domingo, 2 de dezembro de 2018

CRÔNICA: O ESTRANHO PROCEDIMENTO DE DONA DOLORES - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: O estranho procedimento de dona Dolores
                        
              Luís Fernando Veríssimo

        Começou na mesa do almoço. A família estava comendo — pai, mãe, filho e filha — e de repente a mãe olhou para o lado, sorriu e disse:
        — Para a minha família, só serve o melhor. Por isso eu sirvo arroz Rizobon. Rende mais e é mais gostoso.
        O pai virou-se rapidamente na cadeira para ver com quem a mulher estava falando. Não havia ninguém.
        — O que é isso, Dolores?
        — Tá doida, mãe?
        Mas dona Dolores parecia não ouvir. Continuava sorrindo. Dali a pouco levantou-se da mesa e dirigiu-se para a cozinha. Pai e filhos se entreolharam.
        — Acho que a mamãe pirou de vez.
        — Brincadeira dela…
        A mãe voltou da cozinha carregando uma bandeja com cinco taças de gelatina.
        — Adivinhem o que tem de sobremesa?
        Ninguém respondeu. Estavam constrangidos por aquele tom jovial de dona Dolores, que nunca fora assim.
        — Acertaram! — exclamou dona Dolores, colocando a bandeja sobre a mesa. — Gelatina Quero Mais, uma festa em sua boca. Agora com os novos sabores framboesa e manga.
        O pai e os filhos começaram a comer a gelatina, um pouco assustados. Sentada à mesa, dona Dolores olhou de novo para o lado e disse:
        — Bote esta alegria na sua mesa todos os dias. Gelatina Quero Mais. Dá gosto comer!
        Mais tarde o marido de dona Dolores entrou na cozinha e a encontrou segurando uma lata de óleo à altura do rosto e falando para uma parede.
        — A saúde da minha família em primeiro lugar. Por isto, aqui em casa só uso o puro óleo Paladar.
        — Dolores…
        Sem olhar para o marido, dona Dolores o indicou com a cabeça.
        — Eles vão gostar.
        O marido achou melhor não dizer nada. Talvez fosse caso de chamar um médico. Abriu a geladeira, atrás de uma cerveja. Sentiu que dona Dolores se colocava atrás dele. Ela continuava falando para a parede.
        — Todos encontram tudo o que querem na nossa Gelatec Espacial, agora com prateleiras superdimensionadas, gavetas em Vidro-Glass e muito, mas muito mais espaço. Nova Gelatec Espacial, a cabe-tudo.
        — Pare com isso, Dolores.
        Mas dona Dolores não ouvia.
        Pai e filhos fizeram uma reunião secreta, aproveitando que dona Dolores estava na frente da casa, mostrando para uma plateia invisível as vantagens de uma nova tinta de paredes.
        — Ela está nervosa, é isso.
        — Claro. É uma fase. Passa logo.
        — É melhor nem chamar a atenção dela.
        — Isso. É nervos.
        Mas dona Dolores não parecia nervosa. Ao contrário, andava muito calma. Não parava de sorrir para o seu público imaginário. E não podia passar por um membro da família sem virar-se para o lado e fazer um comentário afetuoso:
        — Todos andam muito mais alegres desde que eu comecei a usar Limpol nos ralos.
        Ou:
        — Meu marido também passou a usar desodorante Silvester. E agora todos aqui em casa respiram aliviados.
        Apesar do seu ar ausente, dona Dolores não deixava de conversar com o marido e com os filhos.
        — Vocês sabiam que o laxante Vida Mansa agora tem dois ingredientes recém-desenvolvidos pela ciência que o tornam duas vezes mais eficiente?
        — O quê?
        — Sim, os fabricantes de Vida Mansa não descansam para que você possa descansar.
        — Dolores…
        Mas dona Dolores estava outra vez virada para o lado, e sorrindo:
        — Como esposa e mãe, eu sei que minha obrigação é manter a regularidade da família. Vida Mansa, uma mãozinha da ciência à Natureza. Experimente!
        Naquela noite o filho levou um susto. Estava escovando os dentes quando a mãe entrou de surpresa no banheiro, pegou a sua pasta de dentes e começou a falar para o espelho.
        — Ele tinha horror de escovar os dentes até que eu segui o conselho do dentista, que disse a palavra mágica: Zaz. Agora escovar os dentes é um prazer, não é, Jorginho?
        — Mãe, eu…
        — Diga você também a palavra mágica. Zaz! O único com HXO.
        O marido de dona Dolores acompanhava, apreensivo, da cama, o comportamento da mulher. Ela estava sentada na frente do toucador e falando para uma câmara que só ela via, enquanto passava creme no rosto.
        — Marcel de Paris não é apenas um creme hidratante. Ele devolve à sua pele o frescor que o tempo levou, e que parecia perdido para sempre. Recupere o tempo perdido com Marcel de Paris.
        Dona Dolores caminhou, languidamente, para a câmara, deixando cair seu robe de chambre no caminho. Enfiou-se entre os lençóis e beijou o marido na boca. Depois, apoiando-se num cotovelo, dirigiu-se outra vez para a câmara.
        — Ele não sabe, mas estes lençóis são da nova linha Passional da Santex. Bons lençóis para maus pensamentos. Passional da Santex. Agora, tudo pode acontecer…
                                                                                  Luís Fernando Veríssimo
Entendendo a crônica:
01 – O "problema" de dona Dolores se manifesta à mesa, quando a família está almoçando. Todos ficam chocados com os sorrisos, com o tom de voz de dona Dolores e com as frases ditas por ela.
a)   O que há de estranho no procedimento de dona Dolores?
Ela está pensando que é uma atriz e que está na frente de um câmera.

b)   A que tipo de linguagem se assemelham as frases de dona Dolores?
A linguagem publicitária.

c)   Que meios de comunicação veiculam mensagens desse tipo?
Televisão, revistas, jornais, rádio...

d)   Os sorrisos e o tom de voz apresentados nas falas de dona Dolores também são comuns nesse tipo de mensagem? Por quê? Que ideia pretendem veicular?
Sim, porque querem mostrar que aquele produto é muito bom, causa felicidade. Pretende vincular o produto as pessoas.

02 – Releia todas as falas de dona Dolores:
a)   Quais são os produtos que ela "anuncia" e a que membro da família cada um deles se destina?
O arroz Risobon, a gelatina Quero mais, o óleo Paladar se destina a família, ela fala que o marido começa a usar o desodorante Silvester, para o alívio de todos que seu filho começou a usar a pasta Zaz que o dentista dele recomendou.

b)   Desses produtos, quantos se destinam exclusivamente a ela mesma?
Dois produtos: O hidrante Macel Paris e o lençol Passional da Sandex.

c)   Pelo número de produtos destinados a ela própria, a que conclusão se chega: ela se preocupa mais consigo mesma ou com a família? Justifique.
Com a família, porque ela sempre fala que ela quer o bem estar da família dela.

03 – Segundo Nelly de Carvalho, especialista em linguagem publicitária, a mulher é vista pela publicidade como compradora. Veja o que a pesquisadora afirma:
"[a mulher] desempenha a função de protetora/provedora das necessidades da família e da casa, constituindo a própria imagem da domesticidade (de domus, 'casa'). Isso não significa, porém, arcar com o ôrtus material do lar, ou seja, pagar as despesas, mas com o trabalho de sair de casa, escolher e comprar, ela é a compradora oficial." (Publicidade — A linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 1996. p. 23-4.)

De acordo com o texto:
a)    Dona Dolores desempenha, socialmente, alguma atividade profissional?
Não, ela apenas fica em casa cuidando dos afazeres “domésticos”.

b)    Se mulheres como dona Dolores não arcam com o ônus material do lar, isto é, com as despesas, então por que muitas campanhas publicitárias têm as donas de casa como alvo?
Porque geralmente as mulheres que compram esses produtos para cuidar de sua casa.

c)    Retire do texto ao menos duas frases que comprovem que dona Dolores é a protetora/provedora de toda a família.
“— A saúde da minha família em primeiro lugar. Por isto, aqui em casa só uso o puro óleo Paladar.”
          “— Meu marido também passou a usar desodorante Silvester. E agora todos aqui em casa respiram aliviados.”

04 – A linguagem pode ser compreendida como expressão da identidade do ser humano, ou seja, ela é o meio que utilizamos para expressar o que somos. Com base nessa informação, responda:
a)   Levando-se em conta que dona Dolores é uma pessoa com pensamentos e desejos próprios, o que significa o fato de ela perder a própria linguagem e substituí-la pela linguagem publicitária?
Ver televisão demais que tem o domínio publicitário.

b)   Pode-se dizer que o texto critica a influência dos meios de comunicação sobre o comportamento das pessoas? Por quê?
Sim, pois não é normal uma pessoa começar a falar marcas de produtos do nada, mostra o quanto a publicidade pode influenciar os compradores.

05 – Observe as palavras destacadas nestas frases:
“- Bote esta alegria na sua mesa todos os dias."
“- Todos encontram tudo o que querem [...]"
“E agora todos aqui em casa respiram aliviados."
“[...] para que você possa descansar."
“Agora escovar os dentes é um prazer [...]"

a)   Segundo os anúncios publicitários, como passa a ser a vida quando consumimos os produtos anunciados?
Os compradores ficam tão “obcecados” por aqueles produtos, que começam a até “fazer comercial”. 

b)   Qual é, então, nos anúncios publicitários, a relação existente entre "felicidade familiar" e consumo?
Que os produtos são usados para a felicidade familiar.

06 – Como conclusão, indique qual ou quais das afirmativas a seguir resumem as ideias principais do texto:
a)   Dona Dolores é uma dona de casa feliz, pois consegue desempenhar bem seu papel de organiza­dora do lar.
b)   O humor do texto provém, em grande parte, da alteração de contextos. As frases ditas por dona Dolores passam a ser engraçadas porque estão fora de seu contexto habitual — o contexto publi­citário dos meios de comunicação.
c)   De forma bem-humorada, o autor faz uma crítica aos valores da sociedade de consumo, em especial à forma como a publicidade e os meios de comunicação criam falsas ilusões nas pessoas.
d)   O objetivo central do texto é fazer uma crítica ao papel de dona de casa desempenhado pela mulher, que acaba se anulando como pessoa em benefício da família.



FÁBULA: O CAVALO E O LEÃO - ESOPO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O Cavalo e o Leão
           Esopo


      Um Leão viu um Cavalo a pastar num outeiro, e pensando numa maneira de o matar para o comer, chegou-se com palavras de amigo, dizendo que era médico e se queria que o curasse.
  O Cavalo, que o conheceu e percebeu a sua intenção, disse com dissimulação:
        — Na verdade, amigo, vens em boa altura, que tenho nesta pata uma dor que muito me faz sofrer.
        O Leão aproximou-se para lhe ver a pata, e o Cavalo levantou-a e assentou-lhe um coice no queixo, que o deixou atordoado.
        Voltando a si, o Leão viu que o Cavalo já ia longe, e disse:
        — Por certo que fez bem em me ferir e ir-se embora, pois eu queria comê-lo e não curá-lo.
        Moral da história: Aos que querem roubar e enganar outros, professando ofícios que nunca aprenderam, muitas vezes lhes sucede ficarem escalavrados como este Leão, e nunca escapam das afrontas e injúrias graves, porque querem vender o que não sabem, o que tudo são maneiras de furtar.
                                                                  Fábula ESOPO
Entendendo a fábula:
01 – Quais são os personagens da fábula?
      O cavalo e o leão.

02 – O cavalo e o leão sendo animais, são personagens do texto porque:
a)   Antigamente os animais falavam.
b)   Na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   O texto fala sobre eles.

03 – O texto que você acabou de ler é:
a)   Um conto de fadas.
b)   Uma história em quadrinhos.
c)   Uma fábula, isto é, uma pequena história.

04 – Para que serve uma fábula?
a)   Divertimento.
b)   Informação.
c)   Ensinamento moral.

05 – Em que local se passa a história?
      Em um outeiro.

06 – Quantos parágrafos tem a fábula?
      Possui 07 parágrafos.

07 – O autor caracteriza o leão como um animal:
a)   Bondoso, amigo e fiel.
b)   Carnívoro, dissimulado e mentiroso.
c)   Flexível, tímido e muito animado.

08 – As respostas e argumentos que o cavalo apresentou ao leão:
a)   Eram intencional e dissimulada.
b)   Eram sem fundamentos.
c)   Eram respostas que o leão não conseguia entender.

09 – O autor quis sugerir no final da história, quando o cavalo deu o coice no leão, que:
a)   A força sempre vence a razão.
b)   A arte de agradar é a arte de enganar.
c)   Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.

10 – Explique, com suas palavras, a moral da história.
      Resposta pessoal do aluno.
     

DITADO DE FRASES - SÉRIES INICIAIS

Lista de frases para ditado


01 – Não moro no morro.
02 – Com um murro, o menino caiu do muro.
03 – O carro custou muito caro.
04 – Não forrou a cama? Não vai para fora.
05 – O correio está fechado para reforma.
06 – O arroz da tia Rute é muito ruim.
07 – Perdi minha borracha na rua.
08 – Estou aborrecido porque não ganhei uma guitarra de presente.
09 – Apostei uma corrida com o Renato e ele me empurrou.
10 – Esqueci o pão no forno e ele virou torrada.
11 – Quebrei o serrote do meu pai.
12 – A barraca da minha mãe é marrom.
13 – O ferro nas Casas Bahia está em promoção.
14 – A torre da Igreja é muito alta.
15 – O barril está cheio de gasolina.
16 – A menina foi assaltada e pediu socorro.
17 – Cinderela foi ao baile em uma carruagem.
18 – Romário ficou com dor de barriga.
19 – A gangorra está quebrada.
20 – O macarrão está arruinado.
         
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01 – Cecília foi cedo ao sítio.
02 – Fábio toma gemada.
03 – Maria correu e pegou a garrafa.
04 – Ela atirou o sapato na barata.
05 – O passarinho furou o pêssego.
06 – A casa é amarela.
07 – A moça amarrou uma fita na cabeça.
08 – O chapéu é do seu Chico.
09 – A galinha viu uma minhoca.
10 – O coelho comeu repolho e cenoura.
11 – O velhinho colocou a telha no telhado.
12 – No aquário há quatro peixinhos.
13 – O queijo é feito de leite.
14 – O asno está no pasto.
15 – Joana vai de vestido novo na escola.
16 – O sorveteiro está no parque.
17 – Joaquim subiu no muro.
18 – O alfinete machucou a criança.
19 – Os meninos saltam contentes.
20 – A bola é azul da cor do céu.

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01 – O homem saiu do hospital hoje.
02 – O avião caiu no chão.
03 – Um prato de trigo para um tigre.
04 – Trago a bola e a rede para o jogo.
05 – Dois colegas conversam na escola.
06 – Os guardas prendem os carros velhos.
07 – Fazemos as refeições em casa.
08 –Na minha juventude viajei bastante.
09 – A luz está acesa.
10 – A ligação da energia está concluída.
11 – Não largue a minha mão na feira.
12 – A tranquilidade era aparente.
13 – Todos dividem com todos o pão e a vida.
14 – Mônica estuda em escola pública.
15 – A comida é pouca e pouco nutritiva.
16 – Eu não aguento mais esse barulho.
17 – A vida moderna exige muita coisa de nós.
18 – Os comerciantes só pensam em vender.
19 – O futebol de campinho acontece em terreno baldio.
20 – Eu sai cedo do trabalho.

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01 – No Brasil se cultiva muita mandioca.
02 – O maior rio brasileiro é o Amazonas.
03 – Os pilotos gostam de competição.
04 – Aqui só uso papel reciclado.
05 – O pão é feito de farinha de trigo.
06 – O Brasil é o quinto país do mundo em extensão.
07 – Deus escreve certo por linhas tortas.
08 – Os pedreiros levantaram o muro.
09 – O governador inaugurou a escola.
10 – A moeda caiu no chão e foi rolando.
11 – O Uruguai é um país moderno.
12 – O passarinho tem um lindo canto.
13 – Valorizemos nossas belezas naturais.
14 – A guerra é desumana e cruel.
15 – Os ônibus continuam parados.
16 – A roupa já está enxuta.
17 – O tempo continua frio e chuvoso.
18 – O salto do tigre impressionou o público.
19 – As crianças brincam na pracinha.
20 – Os leões são animais carnívoros.

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01 – O girino é o peixinho dos sapo.
02 – Muita gente bate o carro quando está dirigindo bêbado.
03 – O camelô era um mau elemento.
04 – Quero receber as mercadorias em casa.
05 – O rapaz feriu-se na entrega da mercadoria.
06 – Colhemos frutas deliciosas no pomar.
07 – Mãos calosas semearão e colherão os frutos.
08 – O menino tina que descrever um dia na praia.
09 – A escada possui dezesseis degraus.
10 – Nenhum aluno conseguiu nota dez.
11 – Nossa classe fica no primeiro andar.
12 – O acidente aconteceu ontem.
13 – Essa moça não sabia que era inesquecível.
14 – O bom ciclista obedece a sinalização.
15 – O menino Cazuza ficou encantado quando entrou na escola.
16 – Não devemos incomodar os vizinhos.
17 – Cresci entre os campos belo de Mato Grosso.
18 – A língua falada é a identidade social.
19 – O adversário foi derrotado por nós.
20 – Preciso guardar minhas lembranças em uma gaveta.

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01 – O mecânico consertou o carro.
02 – Eu quero meus brinquedos de criança.
03 – Os policiais prendem os bandidos.
04 – A água do lago estava tão limpa que refletia a imagem do lobo.
05 – A lagartixa quis ser dinossauro.
06 – Angola é um país africano que foi colônia de Portugal.
07 – O analfabetismo no Brasil no ano de 2000 é de 13,6%.
08 – Maus motoristas atropelam pessoas nas ruas.
09 – O sol aponta atrás dos eucaliptos.
10 – Todos devem respeitar a natureza.
11 – Os contos populares tem sido recontados ao longo de nossa história.
12 – Alguém chama o bombeiro para apagar a chama.
13 – O filme A menina e o porquinho é uma comédia.
14 – O Cristo Redentor é eleito uma das sete maravilhas do mundo.
15 – Os anúncios publicitários podem ser vistos na televisão.
16 – Trabalho num asilo como voluntária.
17 – Durante séculos, os jornais foram escritos à mão.
18 – O homem precisa ter compromisso com o meio ambiente.
19 – Casas, prédios e arranha-céus, são construções de alvenaria.
20 – As crianças e os idosos tem leis que os protegem.
     
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01 – Na Europa, algumas famílias moram em castelos.
02 – O passarinho chamado João-de-Barro, constrói sua casinha encantadora.
03 – Uma casa são paredes, telhado, portas, janelas, fumaça de fogo aceso, cheirinho bom nas panelas.
04 – Com o desmatamento, os animais e a floresta estão indo embora.
05 – No hospital os médicos fazem uma cirurgia.
06 – Com o trabalho infantil, a infância desaparece.
07 – Os urubus podem desaparecer porque os venenos usados na agricultura são mortais para eles.
08 – Os pombos são considerados os atletas do céu.
09 – João e Maria é um conto de fadas.
10 – O sorvete foi criado na China há três mil anos.
11 – O chiclete moderno foi inventado em 1870.
12 – Os olhos do pássaro estavam cheios do seu próprio reflexo.
13 – Mas dentro dos espelhos todos querem ficar.
14 – Ela conversou com a plateia, que ficou de boca aberta.
15 – Ele remonta ao milenar teatro de sombras chinesas.
16 – Sou sério porque não sou mais criança.
17 – Mamãe, chamei o eletricista.
18 – Todas as providências foram tomadas por seu filho.
19 – Vovó, porque é que o cachorro tem quatro pernas?
20 – E se eu escrevo um romance?

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01 – Toda manhã Marcelo trata do canarinho belga.
02 – Milena não descarta a hipótese.
03 – Viajam juntas todo fim de semana.
04 – Caminhava por uma estrada escorregadia.
05 – Todos vieram apesar deste temporal.
06 – Estou aqui há muito tempo.
07 – Tinha uma mulher dormindo lá dentro.
08 – A maioria dos entrevistados tinha seis anos de idade.
09 – Até Pedro veio fantasiado.
10 – Vocês é que deviam organizar o espetáculo.
11 – Apenas três compareceram à reunião.

TEXTO: JUVENTUDE: A UTOPIA DA ONIPOTÊNCIA - FLÁVIO GIKOVATE - COM QUESTÕES GABARITADAS


Texto: Juventude: A utopia da onipotência
    
   Flávio Gikovate

        – Para derrotar o medo, alguns jovens acreditam ser imunes a qualquer perigo. Vestem a couraça da onipotência e põem em risco seu futuro e sua vida. Até que um dia descobrem porque não são “imortais”.
        A adolescência é uma fase extremamente difícil da vida. Talvez a mais difícil. Temos que nos comportar como adultos sem dispor de cacife para isso. Temos que ser fortes e independentes quando ainda nos sentimos inseguros e sem autonomia de voo. Temos que mostrar autoconfiança sexual, mesmo sendo totalmente inexperientes. Temos que formar um juízo a nosso respeito – se possível positivo –, mas nos falta a vivência para aprofundar o autoconhecimento. Enfim, temos que ser ousados e corajosos, embora a cada passo surja o medo para nos inibir.
        O que fazer? Frente a tantas incertezas, acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos a imitar nossos heróis, “travestindo-nos” de super-homens e de mulheres maravilha. Assim, encobrimos nossas dúvidas e inseguranças. Elas que sejam reprimidas e enviadas para o porão do inconsciente. Nós seremos os fortes e destemidos, para nós nada de errado ou ruim irá acontecer. Construímos uma imagem de perfeição, de criaturas especiais, particularmente abençoadas pelos deuses. Resultado: nos sentimos onipotentes e, a partir daí, não há coisa no mundo que possa nos aterrorizar, uma vez que estamos revestidos de proteções extraordinárias.
        Este “estado de graça” irá perdurar por um tempo variável. É um período bastante complicado para as pessoas que convivem com o jovem, pois ele sabe tudo, faz tudo melhor, acha todo o mundo “alienado” e “burro”. Só ele é competente e sábio. No entanto, para o próprio jovem, a frase parece muito positiva. Ele, finalmente, se sente bem, forte, seguro e não tem medo de experimentar situações novas. Pode montar o cavalo mais selvagem com a certeza absoluta de que não cairá em hipótese alguma. Mais tarde, quando não for mais tão ousado e confiante, se lembrará dessa época da vida como a mais feliz. Afinal de contas, a sensação de euforia é sempre inesquecível.
        Na verdade, ninguém teria nada contra a onipotência, se ela correspondesse à realidade. Porém, não é isso que os fatos nos ensinam. Sabemos que, entre os jovens, são exatamente os mais confiantes aqueles que se envolvem em todo tipo de acidentes graves, quando não fatais. São estes jovens que dirigem seus carros na estrada, durante a madrugada, com o “pé na tábua”. Não sentem medo porque “é óbvio que os pneus não irão estourar” e “é lógico que não irão adormecer ao volante”. São estes jovens que saem de uma festa e, alcoolizados, vão a toda a velocidade para a praia. Sua “imortalidade” só é desmentida por um acidente fatal. Aliás, para ser sincero, parece incrível que não ocorra um maior número de acidentes.
        Alguns jovens, onipotentes e filhos diletos dos deuses, andam de motocicleta sem capacete. Desafiam a chuva e o asfalto molhado, depois de usar tóxicos ou ingerir álcool. Fazem curvas superperigosas. Não se intimidam porque “para eles nada de mal irá acontecer”. E morrem ou ficam paralíticos, interrompendo vidas que poderiam ser ricas e fascinantes. Estes mesmos jovens utilizam drogas em doses elevadas, porque se julgam imunes aos riscos da overdose e suas graves consequências. Chegam a compartilhar seringas, ao injetar tóxicos na veia, pois “é claro que não terão AIDS”. E, pela mesma razão, continuam a ter relações sexuais com parceiros desconhecidos, sem sequer tomar o cuidado de usar camisinha.
        Aqueles que não morrem ou não ficam gravemente doentes, um dia acordam desse sonho em que flutuavam em “estado de graça”. Acordam porque lhes aconteceu algo: aquele acidente considerado impossível. Caíram do cavalo. Eles também são mortais! Então, tomam consciência de toda a insegurança e de toda a fragilidade que os levaram a construir a falsa armadura da onipotência. Ao se tornarem criaturas normais, sentem-se fracos. Antes era muito melhor. Sim, mas era tudo mentira. Agora, o mundo perdeu as cores vibrantes da fantasia. Vestiu os meios-tons da realidade. Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão. Terão de aprender a cair e se levantar. Terão de aprender a respeitar mais os cavalos! Terão de saber que todas as doenças, todos os acidentes, todas as faltas de sorte poderão persegui-los. E – o que é mais importante – terão de enfrentar com serenidade a plena consciência de que são vulneráveis. Este é um dos ingredientes da maturidade: ter serenidade na viagem da vida, mesmo sabendo que tudo pode nos acontecer.

                                                                             Flávio Gikovate
Entendendo o texto:

01 – O autor expõe as incertezas da adolescência e os métodos usados para enfrentar essa fase e atingir um “estado de graça”. No que constitui esse estado?

      Em um sentimento de onipotência, pois os adolescentes se acham revestidos de proteções extraordinárias.

02 – A onipotência da adolescência é real? Explique.

      Não é real, pois com o passar do tempo eles tomam consciência de sua fragilidade.

03 – O que o autor quer dizer sobre a adolescência com a frase: “Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão”?

      Eles não conseguiram dominar a euforia e perceberam não ser onipotentes e sim vulneráveis aos acontecimentos.

04 – Qual é um dos ingredientes da maturidade? Você concorda com o autor? Por quê?

      Levar a vida com serenidade. Resposta pessoal do aluno.

05 – Flávio Gikovate, médico psiquiatra, discute nesse texto um problema relacionado ao jovem adolescente. No 1° parágrafo, várias vezes é empregada a 1ª pessoa do plural, como em "Temos que nos comportar como adultos [...]". A quem o autor se refere, ao empregar a 1ª pessoa?

      O autor se refere aos adolescentes.

06 – Com o emprego repetido do verbo ter, o 1° parágrafo passa a impressão de que cada um de nós tem de apresentar uma série de comportamentos exigidos pela sociedade. Observe alguns deles, enumerados pelo autor:

• Comportar-se como adulto.

• Mostrar autoconfiança sexual.

• Ter ousadia e coragem.

• Ser forte e independente.

• Formar um juízo de si mesmo.

Por que esses comportamentos são exigidos socialmente?

      Esses comportamentos são exigidos socialmente porque todos já esperam que não nos comportamos mais como crianças, mas como os adultos.

07 – Releia este trecho:

        "Frente a tantas incertezas, acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos a imitar nossos heróis, 'travestindo-nos' de super-homens e de mulheres maravilha."

Com base no 2° e no 3° parágrafos, responda:

a)     Que relação o autor estabelece entre o sentimento de onipotência do jovem e os modelos culturais?

Se sentem bem, forte, seguro e não tem medo de experimentar situações novas.

b)     Como é, para os familiares, conviver com um jovem que vive em "estado de graça"? Por quê?

Complicado, pois os jovens acham que sabem tudo, fazem tudo melhor e acham todo mundo burro.

08 – No 4° parágrafo, o autor afirma que "ninguém teria nada contra a onipotência, se ela correspondesse à realidade". Com esse comentário, Gikovate quer dizer que a sensação de onipotência é positiva ou negativa? Explique por quê.

      A sensação de onipotência é negativa, pois os jovens mais confiantes são aqueles que se envolvem em graves acidentes ou fantasias.

09 – No 5° parágrafo, no trecho "Alguns jovens, onipotentes e filhos diletos dos deuses [...]", o autor faz uso da ironia — uma figura de linguagem que leva à inversão do sentido comum das palavras — ao empregar a expressão filhos diletos dos deuses. Que efeito de sentido essa ironia causa no texto?

      O sentido causado por essa ironia é de que eles são imortais, por isso filhos prediletos dos deuses.

10 – Observe e compare estes dois trechos:

        "Pode montar o cavalo mais selvagem com a certeza absoluta de que não cairá em hipótese alguma." (3° parágrafo)

        "Caíram do cavalo. Eles também são mortais! [...] Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão. Terão que aprender a cair e se levantar. Terão que aprender a respeitar mais os cavalos!" (Último parágrafo)

Em ambos os trechos, o autor usa a mesma imagem: a do cavalo e do cavaleiro.

a)   Em qual deles a imagem tem sentido denotativo e em qual tem sentido conotativo?

No último parágrafo ele é vulnerável (denotativo) e no 3° parágrafo ele é o melhor e domina tudo (conotativo).

b)   No trecho conotativo, além do sentido comum, que outros sentidos ganham:

• O cavalo selvagem?

Refere-se ao seus limites.

• A queda do cavalo?

Mostra que ele não respeitou seus limites e aconteceu o que ele achou que nunca aconteceria com ele.

• O respeito ao cavalo?

Fala que ele deve respeitar seus limites.

11 – No último parágrafo, o autor compara a vida a uma viagem, na qual um dia todos nós acordamos de em sonho e saímos do "estado de graça" em que nós achávamos.

a)    É fácil para o viajante abandonar o "estado de graça"? Por quê?

Não é fácil, porque quer dizer que eles perderam algo... a imunidade.

b)    De acordo com o texto, qual é o requisito fundamental para fazer a "viagem da vida" de modo tranquilo?

A serenidade.

12 – O texto foi publicado em Claudia, uma revista dirigida principalmente ao público formado por mulheres adultas.

Considerando o público a que se destina a revista, indique qual dos itens a seguir expressa a finalidade principal do texto:

a)   Orientar os pais sobre como envelhecer e como lidar com os filhos que chegam à maturidade.

b)   Explicar psicologicamente o que ocorre com o jovem adolescente na transição para a maturidade e orientar os pais sobre como lidar com os filhos nessa fase.

c)   Informar cientificamente o que ocorre com os jovens durante a transição para a maturidade e orientá-los sobre como aproveitar melhor os aspectos positivos dessa fase. 

d)   Instruir pais e filhos sobre como devem agir durante esse período em que os jovens se sentem onipotentes.

 


TEXTO: MUITO PRAZER - VALÉRIA PIASSA POLIZZI - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Muito prazer
         Valéria Piassa Polizzi


      Já devia ter começado a escrever há algum tempo mas, como escrever sobre a vida da gente não é nada fácil, vivo adiando. Ainda hoje me ligaram a Priscila e o Cristiano, e os dois me cobraram:
      -- Já começou a escrever o livro?
   Não. E já teria desistido se na semana passada não tivesse ido na Sylvia e, por coincidência ou sei lá o quê, ela tivesse dado a mesma ideia: escrever. Eu disse que já havia pensado naquilo, só que achava muita responsabilidade.
        -- Não escrever também é – ela respondeu. E isto não saiu da minha cabeça a semana inteira.
        Para começar, deixe me apresentar. Meu nome é Valéria, tenho 23 anos, altura média, magra, morena, cabelos pretos e lisos. Neta de italianos, filha de pais separados, pertencente à classe média alta. Como você pode ver, uma pessoa comum, ou pelo menos é assim que eu gostaria de ser vista. E tenho certeza de que assim todos me veriam, não fosse um pequeno detalhe: sou HIV positivo. Sabe o que isso significa? É isso aí, tenho o vírus da Aids. Assustou? Não me diga que teve vontade de largar este livro e ir correndo desinfetar as mãos, com medo de ser contaminado. Tudo bem, não precisa entrar em pânico, não é assim que se pega. Pode até ler de novo: A-I-D-S, Aids! Viu? Não aconteceu nada. Ainda que eu estivesse aí do seu lado, você pegasse na minha mão, me desse um beijo e um abraço e me dissesse “muito prazer”, eu responderia “o prazer foi todo meu”, e isso não lhe causaria dano algum.
      Podemos continuar? Então, continuemos. Você deve estar se perguntando agora como foi que isto aconteceu e aposto que deve estar pensando que eu sou promíscua, uso drogas e, se fosse homem, era gay. Lamento informar que não é nada disso e, mesmo que fosse, não viria ao caso. Mas acontece que eu era virgem, nunca tinha usado drogas e obviamente não sou gay. O que aconteceu então? É simples, transei sem camisinha.
                   POLIZZI, Valéria Piassa. Depois daquela viagem: diário de bordo de uma jovem que aprendeu a viver com Aids. 18. ed. Sâo Paulo: Ática, 2001. p. 7-8.
 Entendendo o texto:
01 – Antes da leitura, você levantou hipóteses sobre o possível conteúdo do texto. As suposições de você se confirmaram após a leitura? Explique. 
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Quem conta essa história? Como você sabe?
      A autora do texto está contando sua própria história; ela usa sempre a 1ª pessoa; já devia ter começado a escrever, vivo adiando, ainda hoje me ligaram, me cobraram, etc.

03 – Qual é o assunto do texto?
      Ela começa expressando a hesitação em escrever sua história, apresenta-se e diz o motivo que a levou a tomar a decisão de escrever o livro: ser HIV positivo.

04 – Releia este trecho:
        “Você deve estar se perguntando agora como foi que isto aconteceu e aposto que deve estar pensando que eu sou promíscua, uso drogas e, se fosse homem, era gay.”
a)   Em sua opinião, por que a autora já pressupõe o que o leitor deve estar pensando?
Devido ao preconceito existente na década de 1990, e ainda hoje, de que somente pessoas promíscuas (prostitutas, travestis, etc.) drogadas e homossexuais se contaminavam com o vírus da Aids.

b)   Você já conviveu ou conhece alguém que tenha convivido com um soropositivo para o vírus HIV? Fale com os colegas sobre esta experiência.
Resposta pessoal do aluno.

c)   Você sabe quais são as formas de contaminar-se com o vírus da Aids?
Resposta pessoal do aluno.

d)   O que leva uma pessoa a omitir que é portadora de determinas doenças?
Sugestões: não saber que é portador, ficar revoltado e querer passar para frente, vergonha de assumir a doença, etc.