terça-feira, 3 de julho de 2018

TEXTO: ÁREA INTERNA - LEON ELIACHAR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Área interna


        Morava no terceiro andar. Não havia vizinho, do quarto andar para cima, que não jogasse lixo na sua área. Sua mulher era uma dessas conformadas que só existem duas no mundo, sendo que a outra ninguém viu:
        -- Deixa isso pra lá, Antônio, pior seria se a gente morasse no térreo.
        Antônio não se controlava, ficava uma fera quando via cair cascas de banana, de laranja, restos de comida. Em época de melancia ficava quase louco, tinha vontade de se mudar. A mulher dizia:
        -- Tenha calma, Antônio, daqui a pouco as melancias acabam e você esquece tudo.
        Mas ele não esquecia:
        -- Acabam as melancias, vêm as jacas, acabam as jacas, vêm os abacates. Já pensou, Marieta? Caroço de abacate é fogo!
        Um dia chegou na área, e viu até lata de sardinha. Procurou para ver se tinha alguma sardinha, mas a lata tinha sido raspada. Se queimou. Falou com o síndico. Ele disse que era impossível fiscalizar todos os quarenta e oito apartamentos para ver quem é que atirava as coisas. Pensou em fechar a área com vidro. Mas pediram um dinheirão e, não decidisse dentro de sete dias, ia ter um aumento de trinta por cento. Foi à polícia dar queixa dos vizinhos. O delegado achou muita graça, disse que não podia dar educação aos vizinhos e, se pudesse, daria aos seus, pois ele morava no térreo e era muito pior.
                     Leon Eliachar. O homem ao zero. Expressão e cultura.

Entendendo o texto:
01 – O que significa a área interna?
      É a sacada do apartamento.

02 – Qual é o maior problema relatado no texto?
      Os vizinhos de cima que jogam lixo pra baixo, e caem na sacada do Sr. Antônio.

03 – Antônio e Marieta têm o mesmo comportamento? Explique.
      Antônio é exaltado, fica furioso. Marieta procura acalmá-lo com seus argumentos.

04 – Como você analisa o comportamento dos moradores do prédio?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Quais as atitudes que Antônio tomou quanto ao lixo jogado pelos vizinhos?
      Ele procurou o síndico, o mesmo alegou ser difícil saber quem é que jogava. Então ele resolveu ir a polícia e dar queixa dos vizinhos.

06 – Dê acordo com o texto, quantos apartamentos tinham no prédio?
      Possuía quarenta e oito apartamentos.

07- As atitudes tomada por Antônio estão corretas? Dê sua opinião.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – Que relacionamento podemos fazer entre cidadania e o comportamento do Antônio?
      Ele estava procurando fazer valer sua cidadania, isto é, reclamar seus direitos, denunciando as atitudes erradas dos condôminos.

09 – Reescreva a frase, substituindo “a gente” por “nós”, fazendo as devidas concordâncias e acentuando a forma verbal:
Pior seria se a gente morasse no térreo.
      Pior seria se nós morássemos no térreo.

10 – Reescreva as frases, empregando os verbos na primeira pessoa do plural, fazendo as necessárias concordâncias e acentuando as formas verbais:
a)   Em época de melancia ficava quase louco, tinha vontade de se mudar.
Em época de melancia ficávamos quase loucos, tínhamos vontade de nos mudar.

b)   Disse que não podia dar educação aos vizinhos e, se pudesse, daria aos seus, pois morava no térreo.
Dissemos que não podíamos dar educação aos vizinhos e, se pudéssemos, daríamos aos nossos, pais morávamos no térreo.

c)   Ele não se controlava, ficava uma fera quando via cair casca de banana.
Nós não nos controlávamos, ficávamos umas feras quando víamos cair cascas de banana.

11 – Escreva no plural:
a)   Não havia vizinho educado.
Não havia vizinhos educados.

b)   O verbo haver variou no plural? Por quê?
Não variou, porque o verbo haver com o sentido de existir não varia no plural. Considera-se uma oração sem sujeito.

12 – Acabam as melancias, vêm as jacas e os abacates.
a)   Quantas orações temos acima?
Duas orações (dois verbos).

b)   Identifique os sujeitos das orações acima.
As melancias (na 1ª oração), as jacas e os abacates (na 2ª oração).

c)   As orações estão na ordem direta ou na ordem indireta? Por quê?
Estão na ordem indireta, porque na ordem direta o sujeito vem antes do verbo.

d)   Por que a forma verbal “vêm” está acentuada?
Porque concorda com o sujeito plural.

e)   Crie uma frase em que apareça a forma verbal “vêm”.
Resposta pessoal do aluno.



segunda-feira, 2 de julho de 2018

MÚSICA: QUATRO VEZES VOCÊ - CAPITAL INICIAL - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Música: Quatro Vezes Você
                                                      Capital Inicial

Rafaela está trancada há dois dias no banheiro
Enquanto a sua mãe
Toma prozac, enche a cara e dorme o dia inteiro
Parece muito, mas podia ser

Carolina pinta as unhas roídas de vermelho
Em vez de estudar
Fica fazendo poses nua no espelho
Parece estranho, mas podia ser

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

Gabriel e a namorada se divertem no escuro
E o seu pai
Acha tudo que ele faz errado e sem futuro
É complicado, mas podia ser

Mariana gosta de beijar outras meninas
De vez em quando beija meninos
Só pra não cair numa rotina
É diferente, mas podia ser

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver

O que você faz quando
Ninguém te vê fazendo
Ou o que você queria fazer
Se ninguém pudesse te ver.

                                        Composição: Dinho Ouro Preto / Alvin L
Entendendo a canção:

01 – Do que fala a canção?
      O fato de não haver ninguém nos observando nos causa certa sensação de impunidade. Por pensarmos no juízo que as outras pessoas fazem acerca de nós, agimos segundo aquilo que pensamos que os outros vão achar. Desse modo, quando não há olhares sobre nós, supostamente somos livres para fazer o que quisermos.

02 – O que a canção nos convida a fazer?
      Ela nos convida a pensar as possibilidades dessa falta de cerceamento moral.

03 – Você considera justas as atitudes que ocorrem na música? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – IDENTIFIQUE as assertivas CORRETAS:
I – A canção questiona as reais ações humanas, ou seja, aquilo que o homem faz ou almeja fazer de vontade própria e verdadeiramente, e quando não está sendo observado.
II – A canção subentende que o indivíduo somente é sincero em suas atitudes quando se encontra sozinho.
III – Quando pensamos a ética, temos que ter em mente que ela existe independentemente da aceitação ou reprovação do outro.
Estão corretas apenas as assertivas:
a)   I.
b)   I e III.
c)   II.
d)   I, II e III.

05 – A canção discuti que na sociedade contemporânea, o jovem corre o risco de se afastar cada vez mais do convívio social, por quê?
      Devido os meios eletrônicos e as facilidades da vida digital o levam a isolar-se cada vez mais, escondendo-se em mundos fictícios e virtuais.


FILME: GRANDE SERTÃO, VEREDAS - GUIMARÃES ROSA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Filme: GRANDE SERTÃO, veredas
Data de lançamento 21 de junho de 1965 (1h 35min)
Gênero Drama
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES
        Baseado no livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, o filme conta a história de Riobaldo, homem que se junta a uma trupe de jagunços que procurar vingar a regiões do sertão mineiro.

Entendendo o filme:
01 – O filme é uma adaptação da obra de Guimarães Rosa, a qual data de:
a)   1956.
b)   1955.
c)   1966.
d)   1965.

02 – A partir das marcas linguísticas da fala dos personagens, podemos inferir que a história se desenrola no sertão:
a)   Baiano.
b)   Gaúcho.
c)   Mineiro.
d)   Paraense.

03 – A trama romântica do filme envolve os personagens:
a)   Diadorim e Hermógenes.
b)   Diadorim e Riobaldo.
c)   Riobaldo e Hermógenes.
d)   N.D.A.

04 – Diadorim escondia um grande segredo. Que segredo era esse?
a)   O fato de ser filha do chefe dos jagunços.
b)   O fato de gostar de Hermógenes.
c)   O fato de não saber usar uma arma.
d)   O fato de ser mulher.

05 – A expressão “ganhei no sertão” dita por Riobaldo significa:
a)   Ganhar muitas terras.
b)   Ganhar gado no sertão.
c)   Percorrer muitas terras.
d)   Percorrer terras estranhas.

06 – A fala que revela a disputa violenta pelo território do sertão mineiro é:
a)   “Hermógenes fez pacto com o diabo.”
b)   “Deus mesmo quando vier, que venha armado.”
c)   “Agora sou homem das armas.”
d)   “Só sei ser chefe.”

07 – O filme explicita dois tipos de preconceito. Quais são?
a)   De raça e de religião.
b)   De cor e de gênero.
c)   De cor e de religião.
d)   De gênero e de raça.

08 – “Você é muié!”. Esta frase demonstra que sentimento de Riobaldo?
a)   De surpresa.
b)   De alegria.
c)   De medo.
d)   De desespero.

09 – A frase da questão anterior está na linguagem:
a)   Formal.
b)   Padrão.
c)   Culta.
d)   N.D.A.

10 – (UFMG) Considerando-se a narração do julgamento de Zé Bebelo, em Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, é CORRETO afirmar que esse fato:
a)   Significou a chegada de nova ordem jurídica ao sertão.
b)   Aumentou o poder dos grandes chefes de jagunços.
c)   Representou a continuidade do mando de Joca Ramiro.
d)   Legitimou o princípio da vingança e o uso da violência.

11 – (UFMG) É CORRETO afirmar que, entre os elementos que evidenciam a presença de intertextualidade na composição de Grande sertão: veredas, NÃO se inclui:
a)   O caso de Maria Mutema e Padre Ponte.
b)   A lembrança recorrente da toada de Siruiz.
c)   O relato do assassinato do chefe Zé Bebelo.
d)   A narração do pacto de Riobaldo com o diabo.

12 – A fala expressa no filme é de Riobaldo. De acordo com o narrador, o diabo:
a)   Vive preferencialmente nas crianças, livre e fazendo as suas traquinagens.
b)   É capaz de entrar no corpo humano e tomar posse dele, vivendo aí e perturbando a vida do homem.
c)   Só existe na mente das pessoas que nele acreditam, perturbando-as mesmo sem existir concretamente.
d)   Não existe como entidade autônoma, antes reflete os piores estados emocionais do ser humano.
e)   É uma condição humana e não está relacionado com as coisas da natureza.

13 – A personagem Riobaldo dialoga com alguém que chama de senhor. Embora a fala dessa personagem não apareça, é possível recuperar, pela fala do narrador, os momentos em que seu interlocutor se manifesta verbalmente. Isso pode ser comprovado pelo trecho:
a)   O senhor aprova?
b)   Nenhum! — é o que digo. 
c)   Não? Lhe agradeço!
d)   Tem diabo nenhum.
e)   Até: nas crianças — eu digo.










FÁBULA: O LEÃO, O BURRO E O RATO - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

Fábula: O leão, o burro e o rato
Millôr Fernandes

        Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
   -- Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.
        Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:
        -- Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
        O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostando-o no chão, morto.
        Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
        -- Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora – divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
        Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou:
        -- Compadre leão, está pronta a partilha!
        O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
        -- Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
        E o rato respondeu:
        -- Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha – é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
        -- Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! – exclamou o leão, realmente admirado. – Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
        -- Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.
        MORAL: só um burro tenta ficar com a parte do leão.

Entendendo a fábula:

01 – A narrativa procura passar a ideia de que:
a) a justiça é cega.
b) os fortes não são sábios.
c) a sabedoria é própria das criaturas menores.
d) só um burro tenta ficar com a parte do leão.

02 – A alternativa que melhor completa a frase abaixo é:
“Até ontem, Manú queria conhecer os _______ das coisas existentes no universo. De hoje em diante, acrescente outra pergunta: ________ não?”
a) porquês – por que
b) porquês – por quê
c) por ques – porque
d) por ques – por que

03 – Marque a alternativa em que os sinais de pontuação estão adequados:
a) a língua tão rica, e tão plácida, que é conserva-se basicamente a mesma.
b) já havia TV, então, mas apenas nas cidades grandes.
c) é ótimo, se falar linguagem coloquial, mas não precisa abusar.
d) a grande revolução, ainda não foi essa, ela chegou com um transistor.

04 – Complete com acento ou assento(s).
a) a palavra rádio tem acento.
b) fui à praia e voltei com o assento molhado.
c) onde está o assento para os fiéis?
d) vândalos destruíram os assentos do ônibus.

05 – Pontue adequadamente as frases.
a)   Esqueci nada rapaz.
Rapaz,

b)   A gente liga o gravador, a professora começa a cantarolar, a fita vai gravando, e a aula fica legal.
Gravador, cantarolar, gravando,

c)   Juliana já comprou a calculadora dele, uma mochila, um estojo e canetas também.
Dele, mochila.

06 – Como em toda paródia, há um elemento humorístico na fábula de Millôr Fernandes. Para você o que provoca o humor nessa fábula?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Entregar toda a caça ao leão e ficar apenas com uma parte muito pequena poderia indicar certa estupidez do rato. No entanto, essa atitude demonstra, na verdade, qual característica?
      A esperteza, a astúcia.

08 – Na moral desta fábula, estão associados dois sentidos que a palavra burro por ter. Explique que sentidos são esses e por que estão associados.
      Burro: o animal; Burro: o ser desprovido de inteligência.

09 – Se você fosse o burro, como faria a partilha da caça entre os três animais? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.