quarta-feira, 29 de agosto de 2018

HISTÓRIA: A FORMIGUINHA E A NEVE - BAÚ DO PROFESSOR - COM GABARITO

História: A FORMIGUINHA E A NEVE

             Para ouvir esta história, feche os olhos e imagine uma cidade bem bonita. Uma cidade onde bicho fala e homem entende.
    Nessa cidade, havia uma formiguinha que trabalhava sem parar. Ficava o dia inteiro procurando alimento para que quando o inverno chegasse ele não lhe faltasse. Nos dias difíceis de trabalho, a formiguinha se alegrava com o canto da cigarra.
        – Como é bom ouvir dona Cigarra cantando!
        Um dia, sabendo que o inverno estava quase chegando, ela correu para buscar uma última folhinha que havia deixado perto de uma árvore.
        No caminho, de repente, caiu um floco de neve bem em cima do seu pezinho. E a pobrezinha ficou presa!
        Desesperada, sem saber como soltar o seu pezinho, ficou com medo de morrer de fome ou de frio e começou a gritar:
        – Socorro! Quem vai me libertar deste floquinho de neve?
        Foi quando viu o Sol no alto do céu e pediu:
        – Ó! Sol, você que é tão forte, por favor, derreta a neve e desprenda o meu pezinho…
        O Sol respondeu:
        – Pobre Formiguinha! Eu não sou tão forte. Mais forte do que eu é o muro, que impede os meus raios luminosos e quentes de passar!
        A formiguinha virou-se para o Muro e perguntou:
        – Ó! Muro, já que o senhor é tão forte, que tapa o Sol, que derrete a neve, por favor, desprenda o meu pezinho!
        O Muro virou-se para a Formiguinha e disse:
        – Pobre Formiguinha, nada posso fazer! Mais forte do que eu é o Rato que me rói!
        Desanimada, a Formiguinha viu um rato, apressado, passando bem perto do muro e perguntou:
        -- Ó Rato, me ajude! O senhor que é tão forte, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        O Rato, seguindo o seu caminho apressadamente, fugindo do frio, respondeu:
        – Pobre Formiguinha; mais forte do que eu é o Gato, que me come!
        Já com poucas forças, a Formiguinha avistou o Gato:
        – Por favor, senhor Gato, me socorra. O senhor que é tão forte, que come o Rato, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        O Gato, caindo de sono, respondeu:
        – O Cão é mais forte do que eu. Ele vive me perseguindo.
        Desanimada, sem saber como sair dali, viu que um cão passava por perto:
        – Por favor, senhor Cão, você que é tão forte, que corre atrás do Gato, que come o Rato, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        O Cão, sem dar muita atenção à Formiguinha, respondeu:
        – Mais forte do que eu é o Homem, que me bate.
        Já perdendo a coragem de viver, sentindo o frio aumentar, viu um homem vindo ao longe. Quando ele chegou perto, ela implorou:
        – Por favor, Homem, você que é tão forte, que bate no Cão, que persegue o Gato, que come o Rato, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        O Homem, sentado em uma pedra, preocupado só com a sua vida, respondeu:
        – Mais forte do que eu é a Morte, que me mata!
        Já bem fraquinha e com muito medo, viu dona Morte se aproximar e implorou:
        – Dona Morte, a senhora que é tão forte, que mata o Homem, que bate no Cão, que persegue o Gato, que come o Rato, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        E dona Morte, sem nenhum sentimento, respondeu:
        – Mais forte do que eu é Deus, que me governa!
        Percebendo que ia morrer, a Formiguinha abaixou a cabecinha e começou a orar baixinho:
        – Meu Deus, o Senhor que é tão forte, que governa a Morte, que mata o Homem, que bate no Cão, que persegue o Gato, que come o Rato, que rói o Muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho!
        Deus, que tudo ouve e a todos socorre, mandou que a primavera chegasse, enchendo os campos de flores e o céu de luz e brilho.
        Vendo a Formiguinha quase morta de tanto frio, colocou-a entre as suas mãos e lhe fez um carinho. Depois, levou para o seu reino onde não havia inverno, onde o sol brilhava todos os dias, enchendo os campos de flores, de alegria e de paz.
        E esta história entrou no ouvido e saiu no meu coração…

(Adaptação da história feita pelas autoras da coleção de livros
“Baú do Professor – Histórias e Oficinas Pedagógicas)
Entendendo a história:
01 – Qual é o nome da história?
      A Formiguinha e a Neve.

02 – Por que esta história ganhou esse nome?
      Porque a história conta o pedido de socorro da Formiguinha para se livrar de um floco de neve que caiu em seu pé.

03 – A quem a Formiguinha pediu ajuda pela primeira vez?
      Ela pediu ajuda para o Sol.

04 – Para quem mais a Formiguinha pediu ajuda?
      Depois do Sol, ela pediu ajuda para o muro; o rato; o gato; o cão; o homem; a morte e pra Deus.

05 – De acordo com o texto, quem ajudou a Formiguinha? Por quê?
      Foi Deus. Vendo a Formiguinha quase morta de tanto frio, colocou-a entre as suas mãos e lhe fez um carinho. Depois, levou para o seu reino onde não havia inverno, onde o sol brilhava todos os dias, enchendo os campos de flores, de alegria e de paz.

06 – Por que os outros não ajudaram a Formiguinha? Explique.
       Porque cada um estava preocupado só consigo mesmo. E sempre davam uma desculpa pra não ajudar.

07 – No texto, conta que a Formiguinha mesmo com os trabalhos difíceis, fazia com alegria. Por quê?
      Porque ela se alegrava com o canto da cigarra.

08 – Pra você a Formiguinha conseguiu sobreviver? Como você sabe disso?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Quando alguém lhe pede um favor, você tem o hábito de ajudar? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

10 – No trecho: “E esta história entrou no ouvido e saiu no meu coração…”, o que o autor quis dizer?
      Que ao ouvir a história, tocou o seu sentimento de compaixão. E a tristeza de ver o pouco caso dos seres humanos.

11 – Qual era a atitude da Formiguinha, toda vez que ia pedir ajuda a alguém?
      Ela contava toda a história, a quem já tinha pedido ajuda.


     






POEMA: O SOL - HARDY GUEDES ALCOFORADO FILHO - COM GABARITO

Poema: O Sol

Manhãzinha,
trás do monte,
já se avista
o equilibrista
sobre a linha
do horizonte.

Fim do dia,
tardezinha,
fatigado de andar
na corda bamba,

descamba
desfalecido
no mar.
                                                  Hardy Guedes Alcoforado Filho.
     Ciências Naturais. Olga Santana – Aníbal Fonseca.
Entendendo o poema:

01 – A qual equilibrista se refere o poema? Justifique sua resposta.
      Ao Sol, pois o poema se refere ao nascer e ao pôr-do-sol.

02 – Durante muito tempo o modelo aceito para explicar o dia e a noite foi o modelo geocêntrico. O que levou nossos antepassados a aceitar tal modelo?
      O fato de observarem, todos os dias, o Sol e as estrelas darem uma volta em torno da Terra.

03 – Classifique cada frase a seguir como verdadeira ou falsa. Reescreva as frases falsas no caderno, corrigindo-as.
a)   O movimento aparente do Sol foi o grande aliado do ser humano na elaboração do modelo heliocêntrico.
Falso. O movimento aparente do Sol inspirou o modelo geocêntrico, pois ele indicava que o Sol girava em torno da Terra.

b)   No primeiro modelo heliocêntrico só havia cinco planetas além do Sol e da Terra.
Verdadeira.

c)   Os eclipses lunares são evidências da forma esférica da Terra.
Verdadeira.

d)   O modelo heliocêntrico divulgado por Copérnico não foi facilmente assimilado pelos estudiosos e pela Igreja Católica de sua época.
Verdadeira.

04 – Identifique os planetas citados lendo atentamente as características descritas a seguir.
a)   Tem diâmetro muito semelhante ao da Terra.
Vênus.

b)   É o maior planeta do sistema solar.
Júpiter.

c)   É o planeta com órbita mais próxima da Terra.
Vênus.

d)   É o planeta com órbita mais distante do Sol.
Plutão.

e)   É o terceiro planeta do sistema solar, contando a partir do Sol.
Terra.

05 – Observe a tabela abaixo. É correto afirmar que os planetas mais próximos do Sol são os menores? Justifique.

Planeta.             -          Distância média do Sol (em milhões de km).
Mercúrio            -                                58
Vênus                -                                108
Terra                  -                               150
Marte                 -                                228
Júpiter               -                                778
Saturno             -                                1433
Urano                -                                2872
Netuno              -                                4495
Plutão               -                                5870
      Não. Plutão é o menor planeta do sistema solar e também é o que está mais distante do Sol.

06 – Júpiter é sem dúvida o maior planeta do sistema solar. Dentro dele caberiam cerca de 1320 planetas Terra. Mesmo assim ele não é o planeta mais brilhante do céu. Que explicação você daria para esse fato?
      Júpiter está muito distante da Terra.

07 – Resolva o que se pede:
a)   Explique a razão do nome modelo geocêntrico.
Esse modelo recebeu o nome de geocêntrico porque tem a Terra no centro.

b)   Por que o modelo heliocêntrico é assim chamado?
Esse modelo recebeu o nome de heliocêntrico porque tem o Sol no centro.

c)   Que estudiosos estão ligados a cada um desses modelos?
Geocêntrico: Foi o Ptolomeu.
Heliocêntrico: Foi o Copérnico.

08 – Que motivos podem ter levado o ser humano a observar mais atentamente o céu?
      A necessidade de produzir e cultivar alimentos. Era preciso saber a época mais apropriada para o plantio e a colheita, e a posição dos astros indicava a passagem do tempo e, portanto, também quando os períodos adequados para o cultivo se repetiam.

LENDA: OUTRO PRÍNCIPE SAPO - JON SCIESZKA - COM GABARITO

Lenda: Outro Príncipe Sapo       
         
                                               Jon Scieszka     
        Era uma vez um sapo.
        Certo dia, quando estava sentado na sua vitória-régia, viu uma linda princesa descansando a beira do lago. O sapo pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a cabeça por cima das plantas aquáticas.
       -- "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?"
        Assim, ela perguntou:
        -- “O que posso fazer para te ajudar, sapinho? ”
        -- "Bem", disse o sapo. "Na verdade, eu não sou um sapo, mas um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo beijo de uma linda princesa."
        A princesa pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas mãos e lhe deu um beijo.
        -- "Foi só uma brincadeira", disse o sapo. Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de sapo dos seus lindos lábios.

O Patinho realmente feio e outras histórias malucas.
São Paulo: companhia das letrinhas, 1997, S.P.
Entendendo a lenda:
01 – Qual é o nome deste gênero textual?
(A) um poema.
(B) Um bilhete.
(C) uma lenda.
(D) um anúncio.

02 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
Este texto e seu conteúdo geralmente relata.
(A) uma divulgação científica
(B) um fato ocorrido
(C) o modo de fazer um doce
(D) um fato imaginário.

03 – Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
Qual é o trecho que apresenta a fala da Princesa:
(A) “Era uma vez um sapo.”
(B) “Perdão o linda princesa”
(C) “O que posso fazer para te ajudar, sapinho?
(D) “Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?”

04 – Compreender frases ou parte que compõem um texto.
        "Perdão ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. "Será que eu poderia contar com a vossa ajuda?"
Nessa parte do texto o sapo queria:
(A) Fazer um pedido à princesa   
(B) cumprimentar a princesa
(C) fazer um elogio à princesa
(D) pedir perdão à princesa.

05 – Inferir o sentido de palavra ou expressão a partir do contexto.
        "Perdão, ó linda princesa", disse ele com sua voz mais triste e patética. Qual o significado da palavra patética?
(A) comovente                
(B) assustada              
(C) crítica             
(D) animada.

06 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos.
O fato engraçado dessa história é:
(A) a esperteza do sapo em enganar a princesa.
(B) o jeito do sapo se dirigir a princesa
(C) o susto da princesa ao ver o sapo
(D) a voz patética do sapo, ao falar com a princesa.

07 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem uma narrativa.
O que leva o sapo a fazer o pedido a princesa é:
(A) seu desejo enfeitiçar a princesa
(B) seu desejo de fazer uma brincadeira com a princesa
(C) seu desejo de quebrar o feitiço da bruxa malvada
(D) seu desejo de se transformar em um príncipe.

08 – O que a princesa enxugou de seus lindos lábios? 
      Enxugou a baba do sapo.

09 – Como o Sapo chegou até a princesa? 
      Ele pulou na água e foi nadando.

10 – Você concorda com a brincadeira que o sapo fez com a princesa? Justifique sua resposta: 
      Resposta pessoal do aluno.

11 – “O sapo viu uma linda princesa descansando a beira do lago.”  Na frase, as palavras destacadas comportam-se, respectivamente, como: 
(  ) Substantivo comum, substantivo próprio, substantivo coletivo, adjetivo.
(  ) Substantivo comum, adjetivo, substantivo próprio, adjetivo.
(X) Substantivo comum, adjetivo, substantivo comum, substantivo comum.

12 – O sapo estava sentado na sua vitória-régia. A palavra grifada é: 
(  ) Substantivo comum.
(X) Substantivo composto.
(  ) Substantivo próprio.
(  ) Adjetivo.

13 – Classifique as palavras grifadas abaixo em substantivo primitivo ou derivado.
a)   O sapo pulou dentro da água.
Substantivo primitivo.
b)   Foi só uma brincadeira.
Substantivo derivado.
c)   O que posso fazer para te ajudar, sapinho
Substantivo derivado.
d)   Uma bruxa malvada. 
Substantivo primitivo.

14 – O substantivo derivado terreno é originado de qual substantivo primitivo? 
a)   Terraria.
b)   Terra.
c)   Terráqueo.

15 – O substantivo derivado livreiro é originado de qual substantivo primitivo? 
a)   Livraria.
b)   Livreto.
c)   Livro.

16 – Classifique as palavras grifadas das frases:
a) Eu não sou um sapo, mas um belo Príncipe.
Substantivo comum: sapo.
Substantivo próprio: Príncipe.
Adjetivo: belo.

b) Só pode ser quebrado pelo beijo de uma linda Princesa, que tem guardado em seu guarda-roupa um vestido azul.
Substantivo comum: linda.
Substantivo próprio: Princesa.
Adjetivo: linda.
Substantivo composto: guarda-roupa.                         



        


SERMÃO DO BOM LADRÃO(FRAGMENTO) - PADRE ANTÔNIO VIEIRA - COM GABARITO

 SERMÃO DO BOM LADRÃO (fragmento)
          Padre Antônio Vieira


        Suponho que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado, como diz Salomão: "O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno."
        Os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. "Não são ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam os povos."
        Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.
        Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: "Lá vão os ladrões grandes enforcar os pequenos." Ditosa Grécia, que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas.
        Quantas vezes se viu em Roma ir enforcar um ladrão por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, ou ditador por ter roubado uma província! De um chamado Seronato disse com discreta contraposição Sidônio Apolinar: "Seronato sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer." Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo, para roubar ele só.
                                                                             Pe. Antônio Vieira.


Entendendo o texto:
01 – Leia o trecho a seguir, extraído do Sermão do Bom Ladrão:
        "Não são ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam os povos."
        Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.

                        VIEIRA, Padre Antônio. Sermão do bom ladrão.
              Disponível em: http://www.dominiopublico.

a)   Vieira descreve em seu sermão, dois tipos de ladrão. Quais são eles?
Os ladrões que cortam bolsas, roubam o que está próximo, à mão, e os ladrões que roubam cidades e reinos, ou seja, os governantes corruptos e desonestos.

b)   Para Vieira, qual desses dois tipos de ladrão é o mais nocivo à sociedade? Como o autor justifica sua posição?
O mais nocivo, para Vieira, é o ladrão que rouba as cidades, pois ele, além de prejudicar mais pessoas, não é punido, mas, sim, tem o poder de punir.

c)   O sermão de Vieira foi escrito há mais de 300 anos. Em sua opinião, a temática do sermão continua atual?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim. Na Sociedade Brasileira, é possível encontrar inúmeros exemplos de corrupção, desonestidade na administração pública e impunidade, o que mostra que a temática continua atual.

02 – Como o pregador desculpa os ladrões miseráveis?
        "Não são ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam os povos."

03 – Qual foi o brado de Diógenes ao ver as autoridades levar a força alguns ladrões?
      “Lá vão os ladrões grandes enforcar os pequenos.”

04 – Com base na leitura do fragmento acima, leia as assertivas que seguem e marque as corretas:
I – Observa-se o profundo entendimento de Padre Antônio Vieira sobre a problemática brasileira do período – ele ataca e critica aqueles que se valiam da máquina pública para enriquecer ilicitamente.
II – O fragmento denuncia a desproporcionalidade das punições que são destinadas de maneiras distintas aos dois tipos de ladrões descritos no fragmento.
III – Padre Antônio Vieira usou o púlpito como arauto de suas indignações com os desmandos da vida pública.

05 – Segundo o texto o que diz Salomão?
      Salomão diz: “O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno.”

06 – Assinale a alternativa cuja citação se aproxima tematicamente do “Sermão do bom ladrão” de Antônio Vieira.
(A) “Rouba um prego, e serás enforcado como um malfeitor; rouba um reino, e se possui é o instrumento da liberdade; aquele que se persegue é tornar-te-ás duque.” (Chuang-Tzu, filósofo chinês, 369-286 a.C.)
(B) “Para quem vive segundo os verdadeiros princípios, a grande riqueza seria viver serenamente com pouco: o que é pouco nunca é escasso.” (Lucrécio, poeta latino, 98-55 a.C.)
(C) “O dinheiro que o instrumento da escravidão.” (Rousseau, filósofo francês, 1712-1778)
(D) “Que o ladrão e a ladra tenham a mão cortada; esta será a recompensa pelo que fizeram e a punição da parte de Deus; pois Deus é poderoso e sábio.” (Alcorão, livro sagrado islâmico, século VII)
(E) “Dizem que tudo o que é roubado tem mais valor.” (Tirso de Molina, dramaturgo espanhol, 1584-1648)
        


TEXTO: ARMADILHAS DA BELEZA - CELINA CORTÊS E JULIANE ZACHÉ - COM GABARITO

Texto: Armadilhas da beleza
     
     Muita gente desconhece os riscos e as contraindicações da maioria dos tratamentos estéticos


                                Celina Cortês e Juliane Zaché 10/12/03 - 10h00

        O desejo de ficar com o corpinho em forma para o verão arrasta uma enorme quantidade de pessoas às clínicas de medicina estética. A vontade de tirar aquele pneuzinho ou amenizar a celulite é tamanha que a maioria das pessoas se esquece de perguntar os riscos e as contraindicações dos tratamentos. Um dos mais procurados nesta época do ano – e também um dos mais perigosos – é o bronzeamento artificial. O método já foi inclusive condenado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia por ser um dos responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento do câncer de pele. Helô Pinheiro, 58 anos, a eterna garota de Ipanema, se submete à técnica há dez anos e não teme os riscos. “Faço sempre que me sinto branca, com cara de doente. Me deixa mais feliz”, justifica.
        Esse tipo de declaração deixa preocupados profissionais como o médico Carlos Eduardo Santos, do Instituto Nacional do Câncer. Não é para menos. As câmaras de bronzeamento emitem raios UVA e UVB, com ação cancerígena comprovada. “Os UVA aceleram o envelhecimento e os UVB são os mais cancerígenos”, diz Santos. Por isso, os adeptos correm riscos. “Pessoas com qualquer tipo de pele podem sofrer as consequências. Mas os que são claros, que têm casos de câncer de pele na família ou que apresentam lesões com chance de se tornar um tumor são mais suscetíveis aos perigos do bronzeamento”, informa o dermatologista Guilherme Almeida, de São Paulo.
        Assim cuidar da pele por bronzeamento artificial tem atraído cada vez mais gente interessada em adquirir um tom de pele que vários dias de praia lhe proporcionam, sem a necessidade de se deslocar de seu local de trabalho. É a moderna tecnologia a serviço da ciência e da beleza do ser humano.

                                     Adaptado da revista ISTO É, de 10/12/2003.
Entendendo o texto:
01 – De que tese o texto pretende convencer o leitor?
      De que há riscos nos tratamentos estéticos, especialmente no bronzeamento artificial.

02 – Que argumentos sustentam essa tese?
      A condenação pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; a menção a casos de câncer de pele.

03 – Que relação o terceiro parágrafo tem com os demais na construção da argumentação?
      A conclusão é contraditória: conclui na direção oposta dos argumentos.

04 – Reescreva o terceiro parágrafo, corrigindo o defeito de argumentação.
      Resposta livre. Sugestão: mostrar os aspectos negativos e recomendar que não se faça o bronzeamento artificial.