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domingo, 29 de maio de 2022

MITO: ORIXANLÁ CRIA A TERRA - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Mito: Orixanlá cria a Terra.

    No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio d’água, um lugar inóspito, sem nenhuma serventia.

        Acima dele havia o Céu, onde viviam Olorum e todos os orixás, que ás vezes desciam para brincar nos pântanos insalubres.

        Desciam por meio de teias de aranha penduradas no vazio. Ainda não havia terra firme, nem o homem existia.

        Um dia Olorum chamou à sua presença Orixanlá, o Grande Orixá. Disse-lhe que queria criar terra firme lá embaixo e pediu-lhe que realizasse tal tarefa.

        Para a missão, deu-lhe uma concha marinha com terra, uma pomba e uma galinha com pés de cinco dedos.

        Orixanlá desceu ao pântano e depositou a terra da concha. Sobre a terra pôs a pomba e a galinha e ambas começaram a ciscar. Foram assim espalhando a terra que viera na concha até que terra firme se formou por toda parte.

        Orixanlá voltou a Olorum e relatou-lhe o sucedido. Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou dizendo que a Terra era ampla, mas ainda não suficientemente seca.

        Numa segunda viagem o camaleão trouxe a notícia de que a terra era ampla e suficientemente sólida, podendo-se agora viver em sua superfície. O lugar mais tarde foi chamado de Ifé, que quer dizer ampla morada.

        Depois Olorum mandou Orixanlá de volta à terra para plantar árvores e dar alimentos e riquezas ao homem. E veio a chuva para regar as árvores.

        Foi assim que tudo começou. Foi ali, em Ifé, durante uma semana de quatro dias, que Orixanlá criou o mundo e tudo o que existe nele.  

Reginaldo Prandi. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 5502-3.

         Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 59-61.

Entendendo o mito:

01 – Quem são os personagens do mito Orixanlá cria a Terra?

      Os orixás – Olorum e Orixanlá – e o camaleão.

02 – O mito lido explica a criação da Terra.

a)   Quem criou a Terra, segundo o mito?

Os deuses Olorum e Orixanlá.

b)   Como a Terra foi criada?

Com a terra de uma concha, uma galinha e uma pomba. As aves ciscaram e espalharam a terra.

03 – Olorum enviou o camaleão à Terra duas vezes.

a)   Como estava a Terra na primeira visita do camaleão?

A Terra estava ampla, mas ainda não estava firme.

b)   Como ela estava na segunda visita?

A Terra continuava ampla, mas agora bem firme.

04 – Releia um trecho do mito e observe os substantivos sublinhados e as palavras antes deles.

        “[...] Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou dizendo que a Terra era ampla, mas ainda não suficientemente seca.” Que palavras aparecem antes dos substantivos sublinhados?

      Um, a, o.

MITO: O DIA EM QUE O ARCO-ÍRIS ESTANCOU A CHUVA - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Mito: O DIA EM QUE O ARCO-ÍRIS ESTANCOU A CHUVA

            Quando havia escravidão em nosso país, milhares de africanos que pertenciam aos povos iorubás foram caçados e trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos.

        Assim como outros africanos aqui escravizados, os iorubás, que também são chamados nagôs, trouxeram seus costumes, suas tradições, seus deuses, os orixás. E, até hoje, muitas dessas tradições dos antigos nagôs estão vivas, tanto no Brasil como na própria África. Fazem parte delas as histórias de Ifá.

        Ifá, o Adivinho, aquele que conhece todas as histórias já acontecidas e as que ainda vão acontecer, conta que na antiga África negra, em tempos imemoriais, vivia a mais velha das mulheres, a mais antiga de todas.

        Ela era tão arcaica que até ajudou Oxalá a criar a humanidade, emprestando-lhe a lama do fundo do lago onde ela vive para que ele moldasse o primeiro ser humano.

        Apesar de velha, era mulher bela e formosa, era uma deusa, e Nanã era seu nome. Teve dois filhos, um muito bonito, o outro feio.
O filho feio é conhecido pelo nome de Omulu, o outro, o belo, nós o chamamos de Oxumarê.

        O príncipe Oxumarê usava roupas vistosas tingidas de todas as cores, que realçavam ainda mais sua beleza e o faziam invejado por todos. Aonde quer que fosse, era sempre admirado por sua formosura e pelo luxo de seus trajes. Esse gosto pelas roupas alegres herdara do pai, conhecido como o homem da capa multicolorida.

        Contam muitas histórias sobre Oxumarê e dizem que ele costuma aparecer ora na forma de uma cobra, ora como o próprio arco-íris enfeitando o céu.

        Pois bem, dizem que houve um tempo em que a Terra foi quase destruída pela Chuva. Chovia o tempo todo, o solo ficou todo encharcado, os rios pularam fora de seus leitos, de tanta água. As plantas e os animais morriam afogados, a umidade e o mofo se alastravam por todos os lugares, a doença e a morte prosperavam.

        A chuva é benfazeja, mas não pode durar para sempre, sabia muito bem Oxumarê. Então, o jovem filho de Nanã, que nunca tinha tido simpatia pela Chuva, apontou seu punhal de bronze para o alto
e com ele fez um grande corte em arco no céu, ferindo a Chuva e interrompendo sua ação.

        A Chuva parou de cair e alagar tudo aqui embaixo, e o Sol pôde brilhar de novo, refazendo a vida. Desde então, quando chove em demasia, Oxumarê risca o céu com seu punhal de bronze
para estancar as águas que caem das alturas. Quando isso acontece, todos podem ver o belo príncipe no céu vestido com suas roupas multicoloridas. Todos podem vê-lo na forma do arco-íris.
Na língua africana de Oxumarê, aliás, seu nome quer dizer exatamente isso: o Arco-Íris. Quando não está chovendo, 
Oxumarê vive na Terra.

        Muitos dizem que Oxumarê foi posto no firmamento
por sua própria mãe Nanã, a Sábia, para que, de lá do alto, todos pudessem admirar sua beleza.

        Dizem também que foi por causa de sua formosura que Oxumarê acabou transformado numa cobra. Tudo porque Xangô, o Trovão, rei da cidade de Oió, encantou-se com as cores do Arco-Íris.

        Para poder admirar Oxumarê quando bem quisesse, Xangô planejou aprisioná-lo para sempre.

        O rei Trovão chamou Oxumarê em seu palácio e, quando o jovem príncipe entrou na sala do trono, os soldados do rei fecharam todas as portas e janelas. O príncipe das cores não podia fugir de Xangô, estava encurralado, preso, impedido de subir ao firmamento.

        Oxumarê ficou desesperado. Quem estancaria a Chuva, se ele permanecesse preso? Quem salvaria a humanidade da fúria das águas? Quem impediria as enchentes, as enxurradas destruidoras, as avalanches de terra encharcada? Quem frearia a destruição das colheitas por excesso de água? Quem livraria o homem da fome, da morte?

        Oxumarê, o Arco-Íris, implorou a Olorum. Olorum, o Senhor Supremo, ouviu o prisioneiro e, com pena dele, transformou-o numa cobra. A cobra então deslizou pelo chão da sala do palácio e, com facilidade, escapou pela fresta sob a porta. Ficou livre para sempre.

        Por isso Oxumarê vive no firmamento e vive no solo. Vive no Céu e na Terra. Ele é ambíguo, é misterioso. Temos medo quando o vemos rastejar pelo chão feito um réptil asqueroso, e nos encantamos com suas cores luxuosas esparramadas em arco no horizonte. Ele é o príncipe-serpente, a cobra que rasga o céu. É o Senhor do Arco-Íris.

            Reginaldo Prandi. OXUMARÊ, O ARCO-IRIS. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 9-11.

      Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 55-9.

Entendendo o mito:

01 – No início do texto menciona-se Ifá, o Advinho. Quem é Ifá e o que ele faz?

        Ifá é um contador de histórias e é ele que narra o mito de Oxumarê.

02 – Releia este trecho.

        “Ifá, o Adivinho, aquele que conhece todas as histórias já acontecidas e as que ainda vão acontecer, conta que na antiga África negra, em tempos imemoriais, vivia a mais velha das mulheres, a mais antiga de todas.

        Ela era tão arcaica que até ajudou Oxalá a criar a humanidade, emprestando-lhe a lama do fundo do lago onde ela vive para que ele moldasse o primeiro ser humano.”.

a)   Que informações são dadas nesse trecho sobre o tempo em que se passa a história?

Em tempos imemoriais.

b)   É possível determinar o tempo em que o mito acontece? Por quê?

Não. Porque são tempos imemoriais, muito antigos.

c)   Que informações demonstram o quanto a deusa Nanã era velha?

Era a mais antiga de todas as mulheres e ajudou Oxalá a criar a humanidade.

d)   Que outro deus é mencionado no trecho?

Oxalá, o criador da humanidade.

03 – Quais são as características de Oxumarê invejadas pelos outros?

      Ele é bonito e se veste com roupas ricas e coloridas.

04 – Sobre os personagens, assinale as alternativas corretas.

(X) Todos os personagens são deuses.

(   ) Oxumarê é humano e os outros são deuses.

(X) Existe um senhor supremo, Olorum.

(X) Nanã é a mulher mais velha de todas e também uma deusa.

05 – Sublinhe no mito o trecho que mostra os problemas que a chuva estava provocando.

      “[...] Chovia o tempo todo, o solo ficou todo encharcado, os rios pularam fora de seus leitos, de tanta água. As plantas e os animais morriam afogados, a umidade e o mofo se alastravam por todos os lugares, a doença e a morte prosperavam.”

06 – Como Oxumarê estancou a Chuva?

      Cortando o céu com seu punhal e transformando-se em arco-íris.

07 – Pode-se afirmar que Oxumarê foi um herói? Por quê?

      Sim, já que seu ato trouxe benefícios ao povo.

08 – O mito que você leu explica que fenômeno da natureza?

      O surgimento do arco-íris.

09 – Por que Xangô prendeu Oxumarê?

      Porque queria poder admirar sua beleza a qualquer tempo.

10 – Como Oxumarê se livrou da prisão?

      Ele foi transformado em cobra por Olorum e conseguiu escapar por uma fresta.

11 – Se Oxumarê continuasse prisioneiro, o que aconteceria?

      A chuva não pararia e provocaria inúmeras tragédias.

 

 

domingo, 9 de maio de 2021

MITO: O ENIGMA DA ESFINGE E O ORÁCULO DE DELFOS - VIKTOR D. SALIS - COM GABARITO

 Mito: O ENIGMA DA ESFINGE E O ORÁCULO DE DELFOS

        Viktor D. Salis

 Esfinge de Naxos, Delfos, Grécia, c. 560 a.C.

        A esfinge era um monstro mitológico, com cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia. Essa tradição mitológica originou-se no Egito e passou para a Grécia. Sua principal estátua ficava no templo de Apolo, no cha­mado oráculo de Delfos. "Esfinge" é uma pa­lavra do egípcio arcaico que significa apertar a garganta até sufocar ou mesmo asfixiar. Já "oráculo" é uma palavra em parte grega e em parte latina que significa profeta, adivinho.

        Delfos era um local sagrado onde Apolo, o deus da luz e das profecias, era consultado por meio da sua grande sacerdotisa, chama­da de Pítia ou Pitonisa, nome que quer dizer "aquela que vence a escuridão ... A esfinge era famosa por seus enigmas, mas todos tinham uma mesma finalidade: "Decifra-me ou te de­voro", ou seja, aquele que não os decifrasse era por ela devorado.

        Um desses enigmas, muito conhecido, era mais ou menos assim: "O que é, o que é? De manhã anda de quatro, ao meio-dia, sobre duas pernas, e, pela tarde, com três pernas”.

SALIS. Viktor D. Mitologia viva: aprendendo com os deuses a arte de viver e amar. São Paulo: Nova Alexandria, 2003.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 14-5.

Entendendo o mito:

01 – Você consegue decifrar o enigma apresentado no último parágrafo do texto?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Homem – quando bebê, engatinha; quando adulto, anda sobre duas pernas; ao envelhecer, necessita da terceira perna, a bengala.

02 – Nesse contexto, qual era a importância das palavras que solucionavam os enigmas?

      Essas palavras eram decisivas, tinham muito poder, pois aqueles que as descobriam decifravam os enigmas e salvavam a própria vida.

03 – Ao conjunto de sentidos, exemplos e informações relativos a uma palavra, contidos numa entrada de dicionário, enciclopédia, glossário etc., damos o nome de verbete. Que características de verbete o texto lido apresenta?

      O texto traz um conjunto de informações e o significado de alguns elementos mitológicos (esfinge, oráculo, Delfos e Pítia), no formato de enciclopédia, seguindo um critério de apresentação temática.
 

 

sábado, 27 de abril de 2019

MITO: ARACNE, A MULHER ARANHA - MITO GREGO - COM GABARITO

MITO: Aracne, a mulher aranha
                                
        Mito grego

        Aracne era uma moça que tecia e bordava com tal perfeição que muitas pessoas vinham de longe para admirar seu trabalho.
        Ela transformava a lã bruta em novelos, tecia e cobria o pano com delicados bordados. Orgulhava-se de seus dons e dizia que ninguém lhe havia ensinado a arte de tecer e de bordar. Dizia também que, embora sendo mortal, desafiava a deusa Atena a comparar sua habilidade com a dela.
        A deusa Atena, pacientemente, disfarçada numa velha maltrapilha, resolve aconselhar Aracne a não desafiar os deuses e a não ser tão convencida.
        Entretanto, Aracne atreveu-se a competir com a deusa Atena:
        -- Não tenho medo da deusa. Ela que venha competir comigo, que sou a melhor!
        Livrando-se do disfarce, Atena disse:
        -- Pois estou aqui!
        Começou, então, a disputa. Ambas trabalhavam com rapidez, e perfeição, combinado cores e bordando belas cenas. Ao final, Aracne gabava-se do seu trabalho dizendo que ele era superior ao da deusa.
        -- Você é a melhor, mas tua impiedade e presunção merecem uma lição! - disse a deusa.
        Nesse momento, o corpo de Aracne foi rapidamente encolhendo. Em vez de dedos passou a ter oito patas peludas e se viu transformada em uma...aranha, condenada a fiar teias para sempre.
        De sua arte, Aracne era ciumenta. A tal ponto, conta um poeta antigo. Que mediu forças com Atena e da deusa sofreu duro castigo.

Tradução livre de texto teatral de David Garrick.
Entendendo o texto:
01 – Explique qual é a temática do texto.
      Possuem a temática sobre aranha.

02 – No texto:
I. A aranha é charmosa.
II. A aranha é arisca.
III. A aranha é finíssima e cheia de manha. Está correta a alternativa:
a.I          b.II          c.III e II           d.I e II

03 – De acordo como o texto, quem era Aracne?
a)   Uma aranha.
b)    Uma moça tecelã.
c)    Uma vizinha da aranha.
d)   Uma deusa.

04 – Assinale (V) para verdadeira e (F) para falso.
(V) Aracne tecia e bordava com perfeição.
(V)Aracne orgulhava-se de seus bordados. 
(F) Aracne dizia sentir medo de Atena. 
(V)Aracne bordava e tecia melhor que Atena.
(F)Aracne foi transformada em uma deusa.

05 – Explique o que aconteceu, após a deusa Atena admitir, que Aracne era melhor que ela na produção de bordados?
      Aracne foi transformada em aranha para sempre.

06 – Quem aconselhou Aracne a não desafiar os deuses e a não ser tão convencida?
      A deusa Atena.


terça-feira, 17 de outubro de 2017

MITO: EROS E PSIQUE - COM GABARITO

MITO: EROS E PSIQUE

  Não havia criatura humana ou divina que fosse mais bela que Psique. No entanto, ela era uma simples mortal.
 Certo dia, ao descer do Olimpo, Eros se apaixonou por Psique e quis se casar com ela. Ordenou a Zéfiro, o vento, que a transportasse para os ares e a instalasse num palácio magnífico.
 Psique foi levada, conforme as ordens de Eros, e ficou extasiada com o esplendor de sua nova morada.
        Quando a noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce:
        --- Não se assuste, Psique, sou o dono desse palácio. Ofereço-o a você como presente de nosso casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo o que você está vendo lhe pertence. Se tiver algum desejo, bastará pronunciá-lo para que seja realizado. Zéfiro estará às suas ordens, ele fará tudo o que você ordenar. Em troca de minha afeição, só lhe faço uma exigência: não tente me ver. Só sob essa condição poderemos viver juntos e ser felizes.
        A aurora se aproximou e o ser misterioso desapareceu, sem mostrar o rosto a Psique.
        Mas, à medida que as noites iam passando, a moça ia ficando mais curiosa para ver seu companheiro. Morria de vontade de saber quem era ele. Certa noite, assim que o sol se pôs, ela pegou uma lamparina, escondeu-a entre as flores e ficou à espera. O marido não demorou a chegar. Falou-lhe com sua voz suave, enquanto ela aguardava ansiosa a hora de dormir. Logo Eros se deitou e adormeceu. Psique ergueu a lamparina para enxergar melhor e viu um belo jovem, de faces coradas e cabelos loiros. Com uma respiração regular e tranquila, ele exalava um hálito doce e perfumado. Psique não conseguia tirar os olhos do belo quadro. Sua mão tremeu de emoção, a lamparina balançou e uma gota de óleo caiu no braço do rapaz, que acordou assustado. Ao ver Psique, ele desapareceu. O encanto se rompeu. Foi-se o belo palácio, acabaram-se os jardins mágicos, as flores perfumadas. Não havia mais nada nem ninguém! Psique viu-se caminhando num lugar pedregoso e selvagem, corroída pelo arrependimento e maldizendo sua curiosidade.
        Desolado, Eros voltou para o Olimpo e suplicou a Zeus que lhe devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses respondeu:
        --- O deus do amor não pode se unir a uma mortal.
        Mas Eros protestou. Será que Zeus, que tinha tanto poder, não podia tornar Psique imortal?
        O deus dos deuses sorriu, lisonjeado. Além do mais, como poderia deixar de atender a um pedido de Eros, que lhe trazia lembranças tão boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Zeus precisasse recorrer de novo a seus favores. Seria mais prudente não o contrariar.
        Desta vez, Hermes substituiu Zéfiro. Zeus ordenou que o mensageiro fosse buscar Psique e a trouxesse para o reino celeste. Lá ele lhe ofereceria ambrosia e néctar, tornando-a imortal.
        Nada mais se opôs aos amores de Eros e Psique. Seu casamento foi celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses. As Musas e as Graças aclamaram a nova deusa em meio a danças e cantos.

                     In: Émile Genest, José Féron e Marguerite Desmurger.
                                   As mais belas lendas da mitologia. São Paulo:
                                                           Martins Fontes, 2005. p. 203-6.

AMBROSIA: alimento dos deuses do Olimpo. Dizia-se que a ambrosia era deliciosa, muito mais doce do que o mel e que tornava imortal quem a provasse.

GRAÇAS: figuras da mitologia romana que simbolizam a beleza. Eram as companheiras de Vênus. Correspondem às Cárites na mitologia grega.

HERMES: na mitologia grega, corresponde a Mercúrio, deus mensageiro.

MUSAS: na mitologia grega, nove jovens encantadoras, que acompanhavam Apolo, cantando. Dançando e declamando poemas. Desde a Antiguidade, sempre foram o símbolo da inspiração dos poetas e músicos.

NÉCTAR: bebidas dos deuses do Olimpo. Tornou-se sinônimo de qualquer bebida deliciosa.

1 – Como você interpreta o fato de Psique ter sido levada para um palácio nos ares? Com isso, o que parece ter acontecido a essa mortal?
      O fato conota a ascensão de Psique ao universo dos deuses, seu desligamento do plano terreno, humano.

2 – Por que Psique não podia ver Eros?
      Porque segundo a mitologia aos humanos não é permitido ver os deuses.

3 – Explique o seguinte trecho: “O encanto se rompeu”.
      Os poderes mágicos (encanto, encantamento) que permitiram a Psique tornar-se esposa de um deus romperam-se quando ela o desobedeceu.

4 – Qual seria a solução para que Eros e Psique pudessem reatar o romance?
      Seria transformá-la em uma deusa, uma criatura imortal.

5 – Os mitos relatam histórias fantásticas de “seres que encarnam, sob forma simbólica, as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana” (Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa). Em sua opinião, que aspecto da condição humana é simbolizado pela união de Eros e Psique?
      Resposta pessoal do aluno.

6 – Em sua opinião, para que servem os mitos?
      Resposta pessoal do aluno. Compreendendo que os mitos são explicações formuladas pelo ser humano para compreender questões fundamentais.