.
(E) divertir-se.

11 – Em: Os garotos estavam alegres, o termo grifado é:
(A) adjetivo.
(B) numeral.
(C) verbo.
(D) substantivo.
(E) artigo.

12 – A frase que apresenta um numeral cardinal é:
(A) Joaquim foi o último a chegar.
(B) O menino recebeu o triplo do que esperava.
(C) Cada garoto ganhará a metade de uma maçã.
(D) Para governar receberei dois mil reais.
(E) O primeiro colocado receberá um prêmio.

13 – A alternativa em que todas as palavras estão escritas corretamente é:
(A) saudade, limpeza e sujeito.
(B) saldade, limpeza e sugeito.
(C) saldade, limpesa e sujeito.
(D) saudade, limpesa e sugeito.
(E) saldade, limpeza e sujeito.

14 – A alternativa que apresenta a grafia correta é:
(A) chícara.
(B) caixa.
(C) próssimo.
(D) ezecutar.
(E) bondoza.

15 – O substantivo comum de dois gêneros é:
(A) menino.
(B) garoto.
(C) servente.
(D) professor.

(E) filho.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

BULLYING: BRINCADEIRAS QUE FEREM - COM GABARITO

Bullying: brincadeiras que ferem


  Ameaças, agressões, humilhações... a escola pode se tornar um verdadeiro inferno para crianças que sofrem nas mãos de seus próprios colegas, ainda mais nos dias de hoje, em que a internet pode potencializar os efeitos devastadores do bullying. Você sabe o que é isso? Onde e como ele ocorre?
      Você já ouviu falar de bullying? O termo em inglês pode causar estranhamento a muita gente, mas as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e humilham pessoas – tão comum entre crianças e jovens – é muito familiar a todos. A palavra inglesa 'bully' significa valentão, brigão. Atos como empurrar, bater, colocar apelidos ofensivos, fazer gestos ameaçadores, humilhar, rejeitar e até mesmo ameaçar sexualmente um colega dentro de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o grupo são classificados como bullying. O problema pode ocorrer em qualquer ambiente social – em casa, no clube, no local de trabalho etc. –, mas é na escola que se manifesta com mais frequência. (...)
        O Bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a um tipo específico de instituição. Esse 'fenômeno' começou a ser pesquisado há cerca de dez anos na Europa, quando se descobriu que ele estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que acreditavam não passava de uma ofensa boba demais para ter maiores consequências. No entanto, por não encontrar apoio em casa, o jovem recorria a uma medida desesperada. E no Brasil a situação não é diferente. (...)
        Quem já não teve um apelido ofensivo na escola? Ou mesmo sofreu na mão de um grupo de colegas que o transformava em 'bode expiatório' de brincadeiras no colégio? Exemplos não faltam. Entre alguns deles está o da gaúcha Daniele Vuoto, que conta toda a sua história em um blog onde também discute sobre o assunto e troca experiências com outras vítimas desse tipo de agressão, psicológica, física e até de assédio sexual. (...)
        "O aluno alvo de bullying se culpa muito pelo que acontece, e é preciso esclarecer isso: um aluno que agride outro, na verdade, também precisa de ajuda, pois está diminuindo o outro para se sentir melhor, e certamente não é feliz com isso, por mais de demonstre o contrário. A turma entra na onda por medo, não por concordar. Enxergar a situação dessa forma pode ajudar muito", conta Daniele.
        Porém, a realidade de vítimas que 'sofrem em silêncio', como Daniele explica em seu blog, está mudando. Além de atitudes como a da estudante, em que pessoas utilizam a internet para procurar ajuda e trocar experiências, o assunto vêm ganhando corpo e se tornando pauta de veículos de comunicação de massa, a exemplo das matérias veiculadas no Jornal Nacional, da Rede Globo, e em discussões como a realizada no programa Happy Hour, do canal a cabo GNT. (...)

Disponível em:

Entendendo o texto:

01.   Como o autor define bullying?
Define como as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e humilham pessoas.

02.   Por que o termo foi utilizado em inglês?
Porque a palavra “Bully” é inglesa e significa valentão, brigão.

03.   Segundo o texto, esse tipo de atitude precisa ser seriamente enfrentado. Qual a sua opinião?
Resposta pessoal do aluno.

04.   Você acredita que o bullying existe na escola apenas pelo fato de que as crianças são diferentes entre si? Explique.
Resposta pessoal do aluno.

05.   Que soluções você apontaria para o problema?
Resposta pessoal do aluno. Podendo ser a reeducação para quem faz o Bullying, e o tratamento para quem sofre o Bullying.

06.   Em algum momento, na nossa escola, você se sente vítima de bullying? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal do aluno.

07.   Você conhece ou já ouviu falar de alguém na nossa escola, vítima de bullying?
Resposta pessoal do aluno.

   08 – Qual a diferença entre bullying e cyberbullying? Qual das duas práticas pode tomar um vulto muito maior e sair do controle dos praticantes?
      Bullying é praticado quando há convivência direta.
      Cyberbullying é feito via digital, em forma de boatos e difamações na     internet.
      O cyberbullying pode tomar um vulto maior porque quem pratica, além de   anônimo, espalha informações que podem ser aumentadas por outros      praticantes e envolver muitas pessoas.

  09 – Existe diferença entre preconceito e bullying?
      Bullying é mais abrangente porque não há razão específica para ameaçar,      perseguir, etc.
      Preconceito é formado de uma ideia preconcebida sobre um determinado     aspecto: raça, opção, religiosa, etc. O bullying se caracteriza por uma ação    específica de palavras ou comportamentos, enquanto o preconceito pode se    caracterizar, também, pela omissão, o afastamento.

   10 – Qual é o perfil das vítimas que são alvo de brincadeiras de mau gosto?
      As vítimas, em geral, são crianças e adolescentes inseguros, tímidos ou   com dificuldade de comunicação.
  11 – Por que essas vítimas não relatam o seu sofrimento quando estão vivenciando isso? O que o sofrimento causando gera na vítima, a longo prazo?
      As vítimas têm medo ou vergonha de se expor. Aos poucos ficam com  baixa autoestima.
   12 – Quais são as consequências para quem pratica o cyberbullying?
      Pode ser considerado crime caso o agressor seja maior de idade. Quando é menor pode ser encaminhado ao Conselho Tutelar uma vez que é protegido pela ECA – Estatuto da criança e do Adolescente.
  13 – Quem assiste a uma cena de agressão verbal, ou de ameaça física, e apenas ri ou se diverte, também participa do bullying?
      Quem apenas ri ou se diverte está estimulando o comportamento de quem pratica o bullying, portanto participa.
  14 – O que está ao seu alcance? Na sua opinião, o que você pode fazer para combater o bullying na escola?

      Resposta pessoal do aluno.

REPORTAGEM: GARI DO RIO ACHA FORTUNA E DEVOLVE - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

Reportagem: Gari do Rio acha fortuna e devolve
 
      Numa época em que escândalos de corrupção dão o tom dos noticiários brasileiros, três funcionários da limpeza urbana carioca deram exemplo de honestidade. Durante a Eco-92, quando trabalharam no Riocentro, eles acharam e devolveram duas carteiras com cerca de R$ 115 milhões de dólares e cheques de viagem e uma pulseira de ouro.
    Os três funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana integraram a equipe escalada para manter limpo o complexo do Riocentro, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), durante a conferência mundial que reuniu cerca de 110 chefes de Estado e de governo em 15 dias de debates sobre o futuro do planeta.
        A dois dias do encerramento da Eco, em 12 de junho, Joilson Fernandes Lírio, 33, encontrou uma carteira com R$ 105.000,00 mil, quando recolhia papéis no plenário principal do centro de convenções. “Na hora, vi que tinha dinheiro dentro, mas devolvi à recepcionista sem nem contar quanto era”, afirma. A carteira foi devolvida para um membro da delegação dos EUA minutos depois.
        Na mesma tarde, outro gari, Ivanilson José dos Santos, 25, encontrou sobre uma das mesas do plenário outra carteira cheia de cheques de viagem em um valor aproximado de R$ 10.000,00 mil, quantia que ele levaria um ano e meio mais ou menos para juntar.
        Assim como seu colega, ele entregou a carteira ao primeiro agente de segurança das Nações Unidas que encontrou. Meia hora depois, um esquecido ecologista japonês já havia recuperado seus cheques.
        No dia seguinte, foi a vez do encarregado de serviços da empresa, Luís Leitão, 49, recolher no chão do shopping do Rio Centro uma pulseira de ouro cravejada de brilhantes. No seu caso, a devolução à dona foi imediata, porque a pulseira acabara de soltar-se do braço de uma integrante da delegação norte-americana. “Fiquei feliz por ter praticado uma boa ação”, diz Leitão, lembrando-se dos agradecimentos da turista em um complicado “portunhol”.
        Com o fim da conferência, os três voltaram à rotina normal de trabalho no Setor de Emergência da Zona Oeste em Bangu, onde a reação dos colegas se divide entre gozações e elogios. “Não estamos pensando em recompensa, mas se vier uma promoção será uma boa”, disse Ivanildo.
                                                                (Folha de São Paulo)


01 – Por que os três garis aparecem no jornal?
      Por terem realizado uma boa ação, que nem todos teriam a bondade de fazer.

02 – Como você entende a frase: “Numa época em que escândalos de corrupção dão o tom dos noticiários brasileiros, três funcionários da limpeza urbana carioca deram exemplo de honestidade.”
      Pessoas provavelmente muito humildes que tem muito caráter e procuram fazer o certo sempre.

03 – Os três garis estão na “contramão da onda da corrupção”. Qual o significado aqui de “contramão”?
      Significa que eles agiram diferente a dos corruptos.

04 – Como os colegas dos garis receberam a atitude dos três?
      Os colegas ficaram divididos entre gozações e elogios.

05 – Por que alguns colegas dos três funcionários fizeram gozações com ele?
      Porque no meio de tanta corrupção, eles resolveram devolver os achados.

06 – Depois da conferência, para onde voltaram os três?
      Para o Setor de Emergência da Zona Oeste, em Bangu.

07 – Que “recompensa” os funcionários estão aguardando? O que isso vem confirmar sobre eles?
     . “Não estamos pensando em recompensa, mas se vier uma promoção será uma boa”. Embora simples, humildes, porém, honestos.
      
9 – O gesto dos garis deveria ser a atitude natural de qualquer pessoa que encontra um objeto que não lhe pertence: devolvê-lo ao verdadeiro dono. Por que nos tempos atuais tal atitude está se tornando cada vez mais rara?
      Porque hoje, as pessoas não dão o devido valor a integridade, a honestidade e ao valor educacional recebido da família.

10 – A que gênero textual pertence o texto?
      Pertence a notícia.

11 – Em qual suporte textual foi vinculado este texto?
      Foi publicado no Jornal.



CRÔNICA: NO AEROPORTO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

CRÔNICA: No Aeroporto
Carlos Drummond de Andrade
 

     Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos de vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
         Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo. Plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e o oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
         Objeto que visse em nossa mão, requisitava-º Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógio de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca.
         Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis – porque me esquecia dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
          Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me.
          Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade – e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
             Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
                                                               Carlos Drummond de Andrade
Entendendo o texto:

01 – Como você classificaria Pedro: uma pessoa egoísta ou egocêntrica? Justifique sua resposta.
      Uma pessoa egocêntrica, porque faz de tudo pra chamar a atenção pra si.

02 – O gênero textual ao qual se enquadra o texto “No aeroporto”, de Carlos Drummond de Andrade, é:
a) Conto.
b) Fábula.
c) Crônica.
d) Ensaio.

03 – Qual a intenção do narrador ao usar a expressão grifada no trecho abaixo?
“Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva.”

a)   Destacar o poder do sorriso de Pedro na vida das pessoas.
b)   Apreciar a ousadia de Pedro quando sorri para as pessoas.
c)   Mostrar o sorriso como elemento de fantasia na vida de Pedro.
d)   Expressar a influência que o sorriso dissimulado exerce.
e)   Demonstrar a inquietação de Pedro ao sorrir para as pessoas.

04 – Que significa a palavra sublinhada sugere no contexto?
“Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído”.
      O significado pode ser: usado, gasto, mirrado, surrado e no caso do texto idoso, viveu muitos anos.

05 – Pela descrição do autor a respeito de Pedro no início do texto, como Pedro nos parece?
      Uma pessoa de poucas palavras, ou quase nenhuma. O mais é conversa de gestos e expressões. É o seu sistema.

06 – E afinal quem é Pedro?
      É o neto do escritor.

07 – Em que momento do texto você percebeu que o amigo de que o autor fala é uma criança bem pequena?
      Resposta pessoal do aluno. 

08 – Qual é a característica do amigo Pedro que mais chama a atenção do cronista?
      Seu sorriso – que a todos cativava.

09 – Também há nesta crônica pontos em que o autor diz as coisas com certo humor. Identifique alguns deles. 

       Como o autor só vai revelar que está falando de uma criança de um ano de idade no último parágrafo, as referências aos costumes e comportamentos do Pedro têm sempre um lado engraçado. A referência, por exemplo, ao sorriso encantador, apesar da falta de dentes. Os cuidados para que o sono de Pedro não fosse perturbado. A atitude de Pedro de tudo requisitar e pôr na boca.  
  
10 – A viagem do neto faz o cronista pensar na vida. Que sentimento ele expressa ao final do texto?
      Certamente, a solidão e a tristeza.  
     
11 – Observe, por fim, as diferentes formas que o autor usou para fazer referência à cor dos olhos do neto. Observe também que ele começa falando dos olhos e termina por referir-se ao olhar. Que efeito de sentido tem esse deslocamento na descrição que o autor faz do neto? 
      Talvez o efeito de sentido mais forte de mudar do olho para o olhar seja precisamente a ênfase que o autor quer dar à interlocução que se estabelecia entre ele e o neto pela troca de olhares (contato interpessoal sempre muito forte, em especial na fase em que a criança é muito pequena e ainda não fala).