quarta-feira, 3 de outubro de 2018

POEMA: O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: O Menino Que Carregava Água Na Peneira
              Manoel de Barros

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o voo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

Manoel de Barros. Poesia Completa.
São Paulo: Leya Brasil, 2011.
Entendendo o poema:
01 – Releia: “Com o tempo aquele menino / que era cismado e esquisito...”. As palavras destacadas que atribuíam características ao menino pertencem à classe dos(das):
a) Substantivos.
b) Adjetivos.
c) Verbos.
d) Interjeições.

02 – As pessoas atribuíam essas características ao menino por que:
a) O menino gostava de despropósitos.
b) O menino era desconfiado.
c) O menino era estranho.
d) O menino não sabia ler.

03 - Releia: “você vai encher os vazios com as suas peraltagens …” a palavra que substitui a palavra destacada sem mudar o sentido do texto é:
a) Brincadeiras.
b) Fantasias.
c) Imaginações.
d) Lembranças.

04 – Que ação permitiu ao menino realizar seus despropósitos?
      O ato de escrever.

05 – Assim como nas narrativas existe um narrador, nos poemas também existe um ser que fala. Essa voz dentro do poema se chama.
      Eu lírico.

06 – Quando se diz que o menino “Carregava água na peneira”, pode-se afirmar que a expressão foi usada no:
a. Sentido real ou denotativo.
b. Sentido figurado ou conotativo.

07 - Releia: “A mãe disse que carregar água na peneira / Era o mesmo que roubar um vento e / Sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.” A expressão que permite a comparação entre carregar água na peneira e roubar um vento é:
a) O mesmo que.
b) Sair correndo.
c) Roubar um vento.
d) Mostrar aos irmãos.

08 – Releia:
“Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.”
        As palavras destacadas indicam que as ações do menino se localizam no tempo:
a) Presente.
b) Passado.
c) Futuro.

09 – Observe: “O menino fazia prodígios.
                         Até fez uma pedra dar flor!
                         A mãe reparava o menino com ternura.”

        A pontuação é um recurso utilizado na escrita para expressar sensações e sentimentos presente na nossa fala. O uso do ponto de exclamação revela:
a) Dúvida quanto ao futuro do menino.
b) Admiração pela proeza do menino.
c) Surpresa.
d) Advertência.

10 – Releia: “A mãe falou: meu filho você vai ser poeta.” O uso dos dois pontos indica:
a) A apresentação de uma dúvida.
b) A apresentação da fala mãe do menino.
c) A introdução de uma explicação.
d) A apresentação de uma certeza.

11 – De acordo com a leitura do poema, explique o que possibilitou a comparação feita pela mãe do menino entre o gosto do filho em carregar água na peneira e o ofício de poeta.
      Resposta pessoal do aluno. (A resposta tem como elemento comparativo a imaginação).

12 – O que há de estranho em “carregar água na peneira?
a)   É uma atividade que todos deveriam fazer, mas não fazem.
b)   É uma atividade totalmente respeitável, mas que não tem reconhecimento.
c)   É uma atividade um tanto absurda, pois uma peneira não é feita para carregar água.
d)   É uma atividade que recebe crítica de todos os lados, e por isso são poucos que se aventuram nela.

13 – No poema é dito que escrever é o mesmo que carregar água na peneira. Assinale a alternativa que aponta uma possível interpretação para essa afirmação.
a)   Escrever é uma atividade que permite o exercício da livre imaginação, e por isso é adequada, por exemplo, a um menino que tem a personalidade fora do comum.
b)   Escrever é um ofício para poucos, de grande dificuldade, assim como deve ser difícil o esforço para conseguir carregar água na peneira.
c)   A escrita é um lugar em que as pessoas podem ser irresponsáveis sem culpa, pois é uma atividade que a sociedade julga como não importante.
d)   A escrita é uma forma de lazer como qualquer outra, nela não há nenhuma pretensão de ser levada a sério, assim como as brincadeiras de criança não podem ser levadas a sério.

14 – De acordo com o seguinte verso: “No escrever o menino viu / que era capaz de ser / noviça, monge ou mendigo /ao mesmo tempo.” Assinale a alternativa correta:
a)   A escrita permite a uma pessoa que alimente suas ilusões de grandeza, fazendo com que os outros pensem que alguém é aquilo que não é.
b)   A escrita está ligada ao mundo ficcional, que é o mundo do “faz de conta”, em que se pode fingir ser personagens que só existem na imaginação.
c)   Escrever é a única forma de dar às pessoas aquilo que a vida não é capaz de dar.
d)   Ao escrever, nós podemos mentir para os outros e para nós mesmos, e assim assumirmos uma identidade que não é exatamente a nossa.

15 – É dito no poema que o menino podia fazer “peraltagens com palavras”. Quais parecem ser as qualidades de quem faz uma coisa como essa?
a)   Racional, metódica, paciente.
b)   Revoltado, inconformado, revolucionário.
c)   Antenado, comunicativo, engajado.
d)   Criativo, sonhador, brincalhão.


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TEXTO: COMUNICAÇÃO ESCRITA: FOI ASSIM QUE COMEÇOU - COM GABARITO


Texto: Comunicação escrita: foi assim que começou
                               Maria Cristina Visconti / Zilda A. Junqueira

   Os primeiros homens que habitaram a Terra levavam uma vida muito diferente da nossa. Viviam em pequenos bandos e passavam a maior parte do tempo em busca de alimentos, como folhas, frutos, raízes e caules. Alimentavam-se também de insetos, larvas, ovos e pequenos animais. Só comiam carne de animais grandes quando encontravam sobras recentes deixadas por animais maiores. As “armas” que usavam não passavam de paus, pedras, ossos.
        Nessa época os bandos eram organizados e a comunicação entre os homens era bastante primitiva: só sabiam uivar e gesticular. Assim sendo, as mãos tinham uma importância enorme, pois era através delas que conseguiam comida, faziam seus instrumentos e armas e podiam comunicar-se.
        Como a fome era muita e a caça difícil, os homens foram percebendo a necessidade de aperfeiçoar suas armas e de organizar as caçadas. Dessa maneira, ficava mais fácil aprisionar e matar animais de grande porte.

Escrita: das paredes ao computador. São Paulo: Ática, 1998, p. 10–13.
Entendendo o texto:

01 – No texto a expressão “os homens” significa:
(A) os seres humanos em geral.
(B) os povos sem comunicação.
(C) as pessoas do sexo masculino.
(D) as pessoas adultas.

02 – “Vivem em pequenos bandos e passavam a maior parte do tempo em busca de alimento...” o termo destacado indica:
(A) adição.
(B) explicação.
(C) oposição.
(D) alternância.

03 – “... alimentavam-se também de insetos, larvas, ovos e pequenos animais...” o termo destacado substitui a palavra:
(A) pequenos.
(B) alimentos.
(C) animais.
(D) homens.

04 – Localize o nome do livro do qual o texto foi tirado. O assunto desse livro deve ser:
(A) A história da escrita.
(B) O surgimento do computador.
(C) O processo de comunicação.
(D) A escrita modernizada.

05 – “... passavam maior parte do tempo em busca de alimentos, como folhas, frutos, raízes e caules.” os termos destacados indicam:
(A) oposição.
(B) conclusão.
(C) enumeração.
(D) afirmação.

06 – “Dessa maneira, ficava mais fácil aprisionar e matar animais de grande porte. No texto, a palavras aprisionar tem o mesmo sentido de:
(A) perceber.
(B) prender.
(C) encontrar.
(D) buscar.

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terça-feira, 2 de outubro de 2018

MÚSICA: OPINIÃO(SOBRE A DITADURA MILITAR) - ZÉ KETI - COM QUESTÕES GABARITADAS


Música: Opinião
                           Zé Keti
Podem me prender
Podem me bater
Podem, até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião
Daqui do morro
Eu não saio, não

Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso
E ponho na sopa
E deixa andar
Fale de mim quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu
                                            Composição: Zé Kéti
Entendendo a canção:

01 – Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de:
a)   Entretenimento para os grupos intelectuais.
b)   Valorização do progresso econômico do país.
c)   Crítica à passividade dos setores populares.
d)   Denúncia da situação social e política do país.
e)   Mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

02 – Quando se fala da cena musical brasileira da década de 1960, devemos ter sempre uma ideia na cabeça: efervescência. Nesse sentido, a canção acima é um dos mais emblemáticos “hinos” de que na época?
      Hino de protesto daquela época.

03 – Qual é a temática da canção?
      Um debate sobre o problema da habitação nas grandes cidades.

04 – Cite os versos em que o poeta elege a figura do morador da favela como um legítimo representante do “povo”, personagem esse sistematicamente e diversamente evocado para se fazer a denúncia explícita de vários problemas políticos e sociais que atravessam a época.
      “Aqui eu não pago aluguel
       Se eu morrer amanhã, seu doutor
       Estou pertinho do céu.”

05 – Nesse contexto, evidenciado pela letra da música citada, foi o de:
a)   Entretenimento para os grupos intelectuais.
b)   Valorização do progresso econômico do país.
c)   Crítica à passividade dos setores populares.
d)   Denúncia da situação social e política do país.
e)   Mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

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FÁBULA: O PAPAGAIO E A BORBOLETA - TRADUÇÃO TATIANE BELINSKY - COM GABARITO

Fábula: O papagaio e a borboleta
               Tatiana Belinsky
       

              
Um papagaio, pipa de papel,
Subindo até as nuvens percebeu
No vale, lá embaixo,
Uma borboletinha; e gritou-lhe então:
--- Mal posso te enxergar daqui, creias ou não!
Eu acho que tu me invejas voar tão alto assim!
--- Invejo-te, eu? Eu não!
E tu não tens razão
De te vangloriares: voas alto sim,
Mas voas preso a um fio, e a vida assim
Está distante da felicidade.
Já quanto a mim
É bem verdade
Que eu voo baixo: mas voo em liberdade:
Esvoaço e adejo
Onde eu desejo!
Nem como tu, tal qual um bobalhão,
Me gabo sem razão!

                 
krilov, Fábulas russas, tradução Tatiane Belinsky, Melhoramentos
Vocabulário:
Creias: acredites
Vangloriares: gabares, contares vantagens
Esvoaço, adejo: dou voos curtos, bato as asas

Entendendo a Fábula:

01 – Que capacidade ou habilidade as duas personagens, da fábula, possuíam em comum? Como você pode comprovar sua resposta?
      Elas podem voar. “Mas voar preso a um fio / Que eu voo baixo; mas voo em liberdade”.

02 – Qual personagem provocou o diálogo? Justifique sua resposta com elementos do texto.
      O papagaio; “Mal posso te enxergar daqui; creias ou não!”

03 – Qual a localização (espaço) das personagens?
      No vale.

04 – Por que o papagaio provocou o diálogo?
      Porque ele achou ser mais esperto e importante, pela altura que estava.

05 – O que você acha que a borboleta quis dizer quando falou “nem como tu, tal qual um bobalhão, me gabo sem razão.
      Que ela não era boba, e seus voos eram livres.

06 – Assinale os três provérbios que comprovam que o ensinamento transmitido pela fábula à sabedoria popular:
·        Antes só do que mal acompanhado
·        Em boca fechada não entra mosquito.
·        Quem fala o que quer, ouve o que não quer.
·        A palavra é prata, o silêncio é ouro.
·        Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

07 – Em sua opinião, que tipo de pessoa, age como o papagaio? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Pessoa maldosa, para intimidar, humilhar e rebaixar seu próximo.

08 – Por que você acha que a borboleta chamou o papagaio de bobalhão?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: porque ele queria ser mais melhor do que a borboleta.

09 - Alguém algum dia, já lhe fez alguma provocação fazendo você se sentir humilhado? Conte como foi e como você se sentiu.
      Resposta pessoal do aluno.

10.Qual das personagens você acha que agiu corretamente? Justifique sua resposta.
      Borboleta. Porque ela falou com a razão e sem ofender ou humilhar o papagaio.

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CONTO: RAPUNZEL - MAURÍCIO DE SOUSA - COM GABARITO

Conto: Rapunzel
          Maurício de Sousa

 Fonte da imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDP9o_We2rdpQQa17MTMNp14QtQZoO_KBoldqdt7eYNGRc6EsbfAKi7-4Tq2QD46CcKUWfWd6ELcT4s12LvGGgxKvDQnjVGKs-idJXYMkMafPve9zxrJDG0kI5lfVYzipcan-pltdDBzE/s320/RAPUNZEL.jpg
        Era uma vez uma mulher que estava grávida e, por uma janelinha, nos fundos da sua casa, podia avistar um magnífico jardim com as mais lindas flores e as mais viçosas hortaliças. O jardim era cercado por um muro bem alto, que ninguém se atrevia a escalar. Aquela propriedade pertencia a uma bruxa muito temida e poderosa.
        Um dia, espiando pela janelinha, a mulher avistou um canteiro com belos rabanetes de folhas verdes e fresquinhas e sentiu um enorme desejo de prova-los.
        Como a cada dia seu desejo aumentava, ela foi ficando triste, abatida e adoentada. A mulher, então, comentou com o marido:
        – Se eu não comer um rabanete do jardim da bruxa, vou morrer de tanta vontade! O marido, que a amava muito, começou a pensar numa maneira de conseguir pegar alguns daqueles rabanetes, a qualquer custo.
        Ao anoitecer, ele pulou para o quintal vizinho, arrancou um punhado de rabanetes e levou para a mulher, que preparou uma bela salada. Ela achou os rabanetes tão gostosos, que, no dia seguinte, seu desejo ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido prometeu que iria buscar mais um pouco.
        Quando a noite chegou, o homem pulou novamente o muro, mas levou um tremendo susto, porque em pé, diante dele, estava a bruxa. Ele tentou se explicar:
        – Desculpe, minha senhora. Só fiz isso porque minha mulher está grávida e com uma enorme vontade de provar os seus rabanetes.
        – Se é assim, deixo você levar quantos rabanetes quiser, mas com uma condição: irá me dar seu filho quando nascer. Cuidarei dele como se fosse meu e nada lhe faltará – concluiu a bruxa.
        O homem estava tão apavorado, que concordou com a bruxa. Pouco tempo depois, a mulher deu à luz uma menina. Então, a bruxa apareceu, deu à criança o nome de Rapunzel e a levou embora.
        Rapunzel cresceu e se tornou uma linda garotinha. Quando fez doze anos, a bruxa a trancou no alto de uma torre, no meio de uma floresta. Na torre não havia escada nem porta, apenas uma janelinha. Quando a velha bruxa desejava entrar, ficava embaixo da janela e gritava: – Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas tranças!
        Então, Rapunzel abria a janela, desenrolava as tranças e jogava-as para fora. As tranças caíam e, por elas, a bruxa subia como se fossem cordas.
        Alguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e, passando perto da torre, ouviu um canto maravilhoso. Era Rapunzel, que cantava para espantar a solidão.
        O príncipe procurou uma porta para subir ao alto da torre, mas não encontrou e acabou desistindo. Só que o príncipe não conseguia esquecer aquele canto, e todos os dias voltava à floresta para ouvi-lo.
        Certa vez, quando o príncipe estava ali, escondido atrás de uma árvore, viu a bruxa se aproximar da torre e gritar:
        – Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas tranças!
        Vendo a bruxa subir pelas tranças, ele pensou:
        – Então é essa a escada que me levará à dona de tão encantadora voz...
        No dia seguinte, quando escureceu, o príncipe se aproximou da torre e parou embaixo da janela.
        – Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas tranças! – gritou ele.
        As tranças caíram pela janela e ele subiu. Rapunzel ficou assustada ao vê-lo entrar, mas o príncipe contou como ela havia tocado o coração dele com a sua voz. A bela garota percebeu que o amor do príncipe era sincero. E, quando perguntou se queria casar com ele, ela respondeu:
        – Sim, quero ir com você! Só que, para eu descer, vou precisar que você traga um pouco de seda sempre que vier me ver. Com ela trançarei uma escada.
        E assim foi, até que, um dia, sem querer, Rapunzel perguntou à velha bruxa:
        – Por que será que é mais difícil sustentar a senhora em meus cabelos do que o príncipe?
        Furiosa, a bruxa agarrou as belas tranças de Rapunzel e as cortou. Depois, a malvada levou a jovem para um deserto para que sofresse mais ainda com a solidão.
        Na tarde do mesmo dia, a bruxa prendeu as longas tranças na janela e ficou aguardando a chegada do príncipe.
        Quando o jovem chamou por Rapunzel, a bruxa deixou as tranças caírem e ficou esperando.
        Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível bruxa.
        – Ahá! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! E agora vou acertar as contas com você, atrevido!
        Ao ouvir isso, o príncipe, desesperado, atirou-se pela janela. O jovem não morreu, mas machucou os olhos e não pôde enxergar mais. Ele vagou perdido pela floresta, lamentando e chorando a perda de sua amada.
        Depois de alguns anos percorrendo o mundo em busca de sua amada Rapunzel, ele chegou ao deserto onde ela vivia.
        Ouvindo um canto que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel, que logo o reconheceu e se atirou nos braços dele, chorando. Duas lágrimas de Rapunzel caíram nos olhos dele e, de repente, o jovem recuperou a visão.
        Muito feliz, o príncipe levou Rapunzel para o seu reino, onde foram recebidos com grande alegria e, finalmente, puderam se casar.

SOUSA, Maurício de. Contos de Andersen, Grimm e Perrault.
São Paulo: Girassol, 2008.
Entendendo o conto:
01 – Por que o marido da mulher grávida arrancou um punhado de rabanetes do quintal vizinho?
      Porque sua mulher estava com vontade de comer o rabanete do jardim da vizinha.

02 – Em troca da permissão concedida ao homem para levar os rabanetes, a bruxa fez uma exigência. Qual?
      Ela exigiu que o homem entrega-se seu filho logo que nascesse.

03 – O que aconteceu à mulher assim que deu à luz?
      A bruxa apareceu e levou a criança embora.

04 – O que chamou a atenção do príncipe, quando estava cavalgando pela floresta?
      Ele ouviu um canto maravilhoso.

05 – Qual foi a estratégia usada pelo príncipe para conhecer a moradora da torre?
      Ficou escondido para descobrir como a bruxa conseguia entrar.

06 – Qual foi a reação de Rapunzel, ao descobrir que um príncipe subira por suas tranças?
      Ela ficou assustada. Mas, entendeu o por que ele tinha subido.

07 – Retire do texto o trecho que revela o momento em que a bruxa descobriu que Rapunzel recebia a visita do príncipe.
      “– Por que será que é mais difícil sustentar a senhora em meus cabelos do que o príncipe?”

08 – O que a bruxa fez com Rapunzel para impedi-la de reencontrar o príncipe?
      Furiosa, a bruxa agarrou as belas tranças de Rapunzel e as cortou.

09 – Releia o seguinte trecho, retirado do conto de fadas “Rapunzel”.
“Na tarde do mesmo dia, a bruxa prendeu as longas tranças na janela e ficou aguardando a chegada do príncipe.
Quando o jovem chamou por Rapunzel, a bruxa deixou as tranças caírem e ficou esperando.
Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível bruxa.
– Ahá! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! E agora vou acertar as contas com você, atrevido!”

        Indique o propósito comunicativo dos seguintes trechos da fala da bruxa ao encontrar o príncipe:
a) “Ahá! Você veio buscar sua amada?”
      O propósito era confirmar as suas suspeitas.

b) “Pois a avezinha não está mais no ninho, nem canta mais!”
      O propósito é de informar que não estava ali e nem estava viva.

10 – O príncipe ficou tão desesperado com a ameaça da bruxa que se atirou pela janela? Qual foi a consequência desta atitude?
     O jovem não morreu, mas machucou os olhos e não pôde enxergar mais.

11 – Para onde a bruxa levou a jovem Rapunzel?
      A bruxa levou a jovem para um deserto, para que sofresse mais ainda com a solidão.

12 – O príncipe conseguiu encontrar a sua amada Rapunzel? E como ele voltou a enxergar?
      Ouvindo um canto que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel, que logo o reconheceu e se atirou nos braços dele, chorando. Duas lágrimas de Rapunzel caíram nos olhos dele e, de repente, o jovem recuperou a visão.

      
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CRÔNICA: O TRISTE SONO SEM MÃE - FRITZ UTZERI - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Crônica: O triste sono sem mãe
                       
                       Fritz Utzeri


        Na manhã fria de Ipanema, o menino dorme um sono profundo. Estaria sonhando? Enrolado numa manta, encolhido para proteger-se do frio, falta algo àquele menino sem nome no dia de festa. O Dia das Mães. Quem será a mãe do menino? Por que não estão juntos nesse dia, como tantos filhos e tantas mães, de todas as idades, que brincam na praia e fazem grandes filas em churrascarias, exibindo presentes? Como ele, centenas de meninos, milhares de meninos, em todo o Brasil, não tiveram a alegria de ver as mães em seu dia.
        Dorme o menino alheio a trabalhos de especialistas que registram aumento do consumo de cola de sapateiro entre os menores de rua nesses dias de festa. A droga-cola, que alivia, ajuda a fugir do triste dia-a-dia e acaba por matar.
        O que esperar desse menino que dorme? O que cobrar dele mais tarde? Provavelmente a sociedade lhe reserva repulsa e repressão e, se tiver sorte, chegará a ser um adulto. Que tipo de adulto? Inocente e indefeso, dorme o menino. Está só, todos passamos indiferentes por ele quando o vemos em sinais, vendendo doces, limpando vidros, pedindo esmola.
        Por que tem de ser assim? Que tipo de vida e de sociedade leva uma mãe a abandonar sua cria à própria sorte? Nem os animais fazem isso, mas as circunstâncias, muitas vezes, obrigam o ser humano a ser mais insensível do que os bichos. O que vamos fazer todos, a começar pelo governo das estatísticas sem alma? Esse menino não seria consequência de um modo de conduzir a sociedade? Não seria melhor que os políticos e governantes prestassem mais atenção nele e na legião de sem-mãe que assolam nossas ruas? E nós o que vamos fazer a respeito? Não seria a hora de, pelo menos no dia das mães, pensar um pouco a respeito disso?
        Dorme o menino, na frieza dura da pedra, e se pudesse sonhar, sonharia com o calor macio do regaço materno, com uma canção de ninar, cheia de carinho. Dorme o menino, dorme com frio... 
  
Autor: Fritz Utzeri – Jornal do Brasil, 1º caderno, 15/05/2000 (Agência MultimídiA) in Soares, MAGDA. Uma proposta para o letramento.  
Entendendo a Crônica:
01 – Que tipo de fato é narrado nesse texto: um fato corriqueiro ou algo ficcional?
      É um fato corriqueiro.

02 – Qual seria a temática central do texto lido?
      Seria a comemoração: O Dia das Mães.

03 – O texto é engraçado, irônico ou crítico?
      É um texto crítico.

04 – Como podemos perceber pela leitura, o texto trata de questões humanas como tema geral.  Qual tema específico o texto aborda?
      Aborda o abandono das crianças por algumas mães.

05 – O texto traz como personagem central um menino. Este menino representa uma centena de outros meninos que vivem na mesma situação do garoto do texto. Que situação é essa?
      Vivem nas ruas, sem ter um lar para voltar, ou uma família.

06 – Releia: “Dorme o menino alheio a trabalhos de especialistas que registram aumento do consumo de cola de sapateiro entre os menores de rua nesses dias de festa. A droga-cola, que alivia, ajuda a fugir do triste dia a dia e acaba por matar.”.   
a) O que o autor quis dizer com a expressão “Dorme o menino alheio a trabalhos de especialistas que registram aumento do consumo de cola de sapateiro (...)”?
      Que os meninos não tem a menor ideia do que os especialistas estão fazendo.

b) O que, segundo o autor, a droga provoca nos meninos que a consomem?   
      Ao mesmo tempo que alivia, que ajuda a fugir da tristeza do dia-a-dia, pode a vir a matar.

07 – Veja: “(...) Provavelmente a sociedade lhe reserva repulsa e repressão e, se tiver sorte, chegará a ser um adulto.”     
a) pelo contexto, tente identificar o significado das palavras “repulsa” e “repressão”.
      - Repulsa: ato ou efeito de repelir ou repulsar.
      - Repressão: ação de reprimir, castigo, punição.

b) Que sorte o menino precisará ter para chegar a ser um adulto?   
      A sorte de conseguir se livrar deste estado em que vive, e lutar para a sua mudança.

08 – O autor faz esta pergunta no texto: “Que tipo de vida e de sociedade leva uma mãe a abandonar sua cria à própria sorte?”. Ele responde que “(...) as circunstâncias, muitas vezes, obrigam o ser humano a ser mais insensível do que os bichos”. Na sua opinião, que circunstâncias são essas?  
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Situação financeira, falta de conhecimento, falta de amor e carinho, etc. 

09 – Observe: “O que vamos fazer todos, a começar pelo governo das estatísticas sem alma? Esse menino não seria consequência de um modo de conduzir a sociedade? Não seria melhor que os políticos e governantes prestassem mais atenção nele e na legião de sem-mãe que assolam nossas ruas? E nós o que vamos fazer a respeito? Não seria a hora de, pelo menos no dia das mães, pensar um pouco a respeito disso?”.     
Com que objetivo o autor faz esses questionamentos?   
      Com o objetivo de tentar fazer os governantes e a humanidade a prestar mais atenção para essa situação.

10 – Após a leitura e compreensão do texto, responda:   
a) O que podemos dizer sobre a intenção comunicativa do texto? Com que objetivo ele é escrito?
      O objetivo da sociedade num todo procurar tentar resolver essa situação, ou seja, pelo menos diminuir.

b) Há nesse texto alguma crítica ou denúncia social? Que crítica seria essa?
      Uma crítica. Ao governantes e políticos para dar mais atenção nele e na legião de sem-mãe que assolam nossas ruas.