quinta-feira, 3 de maio de 2018

CRÔNICA: PRAIA DO ROSA - SÉRGIO T. CALDAS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

CRÔNICA: PRAIA DO ROSA

Fonte da imagem - https://draft.blogger.com/blog/post/edit/7220443075447643666/1819715430951345958#

  Não faz muito tempo, a mata virgem, as ondas generosas e as areias brancas da Praia do Rosa, no sul catarinense, despertaram a atenção de surfistas e viajantes em busca de lugares inexplorados. 

Era meados dos anos 70, e este recanto permanecia exclusivo de poucas famílias de pescadores. O tempo passou e hoje “felizmente”, conforme se ouve em conversas com a gente local, o Rosa não mudou. Mesmo estando localizada a apenas 70 quilômetros de Florianópolis e vizinha do badalado Balneário de Garopaba, a Praia do Rosa preserva, de forma ainda bruta, suas belezas naturais. 
 É claro que houve mudanças desde sua descoberta pelos forasteiros. Mas, ao contrário de muitos lugarejos de nossa costa que tiveram a natureza devastada pela especulação imobiliária, esta região resiste intacta graças a um pacto entre moradores e donos de pousadas. 
Uma das medidas adotadas por eles, por exemplo, é que ninguém ocupe mais de 20% de seu terreno com construção. Assim, o verde predomina sobre os morros de frente para o mar azul repleto de baleias. Baleias? Sim, baleias francas, a mais robusta entre as espécies desses mamíferos marinhos, que chegam a impressionantes 18 metros e até 60 toneladas.
 (Sérgio T. Caldas, na Os caminhos da Terra, dez./00).

Entendendo o texto:
01 – Quanto à Praia do Rosa, o autor se contradiz ao falar:
a) da localização
b) dos moradores
c) da mudança
d) do tempo
e) do valor.

02 – O texto só não nos permite afirmar, com relação à Praia do Rosa:
a) mantém intactas suas belezas naturais.
b) manteve-se imune à especulação imobiliária.
c) não fica distante da capital do Estado.
d) no início dos anos 70, surfistas e exploradores se encantaram com suas belezas naturais.
e) trata-se de um local tranquilo, onde todos respeitam a natureza.

03 – Pelo visto, o que mais impressionou o autor do texto foi a presença de:
a) moradores
b) baleias
c) surfistas
d) donos de pousadas
e) viajantes.

04 – O fator determinante para a preservação do Rosa é:
a) a ausência da especulação imobiliária
b) o amor dos moradores pelo lugar
c) a consciência dos surfistas que frequentam a região
d) o pacto entre moradores e donos de pensão
e) a proximidade de Florianópolis.

05 – O primeiro período do segundo parágrafo terá o seu sentido alterado se for iniciado por:
a) a despeito de estar localizada
b) não obstante estar localizada
c) ainda que esteja localizada
d) contanto que esteja localizada
e) posto que estivesse localizada.

06 – O adjetivo empregado com valor conotativo é:
a) generosas
b) exclusivo
c) bruta
d) intacta
e) azul.

07 – O adjetivo “badalado”:
a) pertence à língua literária e significa importante.
b) é linguagem jornalística e significa comentado.
c) pertence à língua popular e significa muito falado.
d) é linguagem científica e significa movimentado.
e) pertence à língua coloquial e significa valiosa.

08 -Das afirmações seguintes:

I. Com relação à Praia do Rosa, é possível afirmar que no início dos anos 70, surfistas e exploradores se encantaram com suas belezas naturais.
II. Podemos declarar que a presença de baleias impressionou o autor do texto.
III. Quanto à Praia da Rosa, o autor se contradiz ao falar da “mudança”.
Alternativas

TEXTO: PLANETAS - SUPERINTERESSANTE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: PLANETAS

        Vários planetas são visíveis a olho nu: Marte, Júpiter, Vênus, Saturno e Mercúrio. Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos, como os babilônios. Apesar de sua semelhança com as estrelas, os planetas eram identificados pelos povos da Antiguidade graças a duas características que os diferenciavam. Primeiro: as estrelas, em curtos períodos, não variam de posição umas em relação às outras. Já os planetas mudam de posição no céu com o passar das horas.
        À noite, esse movimento pode ser percebido com facilidade. Segundo: as estrelas têm uma luz que, por ser própria, pisca levemente. Já os planetas, que apenas refletem a luz do Sol, têm um brilho fixo. Os planetas mais distantes da Terra só puderam ser descobertos bem mais tarde, com a ajuda de aparelhos ópticos como o telescópio. “O primeiro deles a ser identificado foi Urano, descoberto em 1781 pelo astrônomo inglês William Herschel”, afirma a astrônoma Daniela Lázzaro, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro.
(Superinteressante, agosto/01)

Entendendo o texto:
01 – Com relação às ideias contidas no texto, não se pode afirmar que:
a) os gregos não conheciam o planeta Urano.
b) os gregos, bem como outros povos da Antiguidade, conheciam vários planetas do Sistema Solar.
c) a olho nu, os planetas se assemelham às estrelas.
d) os povos da Antiguidade usavam aparelhos ópticos rudimentares para identificar certos planetas.
e) os povos antigos sabiam diferençar os planetas das estrelas, mesmo sem aparelhos ópticos.

02 – Infere-se do texto que a Astronomia é uma ciência que, em dadas circunstâncias, pode prescindir de:
a) estrelas
b) planetas
c) instrumentos
d) astrônomos
e) estrelas, planetas e astrônomos.

03 – A locução prepositiva “graças a” tem o mesmo valor semântico de:
a) mas também
b) apesar de
c) com
d) por
e) em.

04 – “Esses astros já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos...” Das alterações feitas na passagem acima, aquela que apresenta sensível alteração de sentido é:
a) Esses astros já eram conhecidos não somente dos gregos, como também de povos ainda mais antigos.
b) Tais planetas já eram conhecidos não apenas dos gregos, mas também de povos ainda mais antigos.
c) Esses astros já eram conhecidos não apenas pelos gregos, mas também por povos ainda mais antigos.
d) Esses astros já eram conhecidos tanto pelos gregos, como por povos ainda mais antigos.
e) Esses astros já eram conhecidos não apenas através dos gregos, mas também através de povos mais antigos.

05 – A diferença que os antigos já faziam entre estrelas e planetas era de:
a) brilho e posição
b) beleza e posição
c) importância e disposição
d) brilho e importância
e) beleza e disposição.

06 – Infere-se do texto que o planeta Netuno:
a) era conhecido dos gregos.
b) foi descoberto sem ajuda de aparelhos ópticos.
c) foi descoberto depois de Plutão.
d) foi descoberto depois de Urano.
e) foi identificado por acaso.

07 – Segundo o texto, as estrelas:
a) nunca mudam de posição.
b) são iguais aos planetas.
c) não piscam.
d) só mudam de posição à noite.
e) mudam de posição em longos períodos de tempo.


quarta-feira, 2 de maio de 2018

FÁBULA: O FAZENDEIRO E SEUS FILHOS - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: O Fazendeiro e seus Filhos
            
                                          Autor: Esopo

        Um rico e já idoso fazendeiro, que sabia não ter mais tantos de anos de vida pela frente, chamou seus filhos à beira da cama e lhes disse:
        "Meus filhos, escutem com atenção o que tenho para lhes dizer. Não façam partilha da fazenda que por muitas gerações tem pertencido a nossa família. Em algum lugar dela, no campo, enterrado, há um valioso tesouro escondido. Não sei o ponto exato, mas ele está lá, e com certeza o encontrarão. Se esforcem, e em sua busca, não deixem nenhum ponto daquele vasto terreno intocado."
        Dito isso o velho homem morreu, e tão logo ele foi enterrado, seus filhos começaram seu trabalho de busca. Cavaram com vontade e força, revirando cada pedaço de terra da fazenda com suas pás e seus fortes braços. E continuaram por muitos dias, removendo e revirando tudo que encontravam pela frente. E depois de feito todo trabalho, o fizeram outra vez, e mais outra, duas, três vezes.
        Nenhum tesouro foi encontrado. Mas, ao final da colheita, quando eles se sentaram para conferir seus ganhos, descobriram que haviam lucrado mais que todos seus vizinhos. Isso ocorreu porque ao revirarem a terra, o terreno se tornara mais fértil, mais favorável ao plantio, e consequentemente, a generosa safra.
        Só então eles compreenderam que a fortuna da qual seu pai lhes falara, era a abundante colheita, e que, com seus méritos e esforços haviam encontrado o verdadeiro tesouro.

           MORAL DA HISTÓRIA: O Trabalho diligente é em si um tesouro.

Entendendo o conto:
01 – Quais são os personagens do texto?
      Os personagens presentes nesse texto, são o fazendeiro e seus filhos.

02 – Qual dos personagens estava gravemente enfermo?
      O fazendeiro.

03 – O que ocorre quando um dos personagens morre?
      Ele fala com os seus filhos e pede para que eles não partilhem a fazenda com os outros pois nela há um tesouro que não se sabe ao certo o que é ou onde está. E pede que eles nunca deixem de procurar.

04 – Seus herdeiros tinham um grau de parentesco com ele; Qual?
      Eram filhos.

05 – Os herdeiros ganham então uma grande fortuna em ouro após isso?
      Os herdeiros não ganham uma fortuna em ouro após isso.

06 – O que aconteceu, o que fizeram com a propriedade, que foi deixada para eles?
      Eles cavaram e cavaram cada vez mais em busca do tesouro que o fazendeiro havia falado para eles.

07 – Afinal de contas, existia mesmo um tesouro? Se existia, de que era constituído esse tesouro?
      Sim, existia um tesouro. Mais não era um "TESOURO" o que o fazendeiro quis foi que eles entendessem que o real tesouro era a abundante colheita. E que se você trabalhar sempre com negligência você pode ter a sua recompensa.

08 – O texto é considerado uma fábula. Em sua opinião qual a importância deste tipo de texto na vida do ser humano. Traz algum ensinamento? Você já aprendeu alguma coisa com os seus erros ou acertos? Comente
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Você é capaz de explicar, com suas palavras, o significado da Moral da Fábula.
      Resposta pessoal do aluno.


"Se a provação te visita, não esmoreças. Problema é condição para crescimento" Emmanuel

CONTO: ESCRITORA FAZ CARTAS VIRTUAIS PARA AMIGOS E DESCONHECIDOS - ELISA MOTTA -COM GABARITO

Conto: Escritora faz cartas virtuais para amigos e desconhecidos


      Começou com um hobbie para ajudar os amigos, hoje, Elisa Motta já publicou mais de 90 cartas abertas em sua plataforma digital
    “Escrevo desde criança. Meu avô, Hildebrando Afonso de André, era professor de português e me inspirou a começar. Textos, cartinhas para amigos, familiares... A escrita, para mim, sempre foi a forma mais verdadeira de se expressar”, explica Elisa de André Motta, paulista de 32 anos que escreve cartas como hobbie. Formada em Publicidade e Propaganda e Administração de Empresas, Elisa trabalhava com as palavras, mas sempre no intuito de vender alguma coisa. “Queria algo mais verdadeiro e menos marqueteiro, aquilo não era bem o que eu queria fazer”, conta ela.
        Empreendedora, Elisa decidiu lançar o próprio projeto digital na plataforma medium, onde lançou seus primeiros textos que, segundo a autora, eram uma grande vazão dos seus sentimentos. Um dia, uma grande amiga veio até Elisa e disse que não estava bem. “Foi quando eu fiz uma carta para ela, e ela me respondeu que era exatamente aquilo que ela precisava ouvir. Percebi que queria escrever para os outros, e não só para mim”, conta. Elisa postou a carta no Facebook e perguntou se alguém mais gostaria de receber. Na hora, 30 pessoas comentaram pedindo para receber cartas também. “Fui escrevendo, postando e marcando os endereçados, que iam compartilhando a carta que recebia. Quando vi, tinha gente que eu nunca tinha visto antes pedindo para receber uma carta minha”, rememora.
        Pedidos por inbox também pipocaram: alguns tinham vergonha de pedir a carta publicamente. “Percebi como algumas tinham medo do que pudesse vir escrito na carta, ao mesmo tempo em que queriam recebê-la. Esse é um hábito que não morreu, apenas se modificou um pouco com a tecnologia”, comenta ela. Elisa sentiu-se desafiada ao escrever para desconhecidos, mas descobriu que não havia dificuldade: a autora conta um pouco de si, do momento que está passando, abre sua vulnerabilidade e não economiza na poesia. “Quero que o destinatário se lembre do quanto é importante e de como ele tem valor. A carta é um afago”, completa. A autora já escreveu mais de 90 cartas abertas em sua plataforma.

                                 ELISA MOTTA
Entendendo o conto:

01 – O assunto do texto é:
a) a publicação de cartas virtuais por Elisa Motta.
b) a escrita de cartas na era tecnológica.
c) os sentimentos despertados pela leitura de uma carta.
d) a relação de Elisa Motta com a escrita.

02 – Por que Elisa Motta decidiu escrever cartas abertas em sua plataforma digital?
      Porque, certo dia, uma amiga lhe disse que não estava bem. Diante disso, Elisa resolveu escrever uma carta para ela, que se sentiu acalentada. O interesse pelas cartas cresceu pelas redes sociais. Com isso, Elisa Motta já escreveu inúmeras cartas em uma plataforma digital.

03 – Identifique a finalidade do texto lido:
      O texto tem a finalidade de divulgar o trabalho, desenvolvido por Elisa Motta, que consiste na escrita de cartas virtuais, dirigidas a familiares e a desconhecidos.

04 – Em “Elisa sentiu-se desafiada ao escrever para desconhecidos, mas descobriu que não havia dificuldade [...]”, a conjunção grifada estabelece entre as orações a relação de:
      Oposição / adversidade.

05 – As aspas foram empregadas para sinalizar:
a) os comentários de quem escreveu o texto.
b) as ideias mais importantes.
c) a transcrição das falas da escritora entrevistada.
d) os trechos escritos na 1ª pessoa do singular.

06 – No segmento “[...] Elisa trabalhava com as palavras, mas sempre no intuito de vender alguma coisa.”, o verbo em destaque exprime um fato que:
a) poderia acontecer.
b) está em realização no passado.
c) já ocorreu.
d) está acontecendo.

07 – Em todas as passagens, o termo sublinhado indica a ideia de tempo, exceto em:
a) “Escrevo desde criança.”
b) “A escrita, para mim, sempre foi a forma mais verdadeira de se expressar”.
c) “[...] aquilo não era bem o que eu queria fazer”.
d) “Quando vi, tinha gente que eu nunca tinha visto antes pedindo para receber [...].


TEXTO: BUROCRATAS CEGOS - EDITORIAL "O DIA" - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: BUROCRATAS CEGOS


     A decisão, na sexta-feira, da juíza Adriana Barreto de Carvalho Rizzotto, da 7a Vara Federal do Rio, determinando que a Light e a Cerj também paguem bônus aos consumidores de energia que reduziram o consumo entre 100 kWh e 200 kWh fez justiça. A liminar vale para todos os brasileiros.            
   Quando o Governo se lançou nessa difícil tarefa do racionamento, não contou com tamanha solidariedade dos consumidores. Por isso, deixou essa questão dos bônus em suspenso. Preocupada com os recursos que o Governo federal terá que desembolsar com os prêmios, a Câmara de Gestão da Crise de Energia tem evitado encarar essa questão, muito embora o próprio presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, já tenha dito que o bônus será pago. Decididamente, os consumidores não precisavam ter lançado mão da Justiça para poder ter a garantia desse direito. Infelizmente, o permanente desrespeito ao contribuinte ainda faz parte da cultura dos burocratas brasileiros.
       Estão constantemente preocupados em preservar a máquina do Estado. Jamais pensam na sociedade e nos cidadãos. Agem como se logo mais na frente não precisassem da população para vencer as barreiras de mais essa crise.
 (Editorial O Dia, 19/08/2001)

Entendendo o texto:
01 – De acordo com o texto:
a) a juíza expediu a liminar porque as companhias de energia elétrica se negaram a pagar os bônus aos consumidores.
b) a liminar fez justiça a todos os tipos de consumidores.
c) a Light e a Cerj ficarão desobrigadas de pagar os bônus se o Governo fizer a sua parte.
d) o excepcional retorno dado pelos consumidores de energia tomou de surpresa o Governo.
e) o Governo pagará os bônus, desde que as companhias de energia elétrica também o façam.

02 – Só não se depreende do texto que:
a) os burocratas brasileiros desrespeitam sistematicamente o contribuinte.
b) o governo não se preparou para o pagamento dos bônus.
c) o chefe do executivo federal garante que os consumidores receberão o pagamento dos bônus.
d) a Câmara de Gestão está preocupada com os gastos que terá o Governo com o pagamento dos bônus.
e) a única forma de os consumidores receberem o pagamento dos bônus é apelando para a Justiça.

03 – De acordo com o texto, a burocracia brasileira:
a) vem ultimamente desrespeitando o contribuinte.
b) sempre desrespeita o contribuinte.
c) jamais desrespeitou o contribuinte.
d) vai continuar desrespeitando o contribuinte.
e) deixará de desrespeitar o contribuinte.

04 – A palavra que justifica a resposta ao item anterior é:
a) infelizmente
b) constantemente
c) cultura
d) jamais
e) permanente.

05 – Os burocratas brasileiros:
a) ignoram o passado.
b) não valorizam o presente.
c) subestimam o passado.
d) não pensam no futuro.
e) superestimam o futuro.

06 - Pode-se afirmar, com base nas ideias do texto:
a) A Câmara de Gestão defende os interesses da Light e da Cerj.
b) O presidente da República espera poder pagar os bônus aos consumidores.
c) Receber o pagamento dos bônus é um direito do contribuinte, desde que tenha reduzido o consumo satisfatoriamente.
d) Os contribuintes não deveriam ter recorrido à Justiça, porque a Câmara de Gestão garantiu o pagamento dos bônus.
e) A atuação dos burocratas brasileiros deixou a Câmara de Gestão preocupada.

TEXTO: MODOS DE DIZER - MÁRIO BACHELET - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: MODOS DE DIZER

Uma vez um rei sonhou que todos os seus dentes lhe foram caindo da boca, um após outro, até não ficar nenhum. Era no tempo em que havia magos e adivinhos. O rei mandou chamar um deles, referiu-lhe o sonho e pediu-lhe que o decifrasse. O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:
– Saiba Vossa Majestade que a significação do seu sonho é a seguinte: está para lhe suceder uma grande infelicidade. Todos os seus parentes, a rainha, os seus filhos, netos, irmãos, todos vão morrer sem ficar um só ante os olhos de Vossa Majestade. O rei entrou em cólera, ficou muito irritado e, chamando os guardas do palácio, mandou decepar a cabeça do adivinho que lhe profetizara coisas tão tristes. Estava o rei muito acabrunhado com o vaticínio, quando se aproximou um cortesão e lhe aconselhou que consultasse outro adivinho, porque a interpretação do primeiro podia estar errada e não devia Sua Majestade se afligir em vão. O rei adotou o conselho, mandou chamar outro mago e lhe narrou o mesmo sonho, pedindo que o decifrasse. O adivinho levou a mão à testa, pensou, pensou, consultou a sua ciência e disse:
– Saiba Vossa Majestade que o seu sonho significa o seguinte: Vossa Majestade terá muitos anos devida. Nenhum dos seus parentes lhe sobreviverá. Nem mesmo o mais moço e mais forte deles terá o desgosto de chorar a perda de Vossa Majestade. O rei, muito satisfeito, mandou encher o adivinho de presentes, deu-lhe muitas moedas de ouro, muitos diamantes, roupas de seda bordadas e um palácio para morar, nomeando-o adivinho oficial do reino.
No entanto, o segundo mago, que recebeu tais prêmios, disse a mesma coisa que o primeiro, que foi degolado. A única diferença foi a linguagem que ele empregou. Esta fez que ele recebesse prêmio em vez de castigo.

(Mário  Bachelet. Antologia Portuguesa. FTD, São Paulo, 1965)

Entendendo o texto:
01 – Cada um dos magos, antes de expor ao rei o significado do sonho, levou a mão à testa para, com este gesto, indicar…
a. (  ) medo da reação do rei
b. (X) concentração de pensamento
c. (   ) respeito diante do rei
d. ( ) indecisão sobre o que falar

02 – O rei ficou muito triste com o que o primeiro mago lhe dissera porque…
a. (X) soube que logo perderia todos os seus familiares
b. ( ) soube que não viveria muito tempo.
c. ( ) soube que ficaria sem o seu trono.

03 – Um cortesão deu um conselho ao rei, mas não sabemos com que palavras ele realmente se expressou. Coloque-se no lugar do cortesão e redija a frase que ele deve ter dito ao rei.
      Resposta pessoal do aluno.

04 – O segundo adivinho não provocou a irritação do rei. Por quê?
a. ( ) Porque ele deu a interpretação errada do sonho
b. ( ) Porque ele ficou calado diante do rei.
c. (X) Porque ele apresentou o significado do sonho de modo agradável.

05 – A interpretação do segundo adivinho causou no rei a sensação de…
a.( ) tristeza
b. ( ) admiração
c. (X) satisfação
d. ( ) ira.

06 – A interpretação foi a mesma dada pelos dois magos. Qual a diferença existente entre uma e outra que levou o rei a ter reações diferentes?
a. (X) O primeiro mago enfatizou o lado ruim do sonho (a morte de todos os familiares do rei); o segundo mago enfatizou o lado bom do sonho (o rei iria viver muito).
b. ( ) O primeiro mago usou de palavras grosseiras para dar a explicação do sonho; o segundo mago ficou calado diante do rei.

07 – O texto de Mário Bachelet ensina que…
a. ( ) é melhor ficar calado para não sofrer as consequências.
b. ( ) não se deve dizer a verdade para não irritar os poderosos.
c. (X) para tudo há dois modos de dizer a mesma coisa: o agradável e o desagradável.







TEXTO: HERÓIS DESCONHECIDOS - CORIOLANO GATTO - COM GABARITO

Texto: HERÓIS DESCONHECIDOS

          DURANTE MUITOS ANOS, Roberto Carlos era chamado por um número: 374, sua inscrição no prontuário da Febem. Após 131 fugas, era tido como irrecuperável. Menino de rua e analfabeto, seu caminho parecia ter uma única direção, a da marginalidade. Mas ele mudou o curso.
          Filho caçula de uma família de dez crianças, nasceu na região pobre de Belo Horizonte, Minas Gerais. Aos seis anos, o pai desempregado o internou na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), anunciada na época como uma espécie de colégio para crianças carentes. Só podia ser visitado uma vez por mês. Em dois anos, o pequeno Roberto Carlos já contabilizava doze fugas.
        A cada fuga acreditava poder encontrar uma família.
        [...]
        Aos 13 anos, após sair do camburão, ainda na sala de triagem, dando a sua 132ª entrada na Febem, o rapaz chama atenção da pedagoga francesa Marguerit Duvas, em visita à casa de menores. Os funcionários disseram que se tratava de um caso irrecuperável. Revoltada, Marguerit decide leva-lo para casa. Não acreditava que, aos 13 anos, uma criança poderia ser irrecuperável. Ela estava certa.
        A pedagoga ensina Roberto Carlos a ler e o leva para a França. Depois da adolescência no exterior, o rapaz volta ao pais para estudar pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais. Faz questão de estagiar na Febem, causando surpresa entre os funcionários. “Provei que não era irrecuperável.” Começa a dar aulas na própria instituição, onde revela sua grande vocação para contar histórias, arte que aprendeu tentando fazer amigos, na França.  É então chamado para lecionar em escolas particulares passando, mais tarde, a dar palestras em empresas. Em 1986, adota Alexandre, menino de 9 anos, outro caso irrecuperável da Febem, o primeiro de 13 ex-internos da instituição que hoje vivem em sua companhia.
        [...]
         Coriolano Gatto. Heróis desconhecidos. In: 100 brasileiros. Secretaria
                     De Comunicação Social da Presidência da República/Fundação
                                                                              Biblioteca Nacional, 2004.

Entendendo o texto:
01 – No texto que você leu são apresentados fatos relevantes da vida de Roberto Carlos. Que fatos são esses?
        Foram apresentados dados de sua infância, seu internamento na Febem e suas diversas fugas; a mudança em sua vida quando foi adotado pela pedagoga francesa a sua mudança para a França; o início como professor na Febem.

02 – Os fatos são marcados pelo próprio Roberto Carlos ou por outra pessoa? Como você chegou a essa conclusão?
         Os fatos foram narrados por outra pessoa que teve acesso a informações sobre a vida de Roberto Carlos. A biografia está em 3ª pessoa.

03 – A biografia de Roberto Carlos Ramos foi publicada no livro 100 brasileiros, no capítulo “Heróis desconhecidos”.
     a) Por que o biografado foi considerado um herói?
      Porque Roberto Carlos Ramos teve algumas atitudes que justificam essa denominação, como superação, coragem, ousadia, além de passar a promover o bem para muitas pessoas após sua recuperação.

     b) O que o título escolhido para o capítulo do livro sugere?
      O título sugere que Roberto Carlos é um herói da vida real que ainda não tem tanta fama, mas que merece ser mais conhecido pelo seu valor.

04 – As informações apresentadas nos dois primeiros parágrafos da biografia tratam da triste realidade de uma criança que vive na rua.
Além de apresentar esse fato, que outras razões podem ter motivado a publicação da história da vida de Roberto Carlos?
      Roberto Carlos foi considerado um garoto irrecuperável, mas conseguiu se recuperar, fazer um curso superior e ter uma profissão, sendo, dessa maneira, um exemplo de superação.

05 – Roberto Carlos tinha um dom para ser contador de histórias. Em que circunstâncias esse dom se manifestou?
      Quando ele percebeu que essa era uma forma de fazer amigos, no período em que morou na França.

06 – Depois que Roberto mudou de vida e estudou, ele quis fazer estágio na Febem. O que justificaria essa sua atitude?
       Ele queria mostrar que não era um caso irrecuperável e que é necessário criar oportunidades para que cada pessoa tenha uma vida digna.

07 – A cada fuga, Roberto Carlos tinha a esperança de encontrar uma família. Em sua opinião, porque isso era importante para ele?
       Porque ele certamente sentia falta de pessoas que pudessem cuidar dele, dar-lhe atenção, carinho, amor e segurança, que são essenciais para a boa formação humana.