sábado, 28 de janeiro de 2017

POEMA: CANÇÃO DO EXÍLIO - GONÇALVES DIAS - COM GABARITO

  CANÇÃO DO EXÍLIO
  Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,                                      Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá;                                                    Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam,                                       Em cismar – sozinho, à noite –
Não gorjeiam como lá.                                                Mais prazer encontro eu lá:
Nosso céu tem mais estrelas,                                    Minha terra tem palmeiras,
Nossas várzeas têm mais vida,                                  Onde anta o sabiá.
Nossos bosques têm mais vida,                                Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores.                                            Sem que volte para lá:
Em cismar, sozinho, à noite,                                      Sem que desfrute os primores
Mais prazer encontro eu lá:                                       Que não encontro por cá:
Minha terra tem palmeiras,                                        Sem qu´inda  aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.                                                      Onde canta o sabiá
                                                                 DIAS, Gonçalves. Obra poéticas de Antônio Gonçalves dias.
                                                                                          São Paulo: Companhia Edito Nacional, 1944.

1 -   Que visão de pátria é apresentada no poema? Confirme sua resposta transcrevendo dois versos do texto em seu caderno.
     Uma visão positiva e idealizada da pátria (Brasil). “Minha terra tem primores”; “Nossos bosques têm mais vidas/Nossa vida mais amores”.

2 -   No poema, as palavras “lá” e “cá” aparecem repetidamente. O que elas representam para o eu poético?
     O lugar deixado para trás (a pátria) e o lugar em que o eu poético se encontra no momento em que sente saudades.

3 -   Apesar de se referir ao próprio país, o Brasil, podemos considerar universal a maneira como o poeta vive seu sentimento em relação à pátria. Por quê?
     Porque muitas pessoas, de diferentes culturas e países, experimentam a sensação de saudades da terra de origem quando vivem em outro lugar. Assim como Gonçalves Dias, inúmeros poetas “cantaram” o exílio.

4 -   Como você interpretaria a repetição da expressão “Minha terra tem...”?
     Ela dá ênfase àquilo que a pátria tem, `aquilo que ela é. Ou seja, o poema valoriza a pátria.

5 -   Transcreva, em seu caderno, os versos do poema que podem ilustrar os seguintes sentimentos:
a)      Desilusão.
Resposta possível: “AS aves, que aqui gorjeiam, / não gorjeiam como lá”.

b)      Encantamento.
Resposta possível: “Nosso céu tem mais estrelas, / Nossas várzeas têm mais flores”.

6 -   Alguns versos do poema de Gonçalves Dias podem ser relacionados a trechos do “Hino Nacional Brasileiro”, escrito 63 anos depois, em 1909. Identifique esses versos e transcreva-os em seu caderno.
     “Nossos bosques têm mais vida”, / “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

  


                   





NOTÍCIA: INFRATORAS BUSCAM SONHO DE CONSUMO "COR-DE-ROSA"- ELIANE TRINDADE - COM GABARITO


INFRATORAS BUSCAM SONHO DE CONSUMO "COR-DE-ROSA"

Meninas de rua vagam na Vila Mariana em busca de celulares e lentes coloridas.

    Perfil psicológico das infratoras mostra a mesma situação de rua experimentada por suas  mães e até avós.                                                                     Eliane Trindade
 de São Paulo

     Alisante de cabelo e lentes de contato coloridas são itens visados nos arrastões protagonizados por meninas de rua, com idade entre 9 e 15 anos, nas lojas da Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo.
     “Quero ser bonita, tia”, disse uma delas para a conselheira tutelar Ana Paula Borges, 29, em uma das mais de vinte vezes em que foi encaminhada para atendimento pela polícia no último ano.
     Negras e mulatas de cabelos crespos, elas dizem querer alisar as madeixas para ficarem bonitas conforme o padrão de beleza estabelecido. Usam os produtos na rua.
     A mudança do visual chega à cor dos olhos. Elas furtaram um kit de lente de contato verde de R$ 100. Como não dava para todas ficarem com duas lentes cada, dividiram o pacote. Algumas usavam só uma lente ao serem levadas recentemente à delegacia.
     Nas fotos do grupo que ilustram o dossiê das sete garotas no Conselho Tutelar da Vila Mariana, as meninas fazem pose de modelo. Usam casacos rosa e acessórios.
     “Como toda criança e adolescente, querem consumir, comer e passear no shopping. Elas pedem. Se não ganham, furtam”, afirma Ana Paula.
     Elas circulam nos metrôs Paraiso e Ana Rosa em busca dos ícones do consumo infanto-juvenil: celulares, especialmente os cor-de-rosa.
     “Pego o celular das lourinhas que já olham pra mim com medo”, diz a garota negra, gorro rosa. Ela tem 11 anos, não se acha bela. “Bonita, eu? Olha a cor da minha pele”, corta, diante do elogio.
     O perfil psicológico e socioeconômico do grupo foi desenhado ao longo de uma série de contatos com conselheiros tutelares e monitores do programa Presença Social nas Ruas, da prefeitura.
     Todas elas têm um histórico de abandono há gerações. “As mães delas viveram a mesma realidade de rua”, diz Kátia de Souza, conselheira.
     “É uma segunda e até terceira geração na rua. É como se fosse hereditário”, confirma Ana Paula.

     Famosas
     Desde o início de julho, os furtos das meninas na região começaram a chamar a atenção Atraídas pela repercussão, outras crianças resolveram fazer o mesmo.
     Segunda-feira, cinco meninas e dois meninos fizeram um arrastão num hotel, do Paraíso. Levados ao Conselho Tutelar da Vila Mariana, promoveram também um quebra-quebra no local. Um terceiro grupo também agiu no Itaim Bibi (zona oeste) na última terça.

                                                TRINDADE, Eliane. Folha de São Paulo, 28 ago. 2011. Disponível em:                        http://wwww1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2808201101.htm.
                                                                   Acesso em: 19 jan. 2015.

1 -   De acordo com a notícia, por que, nos arrastões promovidos pelas meninas, os itens mais visados são alisante de cabelo e lentes de contato?
     Porque as meninas querem ficar bonitas de acordo com o padrão de beleza estabelecido.

2 -   Pelo que se pode deduzir pela leitura da notícia, qual é o padrão de beleza estabelecido pela sociedade?
     Cabelos lisos e pele e olhos claros.

3 -   Que argumento é dado pela conselheira tutelar para justificar a ação das meninas?
     Elas querem consumir, como toda criança. Elas pedem e, se não ganham, furtam.

4 -   De acordo com o texto, qual é o ícone do consumo infanto-juvenil?
     Celulares, especialmente os cor-de-rosa.

5 -   Releia o parágrafo a seguir:
        “Pego o celular das lourinhas que já olham pra mim com medo”, diz a garota negra, gorro rosa. Ela tem 11 anos, não se acha bela. “Bonita, eu? Olha a cor da minha pele”, corta, diante do elogio.
     - Levante uma hipótese: Por que razões a garota não se considera bonita?
     Resposta pessoal.
6 -   Em relação ao perfil psicológico e socioeconômico do grupo, que semelhança foi encontrada entre as garotas?
     Todas elas tem um histórico de abandono há gerações. As mães e, em alguns casos, as avós também viveram a mesma realidade.
7 -   Que consequências decorreram do fato de os arrastões das meninas terem se tornado famosos?
     Atraídas pela repercussão, outras crianças resolveram fazer o mesmo.






sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

REPORTAGEM: QUANDO A INTERNET SE TRANSFORMA EM VÍCIO - COM QUESTÕES GABARITADAS

TEXTO: QUANDO A INTERNET SE TRANSFORMA EM VÍCIO

Adultos e adolescentes desenvolvem dependência pelo universo digital e são obrigados a fazer tratamento para se livrarem do problema.

        No Orkut, a badalada rede de amizades da internet, uma adolescente abre a discussão: “Galera, vocês já foram chamados de doentes por causa do computador?”. A pergunta é encarada com naturalidade. “ já várias vezes”, admite uma garota. “Deixo de sair, ver TV e até mesmo dormir”, conta um jovem. “Passei o fim de semana todo na internet. Eu tentava parar, mas era mais forte que eu”, relata um internauta. “O viciado em droga diz que para quando quiser, mas nunca consegue. Será esse o nosso caso? ” outro adolescente levanta a hipótese.
       Esses cinco internautas estão entre os mais de 600 que fazem parte de uma comunidade do Orkut chamada “Viciados em Internet Anônimos”. Embora o nome tenha sido propositalmente criado com um quê de exagero e outro de humor, médicos e psicólogos alertam que a comparação feita pelo último adolescente não é nada absurda: assim como as drogas, o álcool e o cigarro, a internet pode causar dependência.
      “Ninguém se torna dependente de uma coisa que não traz prazer. A internet é, sem dúvida, prazerosa e se torna dependência quando passa a preencher uma carência, diminuir a ansiedade, aliviar uma angústia”, diz o psiquiatra André Malbergier, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo(USP).
      O vício se concentra nos programas de conversa em tempo real, como o MSN Messenger e as salas de bate-papo. Como se pode “teclar” com várias pessoas ao mesmo tempo, não é difícil  que o internauta passe horas e horas na frente do computador.
      Os especialistas dizem que é cada vez maior o número de pessoas com essa nova queixa, mas que ainda é impossível estimar o tamanho do problema. “Pouquíssimas pessoas de dizem dependentes porque a internet não tem  cara de vício. Ao contrário da droga, que fica escondida, a internet está em casa, no trabalho e até na rua”, diz a psicóloga em Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Dois grupos
      Os poucos que procuram ajuda podem ser divididos em dois grupos. O primeiro é formado por adolescentes, levados por pais preocupados com as notas baixas na escola e as atitudes antissociais. O segundo é composto por adultos que só se dão conta do problema quando o rendimento no trabalho cai por causa das madrugadas em frente ao computador ou quando o casamento já está por um fio.
       A compulsão pelo computador já foi a causa de episódios trágicos. Nos Estados Unidos, em1997, a Justiça condenou uma mulher a dois anos e meio de prisão porque deixava os três filhos pequenos trancados durante horas no quarto para conversar com amigos virtuais. Cinco anos mais tarde, na Coreia do Sul, dois jovens morreram de exaustão depois de passar mais de 48 horas numa LAN house (casa de jogos de computador e internet).
       No Brasil, o uso da internet cresce  a cada dia. Segundo uma pesquisa Ibope/NetRatings, o Brasil é o país que mais usa a internet no mundo, com 15 horas e 14 minutos por usuários residencial durante o mês de abril – liderança que pertencia ao Japão.
Ajuda
        “O caso é tão parecido com o da droga que o dependente de internet também tem a síndrome da abstinência. Quando tenta diminuir o uso do computador, fica irritadiço e ansioso”, diz o neuropsicólogo Daniel Fuentes, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
       O tratamento também é semelhante ao que se submete um dependente de droga. Inclui psicoterapia para tentar descobrir que conflitos pessoais levaram à dependência – parte  dos viciados em internet, dizem os especialistas, têm  extrema dificuldade de relacionamento social.Em muitos casos é preciso tomar remédios que diminuam o impulso pelo computador.
       A psiquiatra Norma Martino Magolbo diz que os pais podem ajudar a evitar o problema: “Computador não pode ficar no quarto das crianças ou dos adolescentes. Deve ficar num lugar comum da casa, por onde todos passem. Assim fica mais difícil que o filho se feche e se isole”.
        Apesar dos riscos da internet, os especialistas lembram que a dependência é exceção. “Não podemos transformar a internet no vilão, porque o problema é o uso que nós fazemos dela”, diz Maluh Duprat, da PUC-SP .”A internet é um instrumento fundamental. Não dá para viver sem ela.”
Aprisionado pela tela do computador
        “Quando eu saio de casa para o trabalho, ele está lá. Eu chego em casa, ele continua lá. Entro no banho, ele está lá. Saio do banho, ele continua no mesmíssimo lugar”, conta a mãe de Pedro(nome fictício), um adolescente de 14 anos. O “lá” a que ela se refere é o computador da família.
        O incômodo com o filho sempre grudado na internet piorou quando as notas no colégio começaram  a despencar. ”Aquilo não era normal”, diz ela, que resolveu levá-lo a um psicólogo em agosto do ano passado para descobrir qual era o problema. Diagnóstico: vício em internet.
        Pedro chegou a ficar 13 horas seguidas diante do computador, conversando com os 101 amigos que ele diz ter no MSN Messenger (programa de conversa em tempo real)- muitos  dos quais nunca conheceu pessoalmente. “Foi horrível depois que desliguei o computador naquele dia. Minhas costas começaram a doer muito”, lembra o adolescente.

       Além das notas do colégio, outro sinal de que havia  um certo exagero na internet eram as contas de telefone que chegavam no fim do mês. De R$40, saltaram para R$150. A internet é propositalmente de conexão discada, e não de banda larga, para que sirva de medida – e freio – do tempo de acesso.
        Desde que o problema foi descoberto, Pedro se consulta toda semana com um psicólogo. Ele  diz que ainda passa muito tempo na internet, mas que já tomou consciência de que é preciso  se controlar. “Estou começando a ver que tenho como dividir meu tempo. Antes eu dizia para mim mesmo que ia ficar só uma hora na internet, mas acabava ficando o dia inteiro. Agora consigo me controlar um pouco.”
        A mãe mal pode esperar pelo momento de ver o filho fora do computador. “Se conseguiu passar 13 horas na internet, tenho certeza de que ainda vai ficar pelo menos uma hora lendo um livro.”
Quando a internet se transforma em vício. 
Correio de Uberlândia, 21 maio 2008.

ESCREVENDO SOBRE O TEXTO
1.No texto são relatadas, de forma detalhada, informações sobre determinado assunto ou acontecimento, que merecem ser divulgadas ao público em geral. Qual assunto está sendo divulgado?
R- A dependência digital.

2.De acordo com o texto, que situações podem fazer com que uma pessoa se vicie na internet?
R- Preencher uma carência diminuir a ansiedade, aliviar a angústia,, geralmente tem extrema dificuldade de relacionamento social.

3.O texto cita alguns recursos da internet que incentivam as pessoas a passar horas na frente de um computador. Que recursos são esses?
R- Salas de bate-papo, jogos virtuais,watsap, facebook e outros.

4.Em um parágrafo do texto, a psiquiatra Norma Martino Magolbo diz que os pais podem ajudar a evitar o problema da dependência da internet.
De que modo eles podem fazer isso?          
R- Que o computador deve ficar num lugar comum da casa, por onde todos passam. 

5.Como essa atitude auxilia a evitar esse problema?
R- Assim fica mais difícil  que o filho se feche e se isole.

6.Segundo o texto, alguns grupos de pessoas buscam ajuda para se livrar da dependência da internet.
a)Quais grupos são esses?
R- O primeiro é formado por adolescentes, levados por pais e o outro é composto por adultos.

b)O que leva a buscar ajuda?
R- O primeiro grupo quando as notas diminuíram na escola e as atitudes antissociais; já os adultos só se dão conta do problema quando o rendimento no trabalho cai por causa das madrugadas em frente ao computador ou quando o casamento já está por um fio.

      7-  Em sua opinião, por que para algumas pessoas é difícil assumir que elas estão  viciadas em internet?
Resposta Pessoal

NOTÍCIA: MARES EM LUAS GELADAS DE JÚPITER E SATURNO PODEM ABRIGAR VIDA - COM GABARITO


  MARES EM LUAS GELADAS DE JÚPITER E SATURNO PODEM ABRIGAR VIDA

  Oceanos são subterrâneos e um deles teria fontes hidrotermais
                                                         Salvador Nogueira – Colaboração para a Folha                                                                                  14/03/2015 02h00

      Duas descobertas anunciadas nesta semana, numa lua de Júpiter e noutra de Saturno, aumentaram as perspectivas da busca por vida extraterrestre no Sistema Solar.
     Usando o Telescópio Espacial Hubble, alemães conseguiram confirmar que Ganimedes, a maior das luas jovianas, tem um vasto oceano sob sua superfície congelada.
     Já dados da sonda Cassini, que orbita Saturno desde 2004, trouxeram evidências de que há fontes hidrotermais sob o oceano oculto de Encélado, uma modesta lua de apenas 500 km de diâmetro.
      A revelação, publicada em estudo na revista Nature, é importante porque muitos cientistas creem que foi em fossas hidrotermais que a vida surgiu aqui na Terra.
     “A descoberta de ambientes similares em Encélado abre perspectivas novas na busca por vida em outras partes do Sistema Solar”, afirmou Gabriel Tobie, cientista da Universidade de Nantes, em um artigo-comentário.
     O achado foi feito ao analisar a composição de partículas de um dos anéis de Saturno, que é composto por material ejetado de fissuras na superfície de Encélado. A presença de pequenos grãos de silicato (rocha) revelou a existência das fontes hidrotermais no leito do oceano.
     Água em estado líquido é tida pelos cientistas como a condição essencial para a existência de vida, por isso também há empolgação pela descoberta em Ganimedes.
     Ao medir a interação do campo magnético da lua com o fluxo de partículas do Sol, os cientistas conseguiram inferir a presença de um oceano sob a crosta de gelo.
     Estima-se que a camada líquida de água salgada em Ganimedes tenha espessura média de 100 km – dez vezes a dos oceanos terrestres.
     Já se sabia que outra lua joviana, Europa, também tem oceano subterrâneo. A sonda Galileo já sugeria que era esse o caso em Ganimedes, mas a confirmação só veio agora.
    Fonte: NOGUEIRA, Salvador. Mares em luas geladas de júpiter e Saturno podem abrigar vida.

            Folha de São Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br./ciência/2015/03/1602721 –
            Mares-em-luas-geadas-de-jupiter-e-saturno-podem-abrigar-vida.shtml. Acesso em: 24 mar. 2015.

1 -   Qual é a informação mais importante relatada pela noticia? Em qual parte do texto ela pode ser localizada?
     É que os mares em luas geladas de Júpiter e Saturno podem abrigar vida. Está localizada no título da noticia.

2 -     No título, que verbo o jornalista utiliza para indicar que a existência de vida extraterrestre é uma possibilidade?
     “Podem”.

3 -     Geralmente, logo após o título de notícias e reportagens, aparece a chamada “linha-fina”. Leia uma definição para esse termo:
a)      Localize e transcreva, em seu caderno, a linha-fina da notícia lida.
“Oceanos são subterrâneos e um deles teria fontes hidrotermais”.

b)      Que informações complementares ao título são fornecidas pela linha-fina?
Informando que eles são subterrâneos e que um deles poderia ter água aquecida.

4 -     Levante uma hipótese: Por que as informações contidas na linha-fina são retomadas ao longo da notícia?
      Porque elas são relevantes para a compreensão do fato noticiado.

5 -     Explique de que forma foi possível, aqui na terra, realizar descobertas como as que foram noticiadas.
      Foram analisadas as imagens enviadas por um telescópio e coletadas por uma sonda.

6 -     Onde foi veiculada a notícia que você leu?
      No site do jornal Folha de São Paulo.

7 -     Em que publicação a descoberta dos cientistas foi divulgada inicialmente?
      Em um estudo na revista Nature.

8 -     Em sua opinião, qual pode ter sido o objetivo do jornal ao publicar uma notícia como essa?
      Foi divulgar ao leitores as descobertas científicas recentes.

9 -      Segundo o texto, por que os cientistas ficaram empolgados com as descobertas?
      Porque a água em estado líquido é essencial para o surgimento de vida.







POEMA: O MEDO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

   POEMA:   O MEDO
                       Carlos Drummond de Andrade


Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

 


E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

 

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

 

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

 

Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

 

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

 

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

 

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

 



 


Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

 

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

 

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

 

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

 

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…

Fiéis herdeiros do medo,

 

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

 




ENTENDENDO O POEMA

1 -     Releia os versos da primeira estrofe:
     Esses versos apresentam uma construção que, aparentemente, tem um erro de concordância: “Nascemos escuro”. A palavra “escuro” não está no plural e, portanto, não concorda com o sujeito desinencial “nós”. Podemos concluir, então, que não se trata de um adjetivo que pode ser atribuído ao sujeito.
a)      A que classe gramatical a palavra “escuro” passa a pertencer quando não é flexionada no plural?
Ela passa a ser um Advérbio de modo.

b)      Que sentido pode ser atribuído ao verso?
A ideia de que somos o próprio escuro, a escuridão, ao vivermos com tanto medo.

c)       Qual é a consequência de “nascermos escuro”, segundo o poema?
As experiências são poucas, isto é, as opções de vida, as preocupações são limitadas, e, portanto, nosso destino é incompleto.

d)      Nesse contexto, a que se restringem as escolhas do eu poético?
Carteiro, ditador e soldado.

2 -        Que relação podemos estabelecer entre o regime autoritário, a opressão da guerra e o verso “E fomos educados para o medo”?
     Em um regime autoritário, as pessoas são condicionadas a sentir medo, pois são ameaçadas e constrangidas pelas autoridades que estão no poder.

3 -        No poema, o eu poético afirma que os homens, ao se sentirem traídos pela natureza, buscam refúgio no amor. Essa busca é recompensada de alguma forma? Justifique com o trecho do poema.
     Não. “Refugiamo-nos no amor, / este célebre sentimento, / e o amor faltou [...]”.

4 -        Em um dos versos, o eu poético afirma que “[...] o amor faltou [...]”.
a)      Em sua opinião, por que o eu poético faz essa afirmação?
Em um ambiente de medo, o amor não tem lugar, não tem chance de acontecer.

b)      Indique qual seria a diferença de sentido se o eu poético tivesse usado o verbo “acabou” em vez de “faltou”.
“Acabou” indicaria que o amor teria sido extinto, não havia mais.  “Faltou” indicaria que o amor está ausente naquela situação, embora ainda exista.






CRÔNICA : TRÁGICO ACIDENTE DE LEITURA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

    CRÔNICA: TRÁGICO ACIDENTE DE LEITURA
             
                          Mário Quintana

         Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho.
Nem lia: deslizava. Quando de súbito a terrível palavra apareceu, apareceu e ficou, plantada ali diante de mim, focando-me: ABSCÔNDITO. Que momento passei! ... O momento de imobilidade e apreensão de quando o fotógrafo se posta atrás da máquina, envolvidos os dois no mesmo pano preto, como um duplo monstro misterioso e corcunda... O terrível silêncio do condenado ante o pelotão de fuzilamento, quando os soldados dormem na pontaria e o capitão vai gritar: Fogo!

                                    QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 5. ed. São Paulo: Globo, 1995.
Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 8º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.19.


Entendendo a crônica

1 -     O que o narrador considerou um acidente de leitura?
          O fato de alguém ter encontrado uma palavra desconhecida no meio do livro que ele estava lendo.

2 -     Releia o trecho a seguir:
          Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava.
a)       Que ideia é apresentada pelo narrador nesse trecho?
Que estava envolvido na leitura, distante da realidade.

b)       As palavras foram empregadas no sentido literal ou figurado? Justifique sua resposta.
Em sentido figurado: um exemplo é o emprego da expressão “Nem lia: deslizava”, que dá a ideia da suavidade e desenvoltura com que vivia aquele momento.

c)       Podemos afirmar que o ato de ler dá prazer ao narrador? Explique sua resposta.
Sim, ele declara que lê comodamente como quem viaja, quem vive um sonho.

3 -     No texto, o que está sendo comparado ao ato de ser fotografado?
          O fato de um leitor se ver diante de uma palavra desconhecida e parar estático diante dela, como se fosse ser fotografado por alguém.

4 -   Quem fala no texto relata o aparecimento da palavra “abscôndito” no meio de sua leitura. Para você, ela é desconhecida?
          Abscôndito: invisível, escondido, secreto.

5 -     Por que a palavra “abscôndito” aparece em letra maiúscula no texto?
         Porque escrito dessa maneira, ela se destaca, salta aos olhos do leitor, assim como saltou aos olhos do narrador da crônica.

6 -     Localize o emprego de reticências no texto e explique que efeito de sentido elas criam.
         Elas servem para marcar a pausa e indicar a perplexidade do leitor diante da palavra nova. Elas também são usadas para indicar a suspensão da narração, permitindo ao leitor imaginar os sentimentos do narrador.

7 -     É possível imaginar uma cena relacionada com o que está sendo relatado no texto?
          Sim. Ao descrever o momento de perplexidade diante da palavra, o autor usa recursos que nos permitem criar imagens com base no que está sendo relatado.
          



MÚSICA(ATIVIDADES): AMOR MAIOR - JOTA QUEST - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES):   AMOR MAIOR

                                                                                JOTA QUEST

Eu quero ficar só
Mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho só não é possível

É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora
Amor que eu desconheço

Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu

Eu quero ficar só
Mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho assim não é possível

É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Um amor de dentro pra fora
Um amor que eu desconheço

Quero um amor maior
Um amor maior que eu (que eu)
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu
Yeah! Yeah!

Então seguirei meu coração até o fim
Pra saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Pra saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor, yeah!
Pra saber se é amor
Se é amor

Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu (que eu)
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu
Um amor maior que eu, yeah!

Maior que eu
Um amor maior que eu
Maior que eu

Um amor maior que eu!
                                         FLAUSINO, Rogério. Jota Quest – MTV ao vivo. Sony/BMG, 2003.CD.
Entendendo a canção

01 – Quem é o eu lírico do poema: homem ou mulher?
      Pela análise do segundo e do nono versos constata-se que seja um homem, pois usa a expressão “sozinho” nesses versos.

02 – O eu lírico desse poema se refere a alguém? Quem?
      O eu lírico, nesse poema, faz uma reflexão sobre o amor, quer um amor maior, no entanto ainda desconhece tal sentimento. Sendo assim, ele fala para ele mesmo.

03 – Nos versos 1 e 2, é possível destacar uma figura de linguagem a partir das expressões “comigo só” e “sozinho só”? Qual a contribuição dela para a canção?
      A figura destacada é um pleonasmo. Ela contribui para intensificar a ideia de solidão por meio da repetição da palavra que transmite essa sensação.

04 – Qual o sentido do verso “Amor de dentro pra fora”?
      O verso representa que o amor seja verdadeiro, um sentimento que brota do seu interior, e não que seja apenas uma convenção, uma aparência.

05 – Qual o sentido dos 1° e 2° verso?
      Parece que o eu lírico, inicialmente, gostaria de ficar sozinho, mas não consegue, porque na verdade ele quer encontrar um amor, alguém com quem possa ficar junto, pois não consegue mais ficar só.

06 – “É preciso amar direito”. O que seria “amar direito”?
      Amar direito seria o sentimento de um amor verdadeiro, sem exigências ou sem restrições.

07 – Como poderia ser explicado o verso: “Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro”.
      Se entregar completamente ao amor, um amor pleno.

08 – A expressão “Se é amor” aparece várias vezes na penúltima estrofe da canção. Por quê?
      Com a intenção de reforçar a ideia, ou seja, para ter a certeza de que realmente é amor.

09 – Qual o significado do verso: “Eu estarei mais feliz mesmo morrendo de dor”?
      Mesmo que o amor lhe traga dor e sofrimento, valerá a pena se ele vivenciar esse sentimento.

10 – Que tipo de AMOR é retratado pelo autor?
      O amor verdadeiro, com entrega de corpo, de alma, algo maior que tudo.

11 – Qual sentido poderia ter a expressão “Amor Maior” na canção? Explique por meio de exemplos da canção.
      Um amor completo, pleno, absoluto. De entrega e abdicação a qualquer outra coisa por este amor, pois é maior, mais valioso que tudo.
      “Um amor de qualquer jeito
       Ser amor a qualquer hora
       Ser amor de corpo inteiro
       Um amor de dentro pra fora”

       [...]
12 -   O que quer dizer o seguinte verso na canção?
             “Quero um amor maior, um amor maior que eu”
       O eu poético deseja um amor que seja intenso, um amor que ele ainda não sentiu.

13 -   Algumas palavras e expressões da canção contrastam entre si, expressando ideias opostas. Transcreva-as em seu caderno e depois responda: O que essas oposições indicam a respeito do eu poético?
        “ficar só” X “ficar junto”; “amar direito” X “amar de qualquer jeito”; “amor de corpo inteiro” X “amor que eu desconheço”; “estarei mais feliz” X “morrendo de dor”. Indicam que o eu poético não consegue fiar só e possivelmente está disposto a amar intensamente, mesmo que isso lhe traga mágoas, dores ou outros conflitos.

14 -   Identifique as diferenças e as semelhanças entre “Órion” e “Amor maior” quanto aos seguintes aspectos:
a)      O tipo de linguagem empregada (popular, formal, coloquial)
Uma linguagem mais formal, e o emprego das normas urbanas de prestígio. A canção usa essas mesmas normas, mas de maneira coloquial.

b)      A estrutura do texto.
Ambos se apresentam em versos.

c)       O uso de linguagem figurada
Os dois apresentam linguagem figurada.

d)      A relação entre o que poético e a pessoa amada.
Em “Órion”, o eu poético é distante da pessoa amada, mas existe o par amoroso; já em “Amor maior”, não existe o par amoroso; o eu poético está à procura de um amor intenso.