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segunda-feira, 4 de junho de 2018

POEMA: IDENTIDADE - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO


Poema: Identidade
          Carlos Queiroz Telles

Cabelos molhados,
sol encharcado,
pele salgada,
vento nos olhos,
areia nos pés.
O corpo sem peso
é nuvem à-toa.
O tempo inexiste.
a vida é uma boa!

Mergulho na água
azul deste céu.
Sou peixe de ar.
Sou ave de mar.
Mergulho em mim mesmo,
silêncio profundo.
Sou eu e sou Deus
de passagem no mundo,
nadando sem rumo
entre conchas e paz.

Em: Sonhos, grilos e paixões, Carlos Queiroz Telles,
São Paulo, Moderna: 1990, p. 38.
Entendendo o poema:
01 – Que sentimentos são expressos no poema? Justifique sua resposta.
·        Sentimentos de leveza, liberdade (O corpo sem peso, nuvem, mergulho no céu).
·        Despreocupação (O tempo inexiste, a vida é uma boa).
·        Meditação (Mergulho em mim mesmo).

02 – Quem está expressando esses sentimentos: um homem ou uma mulher? Como você chegou a essa conclusão?
      Os sentimentos são expressos por um homem: “Mergulho em mim mesmo”. A palavra “mesmo” enuncia o gênero masculino.

03 – O que podemos imaginar que se encontra o “eu lírico”? Que palavras do texto se referem a esse lugar?
      Podemos descrever o eu lírico como uma outra pessoa que age e fala dentro do poema, em primeira pessoa, intimista, subjetivo. É como se o escritor criasse uma personagem especial que assumisse os sentimentos do poema.
      O eu poético criou um lugar especial, um ambiente para manifestar suas emoções. É o mar, o céu, a areia, o vento e o próprio corpo.

04 – Que ideia o eu lírico nos transmite ao modificar o lugar das palavras “ar” e “mar” nas expressões “peixe de ar” e “ave de mar”?
      Transmite a sensação de estar integrado no todo, misturando emoções e sensações.

05 – Explique o sentido da última estrofe do poema.
      O eu lírico volta-se para si mesmo, em meditação, encontra o silêncio, a paz, algo místico, religioso.

06 – Por que você imagina que o poema recebeu o nome Identidade?
      A personagem procura passar a imagem (uma ideia) de si mesma e de seus estados de espírito.

07 – O eu lírico sente que “a vida é uma boa” ao estar em contato com o mar. E você, em que lugar especial costuma ter as mesmas sensações?
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Como você se sente neste início de ano, em contato com novos e velhos colegas, conhecendo novos professores?
      Resposta pessoal do aluno.

09 – Como você se sente sendo adolescente? Concorda com aqueles que dizem ser a adolescência uma fase muito difícil na vida de uma pessoa? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Geralmente, as mudanças que ocorrem na adolescência, tanto nos aspectos físicos como psicológicos, alteram o comportamento dos jovens, diante de novas situações.

10 – Que sensação o eu lírico nos passa nesses versos?
      Há uma sensação de liberdade, quando o ser humano se identifica com a natureza, totalmente solto em meio aos elementos, como o sol, o vento, a areia e o mar. O “eu” se desprende e, leve, flutua em busca de sua essência; por isso, ele se sente cheio de paz e livre.

11 – Retire do texto dois adjetivos:
·        Simples e primitivos: boa, azul, profundo.
·        Simples e derivados: molhados, encharcado, salgada.

12 – Explique o emprego da expressão em destaque, nas seguintes frases:
        “É nuvem à-toa.”
        “Nadava à toa.”
      No primeiro exemplo, a expressão à-toa é uma locução adjetiva; caracteriza o substantivo nuvem e significa “sem importância”, “insignificante”.
      No segundo exemplo, trata-se de uma locução adverbial de modo, modifica o verbo e significa “a esmo”, “sem rumo”.

13 – Identifique as locuções adjetivas presentes no poema e substitua-as por um adjetivo equivalente, quando possível.
      (Corpo) sem peso; (peixe) de ar – aéreo; (ave) de mar – marítima.

14 – Derive adjetivos dos seguintes substantivos do texto:
·        Sol: solar, solarento, ensolarado.
·        Vento: ventoso.
·        Areia: arenoso.
·        Corpo: corpulento, corpóreo.
·        Tempo: temporário, temporão.
·        Vida: vital, vitalício.
·        Água: aquoso, aguacento, aguado.
·        Céu: celeste, celestial.
·        Peixe: piscoso.
·        Ave: avícola.
·        Mundo: mundial, mundano.
·        Paz: pacífico.

15 – No verso: “A vida é uma boa!”, explique o sentido da palavra em destaque, ao se tirar o artigo.  
      Com o artigo, a palavra se torna um adjetivo substantivado, danado maior expressividade à frase, que passa a significar: a vida é boa demais ou ótima. A ausência do artigo diminui essa noção de intensidade.



"Cada boa ação que você pratica é uma luz que você acende em torno dos seus próprios passos". Chico Xavier

sábado, 31 de março de 2018

TEXTO: SÃO OS HORMÔNIOS QUE FALAM POR ELE - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO


 
TEXTO: SÃO OS HORMÔNIOS QUE FALAM POR ELE
      Carlos Queiroz Telles
                                    

         O “não” que o jovem diz aos adultos é muitas vezes mera reação química Uma das principais características aparentes da adolescência é que é nessa fase que o garoto começa a dizer "não". Mais do que isso. O "não" é a sua resposta pronta a todas as perguntas. "Quer tomar banho?" "Não." "Vista um agasalho porque está frio." "Não." "Vá fazer o dever de casa." "Não." É necessário pensar um pouco sobre o significado desse "não". Não se trata apenas de uma resposta recorrente. É mais do que isso. O "não" organiza o mundo interno de um adolescente. O cérebro de um rapaz nessa fase é como um exército repentinamente surpreendido pelo ataque de um inimigo - no caso, os pais com suas ordens. Apanhados distraídos no acampamento, os soldados desse batalhão precisam de um tempo para se preparar para o combate.
           O "não" faz com que eles ganhem tempo para essa preparação. Defendido e organizado, o comandante desse exército - seu filho - poderá até tomar banho, vestir o agasalho ou fazer o dever de casa. Mas ele fará isso porque ELE quer. Afinal, o adolescente não é mais uma criança que apenas obedece a ordens. Ele está na fase de questionar, entender e aceitar apenas o que julgar justo ou coerente. Mesmo que sua percepção do que seja "justiça" ou "coerência" pareça completamente amalucada.

Entendendo o texto:
01 – A adolescência é um período de muitos questionamentos. Segundo o texto, por que o adolescente sempre se opõe a tudo o que lhe é dito?
 A) Porque ele sempre se opõe a tudo, uma vez que não consegue compreender os adultos.
 B) Porque não é mais criança e não obedece a ordens.
 C) Porque ele precisa de um tempo para pensar melhor sobre o assunto, enquanto desvenda as frequentes” investidas dos adultos”.
 D) Porque ele tem a percepção prejudicada pelos hormônios.

02 – Como se explica que o adolescente, às vezes, acate as ordens dos pais?
A) Porque ele pode ter interesse pela proposta feita pelos pais. Então, ele analisa e toma suas próprias decisões, que podem coincidir com o que os pais desejam.
B) Porque, às vezes, ele é apanhado distraído.
C) Porque, às vezes, ele teme as reações dos pais.
D) Porque, às vezes, ele sente-se inseguro e concorda com os pais.

03 – De acordo com o texto, a atitude de independência do jovem é normal?
A) Não, pois o adolescente não é um adulto e não precisa assumir responsabilidades.
B) Sim, pois o adolescente já é praticamente um adulto, mas não precisa assumir suas opções.
C) Não, pois o adolescente age apenas por impulso, “bombardeado” pelos hormônios.
D) Sim, pois o adolescente já é praticamente um adulto, precisa fazer suas opções e assumi-las.

04 – “Anda logo, que você já está atrasado!” Em que pessoa gramatical essa forma do imperativo está conjugada?
 A) Ela está conjugada na 2ª pessoa do singular.
 B) Ela está conjugada na 3ª pessoa do singular.
 C) Ela está conjugada na 2ª pessoa do plural.
 D) Ela está conjugada na 1ª pessoa do plural

quinta-feira, 29 de março de 2018

POEMA: SEMENTES DE SOL - CARLOS QUEIROZ TELLES - COM GABARITO


POEMA: SEMENTES DE SOL
          
                    Carlos Queiroz Telles

 Este corpo
 que agora me veste
 ainda é casca
 e casulo
 de um outro bicho
 que cresce.



 Esta capa que me acompanha
 desde os tempos
 de criança
 desce inútil
 aos meus pés.
 Sou a ponte
 que me liga.

 Sou o gesto
 que me une.
 Sou o fui
 e o serei.

Este tempo
que me guarda
para um outro
amanhecer
é lembrança
e  é promessa,
recordação e
esperança,
morte e vida
enoveladas
na meada
das mudanças.

Sementes de sol. São Paulo: Moderna, 1992. p. 36-7.

 Enovelado: enrolado, emaranhado.
 Meada: enredamento, confusão.

Entendendo o poema:
01 – Leia estas afirmações.
          I. Quanto as ideias que apresenta, esse texto pode ser dividido em duas partes.
          II. A 1ª parte reúne as estrofes 1 e 2 e trata das transformações físicas do eu lírico.
          III. A 2ª parte é formada apenas pela última estrofe, que trata da identidade do eu lírico em um momento de mudanças.
          IV. Na 1ª parte, o eu lírico compara-se a um animal em transformação.

 Com base nessas afirmações, pode-se concluir que:
 A) apenas a III está correta.
 B) III e IV estão corretas.
 C) II e III estão corretas.
 D) I, II e IV estão corretas.

02 – Na 2ª estrofe, o eu lírico faz referência a uma capa, que “desce inútil” a seus pés, como se ele estivesse se despindo de uma “roupa” que o acompanhara por longo tempo. De que tipo de roupa ele estaria se desfazendo?
 A) Da “roupa” (ou do papel) de criança.
 B) Dos sentimentos contraditórios.
 C) Das mudanças.
 D) Das recordações.

03 – Ao comparar-se a um animal em transformação, na 2ª parte do texto, o eu lírico tenta definir a si mesmo, fazendo uso de linguagem figurada. Nos versos “Sou o fui / e o serei”, os verbos destacados são substantivados. Que substantivos podem substituir esses verbos sem que haja mudança de sentido?
 A) Passado e futuro.
 B) Recordação e esperança.
 C) Mudanças e lembrança.
 D) Tempo e promessa.

04 – Compare o poema com o texto “A turma”. Qual dos itens seguintes correspondem uma afirmação verdadeira sobre os dois textos?
 A) Ambos os textos narram o processo de amadurecimento de um adolescente e sua iniciação na fase adulta.
B) Embora os textos apresentem linguagens diferentes — um é científico e o outro é poético —, ambos refletem sobre a transição da fase infantil para a fase adulta.
C) O poema e o texto em prosa não acentuam a convivência entre traços infantis que ainda persistem e traços do adulto em nascimento.
 D) Ambos os textos discutem o problema da identidade do adolescente.