segunda-feira, 4 de setembro de 2023

CONTO(Frag.): O HOMEM QUE QUERIA ELIMINAR A MEMÓRIA - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO - COM GABARITO

 Conto(Frag.): O homem que queria eliminar a memória

                              Ignácio de Loyola Brandão

Entrou no hospital, mandou chamar o melhor neurocirurgião. [...]

       Quero me operar. Quero que o senhor tire um pedaço do meu cérebro.

       Um pedaço do cérebro? Por que vou tirar um pedaço do seu cérebro?

       Porque eu quero.

       Sim, mas precisa explicar.

       Não basta eu querer?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDUFDzaV-nli_ggVS4Cbe01VPXWOTz3gz5cryneh4TQO2-H3tp_nGEvMu6miY9bGkE9BNuWFEl0xLZxKDiV4HyCJsYKlTuG5JtFtMlBP25EVsCcWst3_p8MPCpBsQY7GEmoCOq_Z3UtxO9Lp05fNgiV-Zyqs3qgDol0A6qCrEuXpTb9O-TxnRLFsqYB40/s320/CIRURGIAO.jpg


       Claro que não. [...] Há certas coisas que o senhor está impedido de fazer. Ou melhor: eu é que estou impedido de fazer no senhor. [...]

       Por que o senhor quer cortar um pedaço do cérebro?

       Quero eliminar a minha memória. [...] Não quero mais me lembrar de nada. Só isso. As coisas passaram, passaram. Fim! [...]

       Não dá para fazer isso [...]. A medicina não está tão adiantada assim. [...]

O médico pensou. [...] Pediu ao homem que voltasse outro dia. Despediram-se. [...] Chamou um amigo.

          Estou pensando em tirar um pedaço do meu cérebro. Eliminar a memória. O que você acha?

Muito boa ideia. Por que não pensamos nisto antes? Opero você e depois você me opera. Também quero.

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Para gostar de ler. Volume 8. Contos. São Paulo: Ática, 1983. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento.

Entendendo o texto

01.        De acordo com esse texto, o senhor desejava

A)     dar explicações ao médico.

B)     eliminar a memória.

C)     ter uma boa ideia.

D)     voltar ao hospital outro dia.

 02. Esse texto é engraçado porque

A)     o médico acabou gostando da ideia do senhor.

B)     o médico não sabia como operar o senhor.

C)     o senhor não sabia explicar o motivo da cirurgia.

D)     o senhor quis eliminar sua memória.

03.Nesse texto, a palavra “Fim!” (ℓ. 11) foi utilizada para reforçar a ideia de que o senhor estava

A)     ansioso.

B)     depressivo.

C)     irritado.

D)     pensativo.

 

 

 

 

CRÔNICA: FOLHAS SECAS - FRANCISCO MARQUES - REVISTA ESCOLA - COM GABARITO

 CRÔNICA: FOLHAS SECAS

                   Francisco Marques

Eu estava dando uma aula de Matemática e todos os alunos acompanhavam atentamente.

Todos?

Quase. [...] Renata conferia as canetas e os lápis do seu estojo vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirnWNwtnequuS7RhYr9gngVTciHSqnwAJ2-soomfgBqFESa1zCgzBck-d89KRCiqHkEw7kyT4KakRMcnNj_bCWdv8kaZWiYGiWv6l3cqRPr4tle0G56_cVzaZyaZ0jgo8O1qAxFCEq0Gb1il_hQH9y_4K2oizmXLy9Ob_DoQmYR3xEmUscjiVsZmNg6pY/s320/ESTOJO.jpg


O pátio? O que acontecia no pátio?

Após o recreio, dona Natália varria calmamente as folhas secas e amontoava e guardava tudo dentro de um enorme saco plástico azul. Terminando o varre-varre, dona Natália amarrou a boca do saco plástico e estacionou aquele bafuá de folhas secas perto do portão. Hélder observava atentamente. [...] De repente, Hélder foi arregalando os olhos e franzindo a testa.

Qual o motivo do espanto?

Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se desesperadamente, com aflição, sufoco, falta de ar. [...] Um pássaro novo caiu do ninho e foi confundido com as folhas secas e foi varrido e agora lutava pela liberdade.

– Ele tá preso!

O grito de Hélder interrompeu o final da multiplicação de 15 por 127. Todos os alunos olharam para o pátio. E todos nós concordamos, sem palavras: o bico do passarinho tentava romper aquela estranha pele azul. Hélder saiu da sala e nós fomos atrás. E antes que eu pudesse pronunciar a primeira sílaba da palavra “calma”, o saco plástico simplesmente explodiu, as folhas voaram e as crianças pularam de alegria.

Alguns alunos dizem que havia dois passarinhos presos. Outros viram três passarinhos voando felizes e agradecidos. Lucas diz que era um beija-flor. Renata insiste que era uma cigarra. Eu, sinceramente, só vi folhas secas voando. [...]

 MARQUES, Francisco. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/folhas-secas-634210.shtml>.

Acesso em: 22 set. 2014. Fragmento.

 Entendendo o texto

 01. No último parágrafo desse texto, os alunos

a)   brincavam de adivinhar.

b)   discordavam entre si.

c)   estavam espantados.

d)   estavam indiferentes.

02.  No trecho “... o bico do passarinho tentava romper aquela estranha pele azul.” (ℓ. 16-17), o recurso estilístico utilizado na expressão em destaque

a)   apresenta duas características opostas do saco plástico.

b)   descreve o passarinho de maneira exagerada.

c)   relaciona o saco plástico a uma parte do corpo humano.

d)   relata a atitude do passarinho de forma debochada.

03.  No trecho “... os lápis do seu estojo...” (ℓ. 3), a palavra destacada está no lugar de

a)   Natália.

b)   Hélder.

c)   Lucas.

d)   Renata.

04. O trecho desse texto que demonstra que o narrador participa da história está em: 

a)   “Eu estava dando uma aula de Matemática e todos os alunos acompanhavam atentamente.”. (ℓ. 1) 

b)   “Renata conferia as canetas e os lápis do seu estojo vermelhíssimo e Hélder olhava para o pátio.”. (ℓ. 7-8) 

c)    “Hélder percebeu alguma coisa no meio das folhas movendo-se desesperadamente, com aflição, d)   sufoco, falta de ar.”. (ℓ. 11-12)

05.  No trecho “– Ele tá preso!” (ℓ. 14), a linguagem utilizada é

a)   científica.

b)   culta.

c) informal.

d) regional.

 

 

CONTO: DICIONÁRIO DE FORMAS - ÂNGELA LAGO - COM GABARITO

 Conto: Dicionário de formas

            Ângela Lago

 Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa que acabara de chegar do outro lado da Terra. Bolei para ela um dicionário de quatro palavras: bola, quadrado, retângulo, triângulo. Japonês se escreve com desenhos. Com desenhos a princesa aprenderia português!

[...] Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:

Triângulo-bola.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiThydQPUaVTQxDxYS0Pry8e54alxUKgWYwA4XrTlQSj7SFGFjJDgFleQgDhGZLuQk3GrYQSEP3Mc7S7PPc6BJSmVRYwLAhPWAsCdw2Pb1-EZtdfL9hc17hyml4PkBFlShh0ZBZEP-CAYR4fbsmP40jwZX-wef4Si0wLXyWX6DfKu8abD1thv2o7tkFNlQ/s320/SORVETE.jpg


Sorvete na casquinha! O dicionário funcionava às maravilhas.

Eu? Mandava bilhetes. Desenhava um quadrado com um triângulo em cima e escrevia: casa!!! Caprichava nos pontos de exclamação. Casa!!! Casa!!! Fácil de entender: casa comigo.

Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes. Uma hora a fera mandou me chamar. Aí…

Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro:

Um traço com um pingo é chuva. Três -!!! – muita chuva. Casa, chuva, chuva, chuva. Estou só avisando… Cuidado com goteiras.

[...] Hoje, 60 anos depois, repito, valeu a pena. E lá vou eu apanhar uns triângulos vermelhos para a minha rainha arrumar no triângulo do retângulo do quadrado da frente. Perfeito. Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada com os… Como é mesmo? Vá lá! Com os triângulos vermelhos.

 

LAGO, Ângela. Disponível em: <http:// revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/dicionario-formas-634239.shtml>. Acesso em: 6 nov. 2014.

Entendendo o texto

01) O trecho desse texto que mostra que o narrador conta uma história vivida por ele é:

A)    “Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa...”. (ℓ. 1)

B)    “Com desenhos a princesa aprenderia português!”. (ℓ. 3-4)

C)    “Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes.”. (ℓ. 10)

D)    “Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada...”. (ℓ. 17)

02) Nesse texto, a palavra “bolei” (ℓ. 2) significa

A)    enrolar.

B)    estar confuso.

C)    ficar preocupado.

D)    inventar.

03)  No trecho “Casa!!! Casa!!!” (ℓ. 9), a repetição da palavra casa foi usada para

A)    destacar a vontade do sorveteiro em casar.

B)    indicar que o sorveteiro queria uma casa.

C)    marcar a teimosia do sorveteiro.

D)    mostrar que o sorveteiro soletrou a palavra.

04) De acordo com esse texto, no dicionário de formas, o desenho de triângulo - bola representa

A)    carrinho.

B)    sorvete.

C)    casa.

D)  chuva.

 

Leia novamente o texto “Dicionário de formas” para responder às questões abaixo.

05) Nesse texto, o trecho que apresenta uma opinião é:

A)    “Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei...”. (ℓ.1)

B)    “Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:...”. (ℓ. 5)

C)    “O dicionário funcionava às maravilhas.”. (ℓ. 7)

D)    “Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro: ”. (ℓ. 12)

06) No trecho “Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada...” (ℓ. 17), a expressão em destaque indica

A)    causa.

B)    lugar.

C)    modo.

D)    tempo.

MÚSICA(ATIVIDADES): HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR - RENATO RUSSO - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): HOJE A NOITE NÃO TEM LUAR

(Renato Russo)

.

Ela passou do meu lado
Oi, amor! Eu lhe falei
Você está tão sozinha
Ela então sorriu pra mim

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8rRhuAgkTJcKOKwSuvY82QKrFvmPt9ulw1fFi3YL2jW3TEwiewx5-fAtWPSEi_c2-mdPy2xWVjEw1dKGLQ4VWh7X-60K9HrCbhdQEUVYtWdHmFvetiMvTrSjnqUEowmKnKPqWb0YrvURiHq0knhN3ViGYqYl6Z0issVFiBVIwGI7-hvh_BIAZUZsMvgg/s1600/LUA.jpg

Foi assim que a conheci

Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

 

Nos encontramos a noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi

 

Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava
O mundo pertence a nós

 

E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está

 

Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor?

 

 

 

Entendendo o texto

 01. A letra da música acima constitui um texto narrativo, identifique o trecho que representa o clímax dessa narrativa.

 a)   “Ela passou do meu lado (...)”.

b)   “ (...) Ela então sorriu pra mim (...)”

c)   “(...) E um beijo aconteceu (...)”

d)   d)“(...) outro beijo lhe pedi(...)”  

 02. Qual é o tema principal da música?

            O tema principal da música é um encontro romântico à beira-mar e a saudade desse momento especial.

03. Como o narrador conheceu a pessoa mencionada na música? O narrador conheceu uma pessoa quando ela passou por ele na praia e eles trocaram sorrisos.

04. O que aconteceu durante o encontro à noite mencionado na música?

Durante o encontro à noite, eles passearam por aí, compartilharam beijos e desfrutaram da beleza da lua e das estrelas.

     05.Qual é o sentimento do narrador durante a maior parte da música?

         O sentimento do narrador é de saudade e busca pela pessoa que conheceu naquele momento especial.

05. Como a noite está descrita na música?

 A noite é descrita como linda, com uma lua de prata no céu e o brilho das estrelas no chão.

06. Por que o narrador está triste na música?

O narrador está triste porque a noite atual não tem a presença da pessoa amada, e ele não sabe onde encontrá-la.

07. Qual é a importância do beijo na história da música?

O beijo é um momento significativo na história, pois simboliza o início do relacionamento entre o narrador e a pessoa amada.

08. O que a música sugere sobre a intensidade desse relacionamento?

A música sugere que o relacionamento entre o narrador e a pessoa amada foi intenso e especial, com lembranças que perduraram na memória do narrador.

09. Como a música transmite a ideia de que o mundo pertence aos dois personagens?

A música transmite essa ideia por meio da descrição da noite linda e romântica que eles compartilharam, onde o mundo parece ser deles, cheio de beleza e amor.

 

 

 

 

POEMA: VERSOS À BOCA DA NOITE - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 POEMA: VERSOS À BOCA DA NOITE

                Carlos Drummond de Andrade

 

Sinto que o tempo sobre mim abate
sua mão pesada. Rugas, dentes, calva.
Uma aceitação maior de tudo,
e o medo de novas descobertas.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeY6k-xBeoSdarQctVfx4EfNLq0QscDu3XcV-Q4KyyIAEMl9S0HGdXZIXNWBxtne7bz9FKcgXUf76oyRz97LkD7U3LuUDOIh53JpMTI8fC09d9JYHjtShed4Msg9WoYOcyEQvBQQOO-_05hxGxEf90TaavNVZD7BwlmKy67eihZtJDGvHzXOKquO72yLg/s320/boca-da-noite.jpg

Escreverei sonetos de madureza?
Darei aos outros a ilusão de calma?
Serei sempre louco? Sempre mentiroso?
Acreditarei em mitos? Zombarei do mundo?

Há muito suspeitei o velho em mim.
Ainda criança, já me atormentava.
Hoje estou só. Nenhum menino salta
de minha vida, para restaurá-la.

Mas se eu pudesse recomeçar o dia!
Usar de novo minha adoração,
meu grito, minha fome. Vejo tudo
impossível e nítido, no espaço.

Lá onde não chegou minha ironia,
entre ídolos de rosto carregado,
ficaste, explicação de minha vida,
como os objetos perdidos na rua.

As experiências se multiplicaram:
viagens, furtos, altas solidões,
o desespero, agora cristal frio,
a melancolia, amada e repelida,

E tanta indecisão entre dois mares,
entre duas mulheres, duas roupas.
Toda essa mão para fazer um gesto
que de tão frágil nunca se modela,

E fica inerte, zona de desejo
selada por arbustos agressivos.
(Um homem se contempla sem amor,
se despe sem qualquer curiosidade.)

Mas vêm o tempo e a ideia de passado
visitar-te na curva de um jardim.
Vem a recordação, e te penetra
dentro de um cinema, subitamente.

E as memórias escorrem do pescoço,
do paletó, da guerra, do arco-íris;
enroscam-se no sonho e te perseguem,
à busca de pupila que as reflita.

E depois das memórias vem o tempo
trazer novo sortimento de memórias,
até que, fatigado, te recuses
e não saibas se a vida é ou foi.

Esta casa, que miras de passagem,
estará no Acre? na Argentina? Em ti?
Que palavra escutaste, e onde, quando?
Seria indiferente ou solidária?

Um pedaço de ti rompe a neblina,
voa talvez para a Bahia e deixa
outros pedaços, dissolvidos no atlas,
em País-do-Riso e em tua ama preta.

Que confusão de coisas ao crepúsculo!
Que riqueza! Sem préstimo, é verdade.
Bom seria captá-las e compô-las
num todo sábio, posto que sensível:

uma ordem, uma luz, uma alegria
baixando sobre o peito despojado.
E já não era o furor dos vinte anos
nem a renúncia às coisas que elegeu,

Mas a penetração no lenho dócil,
um mergulho em piscina, sem esforço,
um achado sem dor, uma fusão,
tal uma inteligência do universo

comprada em sal, em rugas e cabelo.

ENTENDENDO O POEMA

01. Nos versos de Carlos Drummond de Andrade pode-se inferir que o eu lírico trata do (as)

a) inquietações da juventude.

b) traquinagens da infância.

c) descobertas da adolescência.

d) transição da fase adulta para a velhice.

e) passagem da infância para a juventude.

 

02. Na frase “Sinto que o tempo sobre mim abate sua mão pesada” encontra-se a figura de linguagem

a) eufemismo.

b) animismo.

c) hipérbole.

d) catacrese.

e) sinestesia.

 

03. Como o poeta descreveu sua relação com o tempo no início do poema?

     O poeta descreveu que o tempo diminui sobre ele sua mão pesada, causando rugas, dentes e calva.

04. Qual é o sentimento do poeta em relação à sua maturidade na segunda estrofe?

      O poeta expressa uma facilidade maior de tudo em relação à sua maturidade, mas também revela o medo de novas descobertas.

05. O poeta planeja escrever sonetos dessa fase da vida?

      O poeta planeja escrever sonetos de maturidade.

06. O que o poeta questiona sobre si mesmo na terceira estrofe?

      O poeta questiona se ele será sempre louco, sempre mentiroso, se acreditará em mitos e zombará do mundo.

07. Qual é a sensação do poeta em relação à passagem do tempo e ao envelhecimento em "Há muito suspeito o velho em mim"?

       O poeta sente uma suspeita de envelhecimento desde a infância, e agora, na solidão, reflete sobre essa transformação.

08. O que o poeta deseja poder fazer novamente em relação ao seu passado?

      O poeta deseja poder recomeçar o dia e usar novamente sua inspiração, grito e fome.

09. Como o poeta descreve suas experiências ao longo da vida?

     O poeta descreveu suas experiências como multiplicadas, incluindo viagens, furtos, solidões, desespero, melancolia e indecisões.

10. O que o tempo traz consigo na segunda metade do poema?

      O tempo traz consigo a gravação e memórias que perseguem o poeta, até que ele se recusa a reconhecê-las como parte de sua vida.

11. Qual é o desejo final do poeta em relação às experiências e memórias da vida?

      O desejo final do poeta é capturar todas as experiências e memórias e compô-las em um todo sábio, uma ordem, uma luz, uma alegria que desça sobre seu peito despojado.

 

 

domingo, 3 de setembro de 2023

TEXTO: POLÍTICA E POLITICALHA - RUI BARBOSA - COM GABARITO

 TEXTO: Política e politicalha

                Rui Barbosa

      A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7i8o-SNt8mj3LzZM43J4LO5-cT6V3xlL2t1E-gVEAdvmsXmQMmg-MM7NiPnJOcPrFYYBKHY9OEYJF0Cr-vyLCpcIwgu9mNSsobQ5Yaim3Hipp70jMo8PSZQdExQKZmYFuVbqwEjtwZtnBC0CwC91zM07UP7-amvkMkyvsxXLXDNBCdcI6yr6wUXgiO7Q/s1600/POLITICA.jpg 


      Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.

      Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente.

      A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.

(Trechos escolhidos de Rui Barbosa, Rui Barbosa.)

Ruy Barbosa de Oliveira foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador.

Entendendo o texto

01.  Segundo o autor qual a palavra adequada para o exercício de uma má política? Por quê?

O autor considera que a palavra adequada para o exercício de uma má política é "politicalha", porque o sufixo pejorativo "queima como um ferrete" e torna o termo mais elucidativo.
02. Você considera essa palavra forte? Justifique.

Sim, a palavra "politicalha" é forte porque carrega uma conotação negativa e pejorativa, descobrindo corrupção, exploração de interesses pessoais e ações políticas de mais qualidade.
03. Você concorda que politicagem rima bem com criadagem, parolagem, afilhadagem e ladroagem? Justifique.

Não, a palavra "politicagem" não rima bem com as palavras mencionadas. O autor está fazendo uma crítica ao termo "politicagem", indicando que ele não expressa todo o desprezo do objeto significado, ao contrário de "politicagem", que, segundo o autor, tem uma consonância mais elucidativa.

04. Para Rui Barbosa qual é a diferença de política e politicalha?

Rui Barbosa diferencia a política como a arte de administrar o Estado de acordo com princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis. Por outro lado, ele descreveu a política como a indústria de exploração de interesses pessoais, caracterizando-a como uma corrupção crônica e prejudicial.   

05.Segundo Rui Barbosa, caracteriza a política:
I- O aperfeiçoamento do espírito humano
II- Certa semelhança com a politicalha
III- O jogo da integra, da inveja e da incapacidade

Responda as questões com base no seguinte código:
a) se apenas um item for correto
b) se apenas I e II forem corretas
c) se apenas I e III forem corretas
d) se apenas II e III forem corretas
e) se todos os itens forem corretos

06. O autor preferiu usar politicalha a politicagem porque:
a) O segundo, embora expresse o desprezo do objeto significado, é muito corriqueiro entre nós.
b) Politicagem é mais suave do que seus consoantes criadagem, perolagem, afilhadagem e ladroagem.
c)  O sufixo pejorativo de politicagem traz ao termo maior precisão semântica.

07. Durante todo o texto, Rui Barbosa vai procurando mostra as oposições entre o verdadeiro sentido da política e o seu falso sentido, ou seja, a politicalha. Em determinados, a força criativa do autor o leva a usar certas conotações, certas metáforas. É o que se registra em:
a)  “A política é a higiene dos países moralmente sadios”.
b)  “ A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada”.
c) “A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais”.