quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

SIMULADO SOBRE ARCADISMO - COM GABARITO

Simulado sobre Arcadismo

01 – (VUNESP/UNOPAR) – Considerando o “mais árcade” dos poetas brasileiros do fim do século XVIII, ele realizou plenamente o ideal áurea mediocritas (áurea mediania): Dirceu, o pastor, louvou a vida campestre e a simplicidade; elevou a mulher à categoria de musa inspiradora constante – como foi comum no Neoclassicismo europeu – e defendeu a utópica superioridade do homem natural.
O poeta a que se refere o trecho acima é:
a)   Cláudio Manuel da Costa.
b)   Castro Alves.
c)   Casimiro de Abreu.
d)   Tomás Antônio Gonzaga.
e)   Gonçalves Dias.

02 – Sobre o Arcadismo no Brasil, assinale a incorreta.
a)   Coincide, no plano histórico, com as rebeliões nativistas, com o ciclo do ouro, com o apogeu de Minas Gerais e com o despotismo esclarecido do Marquês de Pombal.
b)   Desenvolveram-se as poesias lírica, épica e satírica.
c)   Marca o aparecimento do nativismo reivindicatório e do indianismo, ainda que o índio não seja, em O Uraguai e Caramuru, tomado como símbolo da nacionalidade.
d)   Passa a haver ressonância das obras no meio social e a literatura passa a exprimir o descontentamento dos habitantes da Colônia em relação à Metrópole.
e)   Há nítido predomínio da prosa, através da crônica, do conto e da novela.

03 – “Sua notoriedade resulta do poema épico que escreveu, não tanto pelo assunto, mas por sua técnica expressiva. Inútil procurar nele reminiscências de Camões, pois embora estas possam existir, minguada e avulsamente, o poema já não é camoniano na estrutura, na composição, no decassílabo, na ductilidade da expressão. Nada de oitavas, nada de rimas, pois já se impunham a seu espírito outros modelos de epopeia. E, além de seus méritos formais, o poemeto ostenta o de ter transformado os pastores da Arcádia, cuja substância era pura nuvem, nos índios brasileiros, reais e ainda mais próximos da natureza.”
O trecho acima refere-se a:
a)   Cláudio Manuel da Costa.
b)   Gregório de Matos.
c)   Tomás Antônio Gonzaga.
d)   Santa Rita Durão.
e)   Basílio da Gama.

04 – Sua obra lírica tem por vigas o motivo bucólico e as cadências do soneto camoniano. Os prados e os rios, os montes e vales não só servem de fundo às inquietações amorosas, como também de seus confidentes. De todos os árcades foi o mais preso às emoções e aos valores da terra. Trata-se de:
a)   Cláudio Manuel da Costa.
b)   Silva Alvarenga.
c)   Alvarenga Peixoto.
d)   Basílio da Gama.
e)   Tomás A. Gonzaga.

05 – (UFV)
     Enquanto pasta, alegre, o manso gado,
     Minha bela Marília, nos sentemos
     A sombra deste cedro levantado.
                      Um pouco meditemos
                      Na regular beleza,
     Que em tudo quanto vive nos descobre
                      A sábia natureza.

                      Tomás Antônio Gonzaga

Todas as alternativas apresentam uma característica temática do Arcadismo utilizada por Gonzaga nos versos acima, EXCETO:
a) O poeta busca motivos bucólicos, com sensualismo e subjetivismo exagerados.
b) A poesia da Arcádia transforma o campo num bem perdido.
c) A vida em contato com a natureza é revalorizada.
d) O emprego de uma linguagem poética cheia de simplicidade faz parte da retórica neoclássica.
e) O árcade adota uma personalidade fictícia, um estado pastoril.

06 – (ITA) – Leia atentamente as informações, e relacione-as aos autores apresentados:
I – Os cem sonetos de [...] compõem um cancioneiro onde não uma só figura feminina, mas várias pastoras, em geral inacessíveis, constelam uma tênue biografia sentimental. Os prados e os rios, os montes e os vales servem não só de pano de fundo às inquietações de Glauceste, como também de seus versejador.
II – Resta ver a força artesanal, que é patente em um versejador como [...]. 

Alguns de seus sonetos sacros e amorosos transpõem com brilho esquemas de Gôngora e Quevedo e valem como exemplo do gosto seiscentista de compor símiles e contrastes para enfunar imagens e destrinçar conceitos. Autores:
a)   Gregório de Matos.
b)   Cláudio Manuel da costa.
c)   Tomás A. Gonzaga.
d)   Basílio da Gama.
e)   Alvarenga Peixoto.
f)    Padre Vieira.
a)   I – c; II – f.
b)   I – d; II – c.
c)   I – e; II – f.
d)   I – b; II – c.
e)   I – b; II – a.

07 – (ITA) – Poema:
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.  
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.        
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, 
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Dadas as asserções:
I – O poema manifesta o conflito do poeta, homem nativista provinciano, ligado à terra natal, cuja formação superior deu-se na metrópole.
II – O poema mostra como o autor soube explorar a característica principal do Arcadismo: a celebração da vida urbana pelo intelectual, consciente das dificuldades da vida no campo.
III – O poema manifesta a preocupação do poeta com os problemas sociais da época: transferência de riquezas da colônia para a metrópole, oriundas da pecuária, e empobrecimento do homem do campo.
Está(ão) correta(s):
a)   Apenas a I.
b)   Apenas a II.
c)   I e II.
d)   I e III.
e)   II e III.

08 – Poema satírico sobre os desmandos administrativos e morais imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a Capitania das Minas de 1783 a 1788:
a)   Marília de Dirceu.
b)   Vila Rica.
c)   Fábula do Ribeirão do Carmo.
d)   Cartas Chilenas.
e)   O Uraguai.

09 – O poema mencionado, embora tenha circulado anônimo, é modernamente atribuído a:
a)   Cláudio Manuel da Costa.
b)   Tomás Antônio Gonzaga.
c)   Alvarenga Peixoto.
d)   Gregório de Matos.
e)   Antônio Vieira.

10 – Em seu poema épico, tenta conciliar a louvação do Marquês de Pombal e o heroísmo do índio. Afasta-se do modelo de Os Lusíadas e emprega como maravilhoso o fetichismo indígena. São heróis desse poema:
a)   Cacambo, Lindoia, Moema.
b)   Diogo Álvares Correia, Paraguaçu, Moema.
c)   Diogo Alvares Correia, Paraguaçu, Taanajura.
d)   Cacambo, Lindoia, Gomes Freire de Andrade.
e)   N.D.A.

11 – (UEL) – Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no sentimentalismo, as _________ mais densas, dedicadas a _________, fizeram de _________ uma figura central do nosso Arcadismo.
a)   Crônicas – Marília – Dirceu.
b)   Crônicas – Gonzaga – Dirceu.
c)   Sátiras – Dirceu – Gonzaga.
d)   Liras – Gonzaga – Dirceu.
e)   Liras – Marília – Gonzaga.

12 – (SANTA CASA)
Alguém há de cuidar que é frase inchada
Daquela que lá se usa entre essa gente
Que julga que diz muito, e não diz nada.

O nosso humilde gênio não consente,
Que outra coisa se diga mais, que aquilo
Que só convém ao espírito inocente.

Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que:
a)   A expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros movimentos estéticos pós-independência.
b)   O Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos da alma do homem da época.
c)   O Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrincada e aos excessos do cultismo barroco.
d)   O Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo neoclássico, tomou por base o sentimentalismo originário desse movimento estético.

13 – (F. CIÊN. AGRÁRIAS DO PARÁ) – Leia a seguinte estrofe da Lira I de Tomás Antônio Gonzaga.
Irás a divertir-te na floresta,
Sustentada, Marília, no meu braço;
Ali descansarei a quente sesta,
Dormindo um leve sono em teu regaço;
Enquanto a luta jogam os pastores,
E emparelhados correm nas campinas,
Toucarei teus cabelos de boninas,
Nos troncos gravarei os teus louvores.
Graças, Marília bela,
Graças à minha estrela!

Dela pode-se afirmar que:
a)   Deixa transparecer sinais que comprovam que vai de encontro à luta pela simplicidade de expressão.
b)   Prega o ideal de felicidade na vida simples em contato com a natureza.
c)   Analisa cenas que se passam num ambiente cortesão.
d)   Expressa toda sua angústia pela ausência da mulher amada.
e)   A necessidade de lazer era um dos pontos a explorar no ideal de felicidade urbana que os árcades defendiam.

14 – (ITA) – Uma das afirmações abaixo é INCORRETA. Assinale-a:
a)   O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com outros seres do mundo cristão.
b)   A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica.
c)   O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas construções da linguagem barroca, preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.
d)   O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como assunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de missionário e colono português.
e)   A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, é o trecho mais conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama.

15 – (ITA) – Dadas as afirmações:
I – O Uruguai, poema épico clássico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis: exaltação da política pombalina e antijesuitismo radical.
II – O(A) autor(a) do poema épico Vila Rica, no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto, desde a sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza como refúgio.
III – Em Marília de Dirceu, Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um monólogo – só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição quanto à sua postura de pastor e sua realidade de burguês.
Está(ão) correta(s):
a)   Apenas I.
b)   Apenas II.
c)   Apenas I e II.
d)   Apenas I e III.
e)   Todas.

16 – (ITA) – As opções seguintes referem-se aos textos:
Texto A: Ah! enquanto os destinos impiedosos
 (II)         Não voltam contra nós a face irada,
               Façamos, sim, façamos, doce amada,
               Os nossos breves dias mais ditosos.
Texto B: Ó não aguardes que a madura idade
(I)           Te converta essa flor, essa beleza
               Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Texto C: Nos olhos Capitu não sofre o pranto,
(III)         E rompe em profundíssimos suspiros,
               Lendo na testa da fronteira gruta
               De sua mão já trêmula gravado
               O alheio crime, e a voluntária morte.
Texto D: O todo sem a parte não é todo;
 (I)           A parte sem o todo não é parte;
               Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
               Não se diga que é parte, sendo todo.
Preencha os parênteses ao lado dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção:
I – Gregório de Matos.
II – Tomás Antonio Gonzaga.
III – Basilio da Gama.
IV – Cláudio Manuel da Costa.

Preenchidos os parênteses, a sequência correta é:
a)   II – I – III – I.
b)   IV – I – II – II.
c)   I – II – II – I.
d)   I – IV – III – I.
e)   II – IV – III – IV.

17 – (PUCCAMP)
Acaso são estes
Os sítios formosos,
Aonde passava
Os anos gostosos?
São estes os prados,
Aonde brincava,
Enquanto pastava,
O manso rebanho
Que Alceu me deixou?

Os versos acima, de Tomás Antônio Gonzaga, são expressão de um momento estético em que o poeta:
a)   Busca expressão para o sentimento religioso associado à natureza, revestindo frequentemente o poema do tom solene da meditação.
b)   Tentava exprimir a insatisfação do mundo contemporâneo, dava grande ênfase à vida sentimental, tornando o coração a medida mais exata de sua existência.
c)   Buscava a “naturalidade”. O que havia de mais simples, mais “natural”, que a vida dos pastores e a contemplação direta da natureza?
d)   Tinha predileção pelo soneto, exercitando a precisão descritiva e dissertativa, o jogo intelectual, a famosa “chave de ouro”.
e)   Acentuava a busca da elegância e do requinte formal, perdendo-se na minúcia descritiva dos objetos raros: vasos, taças, leques.

Soneto XLVI:
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço;
Deixa-a fugir; mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino?

Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade; pois ao passo,
Que cuido, que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.

Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.

Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.

                             Cláudio Manuel da Costa

18 – O tema soneto é:
a)   O contraste natureza-cultura.
b)   Os problemas de sua terra.
c)   O contraste rústico-civilizado.
d)   O desajuste amoroso.
e)   O amante infeliz.

19 – Assinale o par que NÃO corresponde a uma relação de identidade ou de realidade no poema:
a)   Amada/menino.
b)   Poeta/avezinha.
c)   Poeta/liberdade.
d)   Ave/laço.
e)   Poeta/prisão.

20 – Se pensarmos na “função semântica” (significativa) da rima, que par traduziria melhor a ideia do poema?
a)   Pensamento/tormento.
b)   Imagino/desatino.
c)   Minha/avezinha.
d)   Braço/laço.
e)   Menino/destino.

21 – Que resposta melhor justificaria a passagem de “aquela avezinha” (2° verso) para “esta avezinha” (último verso)?
a)   O desatino do poeta e o da ave são idênticos.
b)   O poeta deixa transparecer a piedade que sente pelo pássaro.
c)   A ave aproximou-se do poeta.
d)   A proximidade da ave é imaginária, fruto de uma identidade de destino.
e)   A passagem do tempo.


MENSAGEM ESPÍRITA: PACIÊNCIA - JOANNA DE ÂNGELIS - LIVRO DOS ESPÍRITOS - FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS - PARA REFLEXÃO


Mensagem: Paciência


     Virtude que escasseia, a paciência é de relevante importância para os cometimentos expressivos a que te propões.
        Sem ela, a irritação comanda os feixes nervosos, e de desequilíbrios imprevisíveis irrompem na máquina física, comprometendo toda e qualquer realização.
        Não se considerando os casos de desarmonia procedente de matrizes patológicas, todo homem pode e deve cultivar a paciência.
        E mesmo quando acoimado por enfermidades que o afetam no equilíbrio emocional, através de contínuos esforços consegue resignação ante a dor, que é uma das mais expressivas manifestações da paciência.
        Mediante exercícios regulares de reflexão e contenção dos impulsos da personalidade inferior, plasmarás condicionamentos íntimos, que imprimem calma e equilíbrio, culminando em harmonia interior, geradora da paciência.
        Indubitavelmente, realização tal não se lobriga num só passo, sob impulso momentâneo.
        Surge o embrião, molécula a molécula.
        Constrói-se a máquina, peça a peça.
        Realiza-se a obra, tarefa a tarefa.
        Da mesma forma, nos empreendimentos morais, só através da perseverança, num programa feliz de segura urdidura, realizarás os misteres a que te propões.
        A paciência, assim conseguida, conferirá salutares recursos para o enobrecimento espiritual daquele que a cultiva.
        Consequência do cansaço, do marasmo, da rotina, a irritabilidade significa sinal vermelho na tarefa que executas.
        Indispensável vigiar-lhe o surgimento.
        Sutil, explode, de quando em quando, repetindo-se o clima de irascibilidade, que toma as paisagens da ação, estabelecendo nefanda presença, contumaz e enfermiça.
        A paciência, a contrário, resiste às más circunstâncias e às tediosas ocorrências.
        É confiante, gentil, otimista, sem que deixe de ser responsável, séria, recatada.
        Suporta vicissitudes com galhardia e não esmorece quando os resultados demoram a expressar-se.
        Espera com coragem e não desfalece.
        Dessa forma, policia as reações íntimas e observa como te encontras.
        Caso te sintas portador da constante mau-humor, estás necessitando do auxílio da paciência, a fim de refundires o ânimo, renovares conceitos e atividades, orando, com a sede de quem, urgentemente, precisa da água da paz.
        Não te deixes amargar pela revolta interior ou esmagar pela irritabilidade.
        Recorre à paciência, sempre e em qualquer situação, e ela te ajudará a servir, amar e aguardar amanhã o que hoje se te afigure improvável ou irreversível...
        A paciência é, também, irmã da fé, porquanto, todo aquele que crê, espera e confia tranquilamente.
Joanna de Ângelis

In: ‘Celeiro de Bênçãos’ - Divaldo P. Franco
 Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS
FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS

88 – Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?
      -- Aos vossos olhos, não; aos nossos, sim. Eles são, se assim quiserdes, uma chama, um clarão ou uma faísca etérea.

88 a) Essa chama ou faísca tem uma cor qualquer?
      -- Para nós, ela varia do escuro ao brilho do rubi, conforme o Espírito seja mais ou menos puro.
      Representa-se comumente os gênios com uma chama ou uma estrela sobre a fronte; é uma alegoria que lembra a natureza essencial dos Espíritos. É colocada no alto da cabeça porque ali está a sede da inteligência.

89 – Os Espíritos levam um tempo qualquer para atravessar o espaço?
      -- Sim, mas com a rapidez do pensamento.

89 a) O pensamento não é a própria alma que se transporta?
      -- Quando o pensamento está em algum lugar, lá também está a alma, pois é a alma que pensa. O pensamento é um atributo.

90 – O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa ou ele é subitamente transportado para o local aonde quer ir?
      -- Ambas as coisas; o Espírito pode muito bem, se quiser, reparar na distância que percorre, mas essa distância também pode apagar-se completamente; isso depende de sua vontade, e também de sua natureza mais ou menos depurada.

91 – A matéria constitui um obstáculo aos Espíritos?
      -- Não, eles penetram tudo: o ar, a terra, as águas e mesmo o fogo lhes são igualmente acessíveis.  

92 – Os Espíritos têm o dom da ubiquidade? Em outras palavras, o mesmo Espírito pode dividir-se ou existir em diversos pontos ao mesmo tempo?
      -- Não pode haver divisão de um mesmo Espírito. Porém, cada Espírito é um centro que irradia para diferentes lados, e por isso parecem estar em vários locais ao mesmo tempo. Vê o sol; é apenas um, e, no entanto, irradia-se por tudo à sua volta, levando seus raios para bem longe; apesar disso, ele não se divide.

92 a) Todos os Espíritos se irradiam com a mesma intensidade?
      -- De forma alguma; isso depende do grau de sua pureza.
      Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode expandir seu pensamento em diversas direções, sem por isso dividir-se. É somente nesse sentido que se deve entender o dom da ubiquidade atribuído aos Espíritos – como uma fagulha que de longe projeta sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; também como um homem que, sem mudar de lugar e sem se dividir, pode transmitir ordens, sinais e o movimento a diferentes lugares. 

TEXTO: PROCURA-SE HUGO - DILÉA FRATE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Procura-se Hugo
         Diléa Frate

        Hugo é um cachorro irresistível e incrivelmente feliz. Tem muitos amigos, entre pessoas, bichos, objetos e plantas. Tem também dois inimigos: as galinhas do seu Erotildes e a gata Shana.
        Hugo é simpático, brincalhão. Adora passear na rua e ficar cheirando os postes e os pneus dos carros.
        E todos os dias ele cheira. Cheira tudo. Cheira os móveis, o tapete, a cortina, cheira os cantos da cozinha, o quintal, a porta da rua...
     Certo dia, Hugo foi andando e cheirando tudo, até chegar a um lugar estranho!         Hugo não estava acostumado com a agitação das ruas, pois morava em um lugar muito sossegado.
        Uma senhora de porte elegante e jeito enérgico estranhou o jeito dele: “Esse cachorro está perdido”, pensou. “Vou leva-lo para o meu apartamento”.
        No apartamento, a distração preferida de Hugo foi a televisão, mas ele estava sentindo saudade de casa, dos passeios no mato, dos banhos de rio, das crianças amigas. Sentia saudades até das galinhas do seu Erotildes e da gata Shana, suas ex-inimigas mortais! Com o tempo, nem o filme da TV tinha mais graça, mesmo que fosse filme de cachorro.
        Ele viveu uma semana nesta vida. Numa das voltinhas do pipi, porém, o destino colocou bem à sua frente uma vizinha de seus antigos donos. Ela o reconheceu e o levou de volta para casa.
        E a vida voltou a ser o que era, com seus cheiros, passeios na floresta, brigas com a gata, perseguições terríveis com as galinhas.
        Mas uma coisa era certa: Hugo não conseguia perder a mania de enfiar sempre o nariz onde não era chamado.
        Até que, um dia, perdeu-se novamente!!!

                                 (Adaptado) Diléa Frate. Procura-se Hugo. Rio de Janeiro, Ediouro, 1999.
Entendendo o texto:
01 – Após ler a história, responda:
a)   Nome do cachorro: Hugo.

b)   Suas características: Simpático e brincalhão.

c)   Inimigos: As galinhas do seu Erotildes e a gata Shana.

02 – O que Hugo adora cheirar?
      Ele adora cheirar os postes e os pneus dos carros.

03 –No trecho: “Uma senhora de porte altivo e jeito enérgico...!”, qual o significado da expressão sublinhada?
      Significa uma pessoa brava, eficaz.

04 – O que faz a senhora ao encontrar Hugo perdido?
      Levou-o para seu apartamento.

05 – De que Hugo sentia saudade?
      Da casa, dos passeios no mato, dos banhos de rio, das crianças amigas, até das galinhas do seu Erotildes e da gata Shana.

06 – Leia o trecho: “Numa das voltinhas do pipi, porém, o destino colocou bem à sua frente uma vizinha de seus antigos donos. Diga, com suas palavras, o que você entendeu das seguintes expressões:
a)   “Voltinhas do pipi”.
Saia para rua para fazer pipi.

b)   “O destino colocou bem à sua frente”.
Que por acaso, ou Deus, colocou a vizinha em sua frente e ele voltou para casa.

10 – Complete as frases:
a)   O título da história é: Procura-se Hugo.

b)   No apartamento, a distração de Hugo era a: televisão.

c)   Hugo sentia saudades até das galinhas do seu: Erotildes.

d)   Numa de suas escapadas, desceu a rua cheirando, cheirando... Até que se viu novamente: perdido.