domingo, 9 de maio de 2021

CAMPANHA: CURTA O CARNAVAL COM CONSCIÊNCIA - COM GABARITO

 Campanha: Curta o carnaval com consciência


Campanha “Curta o Carnaval com consciência”. Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 250.

Entendendo a campanha:

01 – Qual é o objetivo da campanha?

      Alertar para o risco de acidentes de trânsito provocados pelo uso de bebidas alcoólicas no carnaval.

02 – Observe: “#souconscientenotrânsito”. Você conhece esse tipo de expressão? Sabe como se chama e para que é usada?

      A expressão recebe o nome de hashtag. É uma expressão bastante comum entre os usuários das redes sociais, na internet, e constitui-se de uma palavra-chave antecedida pelo símbolo #. As hashtags são utilizadas para classificar conteúdos e criar uma interação entre os usuários das redes sociais. Ao clicarem no hiperlink, os usuários podem acessar e comentar o conteúdo ao qual a hashtag esteja associada.

03 – Veja agora a expressão que compõe a hashtag “#souconscientenotrânsito” escrita em forma de período: “Sou consciente no trânsito”. É possível transformar esse período em dois períodos simples? Por que isso acontece?

      Não, porque o período simples é formado por apenas uma oração que se estrutura em torno de um verbo e o período acima possui somente um verbo, portanto, trata-se de uma única oração.

04 – Releia o período do corpo da campanha.

        “Brinque com alegria, não brinque com a vida”. Reescreva esse período composto por coordenação em dois períodos simples.

      Brinque com alegria. Não brinque com a vida.

05 – Compare os dois períodos que compõem a campanha: Que efeito é produzido pelo uso de orações coordenadas no corpo da campanha?

      As duas orações têm a mesma estrutura e, embora sejam orações independentes em sua estrutura, elas se ligam pelo sentido com a mesma importância, ou seja, brincar com alegria é tão importante quanto não brincar com a vida.





REPORTAGEM: DANÇAS, ARTES, COMIDAS E COSTUMES DÃO IDENTIDADE A MATO GROSSO(FRAGMENTO) - COM GABARITO

 Reportagem: Danças, artes, comidas e costumes dão identidade a Mato Grosso – Fragmento.

Sexta-feira, 6 de julho de 2018

Congo: dança de origem africana executada em festas típicas, como a de São Benedito.

ARTESANATO

        O artesanato mato-grossense reflete o modo de vida do artesão. Em cada obra, vemos representado o dia-a-dia e os costumes da sociedade. Verdadeiras obras de arte enriquecem a cultura mato-grossense e transformam o cotidiano num encanto de belezas. São objetos de barro, madeira, fibra vegetal, linhas de algodão e sementes.

Governo de Mato Grosso. Danças, artes, comidas e costumes dão identidade a Mato Grosso. Cuiabá, 6 jul. 2018. Disponível em: http://bit.ly/2xVc78C. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 248.

Entendendo a reportagem:

01 – A frase “Verdadeiras obras de arte enriquecem a cultura mato-grossense e transformam o cotidiano num encanto de belezas” reflete um fato ou uma opinião?

      Reflete uma opinião.

02 – Você concorda que manifestações culturais como as obras de arte podem transformar “o cotidiano num encanto de belezas”? Justifique.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – A frase destacada na pergunta (1) constitui-se de um período e, cada oração desse período, sozinha, tem um sentido completo. Veja:

1ª oração: Verdadeiras obras de arte enriquecem a cultura mato-grossense.

2ª oração: e transformam o cotidiano num encanto de belezas.

·        A qual sujeito se referem os predicados dessas duas orações?

Ao sujeito “Verdadeiras obras de arte”.

04 – Em sua opinião, haveria necessidade de se repetir o sujeito na segunda oração? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

NOTÍCIA: PROFESSORES, ALUNOS E VOLUNTÁRIOS DÃO VIDA E COR AO MURO DA ESCOLA JOÃO NEVES PEREIRA - COM GABARITO

 Notícia: Professores, alunos e voluntários dão vida e cor ao muro da Escola João Neves Pereira

Sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Muro da escola João Neves Pereira, Sooretama (ES), 2017.

        Ontem os professores, alunos e voluntários da comunidade realizaram um bonito trabalho nos muros da escola João Neves Pereira. Imagens representando a diversidade cultural foram pintadas nas paredes trazendo vida e cor ao muro que antes era cinza e sem graça. A ação faz parte do projeto “Diversidade Cultural – A Cara do Brasil” desenvolvido na escola em celebração a semana da Consciência Negra. O objetivo é mostrar aos alunos e a toda a comunidade em geral a miscigenação racial e cultural do nosso povo, passando a mensagem do quão rica é a nossa cultura e de como devemos respeitar a todos!

Prefeitura do Município de Sooretama (ES). Professores, alunos e voluntários dão vida e cor ao muro da Escola João Neves Pereira. Sooretama, 17 nov. 2017. Disponível em: http://bit.ly/2OmvOAA. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p.245-6.

Entendendo a notícia:

01 – Qual fato originou a notícia?

      A ação de professores, voluntários e alunos de pintar os muros da escola com o tema diversidade cultural.

02 – Por que os professores, os alunos e os voluntários realizaram essa ação?

      A ação faz parte do projeto “Diversidade Cultural – A Cara do Brasil”, desenvolvido na escola em celebração à semana da Consciência Negra.

03 – Releia o título da notícia:

        Professores, alunos e voluntários dão vida e cor ao muro da Escola João Neves Pereira. Responda:

·        Quais poderiam ser os sentidos possíveis do trecho “dão vida e cor ao muro”?

O trecho “vida e cor” pode ter o sentido de tornar colorido o muro ou, ainda, de mostrar pessoas de várias cores e etnias.

04 – Observe a foto que acompanha a notícia e responda:

a)   O que você vê na imagem?

Um muro pintado com ilustração de crianças de diferentes etnias e uma frase “A diferença nos enriquece... O respeito nos une”.

b)   Qual é a relação da imagem com a proposta da escola para a comemoração da semana da Consciência Negra?

Mostrar aos alunos e à comunidade em geral a miscigenação racial e cultural do nosso povo.

c)   O que você pensa sobre a frase pintada no muro: “A diferença nos enriquece... O respeito nos une”?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

REPORTAGEM: BLOCO IILÊ AIYÊ: 44 ANOS DE "REAFRICANIZAÇÃO" DO CARNAVAL BRASILEIRO - JULIANA GONÇALVES - COM GABARITO

 Reportagem: Bloco Ilê Aiyê: 44 anos de "reafricanização" do carnaval brasileiro

          Grupo faz da festividade um ato político ao enfrentar o racismo

Juliana Gonçalves

Brasil de Fato l São Paulo (SP) - 02 de Fevereiro de 2018 às 18:13

Bloco afro só admite a participação de negros e reafricaniza carnaval baiano – André Frutuôso/Divulgação

         


       




        Nascido em 1974 e composto por ritmistas, cantores e dançarinos negros, o Ilê Aiyê é considerado patrimônio cultural da Bahia, sendo o primeiro bloco afro do Brasil. De origem iorubá, Ilê Aiyê pode ser traduzido como "Casa de Negro". E como local de resistência sempre esteve na linha de frente do combate ao racismo estrutural por meio da arte, da cultura e da educação.

        Ilê Aiyê nasce no Curuzu, bairro Liberdade, o de maior população negra do país, com aproximadamente 600 mil habitantes. Seu surgimento é uma espécie de resposta à histórica segregação de negros do carnaval baiano.

        Em 1975, o bloco toma às ruas liderado por um grupo de jovens. Entre eles estava Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Vovô do Ilê. 

Enquanto no primeiro desfile participaram menos de cem pessoas, hoje, apenas como associados o Ilê Aiyê reúne cerca de 3 mil pessoas e segue provocando transformações nas relações raciais em Salvador. O Ilê já foi premiado diversas vezes como melhor bloco afro do carnaval baiano, tendo uma discografia de quatro álbuns, o último lançado em 1998. A Band’ Aiyê conta hoje com mais de 100 músicos.

        A musicalidade do bloco segue diálogo com ritmos oriundos da tradição africana, que ajudam no que o bloco propaga como "reafricanização" do Carnaval da Bahia.

        A Band’Aiyê, que já teve Carlinhos Brown como mestre de percussão, já deixou sua marca em obras de artistas como Daniela Mercury, Martinho da Vila, e até a cantora islandesa Björk. A sonoridade do grupo busca demonstrar que a música baiana vai além do axé music.

        Carlos Antônio, conhecido como Kehindê Boa Morte, mestre de bateria e percussão, conta que a principal característica do bloco é o samba-afro. "O mestre Bafo, o primeiro mestre de bateria do Ilê Aiyê trouxe esse samba afro com baqueta de madeira que fazemos o toque, o nosso ritmo. A gente usa também muito os toques de matrizes africana, o ilu, aguere, ijexá...", explica.

        2018

        Neste ano, o tema do bloco é “Mandela. A Azânia celebra o centenário de seu Madiba”. Azânia é um outro modo de se referir a África do Sul, um nome africano sem conotações colonialistas. 

        A força do ex-presidente Nelson Mandela também foi tema do concurso de beleza anual realizado pelo Ilê durante a 39ª Noite da Beleza Negra que ocorreu no último dia 20. Este ano, a vencedora foi a estudante de 19 anos, Jéssica Nascimento que agora assume o posto de Deusa do Ébano do bloco.

        [...]

        Jéssica afirma que o Ilê Aiyê transformou o carnaval em uma manifestação política e ressalta a importância do bloco. “É uma entidade que leva o discurso político e social para as pessoas, de representatividade, de luta contra a discriminação e preconceito contra aqueles que não veem a mulher negra como símbolo de beleza”, finaliza.

        [...]

GONÇALVES, Juliana. Bloco Ilê Aiyê: 44 anos de “reafricanização” do carnaval brasileiro. Brasil de Fato. São Paulo, 2 fev. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2D6jPlm. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 241-245.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Aguere: toques de atabaque.

·        Ijexá: ritmo musical, tocado para expressar a religiosidade de matriz africana.

·        Ilu: tipo de atabaque feito com couro cru.

·        Iorubá: língua falada pelo povo negro do grupo sudanês da África Oriental, trazido em grandes contingentes para o Brasil, a fim de ser escravizado.

·        Segregação: separação ou distanciamento de elementos considerados diferentes ou divergentes, em virtude de fatores biológicos e sociais, como etnia, riqueza, religião, nacionalidade, profissão, entre outros.

02 – Que fato originou a reportagem?

      A comemoração de 44 anos do bloco de carnaval Ilê Aiyê de Salvador.

03 – Releia o título da reportagem:

        Bloco Ilê Aiyê: 44 anos de "reafricanização" do carnaval brasileiro

Responda:

a)   Em sua opinião, o que chama mais atenção no título da reportagem?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O prefixo re- pode ter o sentido de reforço, repetição ou recua. Pensando nisso e nas informações da reportagem, qual seria o significado da expressão “reafricanização do carnaval”?

Reforçar a ideia de que o carnaval é uma festa afro-brasileira também.

c)   De acordo com o texto, de que língua o nome “Ilê Aiyê” se originou e qual é seu significado?

O nome do bloco tem origem na língua Iorubá e o significado é “Casa de Negro”.

04 – Releia o subtítulo (linha fina) da reportagem:

        Grupo faz da festividade um ato político ao enfrentar o racismo

a)   Que fato é enfatizado nesse subtítulo?

O carnaval como ato político do grupo Ilê Aiyê contra o racimo.

b)   Qual é a relação de sentido entre esse subtítulo e o título da reportagem?

O subtítulo explica a ideia de reafricanização do carnaval, apresentada no título.

05 – O lide da reportagem que você acabou de ler encontra-se no primeiro parágrafo. Releia-o e responda:

a)   Qual é o acontecimento relatado?

44 anos do surgimento do primeiro bloco afro do carnaval do Brasil: grupo Ilê Aiyê.

b)   Quando e onde surgiu o bloco?

O bloco Ilê Aiyê surgiu em Salvador no ano de 1974.

c)   Como é composto o bloco?

Esse bloco é composto por ritmistas, cantores e dançarinos negros.

d)   Por que / Para que o bloco se formou?

Ele se formou para ser uma linha de frente no combate ao racismo estrutural, por meio da arte, da cultura e da educação.

06 – O primeiro carnaval de que o bloco Ilê Aiyê participou foi em 1975, com um grupo de jovens, entre eles Antônio Carlos dos Santos, conhecido atualmente como Vovô do Ilê, contando com menos de 100 pessoas. Responda:

a)   Explique o contexto social e histórico do surgimento do bloco Ilê Aiyê na Bahia.

Ilê Aiyê nasce no Curuzu, bairro Liberdade, o de maior população negra do país, com aproximadamente 600 mil habitantes. Seu surgimento é uma espécie de resposta à histórica segregação de negros do carnaval baiano.

b)   Quantos associados o bloco afro reúne atualmente?

O bloco conta com cerca de 3 mil pessoas.

c)   Quantos músicos a Band’Aiyê, banda do bloco afro, possui atualmente?

A Band’Aiyê conta com mais de 100 músicos.

d)   Quais premiações o bloco conquistou e quantos álbuns foram gravados?

O Ilê Aiyê já foi premiado diversas vezes como melhor bloco afro do carnaval baiano, tendo uma discografia de quatro álbuns, o último lançado em 1998.

07 – O bloco Ilê Aiyê apresenta uma manifestação artística voltada para os valores da cultura de origem africana, especialmente no carnaval. Essas referências culturais se manifestam nas músicas que eles produzem. Pesquise e responda:

a)   Como ocorre a “reafricanização” na musicalidade do Ilê Aiyê?

Resposta pessoal do aluno.

b)   No trabalho de quais artistas o bloco deixou sua marca?

Resposta pessoal do aluno.

c)   Como o mestre de bateria e percussão do bloco Ilê Aiyê caracteriza o estilo musical que eles produzem? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

08 – Releia o trecho da reportagem a seguir:

        Neste ano (2018), o tema do bloco é “Mandela. A Azânia celebra o centenário de seu Madiba”. Azânia é um outro modo de se referir a África do Sul, um nome africano sem conotações colonialistas. 

a)   Pesquise, na internet ou na biblioteca da escola, quem foi Nelson Mandela e qual é sua importância na luta contra o racismo.

Nelson Mandela (1918-2013) foi presidente da África do Sul no período de 1994 a 1999. Ele foi líder do movimento contra o “Apartheid”, legislação que segregava a população negra daquele país. O que ocasionou a sua prisão em 1964. Após grande pressão internacional, Mandela foi liberado em 1990. Ele recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1993 pela sua luta contra o racismo.

b)   Escolha e copie, entre as alternativas abaixo, a que melhor explica o sentido da expressão “Conotações colonialistas” nesse trecho da reportagem. Se necessário, consulte um dicionário.

·        A expressão se refere ao interesse ou paixão pelas colônias.

·        A expressão faz referência a uma característica da língua falada na África do Sul.

·        A expressão evoca submissão de uma comunidade, um território, um país ou uma nação a outra que o/a domina.

c)   Por que a escolha do nome “África do Sul” teria conotações colonialistas de acordo com o bloco?

Porque o nome “África do Sul” está associado a um país da África que foi por muito tempo colônia da Inglaterra e também ao “Apartheid” – sistema legalizado que discriminava racialmente os negros e garantia o domínio da minoria branca na região.

09 – Observe atentamente as fotos e as legendas que as acompanham na reportagem.

a)   Descreva o que você vê nas duas fotos.

Na primeira foto, há músicos negros com instrumentos de percussão à frente de um microfone. De acordo com a legenda, o bloco se apresentou na “Noite da Beleza Negra”. Na segunda foto, há a estudante Jéssica Nascimento, a escolhida para ser a “Deusa do Ébano, rainha do Ilê Aiyê”.

b)   O que as roupas, cabelo e adereços das pessoas nas fotos revelam sobre a “reafricanização” do carnaval que o bloco Ilê Aiyê propaga?

Os cabelos, as roupas com suas estampas, os adereços (bijuterias e turbantes) remetem às culturas dos povos africanos. Dessa forma, enfatizam e valorizam os valores da origem africana na cultura brasileira e na luta contra o racismo.

10 – Releia o depoimento de Jéssica Nascimento que ganhou o posto de “Deusa do Ébano do Ilê Aiyê” em um concurso de beleza negra promovido pelo bloco afro.

       Jéssica afirma que o Ilê Aiyê transformou o carnaval em uma manifestação política e ressalta a importância do bloco. “É uma entidade que leva o discurso político e social para as pessoas, de representatividade, de luta contra a discriminação e preconceito contra aqueles que não veem a mulher negra como símbolo de beleza”, finaliza. Responda:

a)   Em sua opinião, falta representatividade da mulher negra nas diferentes mídias?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Como você acha que pode se revelar o preconceito e a discriminação contra a mulher negra?

Resposta pessoal do aluno.

c)   O que você acha sobre a promoção de eventos, como esse, para exaltar a beleza da mulher negra?

Resposta pessoal do aluno.

11 – O jornal Brasil de Fato apresentou um forte destaque ao papel político contra o racismo nas manifestações artístico-culturais do bloco Ilê Aiyê. Responda:

a)   O que essa abordagem política do jornal pode revelar sobre o nível de parcialidade na apresentação das informações?

Pode revelar um nível alto de parcialidade, pois demonstra que as bandeiras políticas do Ilê Aiyê também são identificadas pelo jornal.

b)   Em sua opinião, qual é a visão assumida pelo jornal para tratar sobre a questão racial no Brasil?

Resposta pessoal do aluno.

       

 

       

 

CRÔNICA: O QUE DIZEM AS CAMISETAS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 CRÔNICA: O QUE DIZEM AS CAMISETAS

                       Carlos Drummond de Andrade

      Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente estranha ao deparar com uma que não tenha nada escrito.

     __ Que é que ele está anunciando? __ indagou o cabo eleitoral, apreensivo. __ Será que faz propaganda do voto em branco? Devia ser proibido!
     __ O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser __ ponderou um senhor moderado.
     __ Em tempo de eleição, nunca __ retrucou o outro.  __ Ou o cidadão manifesta sua preferência política ou é um sabotador do processo de abertura democrática.
     __ O voto é secreto.
     __ É secreto, mas a camiseta não é, muito pelo contrário. Ainda há gente neste país que não assume a sua responsabilidade cívica, se esconde feito avestruz e ...
     __ Ah, pelo que vejo o amigo não aprova as pessoas que gostam de usar uma camiseta limpinha, sem inscrição, na cor natural em que saiu da fábrica.
     A discussão ia rolar quando apareceu Christiane Torloni (1), pedestre, ostentando bem visível, no peito, o nome de Eduardo Mascarenhas (2). Todos ficaram deslumbrados.
     __ Nessa eu votaria até para presidente da República, do Banco Central, da ONU, de qualquer troço __ exclamou outro.
     __ Ela não é candidata.
     __ E precisa?
     Ficou patente que as pessoas reparam mais no rosto do que na inscrição, embora a falta de inscrição provoque a ideia de que falta alguma coisa __ a identidade, o nariz, sei lá.
     Vi na rua Sete de Setembro um homem que trazia a inscrição "Guiné-pipi" na frente e nas costas.
     __ Candidato a vereador? -- perguntei. __ De que partido?
     __ Não, senhor. Erva contra reumatismo. Quer experimentar? É um porrete. Trago para o senhor uma amostra da fábrica., lá de Cordovil (3).
     __ Obrigado, amigo. O Dr. Nava já cuida do meu.
     __ Mas qualquer problema, o senhor não tenha cerimônia. É só dizer, que eu falo com os colegas, conforme o caso. Ou o senhor mesmo fala, se encontrar com um deles.
     __ E como é que eu vou saber?
     __ Pela camiseta, é claro. Tem o Cipó-Azougue, que é um balaço contra eczema, aliás, pessoalmente, é um cara ótimo. O Beldroega (faz pouco ele passou por aqui) toma conta do fígado e depura o sangue. Do Sete-Folhas, que é até meu vizinho, vejo que o senhor não carece, pois é para emagrecer. Agora, convém não esquecer o Boldo. Lá um dia a gente tem uma ressaca, e o Boldo resolve.
     Vi que as camisetas da medicina natural são numerosas, mas as de uísques, vinhos alemães, motos, motéis, cigarros, antigripais, cursinhos, judô, budismo, loteria, jogo de búzios, etc. não fazem por menos. Hoje em dia não há produto que não tenha, além dos comunicadores remunerados, outros absolutamente gratuitos, e estes são maioria. Todo mundo anuncia alguma coisa, e a camiseta é o cartaz na pele. Sendo de notar que há tendência para anunciar para anunciar até no bumbum. Mas este é um ramo ainda experimental. [...]
     Quis empreender pesquisa de campo no domínio das inscrições no anverso e no reverso do vestuário. Desisti porque teria de elaborar um código de classificação muito complexo, tamanha a variedade de interesses humanos que se refletem numa etiqueta comercial, industrial, política, esportiva, religiosa, onírica. Hoje em dia a camiseta serve para tudo, até (não principalmente) para vestir. E acompanha também a veloz deterioração das coisas, sinal de finitude hoje mais visível do que nunca. Puxa, como as coisas acabam cada vez mais depressa! Não há mais condições para gravar palavras eternas em muros de catedral. Hoje estampam-se recados em camisetas descartáveis. Como esta crônica.


(In "Moça deitada na grama", Rio de Janeiro, Record, 1987, p. 38-40)
(1) Atriz de teatro, cinema e televisão.
(2) Na época, candidato a cargo eletivo. A atriz era cabo eleitoral do candidato.
(3) Logradouro da cidade do Rio de Janeiro.

VOCABULÁRIO

·        Ponderar: observar, alegar, expor, considerar.

·        Patente: claro, evidente.

·        Depurar: purificar.

·        Anverso: lado principal nos objetos que têm dois lados opostos.

·        Reverso: lado oposto ao principal; verso.

·        Onírico: relacionado aos sonhos.

·        Deterioração: estrago, degeneração.

 

 ENTENDENDO O TEXTO

1.   O conflito em torno do qual se desenvolveu a narrativa foi o fato de:  

(A) alguém aparecer com uma camiseta sem nenhuma inscrição.

(B) muitas pessoas não assumirem sua responsabilidade cívica.

 (C) um senhor comentar que o cidadão goza de total liberdade.

(D) alguém comentar que a camiseta, ao contrário do voto, não é secreta.​

 2.   Assinale (x) para responder:

O que importa mais no texto:

(A)    É a descrição dos personagens que vestem camisetas com inscrições.

(B)    É a narração do encontro do cronista com o homem que anuncia remédios.

(C)       É a narração do aparecimento da atriz.

(D)       É a reflexão sobre a moda das camisetas com inscrições.


3.   Diante das demonstrações de deslumbramento das pessoas, o que conclui o cronista?

O cronista conclui que há diversas interpretações no que diz respeito à finalidade das inscrições nas camisetas.

 4.   Segundo o raciocínio do cronista, as inscrições em camisetas demonstram que:

(A)    Todos têm de se posicionar em relação as coisas.

(B)    As coisas se deterioram rapidamente.

(C)       As camisetas se tornam o veículo de propaganda de ideias duradouras.

(D)       Todas as crônicas, assim como as camisetas, são descartáveis.

5.   De acordo com o final do texto, as camisetas, atualmente, substituem os muros de catedral porque:

(A)     São mais práticas.

(B)     Nas camisetas nunca aparece uma mensagem séria.

(C)       Já não existem catedrais.

(D)       As coisas se deterioram cada vez mais depressa.

6.   Independentemente de terem ou não inscrições, você acha que as roupas revelam a maneira de ser das pessoas? Justifique.

                   Resposta pessoal.