quinta-feira, 8 de agosto de 2019

CRÔNICA: MANEIRA DE AMAR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

CRÔNICA: MANEIRA DE AMAR
                     Carlos Drummond de Andrade


     O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.
        Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.
        O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.
        Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. 
        “Você o tratava mal, agora está arrependido?” “Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava”.
Carlos Drummond de Andrade, A cor de cada um. Ed. Record, 1997 (fragmento)

Entendendo a crônica:

01 – “...elas se habituaram ao diálogo”.
         Segundo o autor,
a)   as flores não gostavam de dialogar com o jardineiro.
b)   o jardineiro não dava atenção às flores.
c)   o jardineiro jamais dialogara com as flores.
d)   as flores se acostumaram com o diálogo do jardineiro.
e)   as flores não paravam para ouvir a conversa do jardineiro.

 02 – “Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças...”
        O autor nos revela que
a)   o jardineiro não procurava conquistar o girassol.
b)    o girassol recebia maus tratos do jardineiro.
c)    o girassol demonstrava sentir simpatia pelo jardineiro.
d)    apesar de toda a sua indiferença, o girassol recebia, de vez em quando, atenção do jardineiro.
e)    mesmo sem obter bons resultados, o jardineiro procurava chamar a atenção do girassol.

03 – “É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava”.
         Que ideia o autor nos quis transmitir com este trecho?
a)   Todas as flores amam da mesma maneira.
b)   As flores amam aqueles que lhes dão carinho.
c)   O girassol demonstrou a sua maneira própria de amar.
d)   O girassol, de natureza orgulhosa, não amava o jardineiro.
e)   O girassol expressava amor como qualquer outra flor.

04 – Sabe-se que o girassol é uma flor que se volta para o sol.
        Assinale a alternativa cuja ação não é característica dessa flor.
a)   “Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças...”
b)   “... o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria”.
c)   “... o jardineiro deixou de regar o pé de girassol...”
d)   “...porque não tinha induzido o girassol a mudar de atitude”.
e)   “... estou triste porque agora não posso tratá-lo mal.”

05 – Qual das passagens abaixo melhor demonstra a atenção dada pelo jardineiro a todas as flores?
a)   “Em vão o jardineiro tentava captar-lhes as graças...”
b)   “É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava”.
c)   “Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e renovar-lhe a terra.
d)   “... as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude”.
e)   Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.

06 – Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), de acordo com o texto:
(V) Os girassóis são orgulhosos.
(F)  O jardineiro conversava com todas as flores, menos com o girassol.
(V)  As flores se acostumaram com o diálogo do jardineiro.
(F)  Quando o jardineiro saiu, quem ficou mais triste foi o gerânio.
(V)  O girassol tinha sua própria maneira de demonstrar amor.

07 – Qual é a ideia central desse pequeno conto?
(   ) Como cuidar de um jardim.
(X) Cada um tem uma maneira de demonstrar o amor.
(   ) importância do diálogo.

08 – Apesar da atitude indiferente, o jardineiro continuou a cuidar do girassol? Retire do texto um trecho que justifique sua resposta.
      “Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.”

09 – Por que o jardineiro entendia o comportamento do girassol?
      Porque era o jeito do girassol amar e o jardineiro sabia disso.

10 – O dono do jardim despediu o jardineiro. Por qual motivo?
      Porque achou que ele perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente, não fazendo coisa alguma.

11 – Na sua opinião, esse motivo foi justo? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – “É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”, qual ideia essa resposta do girassol transmite?
      Que todos temos nosso jeito de amor, pois somos diferentes uns dos outros.

13 – Você conhece alguma pessoa que, como o girassol, expressa seus sentimentos de uma maneira diferente?
      Resposta pessoal do aluno.


terça-feira, 6 de agosto de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): AS MINA DE SAMPA - RITA LEE - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: As Mina de Sampa
              Rita Lee

As mina de Sampa são branquelas que só elas
Pudera!
Praia de paulista é o Ibirapuera

As mina de Sampa querem grana, um cara bacana
De poder!
Um jeito americanês de sobreviver

As mina de Sampa são modernas, eternas dondocas!
Mas pra sambar no pé tem que nascer carioca

Tem mina de Sampa que é discreta, concreta
Uma lady!
Nas rêivi ela é véri, véri krêizi

Eu gosto as pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!

As mina de Sampa estão na moda, na roda, no rock
No enfoque!
É do Paraguai a grife made in Nova Iorque

As mina de Sampa dizem mortandeila, berinjeila
Apartameintu!
Sotaque do Bixiga, nena, cem por ceintu

As mina de Sampa conhecem a Bahia, por fotografia
Que natureza!
Toda menina baiana vive na maior moleza

As mina de Sampa dão duro no trampo, no banco
Mãos ao alto!
Ou dá ou desce ou desocupa o asfalto

Eu gosto às pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!
Eu gosto as pampa das mina de Sampa!

As mina de Sampa
As mina de Sampa
As mina de Sampa
As mina de Sampa

Eu gosto as pampa das mina de Sampa!

As mina de Sampa
As mina de Sampa
As mina de Sampa
As mina de Sampa

Eu gosto as pampa das mina de Sampa!

                     Composição: Roberto de Carvalho / Rita Lee

Entendendo a canção:
01 – Na letra dessa música, Rita Lee faz uma brincadeira com o modo de falar que caracteriza um grupo de pessoas de uma região do Brasil. De onde é esse grupo?
      A letra está brincando com o jeito de falar de um grupo de pessoas da cidade de São Paulo (Sampa).

02 – Identifique na letra da música exemplos de expressões utilizadas pelos jovens.
      “Tem mina”; “as mina”; “mina”; “nas rêivi”; “às pampa”.

03 – Para registrar as palavras mortadela, berinjela e apartamento, o texto utiliza as grafias mortandeila, berinjeila e apartameintu. Por que essas palavras foram registradas dessa maneira?
      As palavras foram registradas dessa maneira para reproduzir o modo como supostamente são pronunciadas, ou seja, é um registro que procura reproduzir a oralidade.

04 – A palavra mina refere-se a uma mulher jovem. Você conhece outras gírias com o mesmo significado?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual é a função poética que predomina na canção? Por quê?
      A canção de Rita Lee, a função poética está presente na forma da mensagem em versos e estrofes e na escolha dos signos linguísticos em seu significado e significante (fonemas).

06 – Qual é a função emotiva que predomina na canção? Por quê?
      A canção traz a opinião do eu lírico sobre as mulheres de São Paulo: “Eu gosto as pampa das mina de Sampa!”.

07 – A imagem que os locutores, Rita Lee e Roberto de Carvalho, transmitem da mulher paulistana corresponde à realidade ou a estereótipos sociais? Por quê?
      A imagem da paulistana, na canção, corresponde a estereótipos sociais que generalizam a paulistana como “branquelas”, modernas e na moda, antenadas com as grifes internacionais, mais adeptas do rock, trabalhadoras que nunca viajam e que são vítimas da violência urbana.

08 – Ocorrem outros estereótipos no texto? Quais? Identifique na canção estes estereótipos e justifique cada um com um verso.
      Aparecem estereótipos para mulheres de outras regiões do Brasil:
      -- baianas: Toda menina baiana vive na maior moleza.
      -- cariocas: Mas pra sambar no pé tem que nascer carioca.


POEMA: EU E OS BOMBONS - SÉRGIO CAPPARELLI - COM GABARITO

Poema: EU E OS BOMBONS
        
     Sergio Capparelli

Mariana passa sempre pela praça
só hoje é que não passa
e eu, aflito, com essa caixa de bombons!
Oh, Mariana, aparece, vê se passa,
dê o ar de sua graça
pois já se derretem os bombons
melam, viram pasta,
que desgraça!
E eu de guarda
com a caixa,
olho a esquina
e tu não passas, Mariana,
e gentes me olham
refletido na água
quem o bobo?
O palhaço com a caixa?
e eu não ligo
e vejo se tu passas, Mariana,
mas nada, ela não passa,
só de pirraça.
          
Entendendo o poema:

01 – O eu lírico do poema se sente aflito. O verso que mais acentua essa aflição é:
a)   “E vejo se tu passas, Mariana”.
b)   “Pois já se derretem os bombons”.
c)   “E eu não ligo”.
d)   “E eu de guarda”.

02 – Em um dos versos do poema, o eu lírico revela toda a sua decepção diante da situação. O verso que mais acentua essa decepção é:
a)   “Que desgraça!”.
b)   “Dê o ar de sua graça”.
c)   “Quem o bobo?”.
d)   “E eu não ligo”.

03 – Considerando as informações do poema, assinale (V) para a alternativa VERDADEIRA e (F) para a FALSA.
I. (V) O eu lírico não se importam para o que os outros pensam sobre ele.
II. (F) O eu lírico conta a história de um amor correspondido.
III. (V) O poema ilustra uma decepção amorosa, contada por um eu lírico masculino.

04 – Informe o NÚMERO e a PESSOA dos seguintes verbos retirados do poema.
a)   Passa: 3ª pessoa do singular.
b)   Derretem: 3ª pessoa do plural.
c)   Ligo: 1ª pessoa do singular.
d)   Passas: 2ª pessoa do singular.

05 – Que termo identifica o eu lírico do poema?
      O termo “Eu”.

06 – A voz que fala nesse poema é masculina ou feminina? Quais marcas linguísticas, isto é, quais palavras presentes no poema comprovam sua resposta?
      A voz é masculina: “Aflito”; “bobo”; “palhaço”.

07 – O eu lírico diz estar “aflito” e justifica o motivo dessa aflição com o verso “Pois já se derretem os bombons”. Podemos afirmar que esse verso explica o motivo real da aflição sentida pelo eu lírico? Por que?
      Não. O eu lírico está aflito também porque deseja ver Mariana.

08 – No poema, em um dos versos, o eu lírico revela toda a sua decepção diante da situação. Qual é esse verso?
      “Que desgraça”.

09 – As pessoas que passam pela praça, de acordo com o eu lírico, acham-no “bobo” e “palhaço”. O que podemos afirmar sobre o jeito de o eu lírico lidar com essa situação?
      O eu lírico evita olhá-las ou encará-las, talvez por vergonha, medo de o acharem ridículo, bobo.

10 – Que inferências podem ser feitas sobre o sentimento do eu lírico?
a)   O eu lírico está aflito, sente-se apaixonado e enamorado.
b)   O eu lírico está revoltado porque morre de paixão.
c)   O eu lírico está amargurado e enciumado.
d)   O eu lírico sente-se solitário e revoltado.
e)   Não há sentimento algum que represente o eu lírico.

11 – A palavra pirraça pode ser substituída sem alteração de sentido por:
a)   Ciúmes.
b)   Raiva.
c)   Teimosia.
d)   Pavor.
e)   Orgulho.

12 – Em: “Mariana passa sempre pela praça e só hoje é que não passa”. A repetição de um mesmo som consonantal em uma sequência de palavras em versos, chama-se:
a)   Metáfora.
b)   Prosopopeia.
c)   Hipérbole.
d)   Aliteração.
e)   Antítese.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - PRONOME DE TRATAMENTO - COM GABARITO



Tira cozinheiro Cuca e o general Dureza

Entendendo a tira:
01 – Observe a expressão facial de Cuca. O que ele demonstra ao general?
      Ao sorrir, o cozinheiro demonstra ao general satisfação em servi-lo.

02 – O cozinheiro Cuca está servindo seu superior. Qual pronome de tratamento indica essa relação hierárquica?
      O pronome “senhor”.

03 – Qual é o tipo de linguagem utilizada pelo cozinheiro?
      Linguagem formal.

04 – Por que esse tipo de linguagem foi empregado por Cuca?
      Cuca usa um tratamento formal para dirigir-se ao general de modo a indicar que respeita as relações de poder.

MENSAGEM ESPÍRITA: A ÁGUA NA COLÔNIA "NOSSO LAR" - ANDRÉ LUIZ/MÉDIUM FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER - PARA REFLEXÃO

Mensagem Espirita

A ÁGUA NA COLÔNIA “NOSSO LAR”

   Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. Em “Nosso Lar”, contudo, outros são os conhecimentos. Nos círculos religiosos do planeta, ensinam que o Senhor criou as águas. Ora é  lógico que todo serviço criado precisa de energias e braços para ser convenientemente mantido. Nesta cidade espiritual, aprendemos a agradecer ao Pai e aos seus divinos colaboradores semelhante dádiva. Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio. Há repartições no Ministério do Auxílio absolutamente consagradas à manipulação de água pura, com certos princípios suscetíveis de serem captados na luz do Sol e no magnetismo espiritual. Na maioria das regiões da extensa colônia, o sistema de alimentação tem aí suas bases. Acontece, porém, que só os Ministros da União Divina são detentores do maior padrão de Espiritualidade Superior, entre nós, cabendo-lhes a magnetização geral das águas do Rio Azul, a fim de que sirvam a todos os habitantes de “Nosso Lar”, com a pureza imprescindível. Fazem eles o serviço inicial de limpeza e os institutos realizam trabalhos específicos, no suprimento de substâncias alimentares e curativas. Quando os diversos fios da corrente se reúnem de novo, no ponto longínquo, oposto a este bosque, ausenta-se o rio de nossa zona, conduzindo em seu seio nossas qualidades espirituais.
                                                     André Luiz
(extraído do livro “NOSSO LAR” – edit FEB)
Médium – Francisco Cândido Xavier





CONTO: O SAPATEIRO E OS DUENDES - IRMÃOS GRIMM - COM QUESTÕES GABARITADAS

CONTO: O sapateiro e os duendes
                Irmãos Grimm


         Era uma vez um sapateiro que trabalhava duro e era muito honesto. Mas nem assim ele conseguia ganhar o suficiente para viver. Até que, finalmente, tudo o que ele tinha no mundo se foi, exceto a quantidade de couro exata para fazer um par de sapatos. Ele os cortou e deixou preparados para montar no dia seguinte, e deixou preparados para montar no dia seguinte, pretendendo acordar de manhã bem cedo para trabalhar. Apesar de todas as dificuldades, tinha a consciência limpa e o coração leve, por isso foi tranquilamente para a cama deixando seus problemas aos cuidados dos céus, e adormeceu. De manhã cedo, depois de dizer suas orações, preparava-se para fazer seu trabalho, quando, para seu grande espanto, ali estavam os sapatos, já prontos, sobre a mesa. O bom homem não sabia o que dizer ou pensar deste estranho acontecimento. Examinou o acabamento: não havia sequer um ponto falso no serviço todo e era tão bem-feito e preciso que parecia uma perfeita obra de arte.
                Naquele mesmo dia apareceu um cliente e os sapatos agradaram-lhe tanto, que teria pago um preço muito acima do  normal por eles; e o pobre sapateiro, com o dinheiro, comprou couro suficiente para fazer mais dois pares. Naquela noite, cortou o couro e não foi para a cama tarde porque pretendia acordar e começar cedo o trabalho, pois, quando acordou pela manhã, o trabalho já estava acabado. Vieram então compradores que pagaram generosamente por seus produtos, de modo que ele pôde comprar couro suficiente para mais quatro pares. Ele novamente cortou o couro à noite, e encontrou o serviço acabado pela manhã, como antes; e assim foi durante algum tempo: o que era deixado preparado à noite estava sempre pronto ao nascer do dia, e o bom homem prosperou novamente.
                Certa noite, perto do Natal, quando ele e a mulher estavam sentados perto do fogo conversando, ele lhe disse, “Gostaria de ficar observando esta noite para ver quem vem fazer o trabalho por mim”. A esposa gostou da ideia. Eles deixaram, então, uma lâmpada ardendo e se esconderam no canto do quarto, por trás de uma cortina, para observar o que iria acontecer. Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro, pegaram o couro cortando e começaram a preguear com seus dedinhos, costurando, martelando e remendando com tal rapidez que deixaram o sapateiro boquiaberto de admiração; o sapateiro não conseguia despregar os olhos do que via. E assim prosseguiram no trabalho até terminá-lo, deixando os sapatos prontos para o uso em cima da mesa. Isso foi  muito antes do sol nascer; logo depois eles sumiram depressa como um raio.
                No dia seguinte, a esposa disse ao sapateiro, “Esses homenzinhos nos deixaram ricos e devemos ser gratos a eles, prestando-lhes algum serviço em troca. Fico muito chateada de vê-los correndo para cá e para lá como eles fazem, sem nada para cobrir as costas e protegê-los do frio. Sabe do que mais, vou fazer uma camisa para cada um, e um casaco, e um colete, e um par de calças em troca; você fará para cada um deles um par de sapatinhos”.
                A ideia muito agradou o bom sapateiro e, certa noite, quando todas as coisas estavam prontas, eles as puseram sobre a mesa em lugar das peças de trabalho que costumavam deixar cortadas e foram se esconder para observar o que os duendes fariam. Por volta da meia-noite, os anões apareceram e iam sentar-se para fazer o seu trabalho, como de costume, quando viram as roupas colocadas para eles, o que os deixou muito alegres e muito satisfeitos. Vestiram-se, então, num piscar de olhos, dançaram, deram cambalhotas e saltitaram na maior alegria até que finalmente saíram dançando pela porta em direção ao gramado, e o sapateiro nunca mais os viu: mas enquanto vive, tudo correu bem para ele desde aquela época.

                               (Irmãos Grimm. Contos de fadas. Tradução C elso M. Paciornik. São Paulo, Iluminuras, 2002).
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 9º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.54 a 57.
ESTUDO DO TEXTO

1)   O conto popular retrata os seres mágicos presentes no imaginário das pessoas.
a)   Cite um momento do conto em que isso fica evidente.
Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro.

b)   Que semelhanças e diferenças ele têm com as pessoas do conto?
Eles têm aparência humana, mas são muito pequenos e vivem nus, não estão adaptados à vida em sociedade.

2)   Quem ajudou o sapateiro?
 Quem ajudou o sapateiro foram dois anõezinhos, que confeccionaram sapatos para eles.

3)   É possível saber quando se passa essa história?
        Não. Como todo conto de fadas, é uma narração atemporal, indicada pela expressão “Era uma vez”.

    4) Os personagens do texto são:
          (A) o sapateiro e a mulher.
          (B) os duendes e o sapateiro.
          (C) os duendes e a mulher.
          (D) o sapateiro, a mulher e dois anõezinhos.

 5)  O lugar onde a história acontece é:
      (A) a casa do sapateiro.
      (B) na floresta.
      (C) na casa dos duendes.
      (D) em uma sapataria.

 6) As características que indicam que o sapateiro era do bem é:
     (A) é preguiçoso e desonesto.
     (B) trabalha muito mas é desonesto.
    (C) trabalha muito e é honesto.
    (D) trabalha muito, mas não tem coração puro.

7) Como o sapateiro conseguiu comprar o couro?
    (A) com o dinheiro da venda do sapato que os duendes fizeram.
    (B) com o dinheiro da venda sapato ele vez.
    (C) com o dinheiro da venda dos sapatos que a esposa dele vez.
    (D) com o dinheiro da venda dos sapatos que a uma loja comprou.

8) O sapateiro e sua esposa descobriram que os anõezinhos os ajudavam na época do:
    (A) Ano novo.
    (B) do seu aniversário.
    (C) nas vésperas do Natal.
    (D) nas vésperas das férias escolares.

9) O que aconteceu com o sapateiro, depois que os anõezinhos os visitou?
    (A) tudo correu bem depois que o sapateiro morreu.
   (B) enquanto viveu, tudo correu bem para o sapateiro.
   (C) enquanto viveu, tudo correu bem para os anõezinhos.
   (D) enquanto viveu, tudo correu bem para a esposa do sapateiro.

10) Você conhece outras histórias de duendes?
       Resposta pessoal