quarta-feira, 12 de junho de 2019

MENSAGEM ESPÍRITA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC - MATERIALISMO - PARA REFLEXÃO


Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo II
        ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS

MATERIALISMO
147 – Por que os anatomistas, os fisiologistas e, em geral aqueles que se aprofundam nas ciências naturais são tão frequentemente levados ao materialismo?
      -- O fisiologista relaciona tudo àquilo que vê. Orgulho de homens que julgam tudo saber, não admitindo que algo possa ultrapassar o seu entendimento. Seu próprio conhecimento lhes dá essa presunção; pensam que a Natureza não lhes pode ter ocultado nada.

148 – Não é lamentável que o materialismo seja uma consequência de estudos que deveriam, ao contrário, mostrar ao homem a superioridade da inteligência que governa o mundo? Deve-se concluir que eles são perigosos?
      -- Não é verdade que o materialismo seja uma consequência desses estudos; é o homem que deles tira uma falsa consequência, pois pode fazer mau uso de tudo, mesmo das melhores coisas. O nada, aliás, assusta-os mais do que eles querem demonstrar, e os espíritos fortes são, muitas vezes, mais fanfarrões do que valentes. A maior parte deles só é materialista por não ter nada que preencha este vazio experimentado ante o abismo que se abre à sua frente. Mostrai-lhes uma tábua de salvação, e eles se agarrarão prontamente a ela.
      Por uma aberração da inteligência, há pessoas que só veem nos seres orgânicos a ação da matéria, atribuindo a ela todos os nossos atos. Veem, no corpo humano, somente a máquina elétrica. Limitaram o estudo do mecanismo da vida ao funcionamento dos órgãos; viram a vida extinguir-se pela ruptura de um fio, e não perceberam nada além desse fio. Procuraram descobrir se restava algo, e como só encontraram a matéria inerte, não viram a alma escapar e nem puderam apanhá-la, concluíram que tudo estava nas propriedades da matéria e que, assim, após a morte há penas a aniquilação do pensamento. Triste consequência, se assim fosse, pois então não haveria finalidade para o bem e o mal, o homem estaria certo em pensar apenas em si mesmo e em colocar a satisfação de seus prazeres materiais acima de tudo; os laços sociais seriam rompidos e os afetos mais puros irreversivelmente destruídos. Felizmente, essas ideias estão longe de ser generalizadas; pode-se até dizer que elas são muito circunscritas e que constituem apenas opiniões individuais, pois em parte alguma foram transformadas em doutrina. Uma sociedade fundada sobre essas bases traria em si o germe de sua dissolução, e seus membros iriam dilacerar-se mutuamente como animais ferozes.
      O homem tem, instintivamente, a convicção de que, para ele, nem tudo termina com a vida; tem horror ao nada. Em vão se esforça para resistir à ideia da vida futura, quando chega o momento supremo; poucos são os que não se perguntam o que vai ser de si, pois a ideia de deixar sem retorno tem algo de desolador. Quem realmente poderia encarar com indiferença uma separação absoluta e eterna de tudo o que amou? Quem suportaria, sem terror, ver abrir-se diante de si o imenso abismo do nada, onde seriam tragadas todas as nossas faculdades, todas as nossas esperanças, e dizer: “O quê! Depois de mim, nada, mais nada, a não ser o vazio; tudo está irreversivelmente acabado; mais alguns dias e minha lembrança será apagada da memória dos que sobreviveram a mim; em breve não restará nenhum traço de minha passagem pela Terra; até mesmo o bem que fiz será esquecido pelos ingratos a quem ajudei. E não há para compensar tudo isso, nenhuma outra perspectiva, a não ser a do meu corpo devorado pelos vermes!”
      Esse quadro não tem algo de tenebroso, de glacial? A religião nos ensina que não pode ser assim e a razão nos confirma isso. No entanto, essa existência futura, vaga e indefinida, não tem nada que satisfaça nosso amor pela positividade; e é isso que, em muitos, engendra a dúvida. Temos uma alma, que seja; mas o que é a nossa alma? Ela tem uma forma, uma aparência qualquer? É um ser limitado ou indefinido? Uns dizem que é um sopro de Deus; outros, que é uma centelha, outros, uma parte do Grande Todo, o princípio da vida e da inteligência. Mas o que tudo isso nos ensina? De que nos vale ter uma alma se, extinguindo-se nossa vida, ela se perde na imensidão como as gotas d’água no Oceano? A perda de nossa individualidade não equivale, para nós, ao nada? Diz-se ainda que a alma é imaterial; mas uma coisa imaterial não poderia ter proporções definidas; e, para nós, isso não é nada. A religião também nos ensina que seremos felizes ou infelizes, conforme o bem ou o mal que tivermos feito. Mas que bem-aventurança é esta que nos aguarda no seio de Deus? É uma beatitude, uma contemplação eterna, sem outra finalidade senão cantar louvores ao Criador? As chamas do inferno são uma realidade ou uma figura? A própria Igreja entende o inferno nesse último sentido, mas que sofrimentos são esses? Onde fica esse lugar de suplício? Em resumo, o que se faz e o que se vê nesse mundo que espera por todos nós? Costuma-se dizer que ninguém retornou para nos prestar contas. Isto é um erro, e a missão do Espiritismo é precisamente esclarecer-nos sobre esse futuro, fazer-nos – até certo ponto – tocá-lo com os dedos e olhos, não mais através do raciocínio, mas pelos fatos. Graças às comunicações espíritas, isto não é mais uma presunção, uma probabilidade sobre a qual cada um aborda a seu modo, e que os poetas embelezam com suas ficções ou semeando imagens alegóricas que nos enganam.
É uma realidade que nos aparece, pois são os próprios seres de além-túmulo que nos vêm descrever sua situação, dizer-nos o que fazem, permitir-nos assistir, por assim dizer, a todas as peripécias de sua nova vida. Dessa forma, mostram-nos o destino inevitável que nos é reservado, de acordo com nossos méritos e delitos. Há nisto algo de anti-religioso? Muito pelo contrário, pois os incrédulos aí encontram a fé, e os indecisos um meio de renovar o fervor e a confiança. O Espiritismo é, portanto, o mais poderosos aliado da a religião. E, se é assim, é porque Deus o permite, e Ele o permite com o intuito de reanimar nossas esperanças vacilantes e de conduzir-nos de volta ao caminho do bem, pela perspectiva do futuro.

TEXTO: INOVAÇÃO GRÁFICA QUE RESISTE E AINDA ENCANTA - MILLEN, M. - COM GABARITO

Texto: Inovação gráfica que resiste e ainda encanta

        O livro inclinado, de Peter Newell, Editora Cosac Naify, 48 páginas. Ao encontrar numa livraria um exemplar de O livro inclinado, de Peter Newell, recém-lançado pela Cosac Naify, o leitor ficará encantado, em primeiro lugar, com o formato inusitado da obra, auto explicativo. Embora as prateleiras dedicadas à área infanto-juvenil estejam abarrotadas de edições sofisticadíssimas visualmente,
        O livro inclinado ainda se destaca com charme irresistível. Ao abrir o exemplar, outro encantamento: a confusão provocada por um carrinho de bebê desgovernado ladeira abaixo e contada num texto leve, acompanhado de lindíssimas ilustrações (também do autor), que revelam um perfeito casamento entre forma e conteúdo. A maior surpresa, porém, virá no final do volume, onde está impressa a data original de publicação da obra: 1910.
        A ousadia gráfica de O livro inclinado hoje pode ser considerada corriqueira num mercado que valoriza cada vez mais (ainda bem) o design adequado ao texto, mas na época foi festejada como um marco da indústria editorial. E a obra, um dos primeiros livros-objeto de que se têm notícia, já nasceu um clássico da literatura infanto-juvenil.
        A história de Newell (1862-1924) gira em torno do bebê Bobby, que mora no alto de uma ladeira. Um dia sua babá se descuida e lá se vai o pimpolho destrambelhado dentro do carrinho. O que poderia ser até aflitivo para os leitores vira um passeio divertido e antropológico, já que Bobby atravessa cenários e personagens típicos de uma sociedade do início do século XX. Em 2009, a Cosac Naify publicará do mesmo autor O livro do foguete.
Fonte: MILLEN, M. Inovação tecnológica que resiste e ainda encanta. O Globo. Rio de Janeiro, 20 dez. 2008. Prosa e Verso, p. 5.

Entendendo o texto:

01 – Ao caracterizar a obra “O livro inclinado”, o autor Millen identifica:
a)   O formato do livro como “adequado ao texto”.
“Inusitado”; “Autoexplicativo”.

b)   O passeio do protagonista como “divertido e antropológico”.
“Leve”.

c)   O texto como “inusitado”.
“Lindíssimas”.

d)   As ilustrações como “leves”.
“Perfeito”.

e)   Relação entre forma e conteúdo como “lindíssima”.
“Divertido”, “Antropológico”.

02 – Qual a importância desses adjetivos para a construção da resenha?
      Os adjetivos evidenciam a atitude subjetiva de avaliação ou valoração, essencial em uma resenha.

03 – Foram também relacionados substantivos abstratos ao livro: “charme”, “encantamento”, “ousadia”. Qual a relação dessas palavras com os adjetivos?
      Esses substantivos abstratos também sugerem qualidade, denotando também uma avaliação.

04 – Que sentido o sufixo “issim(o)” acrescenta aos adjetivos em “sofisticadíssimas” e “lindíssimas”.
     O uso do sufixo superlativo caracteriza a intenção de intensificar / ampliar as qualidades do objeto. 

05 – No título da resenha, há duas orações que também qualificam/caracterizam (“que resiste e ainda encanta”). Haveria mudança no sentido se elas fossem substituídas por adjetivos (resistente e ainda encantadora)? Explique.
      Não. Elas são orações adjetivas que podem ser substituídas por adjetivos derivados dos verbos utilizados.

06 – Releia a frase: “A história de Newell (1862-1924) gira em torno do bebê Bobby, que mora no alto de uma ladeira” e responda:
a)   Que efeito de sentido provoca o uso da vírgula separando a oração “Que mora no alto da ladeira” da anterior?
Indica que a oração possui função explicativa, ou seja, acrescenta uma informação complementar ao antecedente.

b)   Compare essa oração com a do título da resenha: “Inovação gráfica que resiste e ainda encanta”.
As orações do título especificam/particularizam/destacam o elemento a que se referem.

07 – Os parênteses, dentre outras funções, podem separar uma observação mais emocional, estabelecendo “maior intimidade entre o autor e o seu leitor” (Bechara, 2009: 612). Indique em qual das ocorrências no texto isso acontece.
      “(Ainda bem)”

08 – O que anunciam, por duas vezes no texto, os dois-pontos (:)?
(   ) Uma enumeração.
(   ) Uma citação.
(X) Um esclarecimento.
(   ) Uma síntese.
(   ) Uma consequência.



terça-feira, 11 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): ABC DO SERTÃO - LUIZ GONZAGA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): ABC do Sertão

              Luiz Gonzaga

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê
A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, i o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto ê
A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e zê

Atenção que eu vou ensinar o ABC
A, bê, cê, dê, e
Fê, guê, agâ, i, ji
ka, lê, mê, nê, o
pê, quê, rê, ci
Tê, u, vê, xis, pissilone e zê

                                      Composição: Luiz Gonzaga

Entendendo a canção:

01 – A variação linguística é um fato decorrente da língua e existe desde a sua formação. Através de estudos, foi observado que, embora exista uma linguagem denominada “padrão” que rege o processo linguístico de um país, ocorre variações na maneira de falar, percebidos nos dialetos, na pronúncia, gírias, enfim, nas diferentes abordagens linguísticas provenientes de diversos fatores. A partir da leitura da letra de Luiz Gonzaga, pode-se afirmar que:
a)   Em sua sequência, é feita a soletração do alfabeto, registrando as particularidades e diferenças nas formas de uso do alfabeto que os habitantes de sua região estão adaptados e mostrando que essas diferenças são bem aceitas e vistas pelas demais regiões do Brasil.
b)   As diversas manifestações da linguagem são motivo de preconceito para àqueles que não compreendem o caráter homogêneo da língua.
c)   O artista, como um porta voz de seu povo, deseja demonstrar para os habitantes de outros estados que os seus conterrâneos têm uma forma genuína e própria de falar.
d)   O dialeto nordestino, os sotaques, as gírias, a maneira livre de se expressar é motivo de escárnio apenas para a região Sul do Brasil.
e)   As concordâncias verbal e nominal foram feitas de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

02 – Esta canção se encaixa em qual tipo textual?
      Tipo textual é narrativo, pois conta uma história e está situado em um tempo e espaço.

03 – Qual tipo de linguagem o personagem usou para se expressar, linguagem culta ou coloquial?
      Usou a linguagem coloquial.

04 – Esse jeito como a personagem falou na canção com o ouvinte / leitor é melhor para compreender?
      Sim. Porque dá maior fluidez na comunicação oral.

05 – Essa linguagem usada pelo eu lírico é considerada “correta” ou “errada”? Por quê?
      Segundo Marcos Bagno, não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que é considerado preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa) e colabora com a prática da exclusão social.

06 – O eu lírico conta algo que:
a)   Está acontecendo no presente.
b)   Aconteceu em um passado bem próximo.
c)   Aconteceu num passado distante.
d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

07 – De acordo com a letra da canção, onde acontece essa história? Comprove com um verso.
      “Lá no meu sertão pros caboclo lê...”



POEMA: O SONHO DOMADO - THIAGO DE MELLO - COM GABARITO

Poema: O SONHO DOMADO
              
             Thiago de Mello

Sei que é preciso sonhar.

Campo sem orvalho, seca
a fronte de quem não sonha.

Quem não sonha o azul do voo
perde o seu poder de pássaro.

A realidade da relva
cresce em sonho no sereno
para não ser relva apenas,
mas a relva que se sonha.

Não vinga o sonho da folha
se não crescer incrustado
no sonho que se fez árvore.

Sonhar, mas sem deixar nunca
que o sol do sonho te arraste
pelas campinas do vento.

É sonhar, mas cavalgando
o sonho e inventando o chão
para o sonho florescer.

Entendendo o poema:

01 – O que significa o sonho para o eu poético do texto?
      Significa sonho controlado, mas com os pés no chão.

02 – O que significa:
a)   Sonho domado?
Sonho controlado, criado, inventado.

b)   O sonho florescer?
Significa algo mágico, como uma nova vida.

03 – Qual a palavra no texto que está no mesmo campo de significado de “domado”?
      A palavra é incrustado – algo ou aquilo que está grudado, cravejado, encravado.

04 – Qual o tema do texto?
      O tema é o sonho. Aquele que a gente inventa, cria.

05 – Cite elementos da natureza encontrados no poema.
      Campo – orvalho – relva – sereno – folha – árvore – vento – sol – campinas.


HISTÓRIA EM QUADRINHOS - MORFEMA DES- - COM GABARITO



HISTÓRIA EM QUADRINHOS - MORFEMA  DES-
Níquel Náusea, de Fernando Gonsales. Folha de São Paulo, São Paulo, 26 jun. 2000.

Entendendo a tira:

01 – No primeiro quadrinho é apresentada uma situação cotidiana. Que situação é essa?
      Um encanador é chamado para desentupir o ralo em uma casa.

02 – Explique o que causa humor nessa tirinha.
      Ao tentar desentupir o ralo, dele sai um rato lutando com o desentupidor, confundindo-o com um alienígena.

03 – Qual é o radical da palavra desentupido?
      O radical é entup-.

04 – De acordo com a morfologia, como é classificado o morfema des-? Explique.
      É classificado como afixo e, como está antes do radical entup-, é denominado prefixo.

05 – Esse morfema altera o sentido da palavra? Explique.
      Sim, pois, com o prefixo des-, a palavra entupido passa a ter sentido contrário, isto é, de não estar mais entupido.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - CONJUNÇÃO QUE - POR QUE - COM GABARITO


HISTÓRIA EM QUADRINHOS - CONJUNÇÃO QUE - POR QUE


Níquel Náusea, de Fernando Gonsales. Folha de São Paulo, São Paulo, 15 nov. 2003.

Entendendo a tira:

01 – Nessa tirinha, há uma referência a qual espetáculo tradicional da Espanha?
      À tourada.

02 – No 2° quadrinho há uma quebra de expectativa. Por que isso ocorre?
      Porque se espera que a personagem dê um “olé” no touro, tal como é feito em touradas, no entanto, ela o cobre, protegendo-o do frio.

03 – Observe o uso da conjunção que na segunda fala e explique qual é a relação de sentido estabelecida por ela nessa oração. À qual palavra ela corresponde?
      Ela estabelece uma relação de sentido de causa e corresponde à conjunção por que.

FÁBULA: O ASTRÔNOMO - ESOPO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O Astrônomo
           
               ESOPO

        Um astrônomo tinha o costume de passear todas as noites, estudando os astros. Um dia em que vagava por fora da cidade, distraído na contemplação do céu, caiu sem querer num buraco. Ele reclamou um pouco e depois começou a gritar por socorro. Por sorte, um homem passou por ali e aproximou-se para saber o que tinha acontecido. Informado dos fatos, disse:
        -- Meu amigo! Você quer ver o que existe no céu e não vê o que existe na terra?
        Moral da história: “Tudo bem em olhar e conhecer ao nosso redor, mas antes, temos que saber onde estamos parados.”

                                                    Fabulas de ESOPO.
Entendendo a fábula:

01 – Quais são os personagens dessa fábula?
      O astrônomo e o homem.

02 – Em qual local se passa a história?
      Fora da cidade, em um buraco.

03 – Que costume tinha o astrônomo?
      De passear todas as noites estudando os astros.

04 – O que aconteceu com o astrônomo enquanto contemplava o céu?
      Caiu sem querer num buraco.

05 – Que respondeu o homem ao astrônomo quando pediu ajuda para sair do buraco?
      “-- Meu amigo! Você quer ver o que existe no céu e não vê o que existe na terra?”

06 – Explique com suas palavras a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Que outro moral você daria?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “É fácil deixar de ver o que está em sua volta”.

08 – Você seria capaz de lembrar de alguma situação da vida real, onde o contexto da fábula se aplicaria?
      Resposta pessoal do aluno.

CRÔNICA: APTIDÃO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: APTIDÃO
                Luís Fernando Veríssimo

        – Bom dia, Senhor Pacheco. Sente-se, por favor. Temos uma ótima notícia. Como o senhor deve saber, contratamos uma firma de psicomputocratas para fazer testes de aptidão nos dez mil empregados desta firma. Precisamos nos atualizar. Acompanhar os tempos.
        – Sim, senhor.
        – Os dez mil testes foram submetidos a um computador, e os resultados estão aqui. O senhor é o primeiro a ser chamado porque o computador nos forneceu os resultados em rigorosa ordem alfabética.
        – Mas o meu nome começa com P.
       – Hum, sim, deixa ver. Pacheco. Sim, sim. Deve ser por ordem alfabética do primeiro nome, então. Este computador é de última geração. Nunca erra. Como é seu primeiro nome?
        – Xisto.
      – Bom, isso não tem importância. Vamos adiante. Vejo aqui pela sua ficha que o senhor está conosco há vinte e oito anos. Sempre na seção de entorte de fresos. O senhor nunca falhou no serviço, nunca tirou férias e já recebeu várias vezes nosso prêmio de produção.
        – Sim, senhor.
    – O senhor começou na seção de entorte de fresos como faxineiro, depois passou a assistente de entortador, depois entortador, e hoje é o chefe de entorte. Me diga uma coisa, o senhor nunca se sentiu atraído para outra função, além do entorte de fresos? Nunca achou que entortar não era bem sua vocação?
        – Nunca, não senhor.
        – Pois veja só! O computador nos revela que a sua verdadeira vocação não é o entorte de fresos e sim o bistoque de tronas! O senhor é um bistocador de tronas nato, segundo o computador. Não é fantástico? E ainda tem gente que critica a tecnologia. O senhor era um homem deslocado no entorte de fresos e não sabia. Se não fosse o teste, nunca ficaria sabendo. Claro que essa situação vai ser corrigida. O senhor, a partir deste minuto, deixa de entortar.
        – Sim, senhor.
        – Só tem uma coisa, Senhor Pacheco. Nossa firma não trabalha com tronas. Pensando bem, ninguém trabalha com tronas, hoje em dia.
        – Olha, tanto faz. Eu estou perfeitamente satisfeito no entorte e faltam só vinte anos pra me aposentar ...
        – Então a firma gasta um dinheirão para descobrir a sua verdadeira vocação e o senhor quer jogá-la fora? Reconheço que o senhor tem sido um chefe de entorte perfeito. Aliás, o computador não descobriu ninguém com aptidão para o entorte. Vai ser um problema substituí-lo. Mas não podemos contestar a tecnologia. O senhor está despedido. Por favor, mande entrar o seguinte e passe bem.

Luís Fernando Veríssimo. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2003. Adaptado.

Entendendo a crônica:
01 – Assinale a alternativa em que a afirmação sobre o texto está corretamente associada ao trecho selecionado.
a)   O Senhor Pacheco ascendeu na empresa trabalhando no mesmo departamento: “Os dez mil testes foram submetidos a um computador, e os resultados estão aqui”.
b)   O computador organizou os dados alfabéticos de forma rápida e acurada: “Este computador é de última geração. Nunca erra”.
c)   O chefe não é pessoa criteriosa, pois considera o computador infalível: “Vai ser um problema substituí-lo. Mas não podemos contestar a tecnologia”.
d)   O Senhor Pacheco sempre omitiu o desejo de mudar para outra seção: “O senhor era um homem deslocado no entorte de fresos e não sabia”.
e)   O patrão não sabe aferir a dedicação do funcionário à empresa: “Reconheço que o senhor tem sido um chefe de entorte perfeito”.

02 – O leitor pode identificar as personagens porque, entre outros recursos, empregou-se o discurso:
a)   Direto, já que o narrador, embora interfira no enredo, permite que as personagens expressem-se com liberdade.
b)   Direto, pois as personagens interagem exteriorizando suas reações e pontos de vista diante dos acontecimentos.
c)   Indireto, pois o relato, feito pelo narrador, remete a eventos iniciados e concluídos, no passado, pelas personagens.
d)    Indireto, já que a presença do narrador é essencial à organização da sequência de ações que envolve as personagens.
e)   Indireto livre, visto que o chefe e o funcionário, embora hesitantes no início, terminam convictos de que a tecnologia é incontestável.

03 – Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre o trecho selecionado do texto.
a)   “Bom dia, Senhor Pacheco. Sente-se, por favor.” (1° parágrafo): usa-se o imperativo, pois esse modo verbal é característico da linguagem literária.
b)   “Mas o meu nome começa com P.” (4° parágrafo): a conjunção mas expressa ideia de conclusão.
c)   “Vejo aqui pela sua ficha que o senhor está conosco há vinte e oito anos.” (7° parágrafo): de acordo com a gramática normativa, a forma verbal pode ser substituída por fazem.
d)   “Me diga uma coisa, o senhor nunca se sentiu atraído para outra função...” (9° parágrafo): a colocação do pronome oblíquo me na oração é considerada marca de linguagem falada.
e)   “Então a firma gasta um dinheirão para descobrir a sua verdadeira vocação e o senhor quer jogá-la fora?” (Último parágrafo): de acordo com a gramática normativa, a expressão jogá-la pode ser substituída no texto por jogar-lhe.

04 – Considere o trecho a seguir:
        “Haviam ______ ao conhecimento do chefe os resultados dos testes de aptidão que os psicomputocratas ________-se a aplicar aos funcionários, visto que _________ à empresa manter-se atualizada. Os testes foram submetidos a um computador, e este forneceu resultados que ___________ informações sobre os funcionários.”
        De acordo com a gramática normativa, o trecho deve ser preenchido, respectivamente, por:
a)   Chegado – propuseram – convém – contêm.
b)   Chegado – propuseram – convêm – contém.
c)   Chegado – proporam – convêm – contêm.
d)   Chego – proporam – convém – contém.
e)   Chego – propuseram – convém – contém.