domingo, 6 de janeiro de 2019

CRÔNICA: CELEBRAÇÃO DA FANTASIA - EDUARDO GALEANO - COM GABARITO

CRÔNICA: Celebração da fantasia
                                Eduardo Galeano

 
        Foi na entrada da aldeia de Ollantaytambo, perto de Cuzco. Eu tinha-me livrado de um grupo de turistas e estava sozinho, olhando de longe as ruínas de pedra, quando um menino do lugar, esquelético, esfarrapado, se aproximou para me pedir que lhe desse como presente uma caneta. Eu não podia dar a caneta que tinha, porque estava a usá-la para fazer sei lá que anotações, mas ofereci-me para desenhar um porquinho na sua mão.
        Subitamente, correu a notícia. E de repente vi-me cercado por um enxame de meninos que exigiam, aos berros, que eu desenhasse nas suas mãozinhas, rachadas de sujidade e de frio, pele de couro queimado: havia os que queriam um condor e uma serpente, outros preferiam periquitos ou corujas, e não faltava quem pedisse um fantasma ou um dragão.
        E então, no meio daquele alvoroço, um desamparadozinho que não chegava a mais de um metro do chão, mostrou-me um relógio desenhado com tinta negra no seu pulso:
        — Quem me mandou o relógio foi um tio meu, que mora em Lima — disse ele.
        — E funciona bem? — perguntei.
        — Atrasa um pouco — reconheceu.

                                             Eduardo Galeano, O livro dos abraços.
Entendendo o texto:

01 – Na sua opinião, o título do texto é adequado? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Leia estes pares de orações:
I – Eu tinha me soltado de um grupo de turistas e estava sozinho.
II – Eu não podia dar a caneta porque estava usando-a.
III – Os meninos pediram que eu desenhasse em suas mãos.

a)   Do modo como estão dispostas, as orações de cada pares estão relacionadas por alguma palavra?
Não.

b)   Volte ao texto e identifique a palavra que liga as orações.
E, porque, que.

c)   No texto, a relação entre as orações de cada pares é explicitada por meio da palavra que as liga?
Sim.

03 – No texto, em qual pares de orações da questão anterior a palavra que liga uma oração à outra:
a)   Introduz a causa ou a explicação relativa ao que se afirmou antes?
No pares II.

b)   Estabelece uma relação de adição?
No pares I.

c)   Introduz uma oração que serve de objeto direto do verbo?
No pares III.




SUBSTANTIVO - GÊNERO - EXERCÍCIOS COM GABARITO


EXERCÍCIOS

01 – COMPLETE ADEQUADAMENTE COM O ARTIGO MASCULINO(o) OU FEMININO(a) AS PALAVRAS ABAIXO:
A)   O PADRASTO                   B) O PARDAL
C)   A                               D) O MARIDO
E)   A FREIRA                        F) A FÊMEA
G)   A POETISA                     H) O GIGANTE
I)    O ALFAIATE                    J) A IRMÃ
K)   A ALCATEIA                    L) A TIGRESA
02 – PASSE AS FRASES PARA O FEMININO:
A)      MEU FILHO FOI TESTEMUNHA DO CASAMENTO.
Minha filha foi testemunha do casamento.   
B)      O ATOR ATUOU NO FILME.
    A atriz atuou no filme.
C)      O COSTUREIRO FEZ UMA LINDA ROUPA.
    A costureira fez uma linda roupa.
D)      O RÉU FOI CONDENADO.
    A ré foi condenada.
03 – TRANSFORME OS SUBSTANTIVOS ABAIXO EM FEMININO E FORME UMA FRASE PARA CADA UM:
A)   BARÃO: O barão se casou com uma mulher fazendo-a de baronesa.
B)   ANÃO: A anã participou das apresentações no circo.
C)   ANCIÃO: A anciã tem muitos filhos.
D)   PRÍNCIPE: A princesa se veste lindamente.
E)   GENRO: A nora tem problemas com a sogra.
F)  LADRÃO: A ladra roubou minha bolsa.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): ONU, ARMA MORTAL - TOM ZÉ - COM GABARITO

Música(Atividades): ONU, Arma Mortal

                                         Tom Zé
No reco-reco u.n. onu
Teleco-teco onu u.n.
Nesse pagode u.n. onu
Naquele rock onu u.n.

Uma onu pra manter a paz
E a turma lá, que turma,
Fabrica armas mortais

Bis fuzil, metralhadora, cruzador
No squindô squindô dô
Bazuca, bomba, tanque arrasador
No squindô squindô dô
                                        Composição: Tom Zé
Entendendo a canção:
01 – Qual o nome da canção? Quem é o compositor?
      ONU, Arma Mortal. Tom Zé.

02 – De quantas estrofes e quantos versos têm na canção?
      Possui 03 estrofes e onze versos.

03 – Com base no que você aprendeu sobre a ONU, comente a letra da canção.
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Que outro título você daria para a canção? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.


CRÔNICA: CORAÇÃO MATERNO - PAULO MENDES CAMPOS - COM GABARITO

Crônica: Coração Materno
            Paulo Mendes Campos
                           
        Duas horas da tarde. Ali no início do Morro da Viúva fizeram sinal: duas senhoras, ambas de cabelos brancos, preparavam-se para entrar no lotação, quando o motorista gritou: “Um lugar só”. A velhinha mais velha, já com o pé colocado no carro com imensa dificuldade, conseguiu retirar a perna comprometida, com dificuldade ainda maior, sob os protestos persuasivos da velha mais moça, que dizia:
        -- Vai, mamãe, vai a senhora, eu vou em outro.
        A mãe se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria:
        -- Não, minha filha, eu não posso te deixar aqui sozinha.
        -- Vai, mamãe.
        -- Não, minha filha.
        -- Pelo amor de Deus, mãe; o homem está esperando.
        -- Mas... minha filha?!
        Os passageiros aguardavam com a tolerante paciência de quem tem ou já teve mãe. O motorista fez força (e o conseguiu, parabéns) para refrear a sua fúria de Averno.
        -- Vai, mãezinha; aqui neste ponto é difícil arranjar dois lugares.
        -- Não posso te deixar sozinha, minha filha. Nunca!
        Diante do impasse, levantou-se, resoluto, um senhor sentado no banco da frente, oferecendo-se para ir em pé, as duas senhoras iriam sentadas. Ah, mas isso não, aparteou o motorista, era contra o regulamento, dava multa. O amável passageiro descompôs o regulamento do tráfego e os demais regulamentos: eram desumanos. Ao pé da calçada, o torneio sentimental de mãe e filha continuava:
        -- Vai, vai, mãe.
        -- Não posso ir sem você, minha filha.
        Quem viu a necessidade eventual de perder docemente a paciência foi a filha. Usando de energia adequada ao momento, segurou o braço da velhinha (mas velhinha mesmo, frágil, frágil), empurrou-a com o mínimo de força necessária, proferiu uma ordem imperiosa:
        -- Vai, mãe.
        E a velha mais moça se afastou em passadas compridas, impedindo a contramarcha da velha mais velha, que estava no limite extremo de sua timidez, e não teve outro jeito senão agarrar-se ao braço do motorista, entrar penosamente, sorrir pedindo perdão para todos os passageiros. Ajeitou-se no banco, esperou o barulho do motor e comentou para a vizinha (que a olhava, compreendendo tudo, as velhas, as mães, o cosmos):
        -- Coitadinha! Eu fico morrendo de pena de deixar ela aí, só, tão longe!
        Longe de onde? Das entranhas que criaram uma menina. Longe. Só.
        A viagem para o centro foi recomeçada, sem novidades, todos voltaram para dentro de si mesmos, esquecidos do episódio. A mãe, no entanto, furtiva (certa de que já causar bastantes transtornos naquele dia) inspecionava todos os lotações que ultrapassavam o nosso, aflita em sua quietude, buscando lobrigar a filha. Mas foi só quando o lotação entrou na Avenida, e parou diante de um sinal, que, enfim, a velha mais moça, a filha, apareceu em um lotação ao nosso lado. As duas se sorriram como depois de uma longa e apreensiva travessia. A velhinha chegou a fazer graça:
        -- Graças a Deus, minha filha! Você ainda chegou antes de mim.
        -- Eu não disse, mãe, que não tinha perigo?
        A filha desceu na esquina, chegou até perto da janela do nosso lotação, segurou a mão de sua mãe:
        -- Agora vai direitinha, viu?
        -- Você pode ir descansada, minha filha.
        O lotação arrancou de novo, gestos de adeus, a harmonia voltou ao rosto da nossa velhinha, que tranquilizou também a vizinha de banco:
        -- Ela vai trabalhar no Ministério; eu vou para casa, moro no Rio Comprido.
           CAMPOS, Paulo Mendes. In: Para gostar de ler. 8. ed. São Paulo,
Ática, 1987. v. 2, p. 50-2.
 Entendendo a crônica:

01 – O autor diz: “A mãe se desmanchando em timidez, medo e bondade, sorria”. Que atitude revela o sentimento da mãe em relação à filha? Observe bem os diálogos para responder.
      O fato de a velha mãe não querer separar-se da filha em nenhum momento.

02 – O medo da velha mãe tem razão de ser? Por que ela giu daquela maneira?
      Não, ele (o medo) não tem razão de ser. A atitude da velha mais velha se explica por um exagerado sentimento materno.

03 – O humor é um recurso do texto para tornar a situação menos “dramática” (sob o ponto de vista, claro, da velha mãe). Quem se utiliza do humor no texto? Exemplifique com uma frase.
      O autor-narrador do texto. Possível exemplo: “Os passageiros aguardavam com a tolerante paciência de quem tem ou já teve mãe”.

04 – O que demonstra a filha ao empurrar a mãe para dentro do lotação?
      Demonstra desejo de pôr um fim à situação constrangedora; demonstra, ainda, independência em relação à vontade da mãe.

05 – Como se mostra a velha mãe ao entrar no lotação? Por quê?
      Extremamente tímida. Porque, apesar da aflição em que se encontrava por ter de se separar da filha, conseguia perceber o transtorno que estava causando a motorista e passageiros.

06 – O que significa para você, o último diálogo das duas?
        “— Agora vai direitinha, viu?”
        “— Você pode ir descansada, minha filha.”
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Quem se preocupa, agora, é a filha, que passa por “mãe” da mãe. E essa troca de “preocupações” significa acordo, harmonia, estabilidade no afeto de mãe e filha.

TEXTO: COMO SE FORMA A AURORA BOREAL? COM QUESTÕES GABARITADAS


Texto: Como se forma a aurora boreal?

        Esse belo fenômeno luminoso ocorre quando partículas eletricamente carregadas (prótons e elétrons), transportadas pelo vento solar, chocam-se a grande velocidade com átomos e moléculas da atmosfera terrestre, que, assim, emitem fótons luminosos, fazendo surgir no céu uma curiosa “dança” de luzes. No Polo Norte ela é chamada de aurora boreal e, no sul, de aurora austral. O fenômeno é típico das regiões polares, pois é só a partir da latitude 70 graus que o campo magnético da Terra permite que as partículas eletricamente carregadas penetrem na atmosfera. A melhor época para vê-lo é nos meses de setembro, outubro, fevereiro e março. O nome foi dado pelo astrônomo Galileu Galilei em homenagem à deusa romana do amanhecer, Aurora. Vários povos dão interpretações fantasiosas para o fenômeno. Os asiáticos creem que suas luzes sejam uma fonte de fertilidade. Já os finlandeses recorrem a uma fábula inocente para explicar a profusão de luzes. No idioma local, o termo que define aurora boreal é revontuli, que significa “fogo da raposa”. Segundo a lenda, raposas batiam suas caudas contra os montes de neve e as faíscas que saíam desses golpes refletiam e iluminavam o céu.
                                                                            Vida simples, n° 55.
Entendendo o texto:

01 – No seguinte trecho do texto, há duas orações; na 2ª oração, está implícita locução verbal é chamada. Observe:

No Polo Norte ela é chamada de aurora boreal e, no Sul, de aurora austral.
a)   As duas orações têm o mesmo valor sintático. Qual é a conjunção que liga uma à outra?
A conjunção e.

b)   A conjunção que liga as orações estabelece entre elas uma relação de explicação, de oposição ou de adição?
De adição.

02 – Observe que, no seguinte trecho do texto, a conjunção destacada estabelece entre as orações uma relação de explicação.

        “O fenômeno é típico das regiões polares, pois é só a partir da latitude 70 graus que o campo magnético da Terra permite que as partículas eletricamente carregadas penetrem na atmosfera.”
Qual das conjunções abaixo pode substituir pois, sem que haja prejuízo de sentido?
a)   Nem.
b)   Porque.
c)   Quando.
d)   Logo.

03 – Releia agora este trecho do texto:
“Os asiáticos creem que suas luzes sejam uma fonte de fertilidade.”
Se eliminarmos a conjunção que do trecho, teremos:
Os asiáticos creem
suas luzes sejam uma fonte de fertilidade.

a)   Essas orações dependem uma da outra sintaticamente?
Sim.

b)   Conclua: A conjunção que é coordenativa ou subordinativa? Por quê?
É subordinativa, porque a 2ª oração é complemento do verbo crer da oração anterior e tem valor de objeto direto.

POEMA: QUESTÃO DE PONTUAÇÃO - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

Poema: Questão de pontuação
          João Cabral de Melo Neto

                    
Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem tem alma dionisíaca);

viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.


João Cabral de Melo Neto. Agrestes. Poesia. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1985

Entendendo o poema:

01 – O assunto de um texto nem sempre equivale ao tema. O tema são as ideias mais profundas de um texto. No poema lido, por exemplo, o assunto é a pontuação, mas o tema é outro. Observe a que são associados os sinais de pontuação e responda: Qual é o tema do poema?
      A vida.

02 – Todo o desenvolvimento do poema nasce da afirmação contida nos dois versos iniciais:
“Todo mundo aceita que ao homem / cabe pontuar a própria vida”. O que o eu lírico quer dizer com esses versos?
      Todos aceitam que o homem é dono de seu destino, que ele pode decidir sobre sua própria vida.

03 – Ao longo do poema são mencionados quatro sinais de pontuação.
a)   Quais são esses sinais?
O ponto de exclamação, o ponto de interrogação, a virgula e o ponto (final).
b)   O que eles representam em relação à vida? Assinale a melhor resposta:
(  ) Representam os erros que o homem comete na vida.
(X) Representam diferentes formas de viver, que cabe ao homem escolher.
(  ) Representam os problemas que cada ser humano encontra em sua trajetória de vida.

04 – Na 1ª estrofe do poema, a vida é associada ao ponto de exclamação, relacionado ao verso “(dizem: tem alma dionisíaca)”. Veja alguns dos sentidos da palavra dionisíaco registrados no dicionário:
Dionisíaco: relativo a Dioniso, Deus da mitologia grega; o mesmo que desinibido, espontâneo, vibrante, entusiástico, agitado, natural, irracional, anárquico.
a)   Qual ou quais desses sentidos essa palavra apresenta no contexto?
Espontâneo, vibrante, entusiástico.

b)   Que relação existe entre a palavra dionisíaco e o ponto de exclamação?
Ambos estão associados a um estado de espírito alegre, extrovertido, entusiástico.

05 – Na 2ª estrofe, há referências a viver “em ponto de interrogação” e “equilibrando-se entre vírgulas”.
a)   Por que o ponto de interrogação é associado à filosofia e à poesia?
Porque a filosofia e a poesia fazem questionamentos sobre a vida, sobre a razão das coisas, etc.

b)   Para você, o que é viver “equilibrando-se entre vírgulas”?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É viver resolvendo problemas, superando dificuldades de vida, vencendo obstáculos.

c)   Levante hipóteses: O que poderia ser uma vida “sem pontuação (na política)”?
É uma vida em que a pessoa não tem seus direitos de cidadão respeitados, em que ela é desconsiderada socialmente.

06 – Leia a última estrofe:
a)   O que representa a “frase” que cada um de nós vive?
A própria vida.

b)   E o que representa, na frase da vida, o ponto final?
A morte.

c)   Troque ideias com os colegas e dê uma interpretação coerente aos versos “O homem só não aceita do homem / que use a só pontuação fatal.”
1ª O homem só não aceita que o homem ponha fim à própria vida (suicídio);
2ª O homem não aceita que o homem tira a vida de outro homem (homicídio);
3ª O homem não aceita que o homem viva conformadamente, sem participar, sem propor mudanças.




MENSAGEM ESPÍRITA: VERDADEIRA CARIDADE - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - CAPÍTULO IV - PRINCÍPIO VITAL - INTELIGÊNCIA E INSTINTO - PARA REFLEXÃO


 Mensagem: VERDADEIRA CARIDADE
    
                                      ANDRÉ LUIZ GADELHA

 Não é raro testemunharmos demonstrações de bondade argumentadas no temor a Deus. São irmãos que vivem com moral exemplar sob o medo do castigo divino.
        Outros tantos vivem, igualmente, na procura da realização do bem, mas tão somente pelo fato de que ficaria feliz se o bem fosse feito a ele ou se o mal não lhe seja aplicado. São irmãos que fazem o certo na espera que lhe façam o certo também ou evitam o mal na expectativa de que o mal não lhes seja feito.
        É claro que injusto seria não admitir que tais irmãos já assumem um certo progresso, pois já são capazes de executar a Lei de Amor e Caridade sem intenções escusas ou daninhas. Mas, não se pode admitir que o bem esteja sendo feito com sinceridade de coração.
        O verdadeiro homem de bem pratica o bem pelo bem. Faz o certo por ser o certo. Para esses irmãos, a prática do amor é tão natural quanto respirar.
        Quando se faz o bem para evitar castigos do céu ou por que gostaríamos que fizessem o mesmo por nós, a naturalidade e a sinceridade já se encontram comprometidas. O que move pelo bem não é o coração, mas, sim, a espera de algo em troca, ainda que esse algo, num primeiro olhar, pareça ser sublime.
        Entendemos, também, que a humanidade se encontra num estágio evolutivo onde poucos são os que fazem o bem com verdadeira pureza de coração. Muitos de nós ainda precisamos crer num Deus intolerante para que se inicie na prática do bem. Outros, um pouco mais evoluídos, ainda possuem a necessidade de terem o seu bem estar como referência para garantir e guardar o bem estar do próximo.
        Em ambos os casos, são irmãos que ainda têm a necessidade de praticar o bem por obrigação, mas, já estão no caminho certo para, no futuro, praticar o bem com a naturalidade que deve existir.
        Que Jesus continue nos abençoando.

 Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo

Perguntas e respostas
Capítulo IV – PRINCÍPIO VITAL
INTELIGÊNCIA E INSTINTO

71 – A inteligência é um atributo do princípio vital?
      -- Não, pois as plantas vivem e não pensam: elas têm apenas a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, pois um corpo pode viver sem inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio dos órgãos materiais. É preciso a união com o espírito para tornar inteligente a matéria animalizada.
      A inteligência é uma faculdade especial, própria de certas classes de seres orgânicos, e que, com o pensamento, dá a vontade de agir, a consciência de sua existência e de sua individualidade, assim como os meios de estabelecer relações com o mundo exterior e de prover suas necessidades.
      Assim, pode-se distinguir: 1°) os seres inanimados, formados apenas de matéria, sem vitalidade nem inteligência: esses são os corpos brutos; 2°) os seres animados não-pensantes, formados de matéria e dotados de vitalidade, mas desprovidos de inteligência; 3°) os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e possuindo ainda um princípio inteligente que lhes concede a capacidade de pensar.

72 – Qual é a fonte da inteligência?
      -- Nós já dissemos: a inteligência universal.

72 a) Pode-se dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, da mesma forma que o faz com o princípio da vida material?
      -- Isso é apenas uma comparação, mas que não é exata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui sua individualidade moral. Além disso, bem o sabeis, há coisas em que o homem não pode penetrar, e esta é, por enquanto, uma delas.

73 – O instinto é independente da inteligência?
      -- Não, não exatamente, pois é uma espécie de inteligência. O instinto é uma inteligência irracional, e é por meio dele que todos os seres proveem suas necessidades.

74 – Pode-se marcar um limite entre o instinto e a inteligência, ou seja, precisar onde termina um e onde começa a outra?
      -- Não, pois muitas vezes eles se confundem; mas pode-se muito bem distinguir os atos que decorrem do instinto daqueles que pertencem à inteligência.

75 – É correto dizer que as faculdades instintivas diminuem à medida que aumentam as faculdades intelectuais?
      -- Não, o instinto sempre existe, mas o homem o negligencia. O instinto também pode conduzir ao bem; ele nos guia quase sempre, e, algumas vezes, de uma forma mais segura do que a razão; o instinto nunca se engana.

75 a) Por que a razão nem sempre é um guia infalível?
      -- Seria infalível se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio.
      O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita por serem suas manifestações sempre espontâneas, enquanto as manifestações da inteligência são o resultado de uma combinação e de um ato deliberado.
      O instinto varia, em suas manifestações, de acordo com as espécies e suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, ou seja, à vontade e à liberdade.