segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

TEXTO: O LEÃO INSISTE: - O REI DAS SELVAS SOU EU! - COM INTERPRETAÇÃO E GABARITO

Texto: O LEÃO INSISTE: – O REI DAS SELVAS SOU EU!


    Quem vocês imaginam que entrou, de repente, sem pedir licença nem nada, pela Redação do Jornal, bem na manhã de segunda-feira??? Pois é, o Leão.
     Vinha bufando e a juba cheia, que lhe cobria a cabeça, os ombros e o peito, balançava na medida em que sacudia o corpo. Estava irritado e nervoso, e todo mundo descobriu a razão: ele havia lido as declarações do Elefante ao nosso jornal!!
        – Bem, bem (falou enquanto se sentava numa das cadeiras, ainda sem pedir licença) com que então o Elefante é o Rei! Pois exijo um retratação. Quero que vocês mesmos julguem com quem está a coroa.
        E assim, cruzando as pernas com ar majestoso, olhando as pessoas que se reuniam à sua volta, começou também a contar suas glórias.
        – Nasci gordinho e peludo e antes de fazer um ano já tomava aulas de caça. Quando pequeno trepava muito bem em árvores; depois de grande perdi o jeito. Mas de caçar eu não esqueci.
        Gosto muito de caçar sozinho, e é muito difícil errar o bote. Os truques são muitos e às vezes minha mulher, Mamãe Leoa, me ajuda. Lembro-me de uma vez, quando nossos filhotes ainda eram pequenos, em que ela veio comigo caçar uma zebra, meu prato predileto. Combinei que ficasse escondida, sempre contra o vento para as zebras não sentirem seu cheiro. Então eu vim pelo outro lado e enxotei-as até Mamãe Leoa, que escolheu a mais fácil de pegar.
        Em geral é a leoa que mata suas presas; eu, o Rei, não preciso fazer isso… Também, na hora do banquete, quando hienas, chacais e aves de rapina ficam à espera, não dou confiança. Só depois de devorar toda a carne boa, deixo os outros bichos ficarem com os restos…
        Não sou como aquele outro bicho que deu a entrevista ridícula (era a primeira vez que se referia ao Elefante, e o fez com desprezo). Nunca trabalho durante o dia. Gosto de ficar estirado sobre a grama, durante a manhã e à tarde, descansando com a família, como… bem, assim, como um rei. Mas nem por isso perco tempo; fico espiando os animais que estão por perto e, na hora da fome, corro, fazendo até 80 km/h, para agarrar o animal escolhido. Então, com apenas um salto e uma patada, quebro seu pescoço, e está no papo.
        Com os homens tenho respeito… (disse isso e olhou para todos nós que estávamos à sua volta) … mas já me disseram que é muito mais fácil caçar homens do que zebra. Aliás, meu melhor amigo é um maravilhoso comedor de homens.
        Ora, vocês estão assustados??? (O Leão percebeu o mal-estar e então deu um belo sorriso!). Todos na selva me acham inteligente, e muito simpático.
        Concordamos imediatamente que o Leão era bastante charmoso e o verdadeiro Rei das Selvas. Tudo o que queríamos era que saísse, e bem depressa. Mas ainda lhe perguntei, na saída, se caçava elefantes. E o Leão, muito desapontado, disse que “não gostava de lutar com o Elefante.”

                                                  Jornal do Brasil, 12/Nov/1972.

Entendendo o texto:
Após a leitura, responda às questões abaixo.
01 – Onde o Leão entrou, na manhã de segunda-feira?
      a. (   ) na gerência do jornal
      b. (X) no local onde o jornal é redigido
      c. (   ) nas oficinas onde o jornal é impresso.

02– O Leão estava:
a. (   ) nervoso            b. (   ) tranquilo         c. (X) irritado e nervoso

03– Que motivo tinha o Leão para entrar assim no jornal?
      Ele havia lido as declarações do Elefante no jornal.

04– O que poderia ter dito o Elefante em suas declarações?
      Que o rei das Selvas era ele e não o Leão.

05 – Transcreva do texto a frase de onde você deduziu sua resposta à questão anterior.
      “Bem, bem (...) com que então o Elefante é o Rei!”

06. O Leão exigiu dos redatores do Jornal:
      a. (   ) uma confirmação da declaração do Elefante
      b. (X) um desmentido
      c. (   ) uma foto sua na primeira página

07. Em relação aos homens, podemos afirmar que o Leão:
      a. (X) tinha-lhes respeito
      b. (   ) era um maravilhoso comedor da espécie humana
      d. (   ) não gostava de lutar com eles

08. Os redatores concordaram imediatamente com o Leão, quando este disse ser considerado “inteligente e muito simpático” por:
      a. (   ) ele ser realmente isso que afirmaram os outros animais
      b. (   ) cortesia
      c. (X) estarem com medo e só quererem que ele fosse embora

09. Na sua opinião, por que o Leão respondeu que “não gostava de lutar com o Elefante”?
      Duas hipóteses podem ser levadas:
      Primeira o Leão tinha medo do Elefante por causa do tamanho do mesmo.
      O Leão já tinha sido surrado pelo Elefante.

10. O Leão, no decorrer da visita, demonstrou (marque mais de uma resposta):
      a. (   ) tranquilidade          
      b. (X) irritação           
      c. (X) vaidade
      d. (   ) humildade              
      e. (   ) segurança        
      f. (   ) autodomínio
      g. (X) desapontamento    
      h. (X) insegurança     
      i. (X) egoísmo

11. O texto apresentado é ficção. Contudo, esse modo de escrever leva o leitor a comparações e conclusões reais. A que tipo de pessoa poderíamos comparar o leão?
      Pode-se comparar a uma pessoa que:
a)   É mal-educada: o Leão entrou na redação e sentou em uma cadeira sem pedir licença.
b)   Não sabe controlar sua raiva; não tem auto domínio: O Leão entrou na sala bufando, irritado e nervoso.
c)    Se auto elogia e se auto promove, não é humilde: o Leão passou a informar suas qualidades de caçador e a dizer que todos o achavam inteligente e simpático.
d)   É egoísta: o Leão informou que ele comia primeiro que todos os que estivessem a sua volta, isto é, ele em primeiro lugar, depois o resto. E além disso, o melhor da comida era dele, os outros comiam o que ele deixasse.
e)   Não admite suas fraquezas/deficiências: o Leão disse que não gostava de lutar com o Elefante, quando na verdade tinha medo do Elefante.
f)    Prepotente: o Leão usou sua figura de animal feroz para exigir que os redatores do jornal publicassem um desmentido, ou melhor uma retratação. E ainda aventou a possibilidade de que os leões podem comer os homens.
12. A palavra “bote” (parágrafo 6), usada pelo Leão, foi utilizada em que sentido?
      a. (   ) pequena canoa para transporte fluvial
      b. (X) salto de animal sobre a presa.

13. Dê o significado das palavras em destaque usadas nas frases abaixo:
      a. Gosto muito de caçar sozinho.
         Perseguir animais para matar; buscar, procurar.

      b. A Assembleia cassou o mandato do prefeito.
         Tornar nulo ou sem efeito os direitos políticos de alguém.

      c. É muito difícil errar o bote.
          Ataque, investida.

      d. O bote não tinha colete salva-vidas.
          Pequena canoa ou escaler.

      e. Em geral é a leoa que mata suas presas
          Animal caçado para alimentação.

      f. As traficantes foram presas pela polícia.
          Mulheres encarceradas.

      g. As presas do cachorro eram bem afiadas.
          Tipos de dente conhecidos como caninos, também existentes na arcada dentária dos humanos.


CRÔNICA: CHUÍ COMANDA O TRÁFEGO - ANÍBAL MACHADO - COM GABARITO

CRÔNICA: CHUÍ COMANDA O TRÁFEGO
                      Aníbal Machado

   Num domingo, à hora cinzenta em que terminam as festas e todos voltam meio decepcionados para casa, rugiam de impaciência os automóveis ante o sinal vermelho. Alguns farolavam de longe, pedindo passagem. Mas o vermelho não cedia ao verde. E, com a força de seu símbolo, paralisava o tráfego.
        Os terríveis moleques da Praça perceberam a confusão. Chuí, o principal deles, resolve intervir. Vai para o meio do asfalto, começa a acenar aos motoristas.
        Que passassem! Livre estava o trânsito para a direita.
        – Podem vir! Não estou brincando! É verdade…
        Hesitaram alguns a princípio. Depois romperam. Outros os seguiram.
        Chuí, imponente, estende os braços para a rua principal. Os motoristas enfim acreditam nele. E a imensa massa de veículos – cadilaques, oldsmobiles, buíques, fordes e chevrolés – desfilam ao comando único do pequeno maltrapilho.
        Em enérgico movimento, Chuí ordena aos carros que parem. Gira o corpo, estica o braço, e manda que sigam pela esquerda os da rua principal. No que é obedecido.
        Passageiros e motoristas atiram moedas. Mas o improvisado inspetor, cônscio de suas responsabilidades, sabe que não pode abaixar-se para apanhá-las sem risco para o trânsito.
        A noite descera depressa e os combustores não se acendiam.
        Mais rubro na escuridão, o sinal vermelho tendo perdido a função de proibir, só confiavam os motoristas no braço infalível de Chuí.
        Quando, gritando de longe, a mãe do garoto o ameaçava com uma coça, aparece, uniformizado, um inspetor de verdade. Prende Chuí e o leva chorando para o Distrito.
        – Nós apanhamos as moedas para você, gritam-lhe os companheiros.
        Não eram as moedas que ele queria, oh! não era isso! O que Chuí queria era voltar ao tráfego, continuar submetendo aqueles carros enormes, poderosos, ao seu comando único, ao aceno do seu bracinho…
Fonte: (Aníbal Machado. A morte da porta-estandarte e outras histórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1965)


        Vocabulário:
        Farolavam – piscavam os faróis
        Cônscio – consciente
        Combustores – postes para iluminação pública
        Coça – surra

Entendendo o texto:
Marque com um x o sinônimo das palavras ou expressões grifadas:
01 – Em: “Um domingo à hora cinzenta em que terminam as festas…” a expressão grifada significa:
a. (   ) pela madrugada               b. (   ) ao amanhecer
c. (X) ao anoitecer                     d. (   ) durante a tarde

02 – Em: “Mas o vermelho não cedia ao verde.” a palavra grifada significa:
a. (   ) respondia                  b. (X) dava vez
c. (   ) prestava atenção       d. (   ) fazia sinal

03 – Em: “Mas o improvisado inspetor…”, a palavra grifada significa:
a. (   ) preparado com antecedência         
b. (   ) marcado de repente
c. (   ) planejado com atenção                   
d. (X) arranjado às pressas

04 – Em: “… para apanhá-las sem risco para o trânsito…”, a expressão grifada pode ser substituída por:
a. (   ) sem medo               b. (X) sem perigo
c. (   ) sem importância      d. (   ) sem responsabilidade.

Assinale a alternativa de acordo com o texto.
05 – Do trecho: “… o vermelho não cedia. E, com a força do seu símbolo, paralisava o tráfego. “, podemos entender que:
a. (   ) os carros estavam parados diante do sinal luminoso porque a luz vermelha era intensa e atrapalhava a visão dos motoristas
b. (X) o sinal luminoso havia enguiçado, indicando somente o vermelho, e por isso, os carros não podiam andar
c. (   ) os motoristas não entendiam o significado da luz vermelha e, por isso, permaneciam no mesmo lugar
d. (   ) os motoristas estavam cansados e, por isso, pararam diante do sinal luminoso, esperando a luz verde.

06 – O fato de Chuí ter assumido o comando do tráfego indica que ele estava querendo:
a. (   ) chamar a atenção dos motoristas
b. (X) ajudar os motoristas
c. (   ) divertir os passageiros dos carros
d. (   ) preocupar os motoristas

07 – Em relação à atitude de Chuí, os motoristas demonstram dois comportamentos diferentes no que se refere ao início e ao decorrer da história. Esses comportamentos são, respectivamente:
a. (   ) confiança e tranquilidade           
b. (   ) indecisão e indiferença
c. (X) indecisão e confiança                  
d. (   ) impaciência e aborrecimento

08 – O trecho que mostra a seriedade com que Chuí executou o papel de guarda de trânsito é:
a. (   ) “Chuí, o principal deles, resolve intervir. Vai para o meio do asfalto, começa a acenar para os motoristas.”
b. (X) “Mas o improvisado inspetor, cônscio de suas responsabilidades, sabe que não pode abaixar-se para apanhá-las sem risco para o trânsito.”
c. (   ) “… só confiavam os motoristas no braço infalível de Chuí.”
d. (   ) “… a imensa massa de veículo desfila ao comando único do pequeno maltrapilho.”

09 – Chuí vai chorando para o Distrito porque:
a. (X) não poderia continuar comandando o trânsito
b. (   ) não poderia apanhar as moedas
c. (   ) temia ser castigado pela mãe
d. (   ) sentia medo do inspetor.

10 – Ao final do incidente, Chuí demonstra ter ficado:
a. (   ) realizado              b. (   ) nervoso
c. (X) frustrado               d. (   ) agradecido.

11 – Numere as frases segundo a ordem dos fatos no texto:
a. (3) Chuí resolve intervir.
b. (6) Os motoristas, agradecidos, atiram moedas.
c. (1) O sinal luminoso está com defeito, os motoristas impacientam-se.
d. (2) Os meninos percebem a confusão.
e. (4) Os motoristas ficam indecisos em obedecer a Chuí.
f. (5) Chuí comanda o tráfego com precisão.
g. (7) A mãe, preocupada, ameaça castigá-lo.
h. (9) Chuí chora de frustração.
i. (8) Aparece um inspetor de verdade e leva Chuí para o Distrito.



domingo, 4 de fevereiro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): FARINHA - DJAVAN - COM GABARITO

ATIVIDADES COM A Música: Farinha
                                       

A farinha é feita de uma planta da família das
euforbiáceas, euforbiáceas
de nome manihot utilíssima que um tio meu apelidou de macaxeira
e foi aí que todo mundo achou melhor!...

A farinha tá no sangue do nordestino
eu já sei desde menino o que ela pode dar
e tem da grossa, tem da fina se não tem da quebradinha
vou na vizinha pegar pra fazer pirão ou mingau
farinha com feijão é animal!

O cabra que não tem eira nem beira
lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira
a macaxeira é popular é macaxeira pr`ali, macaxeira pra cá
e em tudo que é farinhada a macaxeira tá
você não sabe o que é farinha boa
farinha é a que a mãe me manda lá de Alagoas...

Entendendo a canção:
01 – Qual o título da canção? Quem é o cantor?
      Farinha. Cantada pelo cantor e compositor Djavan.

02 – Qual é a matéria-prima utilizada na fabricação da farinha?
      É a euforbiáceas.

03 – Ela recebeu um apelido, qual é? E qual foi a aceitação?
      Macaxeira. Foi ótimo, porque o nome é difícil de pronunciar.

04 – Na frase: “A farinha tá no sangue do nordestino”, qual o significado?
      Que a farinha é um dos pratos principais dos nordestinos.

05 – Quais os tipos de farinha que podemos encontrar?
      Possui vários tipos, como: farinha da grossa, farinha da fina, farinha quebradinha, etc.

06 – Quais as comidas que podemos fazer com a farinha?
      São uma infinidade de pratos, como: pirão, mingau, tutu, etc.

07 – Na frase: “O cabra que não tem eira nem beira /
lá no fundo do quintal tem um pé de macaxeira”, qual é o entendimento destes versos?
      Por ser um alimento importante, e muito especial, toda família da região nordeste, possui uma plantação no quintal de casa.

08 – Para você, o que é uma farinha boa?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Você sabe como é feita a farinha? Ou, já viu fazendo?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Quando se ouve uma pessoa dizer; “Farinha é a que a mãe me manda lá de Alagoas.”, o que quer dizer?
      Que para a pessoa, somente a farinha feita na sua região de origem é a melhor, porque cresceu comendo dela.

11 – De acordo com o texto:
a)   Macaxeira e manihot utilíssima são duas coisas distintas.
b)   A macaxeira é um alimento de ricos.
c)   Macaxeira e manihot utilíssima são a mesma coisa.
d)   Só existe farinha em Alagoas.

e)   Toda farinha é boa.

TEXTO: MAINÁ - NESTOR DE HOLANDA - COM GABARITO

TEXTO: MAINÁ


      Há indivíduos que querem sempre que os outros adivinhem os preços de suas compras. São incapazes de dizer que adquiriram, por exemplo, uma camisa pela bagatela de 15 reais. Preferem assim:
     – Adivinhe por quanto comprei esta camisa.
    Se o outro dá um preço aproximado, nada acontece. Se diz um mais alto, eles ficam felizes, sentem-se vitoriosos, porque espertos, e afirmam, com satisfação:
      – Muito menos.

         Mas se acontece o preço dado ser bem inferior, esses indivíduos se irritam! …
         Foi o que sucedeu comigo. Encontrei o Tinoco, num bar. Aliás, nem sei bem se ele é Tinoco ou Tonico. Sempre lhe troco o apelido. Como não se incomoda, venho fazendo a confusão, há muitos anos.
         Tonico ou Tinoco tem a mania de passarinho. Seu quintal é o maior viveiro que conheço. E o mundo pode acabar-se, contanto que seus passarinhos escapem…
         No encontro, Tinoco ou Tonico podia ter-me dito que comprara um mainá da Ásia por tanto em dinheiro, e, a seguir, normalmente, descrever o pássaro. Figura, porém, entre os que querem que os demais acertem preços. E acabou dificultando nosso entendimento:
         – Iolando, adivinhe por quanto comprei um mainá.
         Ora, não estou em dia com o mercado de pássaros. Arrisquei um palpite:
         – Dois mil reais.
         Jamais fui tão infeliz! Tonico ou Tinoco virou fera. Bateu na mesa e quase me agrediu:
         – Você precisa perder a mania de desfazer do que é dos outros.
         – Perdão, Tinoco, não tive essa intenção.
         – Teve sim. Onde já se viu um mainá asiático por dois mil reais? Isso é preço de periquito australiano. Nem canário-da-terra custa tão pouco. Que desaforo!
         – Desculpe, Tonico.
         – Não posso desculpar.
         – Mas, Tinoco, eu não entendo de pássaros.
         – Vê-se logo que você não entende. Aliás, de que você entende?
         – De nada.
         – Nota-se.
         – Então, não leve a mal, Tonico.
         Ele, todavia, continuou irritado:
         – Um mainá por dois mil reais! Pássaro raro da Ásia! Preto e azulado, com o bico e as patas amarelas!
         Cometi outra infelicidade:
         – Você achou muito ou pouco o preço que eu dei, Tinoco?
         Desesperou-se:
         – Quer ofender-me?
         – Não, Tonico.
         – Só pode querer. Está a chamar-me de burro.
         – Jamais, Tinoco.
         – Mainá é pássaro que fala tal qual o homem. Fala melhor que papagaio. Sua voz se assemelha à nossa. O meu grita o dia todo: “- Pessoal! Penico de barro enferruja?”
         – É asiático, mas fala português, Tonico?
         – Fala.
         – Como poderia custar dois mil reais? Vá desfazer nos raios que o partam.
         Bateu na mesa, mais uma vez. Levantou-se. Bufou. Saiu, furibundo, a resmungar desaforos. E até hoje não sei quanto lhe custou o mainá…

         NESTOR DE HOLANDA. Telhado de Vidro. 2a. Edição,
                             Rio, Cia. Brasileira de Divulgação do Livro.

Entendendo o texto:

01 – Por que há certos indivíduos que não dizem o preço de suas compras?
      a (   ) porque desejam esconder o preço
      b (X) porque querem que os outros o adivinhem
      c (   ) porque pagam muito caro por elas

02– O que acontece se a resposta for um preço aproximado?
 Nada acontece.

03 – E se a resposta for um preço mais alto?
      Ficam felizes, sentem-se vitoriosos, porque se consideram espertos.

04 – Quando é que esses indivíduos se irritam?
      Quando o preço dado for bem menor.

05 – Tinoco ficava furibundo por ser chamado de Tinoco, ou vice-versa?  
(   ) sim       (X) não

06 – Justifique, com uma frase do texto, a resposta dada à questão anterior.
      “Como não se incomoda, venho fazendo confusão há muitos anos.”

07 – Qual era, para Tonico ou Tinoco a coisa mais importante do mundo?
      O seu viveiro de pássaros.

08 – Justifique a resposta dada à questão anterior, com uma frase do texto.
      “E o mundo pode acabar-se, contanto que seus pássaros escapem.”

09 – O entendimento entre Tinoco ou Tonico e o autor desta história foi dificultado porque:
      a. (   ) o autor não entendia de pássaros
      b. (   ) Tinoco ou Tonico estava furibundo desde o começo do dialogo
      c. (X) Tonico ou Tinoco pertencia à categoria dos que não dizem o preço de suas compras e querem que os outros o acertem.
10 – Diante do preço sugerido por seu interlocutor, Tonico ou Tinoco se refere a duas outras espécies de aves. São canário da terra e periquito australiano.
11 – Tonico ou Tinoco aceitou o pedido de desculpas do amigo?    
(   ) sim       (X) não
12 – Pelo dialogo que segue ao pedido de desculpas, Tonico ou Tinoco insinua que o amigo é:
      a. (   ) um grande conhecedor de vários assuntos, exceto de pássaros
      b. (X) um ignorante total
      c. (   ) um débil mental

13 – Embora asiático, o mainá falava português.

14 – Afinal Tonico e Tinoco voltou às boas, concordando em dizer o preço do mainá?
(   ) sim       (X)  não

15 – Justifique sua resposta à questão anterior com uma frase do texto.
      “E até hoje não sei quanto lhe custou o Mainá.

16 – Em: “São incapazes de dizer que adquiriram…”  à palavra em destaque significa:
a. (   ) lucraram        b. (X) compraram         c. (   ) angariaram.

17-Encontre no texto, a palavra ou expressão que é sinônima de:
      a. insignificância: bagatela.
      b. Mas se ocorre: mas se acontecesse...
      c. foi o que aconteceu comigo: foi o que sucedeu comigo...

18 – Na expressão: desfazer o contrato, a palavra grifada tem o mesmo sentido de desfazer, usado no texto?
(   ) sim       (X) não

      Justifique sua resposta:
      Desfazer o contrato: significa anular o contrato.
      Desfazer: no texto, significa depreciar, desmerecer, desvalorizar.