Conto de fadas para Mulheres Modernas
Luís Fernando Veríssimo
Era uma vez, numa terra
muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de autoestima que,
enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu
castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma
rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já
fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz
no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias
preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e
viveríamos felizes para sempre…
E então, naquela noite,
enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho
acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
– Eu, hein? … nem morta!
(Luís Fernando Veríssimo)
Entendendo o Texto:
01 – A princesa possui uma atitude típica das heroínas de contos de
fada? Explique?
Não, pois a princesa
preza por sua independência e não tem a ideia de felicidade relacionada à
figura masculina (como costuma acontecer nos contos de fada).
02 – Em um conto de fada clássico, qual seria o desfecho desse
conto?
Ela terminaria com o
príncipe e “viveriam felizes para sempre”.
03 – Qual o conceito de “Felizes para sempre” para o príncipe?
Construir um lar feliz
no qual ela viveria em função de cuidar dele e da família.
04 – Em sua opinião, qual o conceito de felicidade na visão da princesa?
Ser independente. (Essa resposta é pessoal, portanto existem diversas respostas
certas).
05 – Quais adjetivos são usados para definir a princesa? Esses adjetivo condizem com a atitude que ela toma no fim do conto? Justifique.
Independente, cheia de
auto estima. As características da princesa condizem com sua atitude final,
pois ela preza por sua liberdade.
06 – Intertextualidade é quando um texto remete a outro. Existem três tipos de intertextualidade, a paráfrase (quando o texto possui as mesmas ideias centrais do texto original), apropriação (quando o texto é reescrito com as mesmas palavras) e Paródia (quando o texto possui ideias contrárias as ideias centrais do texto original). No texto lido lembramos a clássica história do príncipe transformado em sapo e na construção desse texto o autor usou qual tipo de intertextualidade? Justifique.
Paródia, pois perverte a ideia do texto
original. A ideia principal do texto de Veríssimo é completamente diferente da
ideia do clássico conto de fadas.
07 – O título do texto nos dá ideia do que encontraremos nesse conto?
Caso sim, explique qual a posição da mulher moderna?
Sim, pois a princesa
tem uma atitude das mulheres do nosso século ao prezar por sua liberdade.
08 – Qual o dito popular que define melhor a ideia central do conto de
Luís Fernando Veríssimo?
(a) Melhor um na mão do que dois voando.
(b) Sempre existe um sapato velho para um pé doente.
(c)
Antes só do que mal acompanhada.
(d) Quem ama o feio bonito lhe parece.
(e) Quem cospe para cima na cara lhe cai.