quinta-feira, 5 de julho de 2018

CONTO: O TRAVESSEIRO DE PENA - HORACIO QUIROGA - COM GABARITO

Conto: O Travesseiro de Pena
                                              Horácio Quiroga

        Sua lua-de-mel foi um longo arrepio. Loura, angelical e tímida, o temperamento rude de seu marido enregelou seus sonhos infantis de noiva. Amava-o muito, entretanto, às vezes com um leve estremecimento quando, voltando à noite juntos pela rua, lançava um olhar furtivo à alta estatura de Jordán, silencioso já há uma hora. Ele, por sua vez, a amava profundamente, sem revelar seu amor.
        Durante três meses — casaram-se em abril — viveram uma felicidade toda especial.
        Ela sem dúvida desejaria menos rigidez naquele austero céu de amor, uma ternura mais atrevida e expansiva, mas o impassível semblante do marido sempre a continha.
        A casa em que viviam influía um pouco em seus tremores. A brancura do pátio silencioso — frisos, colunas e estátuas de mármore — produzia uma outonal impressão de palácio encantado. Dentro, o brilho glacial do gesso, sem o mais leve arranhão nas altas paredes, acentuava aquela sensação de frio desagradável. Ao passar de um cômodo a outro, os passos ecoavam por toda a casa, como se um longo abandono tivesse acentuado sua ressonância.
        Nesse espantoso ninho de amor, Alicia passou todo o outono. Entretanto, acabou por lançar um véu sobre seus antigos sonhos e vivia entorpecida na casa hostil, sem querer pensar em coisa alguma até que chegasse o marido.
        Não era estranho que emagrecesse. Contraiu uma leve gripe que se arrastou insidiosa por dias e dias; Alicia não se recuperava. Finalmente, uma tarde pôde ir ao jardim apoiada no braço do marido. Olhava indiferente de um lado para outro. De repente, com profunda ternura, Jordán passou-lhe a mão na cabeça, e Alicia imediatamente começou a soluçar, envolvendo-lhe o pescoço com os braços. Chorou longamente todo o seu medo silencioso, redobrando o pranto à menor tentativa de carícia. Então os soluços foram rareando e ela ficou ainda por algum tempo escondida em seu colo, sem se mexer ou falar.

        Foi esse o último dia que Alicia passou de pé. No dia seguinte amanheceu desfalecida. O médico de Jordán examinou-a com todo o cuidado, ordenando-lhe calma e descanso absolutos.
        -- Não sei — disse a Jordán na porta da casa, com a voz ainda baixa. _ Ela sofre de uma grande debilidade que não consigo explicar, e sem vômitos, nada... Se amanhã acordar como hoje, me chame imediatamente.
        No dia seguinte, Alicia continuava a piorar. Nova consulta. Constatou-se uma anemia de evolução agudíssima, completamente inexplicável. Alicia não sofreu outros desmaios, mas estava visivelmente a caminho da morte. Durante todo o dia o quarto esteve com as luzes acesas e em total silêncio. Passavam-se horas sem que se ouvisse qualquer ruído. Alicia dormitava. Jordán praticamente vivia na sala. Também com todas as luzes acesas. Andava sem parar de um extremo a outro, com incansável obstinação. O tapete abafava seus passos. De vez em quando, entrava no quarto e continuava seu mudo vaivém ao lado da cama. Olhando para a mulher sempre que caminhava na sua direção.
        Logo Alicia começou a ter alucinações, confusas e nebulosas no início, e que logo desceram ao nível do chão. A jovem, olhos esbugalhados, só fazia olhar para o tapete dos dois lados da cabeceira da cama. Uma noite, parou de repente com o olhar fixo. Imediatamente abriu a boca para gritar e suas narinas e lábios se cobriram de suor.
        -- Jordán! Jordán! — gritou, tensa de espanto, sem parar de olhar para o tapete.
        Jordán correu para o quarto e, ao vê-lo, Alícia deu um grito de horror.
        -- Sou eu, Alícia, sou eu!
        Alícia olhou-o aturdida, olhou para o tapete, olhou de novo para ele e, depois de um longo momento de perplexa comparação, acalmou-se. Sorriu e tomou entre as suas à mão do marido, acariciando-a tremendo.
        Entre suas alucinações mais frequentes havia um macaco, apoiado no tapete sobre os dedos, que mantinha os olhos fixos nela.
        Os médicos voltaram inutilmente. Ali estava, diante deles, uma vida que se acabava, definhando dia a dia, hora a hora, sem que se soubesse como.
        Na última consulta, Alicia jazia em estupor enquanto eles lhe tomavam o pulso, passando uns aos outros o punho inerte. Observaram-na por muito tempo em silêncio e se dirigiram à sala de jantar.
        -- Xi... — ergueu os ombros o médico, desanimado. É um caso sério... quase nada a fazer...
        -- Era só o que me faltava! — grunhiu Jordán. E tamborilou bruscamente sobre a mesa.
        Alicia foi se extinguindo em seu delírio de anemia, agravado à tarde, mas que sempre cedia nas primeiras horas. Durante o dia sua enfermidade não avançava, mas todas as manhãs amanhecia lívida, quase em síncope. Parecia que durante a noite se lhe esvaía a vida em novas ondas de sangue. Tinha sempre ao despertar a sensação de estar derrubada na cama com um milhão de quilos por cima. A partir do terceiro dia esse desmoronamento não mais a abandonou. Mal conseguia mover a cabeça. Não quis que tocassem na cama, nem que lhe arrumassem o travesseiro. Seus terrores crepusculares avançaram em forma de monstros que se arrastavam até a cama e subiam com dificuldade pela colcha.
        Logo perdeu a razão. Nos dois dias finais delirou sem parar, a meia voz. As luzes continuavam funebremente acesas no quarto e na sala. No silêncio agonizante da casa, nada se ouvia além do delírio monótono que saía da cama e do ruído abafado dos eternos passos de Jordán.
        Finalmente morreu. A criada, que entrou depois para desfazer a cama, já vazia, olhou surpresa para o travesseiro.
        -- Senhor! — chamou Jordán em voz baixa. – No travesseiro há manchas que parecem de sangue. 
        Jordán aproximou-se rapidamente e se inclinou por sua vez. De fato, sobre a fronha, em ambos os lados do buraco deixado pela cabeça de Alicia, viam-se manchinhas escuras.
        -- Parecem picadas — murmurou a criada depois de um instante de imóvel observação.
        -- Levante-o perto da luz — disse-lhe Jordán.
        A criada levantou-o, mas logo o deixou cair e ficou olhando para aquilo, lívida e tremendo. Sem saber por quê, Jordán sentiu que seus pelos se eriçavam.
        -- O que há? — murmurou com voz rouca.
        -- Está muito pesado — balbuciou a criada, sem parar de tremer. Jordán levantou-o; estava pesadíssimo. Saíram com ele e, sobre a mesa de jantar, Jordán cortou fronha e capa de um só golpe. As penas superiores voaram e a criada deu um grito de horror com a boca muito aberta, levando à cabeça as mãos crispadas: no fundo, entre as penas, movendo lentamente as patas peludas, havia um animal monstruoso, uma bola viva e viscosa. Estava tão inchado que mal se distinguia sua boca.
        Noite após noite, desde que Alicia caíra de cama, aplicara secretamente sua boca, sua tromba, melhor dizendo — às têmporas da moça, chupando-lhe o sangue. A picada era quase imperceptível. A remoção diária do travesseiro sem dúvida impedira seu crescimento, mas desde que a jovem deixou de se mover, a sucção foi vertiginosa. Em cinco dias, em cinco noites, esvaziara Alícia.
        Esses parasitas das aves, diminutos em seu habitat natural, chegam a adquirir, em determinadas condições, proporções enormes. O sangue humano lhes parece ser especialmente favorável, e não é raro encontrá-los em travesseiros de penas.

Retirado do livro “Os Melhores Contos de Medo, Horror e Morte”.
Editora Nova Fronteira. 2005. pg. 87, 88, 89 e 90.
Entendendo o conto:
01 – Explique o que você entende por:
a)   “Sua lua-de-mel foi um longo calafrio.”
O “jeito duro” do marido – muito quieto, não demonstra seu afeto – assustou a jovem.

b)   “[...] suas sonhadas criancices de noiva [...]”.
O sonho do casamento é o de viver momentos de expansão / demonstração de afeto, de paixão, pelo menos na lua-de-mel.

02 – Como você descreveria Jordán e Alícia? Retire dos três primeiros parágrafos do texto trechos que justifiquem sua resposta.
      Alícia: “Loura, angelical e tímida”.
      Jordán: Jeito duro, calado, não demonstra seus sentimentos: “Jordán, mudo fazia uma hora. Ele, por sua vez, a amava profundamente, sem demonstrar”; “impassível semblante”.

03 – Explique estas duas expressões:
a)   “A casa em que viviam influía muito em seus temores.”
b)   “Casa hostil.”
      As duas expressões indicam que a casa era muito “fria” em razão do branco intenso, presente não só no pátio como também dentro de casa, das altas paredes, do eco dos passos por toda a casa.

04 – Nesse trecho inicial do conto, aparecem palavras que nos remetem à sensação de frio. Quais são elas?
      Calafrio, gelou, tremor, glacial, frio.

05 – O que as palavras citadas na sua resposta à questão 4 revelam sobre o comportamento das personagens e o ambiente em que se passa a história?
      Seu “jeito duro” causa certa impressão de frieza; além disso, as reações de Alícia – calafrio, tremor, temores – indicam certo medo e desconforto da personagem em relação à personalidade do marido.

06 – Na sua opinião, o que significam as expressões:
a)   “Rígido céu de amor”?
b)   “Estranho ninho de amor”?
      Nos adjetivos rígido e estranho está concentrada uma carga emotiva que indica a dificuldade/estranheza da jovem em se adaptar a uma casa hostil e a um marido que não é carinhoso como ela esperava.

07 – Por quais etapas passou a doença de Alícia, desde os primeiros sintomas?
      Emagrece, sofre um ligeiro ataque de gripe, constata-se uma anemia agudíssima e inexplicável, tem alucinações, perde a consciência (o “conhecimento”) e morre.

08 – Quando sua doença começa a ser um mistério?
        Quando o médico constata a anemia e não sabe sua origem.

09 – Quais pistas as criaturas de suas alucinações dão a respeito da origem da doença?
      Primeiro Alícia menciona um antropoide, depois, são mencionados monstros; esses seres assustadores remetem ao “animal monstruoso” que sugava o sangue de Alícia.

10 – O conto: “O travesseiro de plumas” apresenta a seguinte organização, característica dos contos de mistério:
a)   Equilíbrio inicial: Apresentação da situação e das personagens;
Começa em “Sua lua-de-mel...” e termina em “... até que seu marido voltasse.”

b)   Conflito: Ação misteriosa que desequilibra a situação inicial;
De “Não estranhava...” até “... eternos passos de Jordán.”

c)   Clímax: Ponto máximo da evolução do conflito;
“Alícia, enfim morreu.”

d)   Desfecho: Solução do conflito.
De “A empregada, quando entrou para desfazer a cama [...]” até o final.

Localize no texto o início e o fim de cada parte acima e transcreva-os no caderno.
11 – Onde aparece pela primeira vez uma pista para a solução do mistério?
      No título. Afinal ele é dado pelo autor ao texto, é uma espécie de síntese de seu significado.

12 – No desfecho do conto, encontre estas informações sobre o mistério e transcreva-as no caderno:
a)   Pistas;
Manchas de sangue no travesseiro que pesava extraordinariamente.

b)   Resolução;
O animal monstruoso é encontrado dentro do travesseiro.

c)   Explicação.
O animal é um parasita das aves que se alimenta de sangue.

13 – Essa história é fictícia, porém, em determinado parágrafo, o narrador dá a entender que tal situação poderia acontecer na vida real. Procure esse parágrafo e explique por que a justificativa do narrador sobre o mistério parece aceitável na realidade.
      No último parágrafo. Porque dá a entender que o parasita da história de fato existe, o que a torna ainda mais assustadora.


HISTÓRIA: DANÇA COM A LUA - COM GABARITO

História: Dança com a lua

    Lisa e seus primos, David e Jonas, estão de férias na casa da tia Lúcia. Hoje à noite, eles decidem ir dormir sob as estrelas. Eles levam cobertores, lanternas e se acomodam em um campo próximo à fazenda. O rebanho de quatro vacas da tia Lúcia rumina, calmamente, no pasto ao lado. É noite de lua cheia. Tio Pedro disse às crianças que, quando é lua cheia, os duendes se reúnem em uma clareira. Nem Lisa nem seus primos acreditam nessas histórias de fadas e duendes, e decidem ir assim mesmo. Eles se aproximam por entre as árvores, e o que eles veem lá no meio? Formas estranhas se movem em silêncio na penumbra da noite. O que é isso? De repente, uma nuvem esconde a lua e os nossos amigos logo se veem na escuridão completa. Brrr…
        Eles não estão muito tranquilos. E se realmente existem duendes? Talvez seja melhor voltar para casa! Naquela hora, a lua reaparece e traz de volta a luz. As crianças enxergam melhor o que está acontecendo. E o que acontece é que eles dão uma boa risada: um monte de coelhos corre pelo chão. Coelhos? Sério? Lisa e seus primos não estão totalmente convencidos, mas preferem acreditar que sim. Amanhã de manhã, vão jurar que viram duendes dançando sob a lua.
MURAT, D’Annie. “365 histórias – uma para cada dia do ano!”.
Tradução de Martim G. Wollstein. Blumenau: Blueditora, 2010. p. 87.

Entendendo a história: 
01 – Quem narra a história acima?
a) a Lisa
b) a tia Lúcia
c) o tio Pedro
d) o narrador-observador

02 – Predomina no texto:
a) a descrição da casa da tia Lúcia.
b) a narração dos acontecimentos nas férias de Lisa e seus primos.
c) a exposição das opiniões dos personagens sobre os acontecimentos vivenciados.
d) a descrição do campo próximo à fazenda.

03 – Assinale a passagem que apresenta o fato que motivou a história:
a) “Lisa e seus primos, David e Jonas, estão de férias na casa da tia Lúcia.”
b) “[...] eles decidem ir dormir sob as estrelas.”
c) “O rebanho de quatro vacas da tia Lúcia rumina [...]”
d) “É noite de lua cheia.”

04 – O clímax da história ocorre quando:
a) “Tio Pedro disse às crianças que, quando é lua cheia, os duendes se reúnem em uma clareira.”
b) “Eles se aproximam por entre as árvores [...]”
c) “Formas estranhas se movem em silêncio na penumbra da noite.”
d) “[...] uma nuvem esconde a lua e os nossos amigos logo se veem na escuridão [...]”

05 – A situação problemática, em que Lisa e seus primos se encontram, começa a ser resolvida quando:
a) eles decidem voltar para casa.
b) a lua reaparece, iluminando o local.
c) eles começam a rir.
d) as crianças veem um monte de coelhos, correndo pelo chão.

06 – No trecho “Eles não estão muito tranquilos.”, o termo em destaque refere-se:
a) à Lisa e os seus primos.
b) aos coelhos.
c) aos duendes.
d) à Lisa e os seus tios.

07 – Na parte “Lisa e seus primos não estão totalmente convencidos, mas preferem acreditar que sim.”, o termo “mas” indica:
a) a comparação entre dois fatos.
b) a explicação de um fato.
c) a oposição entre dois fatos.
d) a conclusão de um fato.

08 – O texto foi escrito por meio de uma linguagem:
a) culta
b) coloquial
c) regional
d) técnica.






CONTO: O EDIFÍCIO - MURILO RUBIÃO - COM GABARITO

Conto: O EDIFÍCIO
         Murilo Rubião

        Chegará o dia em que os teus pardieiros se transformarão em edifícios; naquele dia ficarás fora da lei. (Miquéias, VII, 11).

        "Mais de cem anos foram necessários para se terminar as fundações do edifício que, segundo o manifesto de incorporação, teria ilimitado número de andares. As especificações técnicas, cálculos e plantas, eram perfeitas, não obstante o ceticismo com que o catedrático da Faculdade de Engenharia encarava o assunto. Obrigado a se manifestar sobre a matéria, por alunos insatisfeitos com o tom reticencioso do mestre, resvalava para a malícia afirmando tratar-se de "vagas experiências de outra escola de concretagem". Batida a última estaca e concluídos os alicerces, o Conselho Superior da Fundação, a que incumbia a direção geral do empreendimento, dispensou os técnicos e operários, para, em seguida, recrutar nova equipe de profissionais e artífices.

        A LENDA

        Ao engenheiro responsável, recém-contratado, nada falaram das finalidades do prédio. Finalidades, aliás, que pouco interessavam a João Gaspar, orgulhoso como se encontrava de, no início da carreira, dirigir a construção do maior arranha-céu de que se tinha notícia. Ouviu atentamente as instruções dos conselheiros, cujas barbas brancas, terminadas em ponta, lhes emprestavam aspecto de severa pertinácia. Davam-lhe ampla liberdade, condicionando-a apenas a duas ou três normas, que deveriam ser corretamente observadas. A sua missão não seria somente exercer funções de natureza técnica. Envolvia toda a complexidade de um organismo singular. Os menores detalhes do funcionamento da empresa construtora estariam a seu cargo, cabendo-lhe proporcionar salários compensadores e constante assistência ao operariado. Competia-lhe, ainda, evitar quaisquer motivos de desarmonia entre os empregados. Essa diretriz, conforme lhe acentuaram, destinava-se a cumprir importante determinação dos falecidos idealizadores do projeto e anular a lenda corrente de que sobreviveria irremovível confusão no meio dos obreiros ao se atingir o octingentésimo andar do edifício e, consequentemente, o malogro definitivo do empreendimento. No decorrer das minuciosas explicações dos dirigentes da Fundação, o jovem engenheiro conservou-se tranquilo, demonstrando absoluta confiança em si, e nenhum receio quanto ao êxito das obras. Houve, todavia, uma hora em que se perturbou ligeiramente, gaguejando uma frase ambígua. Já terminara a entrevista e ele recolhia os papéis espalhados pela mesa, quando um dos velhos o advertiu:
        — Nesta construção não há lugar para os pretensiosos. Não pense em terminá-la, João Gaspar. Você morrerá bem antes disso. Nós que aqui estamos constituímos o terceiro Conselho da entidade e, como os anteriores, jamais alimentamos a vaidade de sermos o último.

        A  ADVERTÊNCIA

        A mesma orientação que recebera dos seus superiores, o engenheiro a transmitiu aos subordinados imediatos. Nem sequer omitiu a advertência que o encabulara. E vendo que suas palavras tinham impressionado bem mais a seus ouvintes do que a ele as do ancião, sentiu-se plenamente satisfeito.

        A COMISSÃO 

        João Gaspar era meticuloso e detestava improvisações. Antes de encher-se a primeira forma de concreto, instituiu uma comissão de controle para fiscalizar o pessoal, organizar tabelas de salários e elaborar um boletim destinado a registrar as ocorrências do dia. Essa medida valeu maior rendimento de trabalho e evitou, por diversas vezes, dissensões entre os assalariados. A fim de estimular a camaradagem entre os que lidavam na construção, desenvolviam-se aos domingos alegres programas sociais. Devido a esse e outros fatores, tudo corria tranquilamente, encaminhando-se a obra para as etapas previstas. De cinquenta em cinquenta andares, João Gaspar oferecia uma festa aos empregados. Fazia um discurso. Envelhecia.

        O BAILE

        Inquietante expectativa marcou a aproximação do 800° pavimento. Redobraram-se os cuidados, triplicou-se o número de membros da Comissão de Controle, cuja atividade se tornara incessante, superando dificuldades, aplainando divergências. Deliberadamente, adiou-se o baile que se realizava ao termo de cada cinquenta pisos concluídos. Afinal, dissiparam-se as preocupações. Haviam chegado sem embaraços ao octingentésimo andar. O acontecimento foi comemorado com uma festa maior que as precedentes. Pela madrugada, porém, o álcool ingerido em demasia e um incidente de pequena importância provocaram um conflito de incrível violência. Homens e mulheres, indiscriminadamente, se atracaram com ferocidade, transformando o salão num amontoado de destroços. Enquanto cadeiras e garrafas cortavam o ar, o engenheiro, aflito, lutava para acalmar os ânimos. Não conseguiu. Um objeto pesado atingiu-o na cabeça, pondo fim a seus esforços conciliatórios. Quando voltou a si, o corpo ensanguentado e dolorido pelas pancadas e pontapés que recebera após a queda, sentiu-se vítima de terrível cilada. De modo inesperado, cumprira-se a antiga predição.

        O EQUÍVOCO

        Depois do incidente, João Gaspar trancou-se em casa, recusando-se a receber os seus mais íntimos colaboradores, para não ouvir deles palavras de consolo. Já que se fazia impossível continuar as obras, desejava, ao menos, descobrir o erro em que incorrera. Acreditava ter obedecido fielmente às instruções do Conselho. Se fracassara, a culpa deveria ser atribuída à omissão de algum detalhe desconhecido da profecia. A insistência dos auxiliares venceu sua teimosia e concordou em atendê-los. Queriam saber por que desanimara, não mais comparecera ao edifício. Ficara ressentido pela briga?
        — Que adiantaria a minha presença? Não lhes satisfez a minha humilhação?
        — Como? — indagaram.
        — Aquilo fora uma simples bebedeira.
        — Estavam todos envergonhados com o que acontecera e lhe pediam desculpas.
        — E ninguém abandonou o trabalho? Ante a resposta negativa, ele se abraçou aos companheiros:
        — Daqui para frente nenhum obstáculo interromperá nossos planos! (Os olhos permaneciam umedecidos, mas os lábios ostentavam um sorriso de altivez.)

        O RELATÓRIO

        Em ambiente calmo, todos se empenhando nas suas tarefas, mais noventa e seis andares foram acrescidos ao prédio. As coisas seguiam perfeitas, a média de trabalho dos assalariados era excelente. Empolgado por um delirante contentamento, o engenheiro distribuía gratificações, desfazia-se em gentilezas com o pessoal, vagava pelas escadas, debruçava-se nas janelas, dava pulos, enrolava nas mãos as barbas embranquecidas. Para prolongar o sabor do triunfo, que o cansaço começava solapar, ocorreu-lhe redigir um circunstanciado relatório aos diretores da Fundação, contando os pormenores da vitória. Demonstraria também a impossibilidade de surgir, no futuro, outras profecias que pudessem embaraçar o prosseguimento das obras. Ultimado o memorial, ele se dirigiu à sede do Conselho, lugar em que estivera poucas vezes e em época bem remota. Em vez dos cumprimentos que julgava merecer, uma surpresa o aguardava: haviam morrido os últimos conselheiros e, de acordo com as normas estabelecidas após a desmoralização da lenda, não se preencheram as vagas abertas. Ainda duvidando do que ouvira, o engenheiro indagou ao arquivista — único auxiliar remanescente do enorme corpo de funcionários da entidade — se lhe tinham deixado recomendações especiais para a continuação do prédio. De nada sabia, nem mesmo por que estava ali, sem patrões e serviços a executar. Ansiosos por descobrir documentos que os orientassem, atiraram-se à faina de revolver armários e arquivos. Nada conseguiram. Só encontraram especificações técnicas e uma frase que, amiúde, aparecia à margem de livros, relatórios e plantas: "É preciso evitar-se a confusão. Ela virá ao cabo do octingentésimo pavimento".

        A DÚVIDA

        Esvaíra-se a euforia de João Gaspar. Vago e melancólico, retornou ao edifício. Da última laje, as mãos apoiadas na cintura, teve um momento de mesquinha grandeza, julgando-se senhor absoluto do monumento que estava a seus pés. Quem mais poderia ser, desde que o Conselho se extinguira?! Fugaz foi o seu desmedido orgulho. Ao regressar a casa, onde sempre faltara a diligência de uns dedos femininos, as dúvidas o perseguiam. Por que legavam a um mero profissional tamanho encargo? Quais os objetivos dos que tinham idealizado tão absurdo arranha-céu? As perguntas iam e vinham, enquanto o edifício se elevava e menores se faziam as probabilidades de se tornar claro o que nascera misterioso. Sorrateiro, o desânimo substituiu nele o primitivo entusiasmo pela obra. Queixava-se aos amigos do tédio que lhe provocava o infindável movimento de argamassa, pedra britada, fôrmas de madeira, além da angústia que sentia, vendo o monótono subir e descer de elevadores. Quando a ansiedade ameaçou levá-lo ao colapso, convocou os trabalhadores para uma reunião. Explicou-lhes, com enfática riqueza de detalhes, que a dissolução do Conselho obrigava-o a paralisar a construção do edifício.
        — Falta-nos, agora, um plano diretor. Sem este não vejo razões para se construir um prédio interminável — concluiu.
        Os operários ouviram tudo com respeitoso silêncio e, em nome deles, respondeu firme e duro um especialista em concretagem:
        — Acatamos o senhor como chefe, mas as ordens que recebemos partiram de autoridades superiores e não foram revogadas.

        O DESESPERO

        João Gaspar, inutilmente, apelaria para a compreensão dos servidores. Usava recursos convincentes, numa linguagem branda, porque seus propósitos eram pacíficos. Igualmente corteses, os empregados repeliam a ideia de abandonar o trabalho. — Ouçam-me — pedia ele, impaciente com a obstinação dos subordinados. — É inexequível um monstro de ilimitados pavimentos!
Murilo Rubião
Entendendo o conto:

01 – Com base na leitura e análise do conto “O Edifício”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) O Edifício havia sido planejado para 800 andares, mas os operários, por conta própria, continuaram a erguê-lo indefinidamente.
b)   (V) Só para concluir as fundações do edifício, demoraram mais de cem anos.
c)   (V) Havia a lenda de que adviria completa confusão entre os obreiros ao se atingir o octingentésimo andar do edifício e, em função disso, o malogro definitivo de empreendimento.
d)   (F) O conto é narrado na primeira pessoa; o narrador é João Gaspar.
e)   (V) De cinquenta em cinquenta andares, João Gaspar oferecia uma festa aos empregados. Fazia um discurso. Envelhecia.

02 – Com base na leitura e análise do conto “O Edifício”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) A predição de que, ao atingir o octingentésimo andar, a construção do edifício paralisar-se-ia cumpriu-se.
b)   (V) Na festa comemorativa do octingentésimo andar, houve briga incontrolável entre os obreiros do edifício.
c)   (F) Depois da morte dos conselheiros, a construção do edifício foi paralisado.
d)   (F) João Gaspar trabalhou na construção do edifício desde as fundações.
e)   (V) João Gaspar envelheceu enquanto erguia os andares do edifício.

03 – Com base na leitura e análise do conto “O Edifício”, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (V) Mesmo demitindo todo o pessoal, a construção do edifício não foi interrompida.
b)   (F) O conto termina com o desabamento do edifício.
c)   (F) O conto termina com a morte de João Gaspar.
d)   (V) A construção do edifício contaminou até operários das cidades vizinhas.
e)   (V) Mesmo sem remuneração pelos serviços prestados, os operários continuaram a erguer o estranho edifício.

04 – Antes de assumir a construção do edifício, João Gaspar:
a)   (   ) Tinha esposa e filhos.
b)   (   ) Estivera algum tempo em um manicômio.
c)   (   ) Já era um construtor experiente.
d)   (X) Não empreendera nenhuma obra tão grande e tão complexa.

POESIA PARA SÉRIES INICIAIS: ANÍMICO - ADÉLIA PRADO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Poesia: Anímico

        Nasceu no meu jardim um pé de mato
        Que dá flor amarela.
        Toda manhã vou lá pra escutar a zoeira
        Da insetaria na festa.
        Tem zoando de todo jeito:
        Tem do grosso, do fino, de aprendiz e de mestre.
        É pata, é asa, é boca, é bico.
        É grão de poeira e pólen na fogueira do sol.
        Parece que a arvorinha conversa.

                                Adélia Prado. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano.

Entendendo a poesia:
01 – O que é anímico?
      Psíquico, relativo à alma, espiritual.

02 – O que significa “na fogueira do sol”?
      No calor do sol, na luz forte do sol.

03 – Que palavra está usada em sentido figurado? Na frase abaixo.
        “Parece que a arvorinha conversa.”
      Conversa (fala).

04 – Por que a palavra anímico tem acento? Escreva outras palavras acentuadas de acordo com a mesma regra.
      Toda proparoxítona é acentuada. (Árvore, pássaro, insetívoro, rápido).

05 – A autora escreveu “arvorinha”. De que outra forma podemos escrever esse diminutivo?
      Arvorezinha.

06 – Dê as outras formas de diminutivo de:
·        Colherinha: colherzinha.
·        Amorinho: amorzinho.
·        Florinha: florzinha.

07 – “Insetaria” é derivado de inseto. Escreva derivados de:
·        Nascer: nascimento.
·        Jardim: jardinagem.
·        Aprendiz: aprendizagem.
·        Pólen: polinizar.
·        Sol: ensolarado.



ARTIGO DE OPINIÃO: POR QUE OS ADOLESCENTES SE DROGAM? IÇAMI TIBA - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: Por que os adolescentes se drogam?
                                Içami Tiba


        Hoje todo mundo sabe, pelos professores e pelas campanhas antidrogas, que as drogas fazem mal. Daí a dificuldade de se entender porque os adolescentes se drogam. Nem eles mesmos devem saber o motivo.
        Talvez, por se sentir mais independente - já está fisicamente crescido - e por sentir-se psicologicamente mais preparado para a vida, o adolescente queira provar que já cresceu, que tem sua própria opinião. Querendo então provar sua segurança pode experimentar drogas, sem perceber que está fazendo exatamente o contrário de tudo o que ouviu sobre drogas.
        Além disso, a curiosidade pode também levar um jovem a se drogar, pois a adolescência é a época das descobertas, e o adolescente quer conhecer tudo. É preciso entretanto, saber diferenciar a boa curiosidade da curiosidade nociva, e querer conhecer o mundo das drogas, é, de fato uma curiosidade ruim, já que sabemos efetivamente que as drogas fazem mal à saúde, alteram o pensamento e mudam o comportamento das pessoas.
        Outro fator que pode induzir um jovem a se drogar é a incapacidade de enfrentar problemas. Principalmente aqueles que sempre tiveram tudo e nunca passaram por frustrações e tristeza mais sérias. Muitos desses adolescentes, quando surgem os problemas, acabam recorrendo às drogas, achando que assim os afastarão ou terminarão com eles. Na verdade, só se afastam, porque nenhuma drogas resolve nada. Ao contrário, quando passa o seu efeito, o conflito ainda existe e acrescido de mais um: o próprio envolvimento com a droga.
        A onipotência juvenil (mania de Deus do adolescente) também pode motivar um jovem a se drogar. Acreditando que nada de ruim vai lhe acontecer, ele abusa de tudo: velocidade, sexo, drogas, etc. Mas é justamente esse excesso de confiança em si mesmo que acarreta acidentes automobilísticos, gravidez indesejada, o vício nas drogas.
        É comum ainda o jovem usar drogas para ser aceito pelo grupo que as usa. Outros querendo mudar suas maneiras de ser, recorrem às drogas, pois eles mesmos não se aceitam e acreditam ser esse o caminho para mudarem. Enganam-se. Assim como se enganam aqueles que acham que as drogas acabarão com a solidão, ou que preencherão o tempo quando não houver nada que fazer.

        A PESSOA SE SENTE LIVRE QUANDO USA DROGAS?

        Quem experimenta drogas sabendo que faz mal à saúde é porque não se sente livre. Quem é livre não precisa experimentar drogas. A liberdade que se consegue através das drogas é um estado químico, e não uma alegria natural.
        Fazer o que quer ou fazer o que nunca fez sob os efeitos das drogas está muito longe de ser um comportamento pessoal, pois elas alteram os níveis de consciência e distorcem a crítica da adequação. Quando voltam ao estado psíquico natural, são comuns a vergonha e o arrependimento sobre o que fizeram enquanto drogados.
        Gargalhar sob o estímulo de drogas pode significar em choro da própria alma e o sofrimento de todas as pessoas que o amam. A droga isola o usuário, não permitindo a aproximação de outras pessoas, dando-lhe uma vivência isolada que não pode ser compartilhada por ninguém. Portanto, a gargalhada esconde a angustiante solidão.
        A verdadeira liberdade é entregar-se para crescer, é frustrar-se sem se perder, é divertir-se sendo o que é, fazendo o que realmente quiser, quando e como bem lhe aprouver. A droga submete a pessoa à obrigatoriedade (e não à liberdade) de usá-la. A liberdade permite aprender, com as experiências alheias, a não fazer do seu corpo um laboratório de química das drogas, nem repetir o que já está comprovado que não faz bem.

        POR QUE OS DROGADOS SÃO DISCRIMINADOS PELA SOCIEDADE?

        As pessoas não gostam de conviver com drogados, pois, como eles não se encontram em seu estado normal, não acompanham um diálogo, comportam-se inadequada e inconvenientemente e, às vezes, até de modo perigoso. Se é uma ou outra vez que se drogam, podemos até aguentar, mas se é a toda hora, não há “santo” que aguente. Além disso, o critério de valores de um drogado passa a ser bem diferente do nosso. Caso não tenha dinheiro para comprar a droga, ele não se incomodará em roubar, seja da própria família, seja de amigos. As mulheres podem se prostituir quando pressionadas por essas situações.
        As conversas, as atitudes, os interesses dos drogados também não interessam àqueles que querem viver saudavelmente. Além disso, como são pouco motivados a trabalhar (ou estudar) porque já não têm mais a mesma capacidade, num ambiente de trabalho (ou estudo) só atrapalham. Os drogados têm, ainda, dificuldade de enfrentar as frustações decorrentes das atividades do dia-a-dia, reagindo a elas de modo agressivo ou impulsivo, o que os torna inadequados ao ambiente familiar, profissional ou social.
        As pessoas que trabalham com drogas (traficantes) são obviamente discriminadas por serem marginais, já que o tráfico de drogas é, pela lei brasileira, um crime hediondo e inafiançável (Lei Antitóxico n° 6368 de 21/10/76). E, como os drogados são obrigados a adquirir drogas nesse mundo da ilegalidade, onde estão os traficantes, mais um motivo para as pessoas se afastarem deles.
                                                  Içami Tiba. 123 respostas sobre as drogas.
                                                                         2ª ed. São Paulo: Scipione, 1995.
Entendendo o texto:
01 – Encontre no primeiro parágrafo palavras que sejam sinônimos destas expressões:
·        Contra as drogas: antidrogas.
·        Jovens entre doze e vinte anos: adolescentes.
·        Razão: motivo.

02 – Rescreva a frase abaixo trocando as palavras:
“Outro fator que pode induzir um jovem a se drogar é a incapacidade de enfrentar problemas.”
      Outro motivo que pode levar um adolescente a usar drogas provém de sua falta de vontade de encarar situações difíceis.

03 – Nesse texto sobre drogas predomina:
(X) A linguagem denotativa, isto é, aquela em que as palavras são usadas num sentido literal, usual, comum.
(   ) A linguagem conotativa, em que as palavras tem um sentido figurado.

04 – Explique o sentido do termo discriminar ou discriminação por meio de um exemplo.
      Pode ser discriminação racial, de idade, de sexo, etc.

05 – Escreva o antônimo, empregando o prefixo in, i ou ir.
·        Capacidade: incapacidade.
·        Adequado: inadequado.
·        Real: irreal.
·        Legal: ilegal.

06 – Cite 06 motivos pelos quais os jovens se drogam.
·        Para provar que eles têm opinião própria e que são independentes.
·        Por curiosidade.
·        Por se sentirem incapazes de enfrentar os problemas da vida.
·        Por se sentirem poderosos e por julgarem que nada de ruim vai lhes acontecer.
·        Para serem aceitos pelo grupo que usa drogas.
·        Para combater a solidão e mudar o seu jeito de ser.

07 – Por que as drogas fazem mal às pessoas?
      Porque aceleram a química natural do organismo, bem como o pensamento e o comportamento normal das pessoas.

08 – O que acontece na vida de um jovem que se droga toda vez que encontra um problema sério?
      Passado o efeito da droga, o problema continua existindo, acrescido de mais um: o envolvimento com a droga.

09 – Qual a origem do excesso de confiança que muitos jovens têm em si mesmos?
      Por se julgarem muito poderosos e com a certeza de que nada de ruim vai lhes acontecer, cometem toda sorte de excessos: abusam de bebidas, velocidade, sexo, drogas, etc.

10 – No seu entender, as drogas conseguem tirar alguém da solidão?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Será que as drogas realmente libertam as pessoas?
      As pessoas que se drogam têm a sensação de estarem livres dos problemas que as afligem; porém, essa sensação de liberdade não é senão um estado químico provocado pelas drogas, e não uma liberdade e uma alegria naturais.

12 – O que acontece com as pessoas quando passa o efeito das drogas?
      Muitas delas sentem vergonha do que fizeram enquanto estavam drogadas. Geralmente os problemas voltam a lhes perturbar, e a vontade de se drogar continua.

13 – Comente:
a)   “A verdadeira liberdade é entregar-se para crescer, é frustrar-se sem se perder.”
Quanto mais uma pessoa se desenvolve humana, espiritual e economicamente, mais livre ela é; continua sendo livre, mesmo derrotada, porém sem perder de vista os objetivos que tinha inicialmente.

b)   “A droga submete a pessoa à obrigatoriedade de usá-la.”
A droga escraviza a pessoa que a usa.

14 – Por que as pessoas não gostam de conviver com drogados?
      Por vários motivos: pessoas drogadas não se encontram em seu estado normal, não acompanham direito um diálogo, às vezes se comportam de modo inconveniente e perigoso.

15 – O que são capazes de fazer os viciados para conseguir as drogas?
      São capazes de roubar, assaltar e vender tudo o que têm para conseguir as drogas.

16 – Como fica a capacidade de trabalho e de estudo dos jovens que se drogam?
      Eles perdem o interesse tanto pelo estudo como pelo trabalho.

17 – Como são enquadrados pelas leis brasileiras os traficantes de drogas?
      O tráfico de drogas, pelas leis brasileiras, é um crime hediondo e inafiançável.