quarta-feira, 24 de junho de 2020

ARTIGO DE OPINIÃO: A ESTUPIDEZ RACIAL - ANDRÉ PETRY - COM GABARITO

Artigo de Opinião: A estupidez racial    

      André Petry

   O deputado Paulo Paim, parlamentar negro do PT gaúcho, acha que quem é contra a criação de cotas raciais nas universidades pertence à "elite". Além de defender as cotas raciais, Paulo Paim é autor da proposta de instituição do Estatuto da Igualdade Racial, uma ideia tão estapafúrdia que chega a criar uma classificação oficial de raças – algo mais ou menos inspirado nos grandes momentos do nazismo. Na semana passada, mais de 100 brasileiros, entre intelectuais, acadêmicos, artistas e ativistas do movimento negro, divulgaram um manifesto pedindo ao Congresso Nacional que rejeite o projeto que cria as cotas raciais nas universidades e, também, o tal Estatuto da Igualdade Racial. Paulo Paim não gostou. Seu diagnóstico foi o seguinte: "Esse é um manifesto da elite, pois dar espaço aos negros não interessa". Pobre Paim.

        Dar espaço aos negros, ao contrário do que a paranoia do deputado sugere, interessa a todos os brasileiros. O que não interessa aos brasileiros – brancos, negros, índios – é a estupidez racial. O projeto das cotas raciais e o tal estatuto racial, a pretexto de combater as imensas desigualdades sociais no país, não passam de uma calamidade. Nem se perca tempo dizendo que, ao privilegiarem essa ou aquela "raça", os projetos ferem o ditame constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. E nem se perca tempo dizendo que isso é uma agressão frontal ao princípio republicano da igualdade.

        É até pior: esses projetos são o ovo da serpente. Eles forçam os brasileiros a criar uma identidade racial, numa negação acintosa à originalidade de nossa miscigenação – dado fundador de nossa identidade. Eles criam um conceito legal de raça.  Se aprovados, o Brasil passará a ter "raças oficiais". Com essa asneira, estarão criadas condições ideais para gerar um clima de confrontação racial no país. É óbvio que o Brasil precisa reverter a desvantagem de descendentes de negros, que saíram da escravidão, e dos índios, que foram dizimados e aculturados. 

        Quanto a isso, não há dúvida. Também não há dúvida de que o país precisa reverter o descalabro em que vivem os brancos analfabetos e miseráveis. Isso significa que a desigualdade brasileira não é uma decorrência da tonalidade de pele, não é contra negros – é contra pobres. A entrada de serviço nos prédios de apartamentos não é para negros, é para pobres. As favelas e a mendicância não escolhem os negros. Escolhem os pobres. Sim, a maioria dos pobres são negros e pardos – e a melhor forma de combater essa desigualdade é criando oportunidades iguais, abrindo escolas, dando boa educação, oferecendo bons hospitais, gerando empregos. 

        O Estado tem a missão de oferecer oportunidades iguais e bons serviços públicos – bons e universais. Quando se naufraga no pântano de ficar criando divisões raciais e étnicas, institui-se um Estado capaz apenas de fazer politicazinhas que preveem a "inclusão" de uma "minoria" aqui, outra "minoria" ali. Não queremos ser uma federação de minorias. Queremos ser um país de cidadãos. É isso o que interessa a todos os brasileiros.

       André Petry (REVISTA VEJA, Segunda-feira, Julho 03, 2006).

Entendendo o texto:

01 – Qual dos itens apontados abaixo não foi citado pelo autor como um meio para se combater a desigualdade?

a)   Gerando empregos.

b)   Abrir escolas.

c)   Oferecendo bons hospitais.

d)   Promover a distinção entre raças.

02 – “Eles forçam os brasileiros a criar uma identidade racial, numa negação acintosa à originalidade de nossa miscigenação – dado fundador de nossa identidade”. A palavra destacada pode ser substituída por qual vocábulo citado abaixo?

a)   Mistura.

b)   Movimento.

c)   Monocultura.

d)   Morbidez.

03 – “Eles forçam os brasileiros a criar uma identidade racial.” – A que se refere o vocábulo sublinhado?

a)   Ao Estatuto do Idoso.

b)   Ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

c)   Aos Projetos das Cotas Raciais.

d)   Nenhuma das alternativas anteriores.

04 – “Queremos ser um país de cidadãos” – A frase em destaque é atribuída:

a)   Aos brancos, negros e índios.

b)   Aos brasileiros.

c)   Aos projetos das cotas raciais.

d)   Ao autor do artigo.

05 – Qual das opções abaixo demonstra a opinião de alguns parlamentares negros sobre a criação de cotas raciais nas universidades?

a)   Quem é contra a criação de cotas raciais nas universidades pertence à “elite”.

b)   O que não interessa aos brasileiros... É a estupidez racial.

c)   A melhor forma de combater essa desigualdade é criando oportunidades iguais.

d)   Os projetos ferem o ditame constitucional segundo o qual todos são iguais.

06 – “O projeto das cotas raciais e o tal estatuto racial, a pretexto de combater as imensas desigualdades sociais no país, não passam de uma calamidade”. A expressão sublinhada expressa:

a)   Um fato.

b)   Uma opinião.

c)   Nem um fato nem uma opinião.

d)   Uma crônica.

 

 


FÁBULA: O CARROCEIRO EM APUROS - COM GABARITO

Fábula: O carroceiro em apuros 

       Uma carroça, por descuido do carroceiro, achava-se certa vez atolada em um pântano horrível. O homem gritava, ralhava, aguilhoava e chicoteava os seus bois; dobravam estes de esforço, porém nada conseguiam; o pegajoso barro prendia as rodas. O carroceiro pôs-se então a suplicar a Deus e aos santos, fez-lhes promessas de esmolas, de oferendas, se lhe safassem o carro do perigo. Então ouviu uma voz que dizia: O céu vai lhe ajudar: Faça o seguinte: pegue a enxada, desprenda a lama das rodas, examine onde mais sólido está o chão; cave e limpe esse maldito barro, empurre as rodas; agora toque seus bois. Ótimo! Veja lá o seu carro como vai andando... Cuidado com outros atoleiros! Vendo feito o milagre o carroceiro ajoelhou-se, agradecido. Então a voz se lhe fez de novo ouvir: Tens razão de agradecer, pois ficaste sabendo que o céu sempre ajuda a quem se ajuda a si próprio.

        Moral da história: Nos lances da vida aproveitemos a força e a inteligência que Deus nos concedeu, quem por indolente ou por desacoroçoado (desanimado) cruzar os braços, não conte com milagres que o salvem.

             In: Fábulas e contos. Disponível em: http://bit.l/2551Rlp. Acesso em: maio / 2019.

Entendendo a fábula:

01 – Durante o tempo em que a carroça ficou atolada, qual foi a primeira atitude do carroceiro para desprende-la?

a)   Ajoelhou-se e ficou muito desanimado.

b)   Fez promessas de esmolas e oferendas.

c)   Pegou a enxada e começou a retirar o barro.

d)   Tratou muito mal os bois que puxavam a carroça.

02 – O personagem suplica a Deus quando:

a)   Desprendeu a carroça e sabia que tinha mais atoleiros pela frente.

b)   Examinou que o barro era muito pegajoso e o pântano horrível.

c)   Percebeu que seus bois não conseguiriam desatolar a carroça.

d)   Teve a certeza de que seus bois não conseguiram sair do atoleiro.

03 – De acordo com o texto, a ajuda dada pelos céus deixou o carroceiro:

a)   Agradecido.

b)   Atento.

c)   Esforçado.

d)   Inteligente.

04 – No trecho: “Uma carroça, por descuido do carroceiro, achava-se certa vez atolada em um pântano horrível”, a expressão destacada indica:

a)   Certeza.

b)   Modo.

c)   Opinião.

d)   Tempo.

05 – Na frase: “Dobravam estes de esforço, porém nada conseguiam...”, a palavra sublinhada substitui.

a)   Bois.

b)   Braços.

c)   Lances.

d)   Santos.

 


segunda-feira, 22 de junho de 2020

POEMA: DEPOIS DE TUDO - FERNANDO SABINO - COM QUESTÕES GABARITADAS

  Poema: Depois de tudo


(Trecho do livro:"O Encontro Marcado", de Fernando     Sabino, p.154)

              De tudo ficaram três coisas:

  A certeza de que estamos sempre a começar…
  A certeza de que é preciso continuar…
  A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar.

  Por isso devemos:

  Fazer da interrupção um caminho novo
  Da queda um passo de dança
  Do medo uma escada
  Do sonho uma ponte
  Da procura um encontro.

                                                                    Fernando Sabino

Entendendo o poema:

 01 – Embora este texto é um trecho do livro “O encontro marcado”, de  Fernando Sabino, tendo sua primeira publicação em 1967, ele nos remete ao momento atual de vivemos no mundo “A pandemia do Corona-vírus”. De que fala o autor?

      Ele está numa efetiva busca existencial, suas inquietações, impasses, incertezas.

 02 – O que poderia ser esta primeira certeza para os dias atuais?

      A certeza é a mudança. Não apenas nos hábitos – e nada tão certo quanto mudanças de hábitos.

      Assim como nos acostumamos ao cinto de segurança, agora a máscara, o sabão, o álcool em gel e o “distanciamento social”.

 03 – “... a certeza de que era preciso continuar...”. Que sentido esta frase têm no momento atual?

      Que mesmo com medo do corona-vírus, com essa sensação de onipotência, temos que continuar a ir ao mercado, a farmácia, ao banco, entre outros lugares essenciais.

 04 – Ainda relacionando a pandemia com o texto, o que seria a certeza de que seria interrompido antes de terminar?

      Há momentos com sinais de estabilização do contágio em quase todos os Estados e, então à ampliação no relaxamento precoce das quarentenas, em seguida há ascendência na curva do corona-vírus e é decretado medidas de restrição mais duras, como o lockdown.

 05 – E “... fazer da interrupção um caminho novo”, refere-se a que atualmente?

      O corona-vírus é visto como um acelerador de futuros com:

·        Trabalho remoto: serviço delivery;

·        Educação a distância: trouxe à tona a crise sanitária sem precedentes para a nossa geração; o fortalecimento de valores como solidariedade e empatia; o questionamento do modelo de sociedade baseando no consumismo e no lucro a qualquer custo.

 06 – Quais são os efeitos dessa pandemia?

      As transformações são inúmeras e passam pela política, economia, modelos de negócios, educação, relações sociais, cultura, psicologia social e a relação com a cidade e o espaço público, entre outras coisas.

 07 – Nossos valores mudarão após pandemia?

      A pandemia altera quem somos, afetando diversas facetas de nossa psique.

      Podemos aprovar algumas das mudanças – rumo a laços comunitários mais fortes e a valores humanitários – e desaprovar outras – a mente fechada e os raciocínios simplistas. Gostemos ou não, a imensa crise que estamos enfrentando faz emergir o melhor de nós.

 


CRÔNICA: A MORTE DA VELHINHA DE TAUBATÉ - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: A morte da velhinha de Taubaté

             Luís Fernando Veríssimo

        “Morreu no último dia 19, aos 90 anos de idade, de causa ignorada, a paulista conhecida como “a Velhinha de Taubaté”, que se tornou uma celebridade nacional há alguns anos por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo.

        O fenômeno, que veio a público durante o governo Figueiredo, o último do ciclo dos generais, levou multidões a Taubaté e transformou a Velhinha numa das maiores atrações turísticas do estado.

        Além de estandes de tiro ao alvo e de venda de estatuetas da Velhinha e de uma roda-gigante, ergueram-se tendas para vender caldo de cana e pamonha em volta da pequena casa de madeira onde a Velhinha morava sozinha com seu gato, e não era raro a própria Velhinha sair de casa e oferecer seus bolinhos de polvilho a curiosos que chegavam em ônibus de excursão para serem fotografados com ela e pedirem seu autógrafo.

        A Velhinha sempre acompanhou a política e acreditou em todos os governos desde o de Getúlio Vargas, inclusive em todos os colaboradores dos governos militares, “até”, como costumavam dizer muitos na época, com espanto, “no Delfim Netto!”

        O presidente Sarney telefonava frequentemente para Taubaté para saber se a Velhinha, pelo menos, ainda acreditava nele, e Collor foi visitá-la mais de uma vez para pedir que ela não o deixasse só.

        As circunstâncias da morte da Velhinha de Taubaté ainda não estão esclarecidas. Sua sobrinha Suzette, que tem uma agência de acompanhantes de congressistas em Brasília embora a Velhinha acreditasse que ela fazia trabalho social com religiosas, informou que a Velhinha já tivera um pequeno acidente vascular ao saber da compra de votos para a reeleição do Fernando Henrique Cardoso, em quem ela acreditava muito, mas ficara satisfeita com as explicações e se recuperara.

        Segundo Suzette, ela estava acompanhando as CPIs, comentara a sinceridade e o espírito público de todos os componentes das comissões, nenhum dos quais estava fazendo política, e de todos os depoentes, e acreditava que como todos estavam dizendo a verdade a crise acabaria logo, mas ultimamente começara a dar sinais de desânimo e, para grande surpresa da sobrinha, descrença.

        A Velhinha acreditara em Lula desde o começo e até rebatizara o seu gato, que agora se chamava Zé. Acreditava principalmente no Palocci. Ela morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia. Mas a polícia mandou os restos do chá que a Velhinha estava tomando com bolinhos de polvilho para exame de laboratório. Pode ter sido suicídio.

        O ambiente no parque de diversão em torno da casa da Velhinha de Taubaté é de grande consternação.

Luís Fernando Veríssimo.

Entendendo a crônica:

01 – Analise as considerações que seguem, preenchendo os parênteses com (V) verdadeiro ou (F) falso.

(V) A crônica constrói-se por meio da crítica bem humorada do autor à corrupção generalizada da classe política.

(V) O autor explora, nesse texto, a linguagem típica da notícia de jornal para apresentar a realidade brasileira de forma caricaturesca.

(V) A profissão de Suzette na crônica é apresentada de modo direto, sem eufemismos.

(V) FHC, Lula e Palocci são personagens reais a partir dos quais a fé da Velhinha na política se consolida.

(F) Luís Fernando Veríssimo é um autor que, em seus textos, explora outros gêneros textuais, como a notícia, o conto, p diálogo, a poesia.

        Agora, marque a alternativa da sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo.

a)   V – V – F – F – V.

b)   V – F – V – F – F.

c)   V – V – V – V – F.

d)   F – V – F – V – V.

e)   F – F – V – F – V.

02 – De quem é a autoria da morte de uma das mais brilhantes personagens da história da crônica brasileira, a “Velhinha de Taubaté”, na sexta-feira, 19 de agosto, “aos 90 anos”?

      Não tem mistério, quem a matou foi o único que poderia fazê-lo, ou seja, o próprio autor, o cronista Luís Fernando Veríssimo.

03 – Quem é a “Velhinha de Taubaté”?

      É um personagem de humor brasileiro criado pelo escritor e cronista Luís Fernando Veríssimo, durante o governo do general João Baptista Figueiredo.

04 – Que fato desencadeou os acontecimentos narrados na crônica?

      A morte da Velhinha de Taubaté.

05 – Em que parágrafo o autor menciona o acontecimento que derivou esta crônica?

      No primeiro parágrafo.

06 – Descreva o lugar onde ocorreu o fato.

      A Velhinha morreu na frente da televisão, talvez com o choque de alguma notícia.

07 – Existe uma relação entre a situação vivida pelo personagem da crônica e a de nosso dia-a-dia? Justifique.

      Sim. Ainda existe pessoa inocente que acredita em tudo que lhe dizem, principalmente se a fonte é Brasília.

 

 


domingo, 21 de junho de 2020

FILME(ATIVIDADES): O JARDINEIRO FIEL - FERNANDO MEIRELLES - COM GABARITO

Filme(ATIVIDADES): O JARDINEIRO FIEL


Data de lançamento 14 de outubro de 2005 (2h 08min)


Elenco: Ralph FiennesRachel WeiszDanny Huston mais

Gênero Suspense

Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES

        Uma ativista (Rachel Weisz) é encontrada assassinada em uma área remota do Quênia. O principal suspeito do crime é seu sócio, um médico que encontra-se atualmente foragido. Perturbado pelas infidelidades da esposa, Justin Quayle (Ralph Fiennes) decide partir para descobrir o que realmente aconteceu com sua esposa, iniciando uma viagem que o levará por três continentes.

Entendendo o filme:

01 – Que temas são abordados no filme?

      - Direitos do cidadão.

      - Ética do ser humano.

      - Ganância.

      - Corrupção de autoridades.

02 – Por que Tessa foi assassinada?

      Porque estava desenvolvendo um dossiê denunciando as coisas erradas que as indústrias farmacêuticas faziam na comunidade, ou seja, usamos pacientes com HIV como cobaias para testes de um novo medicamento.

03 – Qual (is) o(s) gênero(s) do filme?

      Drama e suspense.

04 – Quais as profissões de Justin Quayle e de Tessa, sua esposa?

      Ele um diplomata britânico e jardineiro, ela uma ativista de direitos humanos.

05 – Ao persistir na investigação do assassinato de sua esposa, o que aconteceu a Justin?

      Recebe ameaças e “avisos” de amigos.

06 – Descreva o uso da cor no filme. Ela enfatiza o ambiente e as emoções que os realizadores tentaram evocar?

      O ambiente é opaco, acinzentado, depressivo. Todos estes elementos ajudam o espectador a entender o amor que Tessa sentia pela África.

07 – Analise a canção no filme. Ela conseguiu criar um clima correto para a história?

      A música de Alberto Iglesias conseguiu criar o clima poético necessário para se entender como a relação de Tessa e Justin, que começou por acaso, tornou-se tão forte.


MÚSICA(ATIVIDADES): RESPEITEM MEUS CABELOS, BRANCOS - CHICO CÉSAR - COM GABARITO

Música(Atividades): Respeitem Meus Cabelos, Brancos

                                                   Chico César

Respeitem meus cabelos, brancos

Chegou a hora de falar

Vamos ser francos

Pois quando um preto fala

O branco cala ou deixa a sala

Com veludo nos tamancos

 

Cabelo veio da África

Junto com meus santos

 

Benguelas, zulus, gêges

Rebolos, bundos, bantos

Batuques, toques, mandingas

Danças, tranças, cantos

Respeitem meus cabelos, brancos

 

Se eu quero pixaim, deixa

Se eu quero enrolar, deixa

Se eu quero colorir, deixa

Se eu quero assanhar, deixa

Deixa, deixa a madeixa balançar

                        Composição: Chico César.

Entendendo a canção:

01 – Na letra da canção, o emprego da vírgula após o vocábulo “cabelos” cria:

a)   A ideia de oposição racial entre quem fala e a quem a letra se dirige.

b)   Uma concepção isolacionista no tocante ao papel social do negro.

c)   Uma noção discriminatória quanto aos que tem pele de cor branca.

d)   Um afastamento de quem fala em relação ao seu contexto de origem.

02 – O título “Respeitem meus cabelos, brancos”, é o primeiro a levantar, expectativas quanto ao conteúdo da canção. A partir dele fazemos uma serie de suposições iniciais que depois podem ser modificadas ou confirmadas. Que emoções e ideias foram despertadas?

      Foram despertadas como um clamor por uma causa de igual nobreza: a causa negra. É um grito pelo poder de decidir sobre o próprio cabelo sem ser julgado, taxado, desrespeitado.

03 – Que tema é abordado nessa canção?

      É uma reflexão sobre o racismo, muitas vezes camuflado na sociedade brasileira.

04 – Identifique na canção a opção que completa corretamente o enunciado a seguir.

        Pode-se afirmar que a canção cumpre seu objetivo, pois...

a)   Simplesmente passa informações.

b)   Provoca emoções e reflexões.

c)   Serve de diversão.

d)   Modifica o comportamento.

05 – Em que estrofe o eu lírico faz uma crítica ao racismo?

      Na primeira estrofe.


CRÔNICA: PAI NÃO ENTENDE NADA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: Pai não entende nada

               Luís Fernando Veríssimo

A filha de 14 anos chega para o pai e diz:

-- Pai, preciso comprar um biquíni novo.

-- Mas filha, você comprou um biquíni no ano passado.

-- Ah pai, quero um biquíni novo.

-- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.

-- Mas eu quero pai.

-- Tá bom filha. Pegue esse dinheiro e compre um biquíni maior.

-- Maior não pai. Menor.

Pai não entende nada mesmo!

                               Luís Fernando Veríssimo.

Entendendo a crônica:

01 – O humor dessa crônica consiste no fato de:

a)   A garota pedir dinheiro ao pai.

b)   O biquíni do ano anterior estar inadequado.

c)   A garota ter crescido de um ano para o outro.

d)   O biquíni do ano anterior ainda estar novo.

e)   A garota querer comprar um biquíni menor.

02 – Explique resumidamente quais informações extratextuais um leitor precisa dominar para poder entender esse breve diálogo.

      O leitor precisa saber que: filhos crescem e suas roupas ficam pequenas, portanto precisam ser substituídas por outras maiores.

03 – O título da crônica já previne o leitor para certa dificuldade de entendimento entre pais e filhos. Todavia, o leitor vai construindo o sentido do texto baseado num argumento da filha, que o pai não consegue rebater.

      Alternância perfeita dos turnos; frases curtas; emprego repetitivo do vocativo por parte da filha ao se dirigir ao pai; emprego da pontuação para reproduzir os questionamentos do pai; repetição de palavras que garantem o convencimento numa argumentação.

04 – Considerando a leitura atenta do trecho “Não serve mais, pai. Eu cresci”, contextualizado na crônica lida, assinale a alternativa INCORRETA.

a)   O verbo “crescer”, enunciado pela filha, tem seu significado associado, principalmente, às transformações psicossociais ligadas à transição da infância para adolescência.

b)   Por ter crescido, a filha não se contenta com o biquíni antiga por uma questão meramente quantitativa: pelo consumismo adolescente, que deseja comprar mercadorias, muitas vezes idênticas, apenas pelo prazer de comprar.

c)   O verbo “servir” assume no discurso da filha uma conotação de “gosto”, de preferência estética.

d)   As diferentes e distintas perspectivas do pai e da filha, tanto em relação ao gênero, quanto à idade, contribuem para a construção do efeito humorístico do texto.

05 – Que tipo de linguagem foi empregada? Explique.

      Informal. É um diálogo entre família e nesse caso não se exige uma formalidade.

06 – Que palavra vem quebrar totalmente a expectativa do leitor?

      A palavra “menor”.

07 – O que essa quebra de expectativa provoca no texto? Explique.

      Provoca humor. O leitor julga que, ao dizer “não serve mais”, a filha esteja afirmando que cresceu é que o biquíni ficou pequeno. No entanto, ela quer comprar um menor ainda, por julgar o biquíni do ano anterior grande demais, fora de moda ou inadequado.

08 – Seria correto afirmar que o autor usou intencionalmente os mecanismos de seleção e combinação ao escolher essa palavra?

      Sim. O autor escolheu as duas palavras antônimas para fazer um jogo (“maior não, pai menor”) e tornar o texto engraçado.