sexta-feira, 30 de novembro de 2018

POEMA: CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE! SYLVIA ORTHOF - COM GABARITO

POEMA: CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!
                 SYLVIA ORTHOF



Cordel adolescente ó xente!
 Sou mocinha nordestina,
 meu nome é Doralice,
 tenho treze anos de idade,
 conto e reconto o que disse,
 pois me chamo Doralice,
 sou quem vende meu cordel
 nas feiras lindas do longe
 onde a poesia esconde
 nas sombras do meu chapéu!

 Eu falo tudo rimado
 no adoçado da palavra
 do Nordeste feiticeiro,
  no meu jeito brasileiro,
 aqui vim dizer e digo
 que escrevo muito livro
 que penduro num cordel,
 todo fato acontecido eu
coloco no papel!

 Vim pra feira, noutro dia,
 armei a minha poesia
 num cordel de horizonte.
 Quem passasse no defronte
 daquilo que eu vendia,
 parava e me escutava,
 pois sou mocinha falante,
 declamava o que escrevia!

 Contei de uma garota
 que me amava um cangaceiro,
 era um tal cabra da peste
 uma valentão do Nordeste
 que montava a ventania,
 trazia susto e coragem
 por cada canto que ia!
 Virge Maria!

 O nome da tal mocinha?
 não digo... é um segredo,
 escrevo o que não devo,
 invento, pois tenho medo
 de contar que a tal menina
 era... toda fantasia!

 Era moça que esconde
 a tristeza na alegria,
morava no perto-longe
 daquilo que nunca digo,
 o seu nome era antigo,
 era... talvez... Bertulina...

 Quem sabe da tal menina?
 Um dia de azul e noite,
 pernoite de cavalgada,
 na sombra, muito assustada,
Bertulina viu o moço que,
 ao longe, galopava.

 Ai, xente!
 Um luar se balançava
 num cordel adolescente!
 O vento corria tanto,
espanto: não alcançava
 a ligeireza perfeita
 que o galope desenhava!

 Era um cabra cangaceiro,
 curtido e sertanejo,
 tinha olhos de lonjuras,
 verduras de olhar miragens,
 chapéu de couro,
facão de abrir caminhos, viagens!

 Tinha estrelas faiscantes
 nos dentes do seu sorriso...
 Ai... Me calo... quase falo!...
 Ó xente... que perco o siso!

 Nos cascos do seu cavalo
 tinha trovão e faísca,
 tinha fogo, tinha brasa,
 fósforo que queima
e risca o escuro e ilumina
 a paixão em Bertulina!

 O moço chegou chegando,
 sorriu sua belezura,
 saltou fora do cavalo
(vontade ninguém segura),
 roubou o beijo da boca
 de Bertulina, a donzela.
 Depois de assaltar o beijo,
 perguntou o nome dela.
 — Eu me chamo Bertulina,
 moço, estou muito assustada,
 sou tão moça, inda menina
, nunca antes fui beijada...

 O senhor me assaltou,
não deu tempo pra mais nada...
 Eu não sei o que que eu faço,
 minha boca está molhada
 como o orvalho da flor...
 Será que seu beijo, ó moço,
 em mim pousou... namorou?
 Será que o gesto louco
 teve um pouco de amor?

 – Não sei se é fato, ou fita,
 não sei se é fita, ou fato,
 o fato é que você me fita,
me fita mesmo, de fato!
 – respondeu o cangaceiro
 em brincadeira e risada,
 pulou sobre o seu cavalo
 e partiu em galopada!

 A lua tremeu nos olhos
 De Bertulina, em lágrimas...

 A mocinha ficou louca
 de gosto de amor partido
 no alto do céu da boca!
Nem sabia que o amor
 podia ser cangaceiro,
 podia assanhar desejos
 roubando o beijo primeiro!

 Porque o primeiro beijo
é coisa muito esperada:
 tem que ser algo de manso,
 remanso, lagoa d’água...

 Tem que ter um certo tempo,
 coragem não revelada,
 um perfume de jasmim,
 um não s’esqueça de mim...

 Quando numa noite quente
 a lua ficou inchada,
 o cavaleiro voltou.
 Bertulina espiava de
 dentro de uma paixão.

 O moço viu Bertulina
e quis roubar outro beijo.
 Foi aí que a mocinha
 falou assim pro rapaz:
 Antes de querer meu beijo,
 por favor, moço,
me diga se o beijo é verdadeiro,
 ou se é ousadia,
 assalto de cangaceiro! [...]

 Eu me chamo Doralice
 Bertulina do sertão.
 Comigo só tem poesia
 se rimar no coração.

 Aprendi uma verdade
e verdade não se esquece:
 tudo aquilo que se aceita...
 pois é, a gente merece!

Sylvia Orthof. Cordel adolescente, ó xente! By herdeiros de Sylvia Orthof.
São Paulo, Quinteto Editorial, 1996.
Entendendo o texto:
01 – O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser declamado ou cantado.
a)   O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz?
Doralice, vende cordel nas feiras.

b)   Qual é a estratégia empregada pela cordelista para atrair a atenção das pessoas para o seu cordel?
Falar tudo rimando.

c)   Qual é o tema do cordel?
Adolescência.

02 – Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava um cangaceiro.
a)   Que aspectos do cangaceiro são ressaltados nessa estrofe?
Um cabra da peste, valentão do Nordeste.

b)   Que expressão tipicamente nordestina é usada para qualificar o cangaceiro?
Cabra da peste.

c)   Transcreva a expressão da linguagem oral empregada pela narradora. Que significado ela adquire no contexto?
Virge Maria! Ela serve para fazer um par de rimas e para mostrar que a narradora estava impressionada com o cangaceiro.

03 – Ao referir-se à mocinha da história, na 5ª e 6ª estrofes, a narradora não a identifica claramente. Por que ela utiliza esta estratégia?
      Para despertar curiosidade no leitor e falar que a tal menina era pura fantasia.

04 – A primeira vez que Bertulina viu o cangaceiro, algo aconteceu.
a)   Que imagem representa o despertar do amor em Bertulina?
Um dia de azul e noite.

b)   Que verso expressa a emoção incontida desse momento?
“Um luar se balançava num cordel adolescente.”

c)   Que efeito de sentido é decorrente dessa escolha?
Mostra que a história de Bertulina estava em um cordel tipicamente pendurado em um varal, “balançando”.

05 – O cangaceiro é caracterizado na 9ª estrofe.
a)   Que versos mostram o seu jeito de ser?
“Tinha olhos de lonjuras, verduras de olhar miragens, chapéu de couro, facão de abrir caminhos, viagens!”

b)   O que esse trecho revela sobre as características do cangaceiro?
Ele era um homem desbravador, que viajava muito.

06 – A 11ª estrofe narra o momento em que explode a paixão de Bertulina.
a)     Que substantivos empregados nessa estrofe podem ser associados às sensações vividas por Bertulina?
“Trovão”, “faísca”, “fogo”, “brasa”, “fósforo”.

b)     Que sentido os substantivos empregados nessa estrofe atribuem ao momento narrado e consequentemente ao sentimento de Betulina?
Uma “explosão”, ou uma “fogueira” de sentimentos em Bertulina.

07 – Na 13ª estrofe, Bertulina, após o beijo, afirma estar assustada.
a)   Qual a preocupação dela em relação ao beijo?
Se o beijo foi por amor.

b)   Na fala de Bertulina, o que as reticências podem revelar?
Pode significar que ela está assustada e ofegante com o beijo e pode representar que ela pode estar sendo beijada novamente.

08 – Doralice e Bertulina são a mesma pessoa.
a)   Que pistas, no texto, podem levá-lo a concluir isso?
Ela coloca características de si mesmo em Bertulina além de na 21ª estrofe revelar seu nome completo: Doralice Bertulina do Sertão.

b)   Com que objetivo a narradora pode ter usado essa estratégia na sua história.
Mostrar que se pode contar histórias de si mesmo trocando as personagens e colocando uma inventada, não revelando que foi o autor, no caso, que vivenciou essa experiência relatada.


TEXTO: AS ATIVIDADES DO HOMEM KAYAPÓ - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: As atividades do homem Kayapó


        O homem Kayapó passa boa parte de seus dias na floresta, caçando e pescando. Ao alvorecer, ele se embrenha pela mata para caçar, em geral, sozinho.
        Um homem não retorna jamais de mãos vazias. Mesmo quando não traz consigo a caça, ele ainda deve colher algumas plantas medicinais, fibras ou frutas silvestres para fabricar objetos utilitários ou decorativos. Quando chega à aldeia, o caçador bem-sucedido oferece sua presa à esposa ou, se for solteiro, à mãe ou à irmã. E oferece uma parte aos outros.
        Pesca-se o ano todo, mas é sobretudo no início da estação seca, quando o nível da água é o mais baixo, que os peixes são capturados em grande quantidade. Na sociedade Kayapó, a pesca não constitui uma atividade tão produtiva como a caça.
                            Elaborado com base no texto “Atividades Masculinas”. Disponível em:
                              http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kayapo/184 . Acesso em: dez. 2013.

Entendendo o texto:
01 – Onde moram esses indígenas?
      Na floresta.

02 – Além da caça, quais são as atividades do homem Kayapó?
      Pesca, colheita de plantas medicinais, fibras ou frutas silvestres.

03 – Escreva uma frase com as palavras abaixo.
·        Caça: Um dia é da caça outro do caçador.
·        Pesca: Hoje, a pesca foi muito boa.

04 – Qual é o nome dos índios?
      Eles chamam-se Kayapó.

05 – A quem os homens entregam os produtos colhidos?
      As mulheres para o preparo.

06 – Qual é a melhor época para a pesca?
      É a estação da seca.




quinta-feira, 29 de novembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): OUTRA MARGEM DO RIO - FERNANDA PORTO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Outra Margem do Rio

                                   Fernanda Porto

Dos habituais comportamentos contemporâneos
Optar é deles o mais desumano
Escolher entre tantos a quem vou amar
Se telefono agora ou depois, ou não ligo
Se insisto ou desisto, ou nem isso
Peço demissão, fico grávida
Troco de país, mudo de vida
E que verso agora vou inventar
Pra continuar sendo lida?
Que saudade me fará o calor,
Caso venha a preferir o frio?
E estando a escolha feita
Nada me convence ou tranquiliza
Estou sempre de olho
Na outra margem do rio

                               Composição: Fernanda Porto
Entendendo a canção:
01 – Qual dos componentes contemporâneos o eu lírico considera o mais desumano? Por que ele tem essa opinião?
      Optar é o mais desumano. Porque tem que estar sempre fazendo escolhas.

02 – Há nessa música um trecho em que o eu lírico parece se dirigir ao leitor. Qual efeito esse recurso causa no leitor?
      Ele faz uma interrogação. “E que verso agora vou inventar / Pra continuar sendo lida?”

03 – Qual é o significado da expressão “De olho na outra margem do rio”, no contexto dessa música?
      Aqui a presença do rio é fictícia, emana magia e transcendentalismo aos olhos do leitor, no ir e vir do rio e da vida.

04 – Releia os dois versos finais da primeira estrofe da música.
a)   Que conjunção introduz as orações coordenadas utilizadas para mostrar o comportamento contemporâneo mais desumano?
A conjunção “se”, que é uma condicional.

b)   Que sentido a repetição de conjunção cria no texto?
Cria a dúvida, condição ou hipótese.

CRÔNICA: BLUSÃO DA MODA - FLÁVIO JOSÉ CARDOZO - COM GABARITO

Crônica: Blusão da moda
Flavio José Cardozo. Uns papéis que voam São Paulo, FTD, 2003


        Há cores por todos os lados e um clima de muita generosidade na vitrina, os preços das ofertas fazem graciosos malabarismos.
        Vejo um blusão de lã e me agrado dele. Sim, a cor me cai no gosto, o talhe não é dos piores, o preço está convidativo. Para quem precisa de um blusão de lã e sabe que ainda tem um pouco de inverno pela frente, é de aproveitar.
        Entro. Quem me atende é o próprio dono da loja, um cidadão que já vi, creio eu, em mais de uma história d'As mil e uma noites. Um cidadão cortês, prestativo, interessadíssimo no minha humilde pessoa. Digo-lhe que gostei do blusão assim e assim que está na vitrina e ele vai, olha qual é, vem, procura na prateleira um semelhante, não encontra. O que justamente está de amostra é o último.
        Fico torcendo para que o número seja o meu, 46.Faz tempo que ando procurando um blusão daquele tipo, daquela cor, daquele preço. Decepção é 50.Quando vou dizer "que pena, é muito grande", o homem já está me tirando o casaco e me vestindo o blusão. Digo não ainda, é enorme, mas ele não me dá ouvidos.
        -- Viu? Olha aí!
        Estou olhando, é monstruoso. Sobra pano nos ombros, nas mangas, nas costas, por todo lado. Eu me sinto numa casamata. Mas o persistente comerciante tem a coragem muito síria de dizer que aquilo está bom.
        -- Está bom demais: é blusão pra mim e meus quatro filhos ... – digo, com um risinho.
        Ele não quer saber de piadas. Manda que eu aproveite a oportunidade, pois um blusão daqueles, na verdade, anda custando o dobro. Não me escuta, prefere me ensinar que hoje um blusão decente se usa assim mais folgado, é da moda. Como todo respeito, só um palhacinho de circo usaria um mais justo. Depois, a tendência da lã é sempre escolher um pouco.
        Resisto, digo que vou pensar. Consigo, as duras penas, sair.
        Entro noutra loja, olho, olho, não tenho sorte. Entro em mais outra, olho, olho, nada parecido com o blusão do meu gosto. Tento uma terceira, a mesma coisa. Desisto.
        Volto ao blusão que já seria meu se fosse 46.Vou pensando: não ficou tão grande, ficou? Não entendo nada de moda, mas parece que já ouvi mesmo minha mulher dizer que roupa agora se usa um pouco mais solta. Será que não ando um pouco antiquado?
        Chego e verifico que o blusão está sendo visto por um freguês e sinto-me como que passado para trás. É um blusão bonito mesmo, o danado. O novo pretendente é um animal de grande, deve vestir 54, e ouço-o dizer "que pena, é muito pequeno", mas o turco não lhe dá ouvidos, diz que hoje um blusão decente se usa assim mais justo, senão o cara, com todo respeito, fica parecendo um palhacinho de circo. Depois, a tendência da lã é sempre a de esticar claro.
        Saio resignadamente sem blusão, vou embora ler um pouco das minh'As mil e uma noites.

       Novo Diálogo, Língua Portuguesa, 6ª série, Eliana Beltrão e Tereza Gordilho, FTD

Entendendo a crônica:
01 – A crônica, geralmente, trata de fatos do cotidiano das pessoas. Nessa crônica, o narrador conta, em 1ª pessoa, a tentativa de comprar um blusão numa loja.
a)   A quem o narrador-personagem se dirige ao entrar na loja?
Ele se dirige ao preço do Blusão.

b)   O que acontece quando o narrador pede para ver o blusão?
O seu atendente procura um blusão 46 e encontra um 50.

02 – No terceiro parágrafo, o narrador-personagem descreve o dono da loja e a si mesmo.
a)             Especifique os adjetivos que se referem:
Ao dono da loja: Cortês, prestativo, interessado no narrador.
     Ao narrador-personagem: Humilde pessoa.
b)             O que o narrador evidencia com essa maneira de construir a descrição?
  Nos atendentes das lojas, sempre simpáticos e prestativos.

03 – O narrador-personagem, no quarto parágrafo, torce para que o blusão, de que tanto gostou, caiba nele...
a)   Que ação do dono da loja surpreende o narrador?
Mesmo o narrador falando que o blusão ficaria enorme o gerente tira o casaco do cliente vestindo o blusão.

b)   Por que, nesse parágrafo, foram empregadas aspas em “que pena, é muito grande”?
Porque é uma citação do “narrador-cliente”.

04 – A crônica pode explorar a crítica, o humor, a ironia.
a)   Copie a(s) frase(s) que, de acordo com o texto, apresenta(m) um tom irônico.
“Vejo um blusão de lã e me agrado dele.”
“Fico torcendo para que o número seja o meu [...].”
“Um cidadão cortês, prestativo, interessantíssimo na minha humilde pessoa.”
“_ Está bom demais: é blusão pra mim e meus quatro filhos...”

b)   Explique o que dá o tom de ironia às frases escolhidas por você.
O blusão está tão grande que caberia mais pessoas magríssimas com ele.

05 – O narrador-personagem emprega diferentes termos para referir-se ao dono da loja.
a)   Faça uma lista desses termos na ordem em que eles aparecem na crônica.
Cortês, prestativo, possui coragem Síria, persistente.

b)   Com base nesses termos, o que fica subentendido sobre o que o narrador-personagem sente em relação ao dono da loja?
Que é um bom vendedor, insistente e prestativo.

06 – Releia o trecho do terceiro parágrafo, que descreve como age o comerciante ao saber do interesse do narrador pelo blusão exposto na vitrine.
a)   Como age o comerciante nesse momento?
Ele age como querendo vender o mais depressa possível o blusão.

b)   Que recursos linguísticos empregados nesse trecho ajudam o leitor a construir a imagem descrita?
A enumeração de adjetivos usando a vírgula.

07 – Com base no desfecho da crônica, responda: O que é possível concluir sobre o comportamento do vendedor, personagem do texto, em relação ao consumidor?
      Vendedor: insistente.
      Personagem: implicante.
      Consumidor: sempre levado pela “lábia” do vendedor.



FÁBULA: O FILHOTE DE CERVO E SUA MÃE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O filhote de cervo e sua mãe
          Esopo


        Certa vez um jovem Cervo conversava com sua mãe:
        -- Mãe você é maior que um Lobo, é também mais veloz e possui chifres poderosos para se defender, por que então você os teme tanto?
        A Mãe amargamente sorriu e disse:
        -- Tudo que você falou é verdade meu filho, mesmo assim quando eu escuto um simples latido de Lobo, me sinto fraca e só penso em correr o mais que puder.

        Moral da História: Para a maioria das pessoas, é mais cômodo conviver com seus medos e fraquezas, mesmo sabendo que podem superá-los.
                                                                      Fábula de ESOPO
Entendendo o texto:
01 – O texto que você acabou de ler é:
a)   Uma crônica em que o autor trata de um assunto do dia-a-dia.
b)   Uma fábula, isto é, uma pequena história com ensinamento moral.
c)   Um conto de fadas.

02 – Quais são os personagens do texto?
      O filhote de cervo e sua mãe.

03 – O filhote de cervo e sua mãe, sendo animais, são personagens do texto porque:
a)   Antigamente os animais falavam.
b)   Na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   O texto fala sobre eles.

04 – O autor caracteriza a mãe do cervo como um animal:
a)   Cruel, ruim e injusta.
b)   Fraca e medrosa.
c)   Carnívora, que se alimenta de outros animais.

05 – Todas as ações da fábula se passam no mesmo dia?
      O texto não diz. O tempo usado é “Certa vez”.

06 – Qual a moral da fábula?
      Para a maioria das pessoas, é mais cômodo conviver com seus medos e fraquezas, mesmo sabendo que podem superá-los.





HISTÓRIA: O POTRINHO JACINTO - COM GABARITO

História: O potrinho Jacinto

    O potrinho Jacinto acaba de nascer. Em alguns instantes, ele sairá à procura da sua mamãe. Outros animaizinhos vieram dar as boas-vindas em sinal de amizade! É só alegria na fazenda!
  Mamãe Carlota é a eguinha mais feliz da fazenda. O seu amado potrinho nasceu muito esfomeado! Será que haverá leite para tanto apetite? Ah, mas se o leite de mamãe Carlota não der conta de toda aquela fome, uma ração deliciosa poderá ser por saboreada.
        Agora, chegou a hora de mamãe Carlota levar Jacinto para exercitar os músculos. Correr pelo campo é uma das coisas que todos os potrinhos gostam de fazer. E Jacinto tenta relinchar como um verdadeiro cavalo adulto. Mas ele é só um bebê ainda, e o seu relinchar não passa de um qui-qui-qui!
        Então, Jacinto percebe que tem mais amiguinhos na fazenda. Todos tentam fazer a mesma coisa. Mas nem todos relincham como o papai de Jacinto.
        Um faz qué-qué-qué, outro riu-riu-riu e, ainda, um terceiro tenta, com todas as forças, um belo relinchar. Mas o que sai é só um rincó-rincó-rincó!
        O papai de Jacinto se chama Furacão, porque é o cavalo mais rápido da fazenda. Jacinto acha que o relinchar do pai é o mais belo de todos. Jacinto fica ouvindo seu papai até pegar no sono. Jacinto tem um lugar para dormir que é só dele.
        No dia seguinte, papai Furacão leva Jacinto para a menina Jussara. Ela adora cavalos e gosta muito do potrinho. Jussara é filha do senhor Zeca, dono da fazenda, e gosta de brincar com todos os animais. Ela vai levar Jacinto para ver lindas paisagens perto do vale.
        Mas Jacinto percebe que gosta mesmo é de correr. Quer ser como o seu papai Furacão, o número um das corridas. Um verdadeiro campeão! Seu papai fica muito orgulhoso disso. Ele tem certeza de que Jacinto será muito feliz!
                                                                    Autor: TODOLIVRO.
Entendendo o texto:

01 – De que se trata essa história?
      Conta a história do potrinho Jacinto que acaba de nascer e de seus pais.

02 – Quem são os personagens da história?
      O potrinho Jacinto, sua mãe Carlota, seu pai Furação, os amiguinhos de Jacinto, a menina Jussara, senhor Zeca (dono da fazenda).

03 – Como o potrinho faz para exercitar seus músculos?
      Ele corre pelo campo.

04 – Por que o pai de Jacinto chama-se Furação?
      Porque é o cavalo mais rápido da fazenda.

05 – Jacinto sente muito orgulho de seu pai e quer ser como ele. Fazendo o quê?
      Sendo o número um das corridas. Um verdadeiro campeão.



CONTO: O DESAFIO DE LILIBEL - LÚCIA TULCHINSI - COM GABARITO

Conto: O desafio de Lilibel          

                          Lúcia Tulchinski

        Quando o professor de matemática veio com aquela história de Campeonato de Tabuada, Lilibel desconfiou que estivesse em apuros. As perguntas seriam orais e venceria quem acertasse o maior número de respostas. O problema não era a matemática e, sim, um medo guardado a sete chaves. Um gigante invisível que a acompanhava de segunda a sexta-feira em todas as horas do dia. O medo de Lilibel chamava-se timidez. Ela preferia fazer dez provas bem difíceis a participar daquela competição. O campeonato começaria logo na primeira aula do dia seguinte.
        Lilibel dormiu muito mal naquela noite. Teve pesadelos cheios de números. Todas as tabuadas estavam na ponta da língua, mas o medo de falar em público não saia de sua cabeça. Medo X Medo era igual a muito medo.
        As preces de Lilibel para que o professor ficasse doente não foram atendidas. Lá estava ele, com o maior sorriso no rosto, pronto para começar o campeonato de Tabuada. Logo, os nomes começaram a ser chamados. Primeiro foi o Carlinhos, depois o Heitor, a Joana, a Laís. Foi então que ela ouviu o seu nome: – Lilibel, é a sua vez. Quanto é quatro vezes seis? Ela sabia que a resposta certa era 24, mas perdeu a fala e os seus primeiros pontos.
        No recreio, Lilibel foi chorar no banheiro. Lá estava Tate, sua melhor amiga, que também tinha lá os seus medos.
        -- Lilibel, não chore, você só precisa criar coragem. A primeira vez que derrotar o medo, ele vai embora para sempre.
        Dois dias depois, começou a segunda etapa da competição. O primeiro a ser chamado foi o Joaquim. A pergunta era: – quanto é nove x sete? O aluno errou a resposta. Lilibel sentiu que chegara a hora de dar uma rasteira no medo e, tremendo, levantou o braço.
        -- Pode responder Lilibel – disse o professor.
        Os olhos de todos os colegas de classe voltaram-se surpresos para ela, que, com a voz trêmula disse: – Se ...sen...ta e  tr ..ês.
        Resposta certa! Ponto para Lilibel.
        Tate não se conteve e gritou:
        -- É isso aí, garota!
        Lilibel sentia-se leve como uma pluma. Tinha vontade de abraçar o mundo inteiro. Para ela, aquela era uma grande vitória. De repente, um bilhete aterrizou em sua carteira. Nele estava escrito:
        -- “Lilibel, você tem uma voz muito bonita. Zeca”.
        Com o rosto queimando feito brasa, Lilibel sorriu para o Zeca. Ele também estava vermelho como pimenta-malagueta. E sorria.

Vocabulário:
Timidez: acanhamento, vergonha.
Pluma: pena.
Aterrissou: pousou.

Entendendo o conto:
01 – Qual era o verdadeiro problema de Lilibel? E como ela o resolveu?
      O verdadeiro medo de Lilibel era o de falar em público. Ela era muito tímida e resolveu seu problema enfrentando o medo.

02 – Qual é o tipo de narrador do texto que você acabou de ler?
      O tipo de narrador apresentado nesse texto é o narrador em 3ª pessoa (observador).

03 – Releia o trecho: “... com a voz trêmula disse: - Ses...sen...ta e tr...ês.”
O que a autora quis demonstrar ao escrever a resposta da menina dessa forma?
      Ela quis demonstrar que a Lilibel deu a resposta com voz trêmula e falando pausadamente.

04 – Ao final do texto, a autora faz comparações. Transcreva uma.
      Com o rosto queimando feito brasa ou vermelho como pimenta malagueta.

05 – Depois que Lilibel venceu o medo e falou diante da turma, algo bom lhe aconteceu, como uma recompensa. O que foi?
      Lilibel recebeu um bilhetinho de um colega elogiando sua voz.


POEMA PARA SÉRIES INICIAIS: LAURA - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

Poema: Laura



Laura vive apressadinha.
Por que tanta pressa, oh, Laura?
Pois ela não tem nada o que fazer.
Esta pressa é uma das bobagens de Laura.
Mas ela é modesta:
Basta-lhe cacarejar um bate-papo
Sem fim com as outras galinhas.
As outras são muito parecidas com ela:
Também meio ruiva e meio marrom.
Só uma galinha é diferente delas:


Uma carijó toda de enfeites preto e branco.
Mas elas não desprezam a carijó por ser de outra raça.
[...]
                         Clarice Lispector. A vida íntima de Laura.
                               Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
Entendendo o poema:
01 – Como é Laura?
      É uma galinha apressadinha, modesta, adora conversar.

02 – Em que Laura e a galinha carijó são diferentes?
      Laura é meio ruiva e meio marrom. A galinha carijó é toda de enfeites preto e branco.

03 – Para você, as diferenças físicas são importantes?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que mais a Laura gosta de fazer?
      Bate-papo com as outras galinhas.

05 – Quem é a autora do texto?
      Clarice Lispector.