segunda-feira, 13 de março de 2017

RELATO: MEU AMIGO MAIS ANTIGO - ZIRALDO ALVES PINTO - COM GABARITO

TEXTO: MEU AMIGO MAIS ANTIGO
               ZIRALDO ALVES PINTO

          Meu pai e minha mãe acreditavam que presente bom para filho era livro.
          Meus colegas de Grupo Escolar – era assim que se chamava a escola primária do meu tempo – não achavam isso, não. Eles gostavam era de carrinho, boneco de corda, bicicleta, piorras, bolas de futebol...
          Essas coisas é que eram presentes bons. Acreditavam que esse negócio de eu ganhar livro em lugar de brinquedo era golpe do meu pai que, coitado, não podia gastar dinheiro com brinquedos caros.
          Havia, porém, duas coisas que meus colegas de escola não sabiam. A primeira é que eu adorava livros, gostava mesmo de ganha-los de presente. Chegava a tremer de emoção enquanto abria o embrulho que papai trazia de suas viagens, tentando adivinhar a capa do livro que o embrulho escondia.
          A outra coisa é que meu pai, também, tinha lido livros que marcaram muito sua vida de menino.
          De um deles, especialmente, papai não se esquecera nunca. Ele tinha lido esse livro ali pelos 10 1 11 anos, na sua escola.
          Isso foi no começo dos anos 20, e ele lembrava que achou estranho encontrar um livro infantil, na escola, só para menino ler e não para estudar. Ele achava isso o máximo! E não se esquecia de que o livro se chamava “Narizinho Arrebitado”.
          Ele queria muito reencontrá-lo para dar pro seu filho de presente, talvez, para os dois lerem juntos e ele voltar um pouco à sua infância.
          Já havia bem mais de 20 anos que ele havia lido aquele livro e nunca mais tinha ouvido falar dele, perdido que vivia numa cidadezinha do interior do Brasil.
          Até que um dia cheguei da escola trazendo um livro que havia pedido emprestado na Biblioteca do Grupo Escolar. E o livro se chamava “Reinações de Narizinho”.
          Eu perguntei pro meu pai: “Não será esta menina aqui a sua Narizinho, pai?” E ele me perguntou: “Como é o nome do autor do livro?” Eu disse: “Um tal de Monteiro Lobato!”
          O rosto do meu pai se iluminou e, a partir desse dia, o Monteiro Lobato e eu ficamos amigos para sempre.

          Ziraldo Alves Pinto. Meu amigo mais antigo. Especial para a Folhinha,
               Publicado no jornal Folha de São Paulo, fornecido pela Folhapress.
                                                                                           São Paulo, 13 set. 1997.

1 – Em sua opinião, com que objetivo Ziraldo escreveu o relato da página anterior?
        Para falar sobre como ele gosta de ler livros desde a infância; destacar o prazer que um livro pode dar a um leitor e também para explicar que o gosto pelos livros era comum na família dele.

2 – O pai do escritor achou estranho encontrar um livro na escola que fosse só para a criança ler. Em sua opinião, por que isso pareceu estranho a ele?
        Porque, naquela época, não era comum encontrar livros de literatura para crianças.

3 – No texto “Meu amigo mais antigo”, o escritor Ziraldo relata um episódio real e marcante da vida dele. Que episódio é esse?
        A emoção que sentia ao ganhar seu presente preferido: um livro.

4 – Ziraldo expõe para o leitor quando ocorreram os fatos que narrou. Esses fatos ocorreram na infância ou já na ase adulta do autor? Que trecho do texto auxiliou em sua conclusão?
        Na infância do autor. O trecho do segundo parágrafo auxilia nessa conclusão ao citar que os amigos da escola primária gostavam de ganhar brinquedos, próprios da infância.

5 – Onde esse relato foi publicado? Com que objetivo, possivelmente, o relato de Ziraldo foi publicado?
        No suplemento Folhinha, do jornal Folha de São Paulo. Provavelmente para estimular, nos jovens que leem o suplemento, o gosto pela leitura.

6 – De acordo com o relato, Ziraldo e seus colegas de escola tinham gostos semelhantes ou diferentes em relação ao que mais gostavam de ganhar de presente? Justifique.
        Diferentes. Ziraldo gostava muito de ganhar livros e seus colegas preferiam ganhar brinquedos.

7 – Releia o último parágrafo do relato e copie a(s) afirmativa(s) que, em sua opinião, indica(m) o que Ziraldo quis dizer.
a)     Que ele se tornou leitor das obras de Monteiro Lobato.
b)    Que, assim como o pai, tornou-se fã de Monteiro Lobato.
c)     Que ficou amigo daquele autor porque o pai ficaria feliz com isso.

domingo, 12 de março de 2017

POEMA: NOMES - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA – NOMES
                  Carlos Drummond de Andrade

As bestas chamavam-se Andorinha, Neblina
Ou Baronesa, Marquesa, Princesa.
Esta é Sereia,
Aquela Pilantra
E tem a bela Estrela.
Relógio, Soberbo e Lambari são burros.
O cavalo, simplesmente Majestade.
O boi Besouro,
Outro, Beija-flor.
E Pintassilgo, Camarão,
Bordado.



Tem mesmo o boi chamado Labirinto.
Ciganinha, esta vaca; outra, Redonda.
Assim pastam os nomes pelo campo,
Ligados à criação. Todo animal é mágico.

                                          Carlos Drummond de Andrade. Nomes. In: Boitempo.
                                               Carlos Drummond de Andrade, Graña Drummond
                          <ww.carlosdrummond.com.br>. Rio de Janeiro: Editora Record.

a)    O título desse poema é “Nomes”. De acordo com o contexto do poema, a que ele faz referência?
O título do poema faz referência aos nomes próprios dos animais.

b)    Que animais o eu lírico cita no poema?
Besta, burros, cavalo, bois e vacas.

c)    Esses substantivos são comum ou próprios? Explique essa classificação.
Esses substantivos são comuns porque nomeiam seres de uma mesma espécie, sem particulariza-los.

d)    Cada um dos animais citados recebe um nome específico para distingui-los. Escreva quais são esses nomes.
Andorinha, Neblina, Baronesa, Marquesa, Princesa, Sereia, Pilantra, Estrela, Relógio, Soberbo, Lambari, Majestade, Besouro, Beija-flor, Pintassilgo, Camarão, Bordado, Labirinto, Ciganinha e Redonda.

e)    Qual é a classificação que esses nomes recebem? Explique.
Esses substantivos são próprios porque nomeiam seres em particular, destacando-os nos grupos, particularizando-os, isto é, cada nome distingue um animal do outro (por exemplo: os burros são particularizados pelo nomes dados a eles – Relógio, Soberbo e Lambari).


FÁBULA PARA SÉRIES INICIAIS - A CIGARRA E AS FORMIGAS - ESOPO - COM GABARITO

FÁBULA – A CIGARRA E AS FORMIGAS
                   Esopo


          Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra:
          - Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.
          As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram:
          - Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?
          - Para falar a verdade, não tive tempo – respondeu a cigarra. – Passei o verão cantando!
          - Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? – disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada.

          MORAL: Os preguiçosos colhem o que merecem.

                                           ASH, Russell. HIGTON, Bernard. Fábulas de Esopo.
                                              7. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.

a)    Identifique na história os elementos indicados:
1 – Personagens;
A cigarra e as formigas.

2 – Situação-problema a ser resolvido pela cigarra;
A cigarra não tem alimento e resolve pedi-lo para as cigarras.

3 – Palavras ou expressões do texto que indicam o tempo e a duração dos acontecimentos da história.
“Num belo dia de inverno” / “durante o verão”.

b)    A cigarra tem sucesso ao tentar resolver seu problema? Por quê?
Não porque as formigas julgam que a cigarra deveria ter trabalhado para conseguir seus alimentos em vez de passar os dias cantando.

c)    Identifique o trecho que contém a lição que a fábula quer ensinar.
“Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem”.

sábado, 11 de março de 2017

TEXTO: IDOSOS JÁ SÃO 13% DA POPULAÇÃO E PAÍS TEM MENOS CRIANÇAS, DIZ PNAD - COM GABARITO


TEXTO – IDOSOS JÁ SÃO 13% DA POPULAÇÃO E PAÍS TEM MENOS CRIANÇAS, DIZ PNAD

          A pesquisa de 2013 mostra tendência de envelhecimento da população. Mulheres chegam a 51,5% da população e são maioria entre mais velhos.
          A população brasileira, estimada em 201,5% milhões de pessoas, está vendo diminuir o número de crianças e aumentar o de idosos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, que foi divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra a tendência de envelhecimento do país.
          O estudo do IBGE investiga dados sobre população, migração, educação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. Foram ouvidas 362555 pessoas em 1.100 municípios. Uma das comparações foi feita no espaço de 12 anos: a população de crianças de 0 a 9 anos caiu de 18,7% do total de habitantes, em 2001, para 13,9% em 2013.
          Essa faixa etária somou 28,3 milhões de brasileiros no ano passado. Também caiu a proporção de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos de idade, também na comparação entre 2001 e 2013: desceu de
15,9% para 13,4% do total dos brasileiros.
          O número de pessoas no Brasil acima de 60 anos (definição de “idosos” dentro da pesquisa) continua crescendo: de 12,6% da população, em 2012, passou para 13% no ano passado. Já são 26,1 milhões de idosos no país.
          E aumentou a população dos que tem mais de 40 anos: esta faixa registrou na pesquisa 75,7 milhões de pessoas contra as 62,3 milhões de crianças e adolescentes (faixa de 0 a 19 anos).
          A região com mais idosos ainda é a Sul, onde eles chegaram a 14,4% do total. O Norte tem menos, com 8,8% de idosos.

                          Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/09/
      Idosos-já-são-13-da-população-e-pais-tem-menos-crianças-diz-pnad.html>.                                      acesso em: 17 jan. 2015.

1 – Qual é a principal informação trazida por essa notícia?
       Que o número de crianças e de adolescentes brasileiros está diminuindo e o de idosos, aumentando.

2 – Quais podem ser as causas para os dados apresentados na notícia? E as consequências?
       A diminuição das taxas de natalidade e o aumento na expectativa de vida que vem sendo observados no Brasil há algum tempo. Entre as consequências, estão o surgimento de um novo quadro social e, de forma mais geral, a diminuição da população mundial.

3 – Considerando a leitura da notícia e sua resposta ao item anterior, por que a família representada na foto da seção confrontando textos não pode ser considerada moderna?
      Porque a família da foto tem várias crianças, dois adultos e nenhum idoso. Considerando-se a notícia, é possível observar que esse não é mais o perfil das famílias brasileiras, já que a população do pais é composta, em sua maioria, por pessoas acima de 40 anos.

4 – A família representada na charge lida no início da seção Prática de leitura parece moderna ou antiga? O que o levou a essa conclusão?
      É uma família moderna. Isso pode ser percebido pelas roupas e pelo uso da expressão “redes sociais”, comum nos tempos atuais.

5 – A família representada na charge está de acordo com os dados divulgados na notícia? Por quê?
      Não está de acordo. Apenas de ser moderna, a família representada na charge tem muitos filhos. Ao contrário, os dados divulgados na notícia mostram que o número de crianças brasileiras está diminuindo, o que indica que as famílias estão tendo menos filhos.

6 – E você, tem irmãos? Quantos?
      Resposta pessoal.
     

TEXTO: SEU LUNGA - O REI DO MAU HUMOR - ROUXINOL DO RINARÉ - COM GABARITO

TEXTO: – SEU LUNGA: O REI DO MAU HUMOR

Para atender aos pedidos
Do grande público leitor
Volto a falar de Seu Lunga
Nosso rei do mau humor
E o velho nesta edição
De raiva e afobação
Chega até mudar de cor
[...]
Vai Seu Lunga comprar óculos
Pergunta a moça primeiro:
- Óculos pra longe ou pra perto?
Diz ele: - É pro Juazeiro.
- Mas eu me refiro a lente;
- Eu quero duas na frente
Diz Seu Lunga zombeteiro.
[...]
Na budega de Seu Lunga
Um cliente vem comprar
Algo para tira-gosto
Usa gíria ao se expressar:
- Seu Lunga, meu companheiro,
Me venda aí bem ligeiro
Algo para “beliscar”
Lunga pega um alicate
Joga em cima do balcão
E rude pergunta ao moço:
- Isto serve cidadão?
O rapaz num rebuliço
Diz: - Valei-me “Padim Ciço”,
Ó velho bruto do Cão!
[..]
               Rouxinol do Rinaré. Seu Lunga: o rei do mau humor. 9. Ed. Fortaleza:
                                                                                Tupynanquim, 2008. P. 1-14.
a)    Justifique o título do poema.
O texto descreve algumas situações em que Seu Lunga se comporta de forma deselegante, desagradável.

b)    Explique como o autor faz para tornar seu texto mais sonoro.
Ele utiliza palavras que rimam, como leitor, humor e cor, para encerrar alguns versos: E inverte a ordem em que as palavras são geralmente utilizadas na frase, como em “E o velho nesta edição / De raiva e afobação / Chega até a mudar de cor”, para obedecer ao esquema das rimas e da métrica.

c)    Retire do texto palavras e expressões que demonstrem a utilização do registro informal.
Seu em vez de senhor; pra em vez de para; pro em vez de para o, Padim Ciço em vez de Padre Cícero (palavras abreviadas); budega, tira-gosto, algo para beliscar. Professor, a atividade 3 proporciona aos alunos uma reflexão sobre variação linguística.


sexta-feira, 10 de março de 2017

CONTO: ZAP - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

CONTO – ZAP
                  Moacyr Scliar

          Não faz muito que temos esta nova TV com controle remoto, mas devo dizer que se trata agora de um instrumento sem o qual eu não saberia viver. Passo os dias sentado na velha poltrona, mudando de um canal para outro – uma tarefa que antes exigia certa movimentação, mas que agora ficou muito fácil. Estou num canal, não gosto – zap, mudo para outro. Não gosto de novo – zap, mudo de novo. Eu gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora, diz minha mãe. Trata-se de uma pretensão fantasiosa, mas pelo menos indica disposição para o humor, admirável nessa mulher.
          Sofre, minha mãe. Sempre sofreu: infância carente, pai cruel, etc. mas o seu sofrimento aumentou muito quando meu pai a deixou. Já faz tempo; foi logo depois que nasci, e estou agora com treze anos. Uma idade em que se vê muita televisão, e em que se muda de canal constantemente, ainda que minha mãe ache isso um absurdo. Da tela, uma moça sorridente pergunta se o caro telespectador já conhece certo novo sabão em pó. Não conheço nem quero conhecer, de modo que – zap – mudo de canal. “Não me abandone, Mariana, não me abandone!” Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, em se tratando de novelas: zap, e agora é um desenho, que eu já vi duzentas vezes, e – zap – um homem falando. Um homem, abraçado à guitarra elétrica, fala a uma entrevistadora. É um roqueiro. Aliás, é o que está dizendo, que é um roqueiro, que sempre foi e sempre será um roqueiro. Tal veemência se justifica, porque ele não parece um roqueiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, rugas, falta-lhe um dente. É o meu pai.
          É sobre mim que fala. Você tem um filho, não tem? Pergunta a apresentadora, e ele, meio constrangido – situação pouco admissível para um roqueiro de verdade -, diz que sim, que tem um filho, só que não o vê há muito tempo. Hesita um pouco e acrescenta: você sabe, eu tinha de fazer uma opção, era a família ou o rock. A entrevistadora, porém, insiste (é chata, ela): mas o seu filho gosta de rock? Que você saiba, seu filho gosta de rock?
          Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso à desbotada camisa, roça-lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audível rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso, aparentemente ele está olhando para a câmera, como lhe disseram para fazer; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura resposta à pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas aí comete um erro, um engano mortal: insensivelmente, automaticamente, seus dedos começam a dedilhar as cordas da guitarra, é o vício do velho roqueiro, do qual ele não pode se livrar nunca, nunca. Seu rosto se ilumina – refletores que se acendem? – e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – zap – aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, completamente nua.

              SCLIAR, Moacyr. Zap. Em: MORICONI, Ítalo. Os cem melhores contos
                        Brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. P.555-556.
Entendendo o texto
a)    O que significa o termo zap, que dá título à história? Corresponde àquilo que você imaginou antes de ler o texto?
O termo zap, no contexto em que foi usado, indica a mudança rápida dos canais de televisão por meio do controle remoto.

b)    Há nesse texto palavras que você não conheça ou que não tenha entendido? Escreva-as aqui e procure no dicionário os significados adequados ao contexto em que estão sendo usadas.
Resposta pessoal.

c)    Sobre o que é essa história? Você gostou dela? Por quê?
A história traz um menino de 13 anos narrando sua relação com a televisão, com sua mãe e seu pai; este, em dado momento, aparece na tela. A segunda parte da resposta é pessoal.

d)    Na história, o narrador vai mudando de canal até que algo surpreendente acontece. Esse é o ponto em que há uma mudança no curso da narrativa. Que fato é esse?
O menino vê seu pai dando uma entrevista em um dos canais de televisão.

e)    Releia este trecho e responda ao que pede a seguir: “Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergunta que o embaraça e à qual não sabe responder”.
1 – A que pergunta o pai do narrador não sabe responder?
Se o filho gosta ou não de rock.

2 – Por que o pai não sabe essa resposta?
Porque não vê o filho há muito tempo e não conhece os gostos do menino.

3 – Como parece ser a relação entre o pai e o filho?
Parece ser distante, fria. Os dois parecem não ter contato algum, e o pai, que é roqueiro, não sabe se seu filho aprecia esse gênero musical.

f)     O texto retrata uma situação que pode ocorrer em algumas famílias. Que situação é essa? Qual é a sua opinião sobre esse assunto?
O texto mostra a situação em que os filhos são criados sem contato com seus pais. A segunda parte da resposta é pessoal.

g)    O garoto espera que o pai lhe diga algumas palavras pela televisão. O que o pai faz e qual é a reação do filho?
O pai começa a dedilhar a guitarra e seu rosto se ilumina, como se ele fosse dizer que sim, que seu filho gosta de rock, mas o garoto muda de canal novamente, sem ver a resposta do pai.

h)   Você conhece histórias parecidas com a relatada no texto lido? Exponha sua opinião sobre esse assunto aos colegas e ouça com atenção o ponto de vista deles.
Resposta pessoal.


quinta-feira, 9 de março de 2017

LENDA: A MANDIOCA, O CORPO DE MANDI - LEONARDO BOFF - COM GABARITO

LENDA– A MANDIOCA, O CORPO DE MANDI
                 Leonardo Boff

           Em tempos muito antigos, a filha de um chefe indígena apareceu misteriosamente grávida. O chefe quis punir quem desonrara a filha. Para saber quem era, pressionou-a fortemente com ameaças e severos castigos Devia revelar o nome. Tudo em vão. A filha negou que tivesse tido relações sexuais com alguém. E permanecia inflexível nessa sua negação.
            O chefe resolveu então matá-la, para vingar a honra e para dar uma lição a todas as moças da tribo. Porém, eis que lhe apareceu em sonho um homem branco, dizendo:
            - Não faça isso. Não mate a sua filha. Ela é inocente. Jamais teve relação com algum homem.
            O cacique ficou temeroso e resolveu atender à voz do homem branco. Desistiu de sacrificar a filha.
            Após nove meses, nasceu uma linda menina. Sua pele era branca como a nuvem mais branca. Mandi era seu nome. Todos ficaram intrigados e amedrontados quando viram a cor de sua pele. Ninguém tinha nascido com essa cor em toda a história da tribo.
            Os olhares de todos se cruzavam, comparando o castanho-dourado de suas peles com a alvura da linda menina.
             - É um triste presságio. Desgraças virão sobre nossa tribo e sobre nossas plantações – comentavam os mais idosos.
              Juntos, foram ao cacique. E sem meias palavras disseram:
              - Por favor, faça desaparecer essa sua netinha. Ela vai nos atrair desgraças sobre desgraças.
               Ele, no entanto, lembrando a voz do homem branco, nada disse. Olhou com os olhos perdidos ao longe e, depois, olhou firme para cada rosto dos que falaram. Tomado de compaixão, havia decidido interiormente não atender aos pedidos dos velhos.
                Mas veio-lhe uma ideia inspirada. Certa feita, no silêncio de uma noite especialmente estrelada, ainda de madrugada, foi ao rio. Levou consigo a netinha Mandi. Ela olhava ao redor, assustada, sem nada entender. Lavou-a cuidadosamente nas águas claras do rio, enquanto suplicava as forças dos espíritos benfazejos. No dia seguinte, reuniu a tribo e disse com voz forte, para não tolerar objeções.
               - Os espíritos recomendaram que Mandi fique entre nós e que seja bem tratada por todos da tribo.
              Os índios, ainda em dúvida, obedeceram e acabaram se resignando. Com o passar do tempo, Mandi foi crescendo com tanta graça que todos esqueceram o mau presságio e acabaram apaixonados por ela. O cacique estava orgulhoso e feliz.
              Mas um dia, sem ter adoecido ou mostrado dores, a menina, inesperadamente morreu. Foi um lamento geral. Os mais idosos choravam em meio a grandes soluços. O cacique estava inconsolável. Não comia nem bebia. Só chorava. Os parentes, vendo o quanto o avô-cacique amava Mandi, disseram:
              - Vamos enterrá-la lá na maloca dele. Assim ele se consolará.
              Em vão. Ele, inconsolável, fechou-se em sua dor e não fazia senão chorar. Chorava dia e noite, sobre a sepultura de sua querida netinha. Tantas e tantas foram as lágrimas que, surpreendentemente, do chão brotou uma plantinha.
                Os pássaros vinham bica-la e ficavam inebriados, para o espanto de todos. Mas, certo dia, uma coisa espantosa aconteceu: a terra se abriu. Apareceram à mostra belas raízes de uma planta, nascida do pranto do avô. Os índios, alvoroçados, correram para fora da maloca e chamaram a todos, dizendo:
              - Olhem que coisa maravilhosa! Essas raízes são negras por fora, parecem até sujas, mas dentro são alvíssimas.
               Respeitosos e com as mãos nervosas, colheram essas raízes, quebraram suas pontas e se certificaram de que eram realmente alvíssimas. Pareciam a pele de Mandi.
               Começaram a comê-las e viram que eram deliciosas. Foi então que fizeram uma associação inspirada:
               - Seriam aquelas raízes a vida de Mandi que se manifestava?
               Nunca mais deixaram de comer essas raízes. E foi assim que elas  se tornaram o principal alimento dos índios Tupi-Guarani, das demais tribos e da maioria dos brasileiros, sendo transformadas em farinha, beijus e cauim. Chamaram então as raízes de Mandioca, que significa “a casa de Mandi”, ou também “corpo de Mandi”.

BOFF, Leonardo.O casamento entre o céu e a terra. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001p..18-20
1)    Para que fenômeno da natureza esse texto traz uma explicação?
O texto traz uma explicação para o surgimento da mandioca.

2)    Com suas palavras, reconte como surgiu esse alimento de acordo com o imaginário do povo indígena tupi-guarani.
Resposta Pessoal

3)    O texto começa com a expressão Em tempos muito antigos. É possível dizer exatamente quando ocorreu essa história?
Não.

4)    É possível identificar onde a história se passa?
Não é possível identificar o espaço exato onde se passa a narrativa. Sabe-se que é em uma comunidade indígena, mas não se sabe onde ela fica.

5)    No texto ocorre algum acontecimento fantástico, isto é, que não pode ser comprovado, que não existe de fato? Qual?
O fato de a vida de Mandi se manifestar nas raízes que brotavam da terra.

6)    Copie do texto três palavras que demonstrem relação com a identidade e a cultura do povo indígena que a criou.
Cacique, beijus, cauim, maloca, mandioca.

7)    Em sua opinião, essa história contém algum ensinamento? Qual?
Resposta Pessoal.

8)    Na região onde vive, há alguma história semelhante a essa? Qual
Resposta Pessoal.