quinta-feira, 1 de novembro de 2018

TEXTOS CURTOS PARA O ENSINO MÉDIO - COM GABARITO


TEXTOS CURTOS 


TEXTO A
        Aquisição à vista. A Bauducco, maior fabricante de panetones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de AmBev dos panetones - melindre os varejistas.
                                              (Cláudia Vassallo, na Exame, dez./99)

1) As duas empresas de que fala o texto são: 
a) Bauducco e Visagis 
b) Visconti e Visagis 
c) AmBev e Bauducco 
d) Bauducco e Visconti 
e) Visagis e AmBev

2) A aproximação do Natal é a causa: 
a) da compra da Visconti 
b) do sigilo do negócio 
c) do negócio da Bauducco 
d) do melindre dos varejistas 
e) do anúncio da união.

3) Uma outra causa para esse fato seria: 
a) a primeira colocação da Bauducco na fabricação de panetones 
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional 
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones 
d) o possível melindre dos varejistas 
e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco

4) Por “aquisição à vista” entende-se, no texto: 
a) que a negociação é provável. 
b) que a negociação está distante, mas vai acontecer. 
c) que o pagamento da negociação será feito em uma única parcela. 
d) que a negociação dificilmente ocorrerá. 
e) que a negociação está próxima.


TEXTO B
Um anjo dorme aqui; na aurora apenas, 
disse adeus ao brilhar das açucenas 
em ter da vida alevantado o véu. 
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo 
finou-se e no infantil sorriso passou do 
berço pra brincar no céu! 
                                            (Casimiro de Abreu, in Primaveras)
5) O tema do texto é: 
a) a inocência de uma criança 
b) o nascimento de uma criança 
c) o sofrimento pela morte de uma criança 
d) o apego do autor por uma certa criança 
e) a morte de uma criança

6) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como: 
a) prosopopeia 
b) hipérbole 
c) pleonasmo 
d) metonímia 
e) eufemismo

7) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico as palavras: 
a) aurora e véu 
b) anjo e rosa 
c) granizo e sorriso 
d) berço e céu 
e) cruel e infantil

8) As palavras que respondem ao item anterior são: 
a) uma antítese em relação à vida 
b) hipérboles referentes ao destino 
c) personificações alusivas à morte 
d) metáforas relativas à criança 
e) pleonasmos com relação à dor.

9) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido 
b) sem ter morrido cedo 
c) sem ter conhecido bem a vida 
d) sem viver misteriosamente 
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas

10) “Na aurora apenas” é o mesmo que: 
a) somente pela manhã 
b) no limiar somente 
c) apenas na alegria 
d) só na tristeza 
e) só no final.

TEXTO C
        Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.

                      (José Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)

11) Só não caracteriza os homens do Itamaraty: 
a) o pragmatismo 
b) a falta de sensibilidade 
c) a luta contra a ditadura 
d) a tranquilidade da vida 
e) as raízes na elite do Brasil

12) A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é: 
a) o segundo que.
b) tiveram.
c) vêm. 
d) eles.
e) o terceiro que.

13) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais: 
a) inteligência 
b patriotismo 
c) vivência 
d) coerência 
e) grandeza

14) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de: 
a) consequência 
b) causa 
c) comparação 
d) condição 
e) tempo

15) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra “obviamente”, é: 
a) necessariamente 
b) realmente 
c) justificadamente 
d) evidentemente 
e) comprovadamente

16) Só não pode ser inferido do texto: 
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático. 
b) ter lutado contra o colonialismo é importante para a carreira de diplomata. 
c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira. 
d) ter a todo tipo vida fácil é característica comum de diplomata. 
e) há diplomatas mais sensíveis que outros.


TEXTO D
        Se essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos de convir em que no Brasil-colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.

       (Celso Cunha, in A Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira)

17) Segundo o texto, os historiadores: 
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia. 
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de comércio ou de festividades religiosas. 
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural. 
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava. 
e) consideram o campo mais importante que as cidades.

18) Para o autor: 
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada. 
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das cidades. 
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio. 
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia. 
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.

19) A palavra “ojeriza” significa, no texto: 
a) medo 
b) admiração 
c) aversão 
d) dificuldade 
e) angústia

20) A língua falada “voou com as suas próprias asas” porque: 
a) as cidades eram pontos de festividades religiosas. 
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal. 
c) faltavam universidades nos centros urbanos. 
d) não se seguiam normas linguísticas. 
e) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colônia portuguesa.

21) Segundo o texto, a população do Brasil-colônia: 
a) à vida do campo preferia a da cidade. 
b) à vida da cidade preferia a do campo. 
c) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade. 
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação. 
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.


TEXTO E
        Ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade Gutierrez já tem pronto um estudo sobre a sucessão de 20 de seus principais executivos, quase todos na faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos serão escolhidos entre 200 integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente, que já integra o conselho de administração da empreiteira mineira, deverá ir se afastando aos poucos do dia-a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que deverão ser aproveitados como consultores, a aposentadoria chegará a médio prazo.

                                        (José Maria Furtado, na Exame, dez./99)

22) Se começarmos o primeiro período do texto por “A Andrade Gutierrez já tem pronto...”, teremos, como sequência coesa e coerente: 
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles. 
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.

23) Segundo o texto: 
a) 20 grandes executivos da empresa se aposentarão a médio prazo. 
b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62 anos. 
c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentará a curto prazo. 
d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos 58 a 62 anos. 
e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e médio prazos.

24) A empresa, no que toca à aposentadoria de seus executivos, mostra-se: 
a) precipitada 
b) cautelosa 
c) previdente 
d) rígida 
e) inflexível

25) Sobre o executivo Eduardo Andrade, não se pode afirmar: 
a) ocupa, no momento, a superintendência. 
b) é um dos conselheiros. 
c) será substituído por um dos 200 aspirantes. 
d) está se afastando dos negócios da empresa. 
e) será o primeiro dos 20 grandes executivos a se aposentar.

26) Sobre a Andrade Gutierrez, não é correto afirmar: 
a) é empresa de obras. 
b) é do estado de Minas Gerais. 
c) preocupa-se com seus funcionários. 
d) mantém-se alheia a qualquer tipo de renovação. 
e) procura manter vínculo com executivos aposentados. 


TEXTO F
Toda saudade é a presença da ausência de alguém, de algum lugar, de algo enfim. Súbito o não toma forma de sim como se a escuridão se pusesse a luzir. Da própria ausência de luz o clarão se produz, o sol na solidão. Toda saudade é um capuz transparente que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver porque se deixou pra trás mas que se guardou no coração.
                                                                              (Gilberto Gil)

27) Por “presença da ausência” pode-se entender: 

a) ausência difícil 
b) ausência amarga 
c) ausência sentida 
d) ausência indiferente 
e) ausência enriquecedora

28) Para o autor, a saudade é algo: 
a) que leva ao desespero. 
b) que só se suporta com fé. 
c) que ninguém deseja. 
d) que transmite coisas boas. 
e) que ilude as pessoas.

29) O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade antitética é: 
a) presença / ausência 
b) não / sim 
c) ausência de luz / clarão 
d) sol / solidão 
e) que veda / traz a visão 

30) Segundo o texto: 
a) sente-se saudade de pessoas, e não de coisas. 
b) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas. 
c) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins. 
d) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação que vivemos. 
e) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram em nosso passado.

31) O que se guarda no coração é: 
a) a saudade 
b) o clarão 
c) o que se deixou para traz 
d) a visão 
e) o que não se pode ver


Exercícios gerais
Qual o tipo textual de cada texto abaixo? Destaque e comente tipos diferentes dentro de um mesmo texto.
Texto 1
        “Obrigado, Deus, por esse presente, pela luta e por mais essa conquista.” Essas foram as palavras escritas pela catadora de lixo Ercília Stanciany, de 41 anos, que foi aprovada no último vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), para o curso de Artes Plásticas. Apesar de ter interrompido os estudos na infância após terminar a 4ª série do ensino fundamental, depois de adulta, ela continuou a estudar pelos livros que encontrava no lixo. A família de Ercília residia em Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas há oito anos se mudou para o Espírito Santo. Foi nessa época em que ela, sem alternativas para ajudar a sustentar a casa, resolveu ganhar a vida catando materiais recicláveis.

http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/03/com-livros-achados-no-lixo-catadora-passa-em-vestibular-no-es.html
      O tipo textual é narração, pois faz um relato, conta o que aconteceu com Ercília. O trecho em vermelho é descritivo, descreve com o intuito de localizar.

Texto 2
        Nativos de gêmeos tendem a adquirir inúmeros compromissos diários e a ter uma quantidade acachapante de ideias povoando a sua cabeça. Cuidado para que não atrapalhem o bom andamento de seu dia-a-dia, pois a distração será sua ordem da semana. Para não agir de forma precipitada e acabar fazendo alguma besteira por pura falta de paciência, conte até 10 antes de responder a qualquer provocação! Talvez você precise fazer uma adaptação em seus projetos, mas persiga seus objetivos. Considere que está passando por um teste de paciência e não tome nenhuma decisão precipitada.

http://somostodosum.ig.com.br/horoscopo/gemeos.asp

      O tipo textual é injunção, prediz comportamentos e acontecimentos. O trecho em vermelho é descritivo, caracteriza os nativos de gêmeos.

Texto 3
        Uma amiga me diz que não suporta mais se olhar no espelho. Ela está se achando gorda, feia, desprezível. Antigamente, eu talvez dissesse a ela que está na hora de fazer uma dieta e dar uma ajeitada no visual, mas hoje em dia aconselho outra coisa: está na hora, isso sim, de trocar de espelho.
        Ela está apenas um pouco acima do peso ideal, e feia não é de jeito nenhum. É uma mulher inteligente, divertida, bacana. O problema é que está totalmente focada no trabalho, não tem se relacionado com ninguém. Não namora. Não quer nem pensar em seduzir ou ser seduzida, fechou pra balanço. E é justamente este o espelho que está lhe faltando pra ver-se com olhos mais generosos.

http://pensador.uol.com.br/uma_carta_para_uma_amiga

      O tipo textual é a descrição, detalha o físico e o comportamento da amiga. Porém, possui elementos narrativos, presentes nos trechos em destaque: antigamente, por exemplo, cria um encadeamento sequencial no texto, dando ideia de continuidade, de história que segue sendo contada.

Texto 4
        Nos últimos 15 anos, minha trajetória pessoal e profissional caminhou norteada, basicamente, por três conceitos: Design, Educação e Tecnologia. A questão da educação sempre foi muito forte em minha vida, pois pensava trabalhar com pessoas no papel de mediador na busca por novos conhecimentos. Foi o que me motivou a estudar informática: acreditar nas possibilidades do computador de criar uma nova linguagem de interação entre as pessoas. Quando saí do interior de São Paulo e cheguei em Curitiba para estudar Design, foi com um ideal, um tanto juvenil, que pensava em poder criar interfaces de computador, às quais qualquer pessoa, indistintamente de sua classe social ou contexto cultural, pudesse utilizar. Este ideal ainda não se realizou, mas acredito que estou no caminho, ao concluir esse Curso de Mestrado, em que examino aspectos importantes do uso da informática na educação. O tema escolhida para essa pesquisa tem, assim, relação com a formação de professores para atuarem na produção em ambientes virtuais de aprendizagem. Conforme MORAN (2000, p.11) “todos estamos experimentando que a sociedade está mudando nas suas formas de organizar-se, de produzir bens, comercializá-los, de divertir-se, de ensinar e de aprender. (...) O campo da educação está muito pressionado por mudanças, assim como acontece com as demais organizações”. Mas estas mudanças devem ser de transformação e passam pela educação, conforme escreveu FREIRE (1996, p.12) “a educação é o caminho fundamental para transformas a sociedade.”
                                    http://www.ppge.ufpr.br/teses/M07_fileno.pdf

      O tipo textual é a argumentação ou dissertação argumentativa. A autora inicia o texto com uma narração, contando sua história, porém, logo vemos que a história serviu para situar e contextualizar o tema de sua tese. Ela utiliza como argumentos para justificar sua tese, as teorias de pensadores já consagrados, faz citações.

Texto 5
        O texto injuntivo ensina como se faz alguma coisa, também dita acontecimentos e comportamentos. A linguagem é simples e objetiva e, na maioria dos casos, os verbos estão no modo imperativo ou infinitivo genérico (ex.: juntar a farinha e mexer).
      O tipo textual é a exposição ou dissertação expositiva. Seu objetivo é passar uma informação sem que o autor se posicione sobre o tema, sua presença é neutra.

Texto 6
01 – Qual o método argumentativo utilizado pelo aluno?
      O aluno utiliza dois métodos argumentativos.
   O primeiro método é o dedutivo, que poderia ser simplificado no seguinte silogismo:
O computador pegou um vírus
Vírus passam facilmente
Portanto, lápis e canetas foram contaminados.
      Além disso, ele utiliza também a analogia, ele considera computador, lápis e canetas equivalentes para se fazer uma tarefa.

02 – Qual a estratégia argumentativa utilizada pelo aluno e qual a professora utilizaria para rebatê-la?
      A estratégia que o aluno utiliza é a exemplificação, mostra à professora os fatos e os utiliza para argumentar. A professora faria sua contra argumentação com a redução ao absurdo, esgotando as consequências do argumento do aluno: “se até os lápis e as canetas pegaram o vírus, como você não tem nada?”.

03 – Quais as vozes presentes na argumentação do aluno?
      Na argumentação do aluno está presente a sua voz que se justifica por não ter feito a tarefa. Está implícita também a voz da professora, questionando sobre a tarefa e pela razão de ele não ter feito.

04 – O que é a falácia?
      A falácia consiste em uma falsa analogia, ou seja, o aluno faz uma comparação falsa, porque vírus de computador não "passa" para lápis e canetas.



CONTO: NINHO DE CUCO - DILÉIA FRATE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: Ninho de Cuco
         Diléia Frate
Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfMfPO5vQDWOZONx6SJ1xqhWelSGjaQzP7K5HFj-WNcJHG0PVJZz3j-zLY8nrA_FZbu6E_DvG-wxlK4NXmscayfOQdWzgyjZ77U7J_qN6X2PIH7_YF4yTnVEsN6fQPttlZ5xH3QJkVduc/s320/cuco-no-ninho-roubado.jpg

        O cuco é o mais mafioso dos pássaros. Não gosta muito de trabalhar e adora ocupar o ninho dos outros.
        Foi assim que, um dia, um pardal muito bondoso, emprestou o seu ninho para o cuco e pediu que, em troca, ele ficasse por algumas horas tomando conta da ninhada toda.
        Saiu. Quando voltou, encontrou o cuco numa zorra danada, bagunçando seus ovinhos:
        -- Quer dizer que eu lhe empresto o ninho e você faz essa bagunça?
        Ao que o cuco respondeu:
        -- Eu estou retribuindo a sua hospitalidade. Nós, cucos, somos assim mesmo: só posso ser como sou.
        O pardal, cheio de raiva, deu uma bicada no cuco, que, ofendido, disse:
        -- Mas o que é isso, amigo?
        E o pardal respondeu:
        -- Essa bicada é tudo o que eu lhe posso dar, no momento. Sinto muito, mas nós, pardais, somos organizados, e você e seu ovinho vão ter que cair fora do meu ninho.
        E o cuco, bagunceiro, foi baixar noutro terreiro: mais precisamente no buraco vazio de um relógio, onde, desde então, dá duro para sobreviver trabalhando em turnos de meia hora.
        Cuco-cuco-cuco!

FRATE, Diléia. Histórias para acordar. Companhia das Letrinhas
Entendendo o conto:

01 – Observe essa frase: "Mas o que é isso, amigo?" a palavra grifada se refere ao:
a)   Cuco.           
b)   Pardal.          
c)   Relógio.        
d)   Ovinho.

02 – Na frase "... encontrou o cuco numa zorra danada", a expressão grifada significa que o cuco estava:
a)   Fazendo pouco barulho.
b)   Dormindo profundamente.
c)   Chocando os ovinhos.
d)   Desorganizando o ninho.

03 – O título do texto é Ninho de Cuco porque:
a)   O cuco se aproveita do ninho dos outros pássaros.
b)   O cuco constrói seu próprio ninho.
c)   O pardal dá seu ninho para o cuco.
d)   Dentro de um relógio há um ninho de cuco.

04 – O pardal brigou com o cuco porque o cuco:
a)   Não gosta de trabalhar.
b)   Abandonou o ninho do pardal e foi para o relógio.
c)   Bicou o pardal.
d)   Bagunçou o ninho do pardal.

05 – O que aconteceu ao cuco depois que foi expulso do ninho do pardal?
a)   Foi parar no terreiro.
b)   Foi para o seu ninho. 
c)   Foi morar no relógio.
d)   Foi cantar no terreiro.

06 – Na frase "E o cuco, bagunceiro, foi baixar noutro terreiro: mais precisamente no buraco vazio de um relógio...", qual a função dos dois pontos?
a)   Finalizar uma frase.
b)   Introduzir uma explicação. 
c)   Interromper a frase.
d)   Destacar uma expressão.



quarta-feira, 31 de outubro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PECADINHOS - COMPOSIÇÃO ZECA BALEIRO - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: Pecadinhos

                          Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade dos pecadinhos
Que de tão pequenininhos não fazem mal a ninguém

Perdoai nossas faltas
Quando falta o carinho
Quando flores nos faltam
Quando sobram espinhos

Eu que vivo na flauta
Vivo tão pianinho
Vou virar astronauta
Pra aprender o caminho
                                                      Composição: Zeca Baleiro
Entendendo a canção:
01 – Quem é o compositor da canção “Pecadinhos”?
      Foi composta por Zeca Baleiro.

02 – Qual é o pedido que o autor faz ao Cordeiro de Deus?
      Para que tenha Piedade dos pecadinhos.

03 – Por que ele faz esse pedido?
      Porque são tão pequenininhos não fazem mal a ninguém.     
 
04 – Qual é o sentido de faltas, no primeiro verso, e de falta, no segundo?
      Faltas: pecados, falhas.
      Falta: deixa de haver, desaparece.

05 – Que relação a estrofe sugere entre os dois sentidos de falta? Explique-a.
      Nos momentos difíceis (em que faltam flores e sobram espinhos), a probabilidade de que se cometam pecados ou faltas é maior, daí o pedido de perdão.

06 – O verbo faltar foi flexionado em número: falta (singular) e faltam (plural). Que marca, em falta, revela a flexão de número?
      Em falta não há marca – e é justamente a ausência de marca que caracteriza o singular. Em faltam, o –m final caracteriza o plural.

07 – Que marca, no substantivo faltas, mostra que ele está no plural?
      O –s final.

POESIA: CASA - ELZA BEATRIZ - COM GABARITO

Poesia: Casa


UMA CASA SÃO PAREDES,
TELHADOS, PORTAS, JANELAS,
FUMAÇA DE FOGO ACESO,
CHEIRINHO BOM NAS PANELAS.
                                  
 ELZA BEATRIZ. “PARE NO P DA POESIA. VIGÍLIA.
Entendendo a poesia:
01 – Qual o título da poesia?
      Casa.

02 – Você mora em uma casa ou apartamento?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual o cantinho de seu lar onde você mais gosta de ficar? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – Quantos cômodos tem sua casa?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Você gosta de sua casa do jeitinho que ela está? por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Se você pudesse mudar alguma coisa em sua casa, o que mudaria?
      Resposta pessoal do aluno.



FÁBULA: O RATO E A RATOEIRA - ESOPO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: O Rato e a Ratoeira
           Esopo


        Numa planície da Ática, perto de Atenas, morava um fazendeiro com sua mulher; ele tinha vários tipos de cultivares, assim como: oliva, grão de bico, lentilha, vinha, cevada e trigo. Ele armazenava tudo num paiol dentro de casa, quando notou que seus cereais e leguminosas, estavam sendo devoradas pelo rato. O velho fazendeiro foi a Atenas vender partes de suas cultivares e aproveitou para comprar uma ratoeira. Quando chegou em casa, adivinha quem estava espreitando?
        Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. 
        Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. 
        Correu para a esplanada da fazenda advertindo a todos: 
        --- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!
        A galinha disse: 
        --- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
        O rato foi até o porco e disse: 
        --- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
        --- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.
        O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse: 
        --- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
        Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. 
        A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. 
        No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro chamou imediatamente o médico, que avaliou a situação da esposa e disse: sua mulher está com muita febre e corre perigo.
        Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. 
        Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. 
        Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco. 
        A mulher não melhorou e acabou morrendo. 
        Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. 
        Moral: “Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos.”
                                                                                     Fábula Esopo
Entendendo a fábula:

01 – A fábula que você leu tem o objetivo de produzir a reflexão sobre alguns sentimentos e valores que os seres humanos devem preservar. Dentre outros, podemos destacar:
(A) a solidariedade
(B) a verdade
(C) a honestidade
(D) a beleza

02 – O rato ficou aterrorizado ao ver a ratoeira porque:
(A) a ratoeira estava desarmada.
(B) sentiu-se ameaçado.
(C) a mulher do fazendeiro corria perigo.
(D) era muito medroso.

03 – Ao sair correndo avisando os outros animais da existência de uma ratoeira na fazenda, o rato pretendia:
(A) Receber a ajuda dos amigos para se desfazer da perigosa armadilha.
(B) espalhar um boato.
(C) se divertir com a reação dos amigos.
(D) assustar os companheiros.

04 – Podemos classificar a reação da galinha, do porco e da vaca como uma atitude:
(A) amigável
(B) preconceituosa
(C) justa
(D) egoísta

05 – O rato voltou para casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro porque além da preocupação inicial:
(A) suspeitava que talvez houvesse cobras na fazenda.
(B) sabia que estava condenado à morte
(C) estava muito decepcionado com a atitude dos companheiros.
(D) tinha medo da mulher do fazendeiro.

06 – Assinale V ou F: “A moral da história ensina que…
(A) (V) numa comunidade deve existir amizade, solidariedade e união entre as pessoas.”
B. (F) o problema do outro não nos diz respeito.”
C. (V) ignorar um pedido de ajuda pode nos ser fatal.”
D. (F) as pessoas não dependem umas das outras.”
E. (V) o amor ao próximo deve manifestar-se em atitudes práticas.”
F. (V) a vida pode nos punir pela nossa indiferença às necessidades do próximo.”
G. (F) cada um deve pensar apenas em si mesmo.”
H. (V) o bem estar dos membros de uma comunidade deve ser um objetivo comum.”

07 – Responda:
a) Quando ouvirmos alguém dizer que está diante de um problema, qual deve ser a nossa atitude?
      Procurar ajudar a pessoa a resolver seu problema.

b) Pra você de que maneira podemos demonstrar o amor ao próximo?
      Resposta pessoal do aluno.
     


CRÔNICA: O NOME DAS COISAS (FRAGMENTO) MARIO PRATA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: O nome das coisas (Fragmento)
                    
                  Mario Prata

        Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:
        -- Luminária?
        Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur. Não, abajur mesmo, eu disse.
        -- De teto?
        Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua. Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova. No meu tempo - e isso faz pouco tempo -, o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala. E lá em cima era lustre.
        -- Lustre?
        Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária. Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem e passe (no futebol) chamar-se - agora - assistência.
        Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome? A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
        Pra que mudar o nome das coisas? Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes?

                                      Mario Prata. O Estado de São Paulo, 19 jun. 2002.
Entendendo a crônica:
01 – Que situação serve de ponto de partida para essa crônica?
      Uma compra em uma loja de luminárias.

02 – A partir dessa situação, de que assunto trata o cronista?
      O cronista trata da transformação e mudança das palavras, ao longo do tempo.

03 – Por que o comprador e a vendedora não se entendiam? O que prova esse fato, no texto?
      Porque conheciam os objetos por nomes diferentes, provavelmente porque têm idades diferentes e são de épocas diferentes. O cronista estranhou a palavra luminária, e a vendedora desconhecia as palavras abajur e lustre.

04 – A data que aparece em alguns verbetes indica a época em que a palavra começou a ser usada na língua portuguesa. O atual nome dos abajures e lustres é uma palavra criada recentemente?
      Não. Ironicamente, luminária é um vocábulo mais antigo do que abajur e lustre. Sua primeira ocorrência data provavelmente do século XIV, enquanto os vocábulos abajur e lustre passaram a ser usados no século XIX.

05 – Qual é a origem das palavras abajur, lustre, spot e luminária?
      Abajur e lustre vêm do francês. Luminária cem do latim e Spot é uma palavra da língua inglesa.