domingo, 27 de julho de 2025

TEXTO: RESENHA DE FILMES - FRAGMENTO - JOÃO LUÍS DE ALMEIDA MACHADO - COM GABARITO

 Texto: Resenha de filmes – Fragmento

        Para entender um pouco mais sobre filme, apresentamos alguns elementos essenciais dessa arte, como: cenário, figurino, fotografia, roteiro e trilha sonora

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVhxNexluHejX-46SdZDqYEveB4xK3ZQBB4k0VzvhdlrkHGS9xYf7eNH-qOj49qD80hVfvvZ6vzyeK5QXqWuKdq1RmvMsD5M7G2rWTKQZzFD2g8DLRu9yXFerFsYxsiWjXFs4HAJilX5jpkwRtzHoZ86wARLWW5f3g1t0X5jyX3wc0cxnY9ESbMuCP8js/s320/92295_317485.jpg


        Cenografia: a arte de falar pelos objetos

        Cenografia é a arte [...] através da qual são criados, projetados e concebidos cenários que irão compor o pano de fundo de produções teatrais, televisivas e cinematográficas. [...] os elementos de cena ajudam a definir e detalhar aspectos marcantes como a época e o espaço onde acontecem as tramas. Além disso, os objetos e acessórios [...] auxiliam o ator a compor seu personagem e os espectadores entenderem melhor as ações dos protagonistas da história. Os cenários são compostos por elementos que vão desde cortinas, tapetes, móveis, eletrodomésticos, janelas ou portas até acessórios de pequeno porte, como relógios de parede, cinzeiros, porta-retratos, livros, CDs...

        Os figurinos e a definição de tempo e espaço nos filmes

        Os figurinos são as peças de vestuário que compõem o guarda-roupa de uma produção cinematográfica. [...] estamos falando das roupas, calçados e acessórios selecionados por um profissional especializado [...].

        Através dos figurinos o que se pretende é que o espectador perceba com clareza o tempo, o espaço e até mesmo as condições climáticas [as estações do ano] em que se desenvolve a história apresentada no filme. As roupas também são indicativos marcantes das características dos personagens e podem indicar, por exemplo, timidez, altivez, personalidade, caráter, originalidade...

        Quando falamos que os figurinos indicam o tempo, estamos nos referindo ao período histórico em que se passa a trama [passado, presente ou futuro], ao período do ano [estações, meses, festividades, feriados] e ainda ao período dos dias retratados [manhã, tarde, noite ou madrugada]. Os trajes dos personagens também servem para indicar origem social e local onde essas personagens desenvolvem suas atividades, vivem suas vidas [cidade, campo, praia, deserto, zona industrial, zona agrícola].

        [...]

        Fotografia: a alma dos filmes

        [...] A fotografia pode ser considerada a alma dos filmes.

        Este trabalho compete a um profissional identificado como diretor de fotografia ou, simplesmente, fotógrafo. [...]

        De acordo com o especialista Filipe Salles, o trabalho deste profissional pode ser assim explicado: “O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na luz (gelatinas nos refletores ou filtros na câmera), para obter colorações específicas na luz [...]. participa também ativamente da pós-produção do filme, [...] quando o filme está pronto e será feita a primeira cópia completa, ele vai ao laboratório e marca todos os planos com determinada filtragem, a fim de balancear todas as luzes e cores para que a cópia não saia desigual [...]. [Fonte: Mnemocine – http://www.mnemocine.com.br/cinema/odf.htm] [...]

        Roteiro: os filmes no papel

        Roteiros constituem os materiais escritos que servem como base para a produção de materiais audiovisuais de caráter artístico, informativo científico e / ou cultural. Os profissionais responsáveis pela elaboração dos roteiros são conhecidos como roteiristas [...].

        O trabalho dos roteiristas compreende uma clara descrição das cenas que serão visualizadas nas telas do cinema e da televisão ou em espetáculos teatrais. Através do roteiro se define a sequência da história, os diálogos dos personagens envolvidos, a narrativa em off [quando necessária], detalhes das locações em que as produções serão ou deverão ser filmadas e, de certa forma, até mesmo características dos personagens [...].

        [...]

        Os especialistas na produção de roteiros definem como fundamentos para um bom roteiro a existência de três eixos fundamentais: a definição dos personagens [que deve ocorrer ao longo da introdução e primeiros 20 a 40 minutos da trama], sucedido por um ponto de virada [um acontecimento que muda o rumo da história, altera a normalidade] que direciona a ação para os principais elementos estruturais [que norteiam a história e definem o enredo] e, finalmente, há o desfecho, quando as questões em foco são resolvidas e finaliza-se o filme.

João Luís de Almeida Machado. Planeta educação. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1611. Acesso em: 220 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 142-143.

Entendendo o texto:

01 – Quais são os cinco elementos essenciais do filme apresentados no texto para uma melhor compreensão dessa arte?

      Os cinco elementos essenciais do filme apresentados no texto são: cenografia, figurino, fotografia, roteiro e trilha sonora.

02 – De que forma a cenografia contribui para a compreensão da trama e dos personagens em uma produção cinematográfica?

      A cenografia contribui para a compreensão da trama e dos personagens ao definir e detalhar aspectos marcantes como a época e o espaço onde as histórias acontecem. Além disso, os objetos e acessórios auxiliam o ator a compor seu personagem e ajudam os espectadores a entenderem melhor as ações dos protagonistas.

03 – Quais informações os figurinos podem transmitir ao espectador sobre a história e os personagens de um filme?

      Os figurinos podem transmitir ao espectador o tempo (período histórico, período do ano, e período do dia) e o espaço (origem social e local onde as personagens vivem), as condições climáticas, e as características dos personagens, como timidez, altivez, personalidade, caráter e originalidade.

04 – Qual é a principal responsabilidade do diretor de fotografia em um filme, de acordo com o especialista Filipe Salles?

      De acordo com Filipe Salles, a principal responsabilidade do diretor de fotografia é todo o design da luz do filme. Ele concebe as características estéticas da iluminação para cada plano, lida com efeitos de filtragem de luz para obter colorações específicas e participa ativamente da pós-produção para balancear luzes e cores na cópia final.

05 – O que são roteiros e quem são os profissionais responsáveis por sua elaboração?

      Roteiros são os materiais escritos que servem como base para a produção de materiais audiovisuais de caráter artístico, informativo, científico e/ou cultural. Os profissionais responsáveis por sua elaboração são conhecidos como roteiristas.

06 – Quais elementos são definidos no roteiro de um filme?

      No roteiro de um filme, são definidos a sequência da história, os diálogos dos personagens, a narrativa em off (se necessária), detalhes das locações em que as produções serão filmadas e, de certa forma, até mesmo as características dos personagens.

07 – Quais são os três eixos fundamentais para um bom roteiro, segundo os especialistas citados no texto?

      Os três eixos fundamentais para um bom roteiro, segundo os especialistas, são: a definição dos personagens (na introdução e nos primeiros minutos da trama), um ponto de virada (um acontecimento que muda o rumo da história e altera a normalidade), e os principais elementos estruturais que norteiam a história, levando ao desfecho onde as questões são resolvidas.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O SIENITO E A SOMBRA AMBIENTAL EM PEDRA LAVRADA - ROSSANA DIAS COSTA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O Sienito e a Sombra Ambiental em Pedra Lavrada

          Rossana Dias Costa

        No Brasil, a cada dia tornou-se comum a ocorrência de problemas ambientais de várias ordens. Na cidade de Pedra Lavrada, no interior da Paraíba, ultimamente não tem sido diferente. No momento, a maior preocupação dos habitantes é com relação à empresa mineradora “Elizabeth”, que há quase uma década vem explorando as riquezas minerais do município, principalmente o sienito, matéria-prima utilizada na fabricação da cerâmica e da porcelana.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiisVf0UMo6KPX9Vba9XaOIpUqkkm7xboGBuaiWOLpcTvxefFuysNMexmExEM2bdCO1HALzypIiclAfZvshNWXPuRzPCJXlKwjJlClrGwNwUJlrna04a2Hym2DFnLSMLoOzw5e7r7K7Dgh3wkbSvGEO5qQ38MBR7GJM9YDlauVjgob_C67Z1jZ89jjbYAk/s320/i208.jpg


        No período de implantação dessa mineradora aqui na cidade, governantes e empreendedores afirmavam que a empresa só traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumentando assim a renda das famílias e, consequentemente, trazendo lucros para os cofres públicos.

        Entretanto, podemos afirmar que não tivemos apenas benefícios, as consequências desastrosas logo começaram a surgir com mais rapidez e intensidade do que se esperava. A instalação da fábrica para a extração das pedras brutas resultou numa série de problemas ao meio ambiente, como desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar.

        Com o passar do tempo, essa trágica situação se agravou cada vez mais. Hoje, as casas do centro da cidade e as que ficam nas proximidades dessa fábrica encontram-se com a estrutura comprometida, devido aos abalos provocados pelas enormes explosões para a retirada das pedras. Isso sem falar na poeira que é lançada sobre a cidade, além dos produtos químicos provenientes do material explosivo.

        Um outro problema resultante desse empreendimento são as péssimas condições das estradas que servem de acesso para o transporte do material. Devido ao peso transportado pelas carretas, as estradas, que já não tinham manutenção, só pioraram. Embora a população se sinta prejudicada, ela se cala, pois as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma.

        É certo que outras empresas mineradoras já se instalaram antes no nosso município, mas nenhuma delas com o porte da Elizabeth. Por isso não danificavam tanto o meio ambiente como a atual vem fazendo. A medida que ela vai se expandindo para outros pontos do município, vão também aumentando os problemas locais.

        Para essa empresa não continuar causando tantos impactos ambientais, os moradores esperam que ela invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e de segurança aos seus trabalhadores. Não é certo que a população se prejudique tanto para que uma grande empresa se beneficie, enriquecendo cada vez mais.

        Ao meu ver, não há necessidade de uma empresa destruir tanto nossas riquezas naturais, além da nossa história. Se não agirmos enquanto é tempo, a Serra dos Albinos e o Picoto, nossos patrimônios naturais mais belos, serão destruídos.

        Por outro lado, sei que a nossa população precisa de uma renda fixa e nosso município de desenvolvimento, mas é necessário, e urgente, a execução de projetos que visem à valorização de bens culturais, sociais e ambientais, equilibrando, assim, desenvolvimento e natureza.

        Resta-nos, portanto, esperar que as autoridades ajam, encontrando de fato soluções que preservem nossa história, e nossos bens naturais, uma vez que a população deseja, sim, o desenvolvimento do município, mas também melhor qualidade de vida.

Rossana Dias Costa. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/imagens/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf. Acesso em: 5 jan. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 85-86.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é o principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, de acordo com o artigo?

      O principal problema ambiental que a cidade de Pedra Lavrada enfrenta, segundo o artigo, é o impacto da empresa mineradora "Elizabeth", que vem explorando as riquezas minerais do município há quase uma década, resultando em diversos problemas ambientais.

02 – Que mineral é extraído pela mineradora Elizabeth e qual sua principal utilização?

      A mineradora Elizabeth extrai principalmente sienito, que é uma matéria-prima utilizada na fabricação de cerâmica e porcelana.

03 – Quais foram as promessas iniciais feitas pelos governantes e empreendedores na época da implantação da mineradora?

      Na época da implantação da mineradora, governantes e empreendedores afirmaram que a empresa traria desenvolvimento para o município, benefícios para a população, oportunidade de empregos para muitos jovens, aumento da renda das famílias e lucros para os cofres públicos.

04 – Quais são as consequências negativas concretas da atuação da mineradora Elizabeth que o artigo menciona?

      As consequências negativas mencionadas incluem desmatamento de uma enorme área de vegetação nativa, fuga de animais e aves silvestres, poluição de açudes, do solo e do ar. Além disso, as casas do centro da cidade e das proximidades da fábrica têm a estrutura comprometida devido aos abalos das explosões, há poeira e produtos químicos lançados sobre a cidade, e as estradas de acesso para o transporte do material estão em péssimas condições.

05 – Por que a população de Pedra Lavrada se cala diante dos problemas, apesar de se sentir prejudicada?

      A população se cala porque as várias denúncias feitas à justiça não foram atendidas, e a empresa continua agindo da mesma forma, o que gera um sentimento de impotência.

06 – O que os moradores de Pedra Lavrada esperam da empresa Elizabeth para mitigar os impactos ambientais?

      Os moradores esperam que a empresa invista em projetos ambientais, sociais e culturais, além de disponibilizar meios reparadores para as famílias prejudicadas e oferecer melhores condições de saúde e segurança aos seus trabalhadores.

07 – Quais são os dois patrimônios naturais de Pedra Lavrada que o autor teme que sejam destruídos pela expansão da mineradora?

      O autor teme que a Serra dos Albinos e o Picoto, que são os patrimônios naturais mais belos do município, sejam destruídos pela expansão da mineradora.

 

TEXTO: CREPÚSCULO - FRAGMENTO - CATHERINE HARDWICKE - COM GABARITO

 Texto: Crepúsculo – Fragmento

Dirigido por Catherine Hardwicke. 

Com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Nikki Reed, Ashley Greene, Jackson Rathsbone, Kellan Lutz, Peter Facinelli, Cam Gigandet, Elizabeth Reaser. 

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9aEkiLIlLzNTS00wL4YN3vhkjJNfgDq9bU4otnVYIkg5bpxPWy1kdyX7yUOyUlTKwBkcbOXAip8W4WMaON7iqKNN0LrNN-YG5hUn3PsF4as0jbDVyB43lwcjp8ng5a6bQf0HtR1OSVr4LvoeyNVjGykHEAq9_n9h98rUNasMSY6Y-rk6wltHm7D7_ysw/s320/91BrwzLI3sL._UF1000,1000_QL80_.jpg


        Crepúsculo acompanha a adolescente Bella (Stewart), que, obrigada a mudar-se para a pequena cidade do pai, logo se torna bastante popular em sua nova escola – que, apesar de atender a uma cidade com apenas 3.120 habitantes, é imensa, conta com aparentemente centenas de alunos e, claro, é convenientemente diversificada em seu corpo estudantil, exibindo asiáticos, negros, latinos e qualquer outra minoria que faça os produtores se sentirem orgulhosos de si mesmos por sua visão globalizada. Sentindo-se pouco à vontade perto do pai (por motivos que o filme jamais procura esclarecer), Bella tem seu interesse despertado por Edward (Pattinson), um rapaz pálido e arredio que vive com os vários irmãos adotivos numa casa localizada nas montanhas. Contudo, ainda que obviamente encantado pela moça, Edward insiste que não devem se aproximar – algo que ele reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida. Esta dinâmica se repete dezenas de vezes ao longo da projeção até que, finalmente, Bella descobre por que Edward a teme tanto – o que, claro, não impede que ele continue a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça. Rapazinho confuso, este. 

        [...]

        Mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator, Robert Pattinson é auxiliado em sua tarefa pela diretora Catherine Hardwicke e pelo ótimo compositor Carter Burwell, que, não à toa, investe num crescendo romântico assim que Edward é visto pela primeira vez com sua pele pálida, as sobrancelhas cuidadosamente desenhadas, os lábios destacados por batom e o cabelo milimetricamente despenteado (ele deve passar horas diante do espelho, despenteando o cabelo. Ainda bem que, como imortal, tem todo o tempo do mundo.). Infelizmente, como ator, Pattinson se revela um belo adorno, já que, além de inexpressivo, suas tentativas de atuar soam embaraçosamente ruins [...]

        Por outro lado, Kristen Stewart, uma atriz interessante, faz o que pode para transformar Bella numa figura tridimensional, sendo constantemente sabotada pelo roteiro de Rosenberg (que se saiu muito melhor na série Dexter, diga-se de passagem): obrigada a atuar em cenas constrangedoramente expositivas – como na montagem em que “deduz” que Edward é um vampiro, repetindo várias “pistas” em voz alta –, Stewart ainda é levada a protagonizar um draminha artificial com o pai, magoando-o propositalmente apenas para “protegê-lo” (o problema, aqui, é ela não precisava realmente magoá-lo; esta é apenas uma estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático [...]).

        Estes conflitos implausíveis, aliás, formam a base das tentativas do filme em criar algum tipo de tensão ou incerteza quanto ao final – e, como já dito, frequentemente Edward diz para Bella que não podem ficar juntos apenas para, na cena seguinte, voltar a procurá-la para repetir sua decisão. Isto atinge o auge da artificialidade numa cena ambientada num quarto de hospital, quando, depois de ouvir o amado falar pela milésima vez que devem se afastar, a moça protesta apenas para escutar, em resposta, que o outro realmente não consegue se manter distante – ignorando, assim, o que acabara de dizer. E o que posso falar do vilão, um vampiro caçador que só é apresentado ao espectador com 80 minutos de projeção (e, mesmo assim, surgindo como o menos interessante do trio ao qual pertence)? Possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro, que não li) se deu conta de não ter criado um único antagonista, o tal James (Gigandet) é um estereótipo de vampiro mau que passa a caçar a mocinha sem nenhuma razão aparente – e se a resposta para esta obsessão se encontra no livro, o erro permanece, já que o filme deveria se sustentar sozinho. 

        Abusando das câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade [...], Catherine Hardwicke ainda peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais que retratam a velocidade e a força dos vampiros e que seriam mais apropriados a uma produção de tevê da década de 70. E o que dizer de diálogos como “Então o leão se apaixonou pelo cordeiro”, que parecem ter saído de uma fotonovela? 

        Embora ganhe alguns pontos pelo conceito interessante da família de vampiros que tenta levar uma vida razoavelmente normal ainda que a simples visão de sangue humano pareça levar seus integrantes a um quase frenesi, Crepúsculo merece mesmo distinção por sua profunda incoerência: apesar de roteirizado e dirigido por mulheres a partir de um livro escrito por outra, o filme é surpreendentemente machista ao transformar em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa. 

        [...]

Disponível em: http://200.170.174.159/critica_Detalhe.aspx?ID_CRITICA=7392&tipo=1&id_filmes=4566. Acesso em: 27 jan. 2015. (Adaptado).

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 134-135.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à atuação de Robert Pattinson como Edward?

      O autor critica a atuação de Robert Pattinson, afirmando que ele está "mais preocupado em se estabelecer como galã do que como ator", sendo "inexpressivo" e tendo "tentativas de atuar [que] soam embaraçosamente ruins". O texto o descreve como um "belo adorno".

02 – Como o texto descreve a abordagem de Catherine Hardwicke em relação à direção do filme?

      O texto aponta que Catherine Hardwicke "peca por não perceber a qualidade pedestre dos efeitos visuais" e abusa de "câmeras lentas e de planos que beiram o ridículo em sua obviedade". Ela também é criticada por auxiliar Pattinson em sua tarefa de "se estabelecer como galã" em vez de focar na atuação.

03 – Que inconsistências o autor aponta na dinâmica entre Bella e Edward?

      O autor destaca que Edward "insiste que não devem se aproximar" e "reforça de maneira curiosa ao procurá-la durante o almoço na cantina apenas para repetir, embora ela tivesse mantido a distância exigida". Essa dinâmica se repete "dezenas de vezes", com Edward "continuando a dizer que deveriam se afastar embora jamais o faça", caracterizando-o como um "rapazinho confuso".

04 – Quais são as críticas do autor ao roteiro de Rosenberg, mesmo reconhecendo seu trabalho em "Dexter"?

      O autor critica o roteiro de Rosenberg por "sabotar" a atuação de Kristen Stewart, forçando-a a atuar em "cenas constrangedoramente expositivas" (como a da "dedução" de que Edward é um vampiro) e por criar um "draminha artificial com o pai" de Bella, que serve apenas como uma "estratégia barata do filme para tentar criar algum conflito dramático".

05 – Por que o autor considera o filme "surpreendentemente machista", apesar de ter sido roteirizado e dirigido por mulheres e baseado em um livro escrito por uma mulher?

      O autor considera o filme machista porque ele "transforma em heroína uma garota disposta a abrir mão de tudo para seguir um homem, abandonando família, seus projetos pessoais e até mesmo a vida apenas para poder contar com o privilégio de ser a esposa de um macho-alfa."

06 – Que crítica é feita à introdução do vilão, James (Cam Gigandet)?

      O autor critica a introdução tardia do vilão, James, que só é apresentado "com 80 minutos de projeção" e surge como "o menos interessante do trio ao qual pertence". Ele sugere que James foi "possivelmente introduzido na trama depois que a roteirista (ou a autora do livro) se deu conta de não ter criado um único antagonista", e que ele caça a mocinha "sem nenhuma razão aparente".

07 – Além das atuações e do roteiro, quais outros elementos técnicos do filme são criticados pelo autor?

      O autor critica os efeitos visuais, descrevendo-os como de "qualidade pedestre" e mais apropriados para uma "produção de tevê da década de 70". Ele também menciona a "obviedade" dos planos de câmera e a artificialidade de alguns diálogos, como "Então o leão se apaixonou pelo cordeiro", que parecem ter saído de uma "fotonovela".

 

 

TEXTO: NASCE O CINEMA - FRAGMENTO - A FOTOGRAFIA E O CINEMA - COM GABARITO

 Texto: Nasce o cinema – Fragmento

        A fotografia e o cinema

        Antes do cinema, veio a fotografia. Sem ela, o cinema não existiria. E por quê?

        Antes da fotografia, só existiam duas opções para se "congelar" a imagem de uma pessoa ou de uma paisagem: guardando-a na mente ou pedindo a um pintor que fizesse um retrato.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1dgcq0OmL9sGrbj5o5MQ2ZpwVy9Udn1PEIpUGf3xXOQxScIT74CfUVnXLY34SmNppfzqu1X0NG-NOaMJh2QW9nSGJxdKDe1usXOzLIi352nPG-K5mvSp6y3z_uxU5wXJZ4C0uAWq66gA0aF0Q3vI4k7x9WlLfGrquQ8TCxyMA9e4CRN7K5f95oMT_Aoo/s1600/images.jpg

        Bom, isso até o século 18. Nessa época, todos os pintores que queriam ficar famosos iam para a França. E foi justamente nesse país que a fotografia e o cinema fizeram seus primeiros grandes progressos.

        O jovem inventor Nicephóre Niepce foi quem conseguiu pela primeira vez registrar uma paisagem sem pintá-la, em 1826. Foi a primeira "foto"! Não existia o filme fotográfico ainda: a imagem foi registrada numa placa de vidro, com o auxílio de uma câmara escura. Tinha que ser uma paisagem mesmo: essa "foto" demorou 14 horas para ser registrada!

        Imagina se ele fosse retratar uma pessoa: "Olha o passarinho! Só mais um pouquinho! Olha o passarinho mais 14 horinhas!"

        E o filme da máquina? Foi inventado em 1879 por Ferrier, e melhorado pelo americano George Eastman – este, o inventor da câmera Kodak. Aí é que a fotografia entra no cinema: era preciso o filme para poder fazer... filmes!

        Algum tempo depois, os irmãos Lumière vão fazer a primeira sessão de cinema em Paris, capital da França: era a invenção do cinematógrafo, uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento. Isso aconteceu no maravilhoso ano de 1895, o ano em que nasceu o cinema.

        A primeira sessão

        1895: Não existia telefone. Não existia CD, nem DVD, nem TV. Computador? Internet? Nem em sonho.

        A maioria das pessoas andava a cavalo ou a pé. Os carros eram raríssimos. Lógico, havia os navios, senão o Brasil não teria sido “descoberto” em 1500! O trem era um dos meios de transporte mais modernos.

        Com esse cenário na cabeça, dá para entender a reação de algumas pessoas quando assistiram à primeira sessão de cinema. Se nem a fotografia era comum naquela época, era realmente fora do comum a imagem de um trem em movimento bem na sua frente, vindo para cima de você. Pois é: muitos pularam da cadeira, com medo de serem atropelados!

        A primeira sessão pública foi promovida em 28 de dezembro de 1895, pelos irmãos Louis e Auguste Lumière. A platéia ficou de queixo caído quando eles mostraram o seu incrível invento: o cinematógrafo. Como em um passe de mágica, cavalos, carros e pessoas, e até o famoso trem aterrorizante moviam-se na tela!

        Aposto que você nem imagina como essa “engenhoca” funcionava! Quer ver?

        O aparelho (inventado por Louis e Auguste Lumière) funcionava assim: tirava fotografias em série, de pessoas, bichos e coisas em movimento – mais de doze por segundo, ou seja, mais rápido do que nosso olho pode ver. Depois, as fotos eram projetadas numa tela, em grande velocidade. Era assim que as imagens ganhavam movimento.

        Na verdade, a velocidade de projeção não era tão grande assim. Afinal de contas, o cinematógrafo era movido a manivela, pela mão do projetista!

        O nome desses inventores parecia talhado para o que criaram: a palavra francesa “lumière” significa luz, o cinematógrafo foi apresentado em Paris, conhecida como a Cidade Luz, e ainda por cima a engenhoca se utilizava exatamente da luz para mostrar ao mundo o cinema! [...]

        Mais rápido que o olho

        "Sabe que eu não entendo direito como é que uma série de imagens paradas pode imitar um movimento, se forem passadas bem rapidamente?"

        Se você pensa assim, nós vamos tentar explicar esse mistério.

        Preste atenção a este dado: em média, nosso olho geralmente só consegue registrar 12 imagens por segundo

        - Vamos supor que exista um mecanismo que tire 24 fotos por segundo.

        - Você vai fotografar uma pessoa piscando, com esse mecanismo.

        - Após a revelação, você tem fotografias em série do movimento: olho aberto, depois começando a fechar, um pouco mais fechado, etc.

        - Agora você coloca a série de fotografias num projetor, que vai mostrar o movimento a uma velocidade de 24 fotos por segundo.

        - Como isso é mais rápido do que o seu olho pode ver, você tem a ilusão de estar realmente vendo um olho piscando na tela.

        - Isso é o cinema!

        - Isso também é o desenho animado. Só que em vez das fotos temos... (adivinhe, adivinhe...) desenhos! [...]

        Filmes mudos

        Por essa você não esperava... você sabia que os filmes não tinham som, no início do cinema?

        É que já tinha sido muito difícil inventar um jeito de tirar fotografias em série das pessoas e coisas em movimento, e depois projetá-las. De 1895 até 1927, ninguém falava na tela.

        Por isso, quando havia a fala de um ator, a imagem desaparecia, e vinha uma legenda onde estava escrito o que ele tinha falado.

        Que chato! Por isso, muitos donos de cinema contratavam músicos para acompanhar o filme. Eles tocavam piano ou flauta, por exemplo. Pixinguinha, grande músico brasileiro do começo do século 20, trabalhou muito assim. Em sessões maiores, até orquestras faziam a trilha sonora ao vivo.

        Nos filmes de ação no tempo do cinema mudo, os músicos tinham que acompanhar o ritmo e tocar bem rapidinho! [...]

Nasce o cinema. Disponível em: http://www.canalkids.com.br/arte/cinema/nasce.htm. Acesso em: 12 jan. 2015. (Adaptado).

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 110-111.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a relação fundamental entre a fotografia e o cinema, segundo o texto?

      O texto afirma que o cinema não existiria sem a fotografia. Antes da fotografia, as únicas maneiras de "congelar" uma imagem eram guardá-la na mente ou ter um retrato pintado. A invenção da fotografia e, posteriormente, do filme fotográfico, foi essencial para que as imagens pudessem ser capturadas em série, permitindo a criação do cinema.

02 – Quem foi o inventor da primeira "foto" e em que ano ela foi registrada? Qual era a principal limitação dessa invenção inicial?

      A primeira "foto" foi registrada por Nicephóre Niepce em 1826. A principal limitação era o tempo de exposição: a imagem, registrada em uma placa de vidro com uma câmara escura, demorava 14 horas para ser capturada, o que inviabilizava o retrato de pessoas.

03 – Qual foi a contribuição de George Eastman para a fotografia e como ela se conecta com o surgimento do cinema?

      George Eastman, inventor da câmera Kodak, foi responsável por melhorar o filme fotográfico, que havia sido inventado por Ferrier em 1879. O texto destaca que o filme era essencial para que as imagens pudessem ser capturadas em sequência, tornando possível a criação de "filmes" cinematográficos.

04 – Onde e quando ocorreu a primeira sessão de cinema, e quem foram os inventores do cinematógrafo?

      A primeira sessão de cinema ocorreu em Paris, em 1895, promovida pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, que inventaram o cinematógrafo.

05 – Como o texto descreve a reação do público à primeira sessão de cinema e por que ela foi tão impactante?

      O público ficou "de queixo caído" e muitos "pularam da cadeira, com medo de serem atropelados" ao ver a imagem de um trem em movimento vindo em sua direção na tela. A reação foi impactante porque, em uma época sem tecnologias como TV, computadores ou mesmo fotografias comuns, ver imagens em movimento era algo completamente fora do comum e impressionante.

06 – Como o cinematógrafo, inventado pelos irmãos Lumière, conseguia criar a ilusão de movimento?

      O cinematógrafo funcionava tirando mais de doze fotografias por segundo de pessoas, animais e objetos em movimento. Essas fotos eram então projetadas em uma tela em alta velocidade. Como essa velocidade (mais rápida do que o olho humano consegue registrar, que é cerca de 12 imagens por segundo) superava a capacidade de percepção do olho, as imagens fixas se fundiam, criando a ilusão de movimento.

07 – Qual era a principal característica dos filmes no início do cinema (de 1895 a 1927) e como essa limitação era compensada para o público?

      A principal característica era que os filmes eram mudos, ou seja, não tinham som. Essa limitação era compensada pela utilização de legendas para as falas dos atores e, principalmente, pela contratação de músicos (pianistas, flautistas e até orquestras em sessões maiores) para criar a trilha sonora ao vivo, acompanhando o ritmo e a emoção das cenas.

 

 

 

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): LENDAS - JÚNIOR LIMA E SÉRGIO ALBUQUERQUE - COM GABARITO

 Música (Atividades): Lendas

            Júnior Lima e Sérgio Albuquerque

Um velho do mato

Com sangue de índio

Conta suas lendas para os curumins

De um rio doce, meio abarrotado

Dois dragões dourados

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGp_P9jDBmIUkURMoWccjZTza5ODHKd31WxbHkMnHlzFESAc25YuPbIOuOD3mzit0mpUe4OvzhHf7m8JoW_Jb8i80nXBYEfmWp-UjlVAmk8hlc4NWRrnPA7hcDnwix38A1FYrfT99JZ9kcL3Y9Xdp-RT2jDjkHpwmdF86xmMp_1Ooz7QJEdOFMQ3jhcNs/s320/LENDAS.jpg


Lá de Parintins

Uma moça linda, um moço encantado

Saem da festança

Pra não mais voltar aqui

Há quem tenha visto moleque engraçado

Com os pés descalços

Virados pra trás

Corre pelo mato, sempre apressado

Buscando um lugar

Pra sobreviver em paz

Minha floresta de estórias

Conta o que Manaus não viu

O que dá brilho na mata

Não se apagou por um fio

A noite é uma moça

Que namora o dia

Que só se encontram

Nessa harmonia

A cabocla linda

Que encanta a floresta

Nas noites de lua

É Vitória-Régia

Um canto mais doce

Rasga o coração

Foi o uirapuru

Quem cantou essa canção.

Júnior Lima e Sérgio Albuquerque.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 102.

Entendendo a música:

01 – Quem é o narrador das lendas mencionadas na música e para quem ele as conta?

      O narrador é "um velho do mato, com sangue de índio", e ele conta suas lendas para os curumins (crianças indígenas).

02 – Que seres e figuras são descritos como parte das lendas, vindos de um "rio doce" e de Parintins?

      As lendas mencionam "dois dragões dourados" vindo de Parintins e "uma moça linda, um moço encantado" que desaparecem de uma festança.

03 – Qual característica peculiar é atribuída ao "moleque engraçado" que corre pelo mato?

      O moleque engraçado tem os pés virados para trás. Ele corre apressado em busca de um lugar para sobreviver em paz.

04 – Como a música descreve a "noite" e a "cabocla linda" em relação à natureza?

      A noite é descrita como "uma moça que namora o dia", encontrando-se em harmonia. A "cabocla linda" que encanta a floresta se transforma em Vitória-Régia nas noites de lua.

05 – Que pássaro é mencionado por seu canto doce que "rasga o coração"?

      O pássaro mencionado é o Uirapuru, conhecido por seu canto melodioso e encantador.

 

NOTÍCIA: A TAL DA OUTRA HISTÓRIA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: A tal da outra história – Fragmento

        De tanto ver livros, filmes ou matérias que alardeiam revelar uma parte da história “que você nunca aprendeu na escola”, nossa colunista fala sobre como o ensino da disciplina mudou – e lembra aos adultos que muito da história que aprenderam ficou no passado.

        A história do Brasil está na moda. Ou, pelo menos, na mídia. Na televisão, novelas e minisséries retratam diversos momentos do passado; nos cinemas, filmes com tramas históricas já são comuns; até CDs – estou lembrando do Noites do Norte, do Caetano (2000), inspirado na obra de Joaquim Nabuco – incorporaram temas da história do Brasil em suas composições.

        [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6QU8K9qJQ_UbegOg9wvmNDxFXO3Gqcbj68mZM-AtMm4fL0QM3FbuKQ6gHTpYzcRzgWb7o-OkXHgAWfAtmflHVsXQsnRfBi3wEuo8fdbnBY7JD_AP2BLme5_UDWO6YoaF2E2Gek9KxzG6BlX3nfKWtcZ0PjB-3tuyGTdGAG1LCZ46g68RgvF6sQjNtlDM/s320/1926680947image.jpg


        Isso sem contar as agências de viagem, que começam a explorar o turismo eco-histórico, as exposições dos museus e centros culturais e as vitrines de livrarias, repletas de lançamentos, coleções e dicionários de história do Brasil. Até parece que, de repente, todo mundo passou a se interessar pela história do Brasil. O que é ótimo.

        Ainda assim, são comuns anúncios de livros e filmes do tipo “você vai conhecer a história que seu professor nunca lhe ensinou”. Quem, ao se deparar com uma novidade interessante na livraria, nunca pensou: mas por que eu nunca aprendi isto na escola?

        Pois bem, se você não frequenta mais a escola, aí vai uma novidade: é bem possível que seus filhos, ou os filhos de seus filhos, estejam familiarizados com aquele assunto sobre o qual você nunca ouviu falar. E mais: é provável que eles tenham aprendido isso justamente na escola.

        [...]

        Noção simplista

        Que não me entendam mal: em princípio, nada contra o livro. Não sou daquelas historiadoras que acham que a história pertence aos historiadores. Também não engrosso o coro – comum no meio acadêmico – de que livros de história escritos por jornalistas não prestam, pelo contrário.

        O ensino de história do Brasil nas escolas passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa

        Boa parte dos historiadores profissionais volta as costas para a divulgação do conhecimento histórico e deixa de aprender com aqueles que fazem textos de história serem agradáveis, saborosos – e até lidos! – sem que isso envolva a simplificação de suas análises.

        Vejam o Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821 (Objetiva, 2005), um ótimo livro de história escrito por um jornalista, o australiano Patrick Wilcken. 

        A implicância aqui é com a estratégia de divulgação. Que, no caso, revela um grande desconhecimento acerca do ensino de história do Brasil nas escolas do ensino médio e fundamental, que passou, nas últimas décadas, por uma quase revolução – ainda que silenciosa. 

        A sucessão de nomes e datas pela qual o ensino da disciplina é conhecido ainda hoje foi substituída, nas décadas de 1960 e 1970, por um ensino que privilegiava as grandes transformações econômicas.

        No primeiro modelo, reis e rainhas, grandes líderes e generais, eram responsáveis pelas mudanças no rumo das vidas de populações inteiras; no segundo, a luta de classes – o embate entre as formas da revolução e as forças da reação, como se dizia então – era considerada o motor do movimento na história.

        Se esta última era uma história militante, que representava o combate ao regime militar no país para muitos docentes, do ponto de vista de quem aprendia elas eram, ambas as histórias, pouco interessantes – principalmente por serem distantes de seus referenciais cotidianos.

        [...]

Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/em-tempo/a-tal-da-outra-historia. Acesso em: 7 maio 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 6º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 324-325.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o fragmento, qual é uma das principais razões para o aparente aumento do interesse do público pela história do Brasil?

A – A falta de interesse dos historiadores profissionais na divulgação do conhecimento histórico.

B – Uma "quase revolução" silenciosa no ensino de história nas escolas.

C – A obrigatoriedade da disciplina de história no currículo escolar.

D – A crescente popularidade de livros, filmes e programas de TV sobre a história do Brasil.

02 – Qual é a crítica principal da colunista em relação a "boa parte dos historiadores profissionais" mencionada no texto?

A – Geralmente ignoram a divulgação do conhecimento histórico, perdendo a oportunidade de aprender com abordagens mais atraentes.

B – Consideram que a simplificação das análises históricas é fundamental para que os textos sejam lidos e apreciados pelo público em geral.

C – Acreditam que a história pertence exclusivamente aos historiadores, sem espaço para a divulgação por outros profissionais.

D – São críticos aos livros de história escritos por jornalistas, mas aprovam a forma como a disciplina é divulgada.

03 – Segundo a colunista, qual é a "implicância" revelada pela estratégia de divulgação de alguns livros e filmes de história?

A – O fato de os livros de história serem escritos por jornalistas e não por historiadores profissionais.

B – A supervalorização de datas e nomes em detrimento das grandes transformações econômicas no ensino de história.

C – A estratégia de divulgação que alardeia revelar uma história "nunca aprendida na escola", revelando desconhecimento sobre o ensino atual.

D – A falta de interesse dos alunos do ensino médio e fundamental pela disciplina de história.

04 – Como o ensino da história do Brasil se caracterizou nas décadas de 1960 e 1970, de acordo com o texto?

A – Uma abordagem focada no turismo eco-histórico e em exposições de museus.

B – Eventos históricos distantes do cotidiano dos alunos, sem relevância para suas vidas.

C – As grandes transformações econômicas e a luta de classes.

D – Apenas nomes e datas importantes, com foco em reis, rainhas e grandes líderes.

05 – Na perspectiva de quem aprendia, qual era a principal característica comum aos dois modelos de ensino de história (o da sucessão de nomes e datas e o das grandes transformações econômicas)?

A – O segundo modelo era mais interessante por ser "história militante" e combater o regime militar.

B – Ambos os modelos eram considerados muito interessantes, pois abordavam temas importantes do passado do Brasil.

C – O primeiro modelo era mais interessante, pois focava em personagens, enquanto o segundo era muito abstrato para os alunos.

D – Tanto o primeiro modelo (nomes e datas) quanto o segundo (grandes transformações econômicas) eram pouco interessantes, por serem distantes dos referenciais cotidianos dos alunos.

06 – Qual "grande desconhecimento" sobre o ensino de história no Brasil é apontado pela colunista em relação à estratégia de divulgação de alguns materiais?

A – Que a história pertence exclusivamente aos historiadores profissionais.

B – Que livros de história escritos por jornalistas não possuem valor acadêmico.

C – Que o interesse do público pela história do Brasil é um fenômeno passageiro e sem importância.

D – Que o ensino de história do Brasil nas escolas de ensino médio e fundamental não mudou significativamente nas últimas décadas.

07 – Qual autor e obra são citados no fragmento como um exemplo de "ótimo livro de história escrito por um jornalista"?

A – Patrick Wilcken, com o livro "Império à deriva: a corte portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821".

B – Joaquim Nabuco, autor que inspirou o CD "Noites do Norte" de Caetano Veloso.

C – A colunista, que é uma historiadora e autora do próprio fragmento.

D – Caetano Veloso, por incorporar temas da história do Brasil em suas composições.